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A princípio, a ideia era investigar a presença da pedagogia tecnicista no ensino de 1º grau (1º ao 4º), na Escola Estadual Dom Benevides, na cidade de Mariana-MG, entre os anos de 1971 a 1979. Devido à ausência de fontes documentais e acatando as sugestões da banca de qualificação, optamos por ampliar o recorte temporal da pesquisa e reformular o objeto de estudo. Assim, nos propusemos a investigar se na prática pedagógica dos anos iniciais do ensino de 1º grau da Escola Estadual Dom Benevides esteve presente a concepção produtivista de educação entre os anos de 1971 a 1985.

Nesse horizonte, necessário foi ampliar a busca por fontes históricas, escritas e orais para que, a partir delas, pudéssemos descobrir novos indícios sobre o objeto pesquisado. Salientamos que o cuidado apreendido por nós na interpretação das fontes deu-se no diálogo permanente com a base teórica, ao mesmo tempo em que procurávamos compreender as condições políticas, sociais e culturais nas quais os documentos foram escritos.

De modo geral, a história do Brasil tem sido marcada por diversas crises de natureza política, econômica e social. O período de 1971 até 1985, recorte da pesquisa, ficou marcado por uma fase de crescimento econômico entremeado pelo autoritarismo, pela repressão e pela violência a toda forma de manifestação contrária ao regime que se prolongou até 1985. Dentre as ferramentas utilizadas pelo governo militar, destacamos as reformas educacionais que atingiram desde os níveis primários até o nível superior, incluindo o esforço no sentido da alfabetização de adultos.

O estudo das reformas educacionais, por meio de uma numerosa legislação, fez-se absolutamente necessário. Dentre tantas reformas, dedicamos especial atenção à Lei nº 5.692, de 1971, que reformulou a organização escolar, unificando o curso primário e ginasial no ensino de 1º grau, com oito anos de duração; e o secundário, com 3 anos, no ensino de 2º grau. Assim, o sistema educacional brasileiro passou a atender crianças e adolescente de 7 a 14 anos de idade. Na escola estudada, a primeira mudança ocorreu em sua denominação, passando de Grupo Escolar para Escola Estadual. Contudo, o acréscimo das séries escolares, até alcançar os 8 anos prescritos pela lei, somente ocorreu nos primeiros anos da década de 1980. Segundo uma das professoras entrevistadas, esse atraso foi decorrente de disputas políticas locais.

Na esteira da Lei nº 5.692/1971, inúmeros documentos legais foram produzidos, tanto pelo Conselho Federal de Educação quanto por órgãos correspondentes a este na esfera estadual. Dentre

os documentos infligidos ao cenário mineiro, assume especial importância aquele divulgado pela Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais, em 1975, intitulado “Sondagem de interesses e aptidões no currículo de 1º grau”.

A sondagem deveria ser realizada pelo orientador educacional no segmento do 2º grau, e pelo supervisor pedagógico, no 1º grau, juntamente com o auxílio do professor, utilizando-se técnicas especificadas no documento. O teor desse conjunto de orientações e o objetivo a ser atingido são demonstrações inequívocas de uma concepção produtivista da educação.

Na esfera federal, precursora desta legislação estadual, a aplicação de técnicas na sondagem de aptidões foi assunto abordado no Parecer nº 45/1972 do CFE. Compreendendo o currículo como um conjunto de todas as experiências de vida sob a orientação da escola, a preocupação inicial da aplicação de técnicas de sondagem consistiu na exploração de aptidões. Assim, “deve-se desenvolver ao longo das 8 séries do 1º grau, proporcionando ao aluno melhor conhecimento de suas condições pessoais[...]” (MINAS GERAIS, 1975), o que possibilitaria a escolha mais segura e adequada ao seu futuro profissional.

Esses documentos expressam um conceito de cidadania intimamente vinculado à autorrealização no trabalho. Caberia, portanto, à escola, desde as séries iniciais, preparar o educando para tal realização em uma intensidade tecnicamente medida e expressa na Lei nº 5.692/1971, a qual se refere à sondagem de aptidões e iniciação para o trabalho no ensino de 1º grau e a habilitação profissional para o ensino de 2º grau.

Em um outro viés, estava em voga as medidas referentes à formação de professores, ou mais exatamente, a formação de pedagogos. Iniciadas pela Reforma Universitária de 1968 e, mais especificamente, pelas normatizações implementadas pelo Conselho Federal de Educação, as quais resultaram em mudanças estruturais nos cursos de Pedagogia como a criação das habilitações para formação dos especialistas em educação: orientador e supervisor educacional, administrador e inspetor escolar, distribuídos pelos segmentos do ensino de 1º e 2º graus.

Em virtude disso, a vertente tecnicista estava posta desde a formação dos profissionais que atuariam na escola, dando ensejo a uma fragmentação excessiva, a exemplo de uma produção industrial, sem dúvida inspirado na teoria do capital humano que previu a especialização por meio da divisão social e econômica do trabalho. Nesse sentido, os especialistas da educação, ou seja, os pedagogos passaram a coordenar frações do sistema escolar sem a devida articulação entre o pensar

e o fazer. Era a adequação do sistema de ensino às exigências de uma sociedade capitalista, com a intenção de tornar a educação cada vez mais produtiva.

A partir do levantamento feito acerca da produção bibliográfica, identificamos que esta tem se debruçado sobre os anos finais dos ensinos de 1º e 2º graus26. Pouco se tem problematizado sobre a tendência produtivista para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Diante disso, para atender ao objetivo empreendido nesta pesquisa, foi preciso partir de alguns pressupostos e formular algumas hipóteses. Estamos cientes de que o resultado deste trabalho, tendo em vista o estado atual da arte, sugere maior investimento, tratando-se de um esforço inicial nesse campo. Entendemos que a lacuna encontrada entre a legislação e os documentos escolares só poderá ser preenchida por meio da metodologia oral e não podemos perder tempo. As professoras entrevistadas já se encontram em idade avançada, quando a memória nos prega peças aos moldes do saci-pererê.

No que tange à prática educativa, no contexto apresentado, concluímos que na Escola Estadual Dom Benevides as práticas educativas harmonizaram-se como o prescrito na lei e demais pareceres e resoluções em vigor. Melhor dizendo: o corpo docente e a direção não desconheciam as regras do jogo. Todavia, mais uma vez, comprovamos que a legislação está longe de expressar a realidade. Mesmo no interior de uma única escola, as medidas são concretizadas dentro das limitações da formação docente, no que diz respeito à informação e ao conhecimento por parte dos agentes envolvidos no processo de escolarização. Chegamos a essa conclusão a partir das análises dos documentos escolares remanescentes e do conteúdo das entrevistas.

Em consonância com as prescrições legais, encontramos nas atas de reuniões de professores indícios de ações em torno da efetivação de algumas atividades extraclasse. Dentre elas, destacamos o Clube Agrícola que, ao longo de vários anos, foi recorrentemente exaltado pela diretora. Tal insistência por parte dela denuncia uma ação contrária, uma resistência por parte do corpo docente. O Clube Agrícola, ou seja, o funcionamento da horta escolar não se efetivou como queria a diretora. Identificamos que essa atividade ocorreu com apenas com a turma do quarto ano no período de junho a setembro de 1975.

Por que a diretora insistia nessa atividade? Qual teria sido o motivo ou os motivos da resistência por parte do corpo docente? Em relação à diretora, uma possível resposta para a sua insistência estaria, por um lado, ligada à importância da agricultura para a economia local, pelo

26 SAVIANI (2007); SAVIANI (2008)

fato de que parte das famílias do corpo discente seriam oriundas do meio rural. Em um outro sentido, a produção da horta, mesmo que pequena, seria uma contribuição para a merenda escolar. Recordamos que, apesar do “milagre econômico”, os recursos financeiros do estado não eram suficientes para suprir as necessidades da escola. Os anos de 1970 bem se parecem com os que estamos vivendo hoje: salários atrasados; para o café dos professores é preciso contribuição extra e sem a ajuda dos sócios da Caixa Escolar a merenda dos alunos fica comprometida.

Quanto à resistência dos professores, apenas esboçamos uma hipótese que, em sua essência, indica um viés de pesquisa assaz interessante: diz respeito à origem social das professoras e sua formação. Que familiaridade teria as professoras desta escola com as práticas agrícolas? A diretora menciona a existência de um manual que poderia auxiliá-las na criação e no funcionamento do Clube Agrícola, no entanto, não há referência desse material no inventário da escola.

Com base nos documentos escolares encontrados e nas entrevistas, podemos afirmar que nem todas as atividades prescritas na legislação ocorreram na Escola Estadual Dom Benevides. A hipótese que levantamos, como dissemos anteriormente para o caso do Clube Agrícola, diz respeito às dificuldades no cumprimento das atividades, pois estavam ligadas à formação das docentes que ali atuavam. O desconhecimento das teorias e práticas de ensino adequadas à abordagem de determinados conteúdos não se fez presente na formação das referidas professoras. Formadas nas décadas anteriores à legislação de 1971, não se atualizaram, mesmo com algumas oportunidades criadas pelo Estado de Minas Gerais, como foi o caso da capacitação no ensino de Educação Física. No tocante a essa disciplina, outro fator agravante foi a condição econômica da escola, insuficiente para a aquisição de material adequado e, em alguma medida, o espaço físico. Entretanto, não podemos desconsiderar que o público discente eram crianças de 7 a 11 anos, para as quais as mais simples brincadeiras e atividades tinham uma grande repercussão. As brincadeiras: rouba bandeira, queimada, coelho sai da toca, dentre outras não estavam listadas na ficha de observação disponível pela Secretaria do Estado de Minas Gerais, mas faziam parte das práticas desportivas da escola.

As mesmas características podem ser apontadas para as atividades artísticas. Nas entrevistas foram mencionadas a Bandinha Escolar e aulas de Arte que incluíam o ensino de desenho, entretanto, a permanência dessas atividades dependia do interesse desta ou daquela professora.

O Clube da Saúde foi mencionado tanto nas narrativas das professoras quanto no Livro de Atas. Na narrativa de uma das docentes entrevistadas está presente o relato das exposições alusivas

ao tema como trabalhos com cartazes e bonecos confeccionados representando as profissões. Compreendemos que esta atividade estava inserida em uma perspectiva mais ampla, incluindo despertar a atenção das crianças para algumas profissões.

Em oposição ao Clube Agrícola, encontramos o Clube da Leitura, o qual era pouco citado nas atas de reunião de professores, porém, de existência efetiva. Reconhecemos que tal atividade, mais colada à práxis escolar, já estava presente no cotidiano da escola bem antes do recorte desta pesquisa. A leitura sempre fez parte dos saberes escolares, tendo relevância na prática educativa da escola de acordo com as narrativas das professoras. Interpretamos que a ausência desse tema nas atas de reunião aponta para a presença habitual desta prática.

Esse entendimento se associa a outro, quanto a essa fonte pesquisada: nas Atas de Reunião de professores não estão presentes as manifestações destes, ou das professoras, posto que o corpo docente era absolutamente feminino. As atas de reunião ao longo do período pesquisado mantiveram uma constante discursiva: davam voz ao poder, seja o da diretora, seja o de órgãos superiores, nunca às professoras. Não encontramos nas atas, de forma direta, nenhuma ponderação, argumentação ou questionamento por parte das docentes. Não teria ocorrido nenhuma verbalização de um mal-estar ou de uma desconformidade? As professoras iam às reuniões apenas para ouvir a diretora? Sabemos que não ocorria assim. Portanto, durante o processo de leitura e análise das atas, estávamos atentas a esse aspecto e procurávamos ler nas entrelinhas as manifestações, as reações, as resistências, as discordâncias...

A criação da Associação de Pais e Mestres foi outra prática que esteve associada ao produtivismo educacional. Observamos também que estava disponível para a escola uma apostila indicativa dos passos a serem tomados para a instalação dessa associação. Não se tratava de uma demanda política, ou uma organização espontânea, respondendo a alguma necessidade da escola. Nada disso! A prescrição de organização dessa associação veio de cima para baixo. Era um dever da escola promover a formação desse órgão. Os pais eram chamados para, junto à escola, encaminharem os filhos em sua vocação profissional futura e no exercício consciente da cidadania.

A obrigatoriedade da disciplina de Moral e Cívica, apesar dos informes e renovados reclames da diretora, não foi considerada pelos professores. Por meio dos relatos também concluímos que os objetivos a serem alcançados com esta disciplina não eram conhecidos ou não eram contestados. As práticas dessa disciplina tiveram uma execução aquém do previsto, limitando-se às comemorações das datas cívicas com o canto do Hino Nacional e municipal.

Respondendo à questão norteadora dessa pesquisa, tendo em vista a argumentação abordada, inferimos que nos anos iniciais do ensino de 1º grau a educação estava dentro de um viés produtivista tanto nas legislações quanto na prática educacional. No caso do Estado de Minas, verificamos claramente essa vertente produtivista por meio do documento que previu a sondagem de aptidões realizada pelos especialistas da educação.

Na escola pesquisada não encontramos a documentação que deveria ter sido produzida por essa sondagem nas pastas individuais dos alunos. Essa documentação pode ter sido entregue aos pais em reunião ou encaminhada à Delegacia de Ensino de Ouro Preto, tendo sido destinada para algum lugar que não nos foi possível localizar. Outra possibilidade, seria o não preenchimento das fichas individuais, hipótese que entendemos ser de menor validade, posto que a inspeção escolar, em algum momento, teria exigido isso da escola.

Entretanto, apesar destes fatores, não é possível deixar de considerar a perspectiva produtivista da educação. Assim, constatamos que dentro das possibilidades e condições da formação docente, a Escola Estadual Dom Benevides desempenhou em sua prática educativa atividades seguindo a linha traçada pela legislação vigente que trazia, de forma intrínseca, uma concepção produtivista da educação.

Política: passado, presente e futuro escolar

Sendo sede do arcebispado, a cidade de Mariana convive com a presença intensa da Igreja Católica, seja na esfera particular ou pública. A Escola Estadual Dom Benevides é exemplo disso, desde o seu nome até as práticas pedagógicas ali desenvolvidas. E como toda cidade do interior de Minas, a política local também dava suas cartas. Tal realidade apareceu com frequência no relato das professoras. Pelo fato de não ser objeto de estudo deste trabalho, não nos detivemos nesse aspecto. Contudo, optamos por deixar registrado como mais uma indicação para investigações futuras.

Nas narrativas observamos que a participação de políticos no ambiente escolar ocorria, principalmente, por meio da escolha dos profissionais que iriam atuar neste espaço. Não havia, ainda, eleição para diretor de escola, nem eram tempos democráticos. O corpo docente refletia, em alguma medida, a tensão política e o jogo de poder, aspectos que dificultavam a formação estrita de um corpo. Era muito mais um ajuntamento de indivíduos. Para lecionar na escola em questão

“os políticos é quem escolhiam quem eles queriam lá dentro, sabe? Não tinha concurso nenhum. Da minha turma, fui a primeira que fiz concurso”, relata uma das entrevistadas.

Não desconhecemos essa realidade escolar: a escola é local de eleição a todo tempo, não apenas nas datas em que as urnas adentram esse espaço. Desta forma, o favorecimento político estabelecia compromissos que eram cobrados nas urnas e definiam a escolha do prefeito e dos vereadores. De outro lado, qualquer manifestação contrária aos objetivos políticos de plantão poderia resultar em uma transferência para uma escola distante da sede do município ou até mesmo a exoneração.

A extensão do ensino de 1º grau da Escola Estadual Dom Benevides, já mencionado anteriormente, foi criada pela supervisora Isabela que na época havia se tornado diretora da escola em questão (1984), permanecendo na direção por dois anos. Em seguida aposentou-se. A professora Isabela relata que:

Lá não tinha quinta série. Não tinha o resto. Da quinta a oitava, quem criou na escola fui eu! Por questões políticas. Não foi tanto por questões de educação, não. Pelo seguinte: o prefeito daqui não gostava do nosso lado político. (PROFESSORA ISABELA)

Prosseguindo a entrevista, ao ser questionada sobre os acontecimentos políticos locais, nos respondeu: “Não. Nem gosto (risos). É que era assim: uma turma era da direita e outra de esquerda”. No relato da professora Fernanda também foi mencionado alguns acontecimentos políticos locais: Minha filha, aqui tinha o Clube dos Onzes, eu lembro... Eles eram contra aquela “brigaiada”, até que foram presos. Mas na escola não teve influência, assim, os comentários entre as professoras, mas não afeta em nada os alunos e nem a gente! Eu lembro da renúncia de Jânio, nós estávamos na escola. Eu estava. Nós estávamos no recreio quando chegou a notícia que ele tinha renunciado. (FERNANDA)

A professora Fernanda iniciou sua carreira docente em 1964 e no ano de 1968 deu continuidade à profissão na Escola Estadual Dom Benevides. Nessa época a diretora da escola era Darcy Dias Betônico. Quando perguntamos sobre o contexto político local, se houve influência política na escola, ela recordou-se da diretora e nos disse demonstrando receio:

É porque quando Roque Camelo candidatou e João Ramos, né? Ela (diretora) queria que a gente ficasse do lado de João Ramos. Era do partido dela! E ela queria...então começou a perseguir quem não era do lado dele, sabe? (FERNANDA)

A professora Gabriela deixou registrado uma outra memória da interferência política na escola:

Essa política de Mariana é quente, né? Desde sempre (risos). Na escola não, porque cada um tinha seu partido. Ninguém... na escola não tinha comentários, não tinha nada. Não. Sempre teve política, mas na escola não existia. A gente... todas eram amigas umas das outras, então tinha a hora de votar, da politicagem e a hora da escola. Na escola não tinha nada, não. (GABRIELA)

Assim, a fala da professora Gabriela revela que na escola cada um tinha seu partido, mas que não havia comentários porque na escola não havia política, todas eram amigas. Essa frase a professora repetiu várias vezes durante o relato. Não existia mesmo ou ela ainda tinha receio de mencionar algum fato ocorrido no interior da escola?

Como já apresentado, a influência da política local na Escola Estadual Dom Benevides não foi o foco desta pesquisa. Desta forma, optamos em sinalizar algumas narrativas que nos despertaram para aspecto do poder político local, considerando as falas das professoras que mostram a atuação dos políticos de forma implícita. Nas narrativas dessas profissionais, observamos que elas não abordaram explicitamente a questão da atuação política no interior da escola. Nossa hipótese se consistiu no fato de que as docentes tivessem receio de trazer à tona fatos ocorridos em um tempo que suas vozes eram silenciadas, pois este ou aquele comentário poderia colocar o emprego em risco, por meio da exoneração ou transferência de escola.

FONTES CONSULTADAS

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