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Considerações gerais sobre o Pibid no Conbrace

3 ANÁLISE DOS DADOS

3.1 PRODUÇÕES CIENTÍFICAS SOBRE O PIBID NOS ANAIS DO CONBRACE

3.1.6 Considerações gerais sobre o Pibid no Conbrace

O mapeamento apresentado permite observar que a produção acadêmica relativa ao Pibid está vinculada aos GTTs Escola e Formação do Conbrace. Embora o programa diga respeito a uma política pública de formação docente, a maioria das comunicações (77,5%) foi apresentada no GTT escola.

É possível inferir que as experiências pedagógicas realizadas pelos atores do Pibid no espaço escolar são determinantes para essa diferença, pois considerando as três categorias que definimos para agrupar por semelhança temática os trabalhos analisados, a primeira (Experiências pedagógicas da Educação Física no âmbito do

Pibid), junto com a segunda (Impacto e percepção da comunidade escolar sobre a Educação Física e sobre o Pibid), somam 23 trabalhos (55%).

A terceira categoria estabelecida (Contribuições do Pibid para a formação inicial e

continuada dos bolsistas em Educação Física), que, em tese, dialoga mais

diretamente com as questões afeitas ao processo formativo dos bolsistas, detém 45% das publicações.

O crescimento exponencial de trabalhos sobre o Pibid, entre as duas edições do Conbrace, associa-se a uma elevação do próprio número de publicações

encontradas nos anais do GTT Escola. Esse dado não é suficiente para afirmarmos que o Pibid seja o único responsável por essa expansão. Contudo, parece ser um indício de que a inserção da Educação Física entre as áreas contempladas pelo programa tenha impacto na produção do conhecimento.

Uma importante característica das produções veiculadas nos Conbraces é a autoria coletiva dos trabalhos. Essa é uma marca que se explica pelo próprio perfil do programa, qual seja, a produção conhecimento derivada do envolvimento coletivo no processo de formação, corroborada por uma tendência desse tipo de autoria nas publicações do GTT Escola observada por Carneiro (2011). Os textos que versam sobre o Pibid nas edições de 2011 e 2013, possuem uma média de 4,17% autores e foram constatadas em 92,5% das publicações. O programa é tema de interesse dos seus próprios sujeitos, pois quem assina os trabalhos, são os próprios envolvidos no programa (bolsistas de ID, professores-supervisores, coordenadores de área).

A maior ausência observada nos trabalhos sobre o Pibid publicados nos Conbraces é a própria Educação Infantil. Aparentemente é uma temática esquecida pelos autores, pois em somente três publicações (7,5%) a primeira etapa da Educação Básica é abordada e, mesmo assim, sempre associada a experiências com as outras etapas. Não encontramos trabalhos que discutissem com exclusividade, as potencialidades, limites e desafios da Educação Infantil. Registramos a ausência nesses textos, de uma concepção de infância que norteasse as intervenções dos subprojetos e que revelasse como as crianças são compreendidas nesse processo.

O número pequeno de trabalhos que versam sobre experiências dos subprojetos do Pibid com a Educação Infantil coincide com o número diminuto de subprojetos que orientam o processo formativo para essa etapa da Educação Básica. Revela ainda, que a produção acadêmica sobre a formação de professores de Educação Física voltada para atuação profissional na Educação Infantil, especialmente mediada pelo programa em questão, é incipiente e que precisa ser ampliada.

Fica em aberto, neste estudo, os dados relativos aos trabalhos publicados no XIX Conbrace, ocorrido em 2015. Como dito, os anais dessa edição ainda não se encontram disponibilizados. Investigações futuras poderão comparar se as

tendências de: a) crescimento quantitativo dos trabalhos que sobre o Pibid; b) concentração das publicações no GTT Escola; c) autoria coletiva; d) bolsistas que compõe o programa como autores dos textos; e) relatos de experiência como estratégia de produção textual adotada. Da mesma forma, possibilitará reparar se a Educação Infantil ganha mais destaque nessas publicações e se as concepções de infância e criança, contidas nas DCNEIs, estão sendo incorporadas pelos subprojetos e nos textos.

3.2 PRODUÇÕES CIENTÍFICAS SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE EDUCAÇÃO FÍSICA PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL (FEI) NOS PERIÓDICOS DA ÁREA

Utilizando o termo Educação Infantil como descritor de busca nos periódicos da Educação Física, obtivemos 177 artigos, sendo, 45 na Revista Movimento, 58 na Revista Motriz, 24 na RBCE, 13 na RBEFE, 12 na Revista da UEM e 25 na Revista Pensar a Prática. Desse conjunto, selecionamos apenas os que tratavam diretamente da Educação Infantil (74), pois os resultados também apresentaram trabalhos que não mantinham nenhuma relação com a temática. Para realizar essa seleção, fizemos a leitura dos títulos e dos resumos. A Tabela 15 aponta a distribuição dos artigos e o percentual em cada periódico analisado:

Tabela 15 – Quantitativo de artigos por revista

REVISTA EDUCAÇÃO INFANTIL FORMAÇÃO DOCENTE PERCENTUAL MOVIMENTO 17 3 17,65% MOTRIZ 9 1 11,11% RBCE 18 3 16,67% RBEFE 3 1 33,33% UEM 7 1 14,29% PENSAR A PRÁTICA 20 2 10,00% TOTAL 74 11 14,86% Fonte: Os autores

Das 74 publicações que abordavam a Educação Infantil, onze (14,86%) tratam da formação docente voltada para atuação profissional nessa etapa da Educação

Básica. Podemos considerar um percentual representativo, pois, segundo André (2010), no Brasil, a temática da formação de professores experimenta um crescimento recente e vem ganhando, gradativamente, espaço no cenário das publicações acadêmicas.

Em termos absolutos, as revistas: Pensar a Prática, RBCE e Movimento, se destacam com a maior quantidade de artigos que tratam da Educação Física Infantil. Superam, de longe, os demais periódicos. Esse fato tem relação com o histórico, o foco e o escopo assumido por cada uma delas. Em linhas gerais, as três41 possuem maior familiaridade42 com as subáreas sociocultural e pedagógica43 da Educação Física. Já a Motriz, a RBEFE e a revista da UEM, são mais identificadas com a subárea da biodinâmica.44

Se olharmos apenas para os percentuais de publicação em formação docente, a RBEFE figura a frente das demais revistas com 33,33% das publicações. Esse valor está relacionado ao fato de termos uma pequena quantidade numérica de textos que tratam da Educação Infantil (três) e, destes, um versa sobre a formação docente nessa etapa de ensino. Portanto, não é possível indicar uma tendência ou inclinação desse periódico em privilegiar – quando publica artigos identificados com as subáreas sociocultural e pedagógica – discussões relativas à formação de professores.