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4. RESULTADOS

4.4 Considerações Gerais sobre os Resultados

A partir das entrevistas realizadas foi possível identificar que na UFES existem duas comissões para tratar o assunto de resíduos sólidos. O gestor da Pró-Reitoria de Planejamento (PROPLAN) afirmou existir um Comitê de Logística Sustentável para toda a universidade, coordenada pela própria PROPLAN. Esta comissão foi criada através da Portaria 1973 de 01 de setembro de 2015 e denominada “Comitê Gestor do Plano de Logística Sustentável da Universidade Federal do Espírito Santo”. Este comitê se divide em oito áreas, sendo uma delas específica para Resíduos Sólidos e Coleta Seletiva.

A segunda comissão, que se encontra no nível operacional, está na Prefeitura Universitária. Esta comissão foi citada pelo responsável pela Coordenadoria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMAS), setor criado em 2014 para operacionalizar assuntos ligados à sustentabilidade e meio ambiente da UFES. O objetivo principal dessa comissão da CMAS é tratar os assuntos relacionados à implantação da Coleta Seletiva de resíduos sólidos na UFES.

As duas comissões acima citadas atendem ao Decreto Federal 5.940/2006, que obriga os órgãos públicos da administração direta e indireta a terem uma comissão para implantação da Coleta Seletiva nesses órgãos. Em atendimento a esse decreto, encontra-se em implantação um projeto piloto, cujo início está previsto para o mês de julho de 2017, no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE) e no Centro Tecnológico (CT), como explicou o gestor do CMAS, e até o final do ano pretende-se implantar em toda a universidade.

A fim de verificar o nível de conhecimento dos entrevistados quanto à separação adequada dos resíduos sólidos, entre resíduo seco e úmido, conforme estabelecido na legislação municipal, foi aplica uma pergunta a todos os participantes da pesquisa, incluindo os níveis gerencial e operacional. O resultado obtido quanto à correspondência entre as respostas e a legislação está apresentado no Quadro 2.

Quadro 2 – Nível de conhecimento sobre a correta segregação dos Resíduos Sólidos.

Grupo Pesquisado

Percentual de acerto das

respostas

Servidores Técnicos Administrativos e Docentes 73%

Funcionários Terceirizados da Limpeza e Coleta do Lixo 53%

Gestores 70%

Média 65%

Fonte: Elaborado pela autora.

Esta análise foi realizada a partir da Lei Orgânica 8.308/2012 do Município de Vitória, que dispõe sobre a obrigatoriedade da Coleta Seletiva de Resíduos Sólidos em locais por ela discriminados, como: condomínios, shopping centers, teatros, cinemas, cerimoniais, estádios, ginásios e similares, clubes esportivos, bares, boates, restaurantes e praças de alimentação, imóveis comerciais.

Para efeitos desta Lei, considera-se:

I – Lixo seco: composto por metais, plásticos, vidros, papéis, embalagens longa vida, isopor e demais materiais isentos de quantidades significativas de materiais putrescíveis e passíveis de retorno a u ciclo produtivo;

II – Lixo úmido limpo: orgânico, reciclável, composto de sobra de alimentos não servidos, cascas de frutas e verduras, cascas de ovos, borra de café e demais materiais passíveis de retorno a um ciclo produtivo;

III – Lixo úmido sujo: orgânico, não reciclável, composto de sobra de alimentos servidos, cigarros, papel higiênico, papel toalha, fraldas usadas, absorventes higiênicos, recipientes impregnados com materiais putrescíveis e demais materiais não passíveis de retorno a um ciclo produtivo (VITÓRIA, 2012).

Pode-se identificar também através das respostas das entrevistas dos gestores, que os seus setores estão receptivos à implantação da Coleta Seletiva. Ainda que não tenham uma instrução formal para segregação dos resíduos sólidos, alguns setores estão realizando essa separação por iniciativa própria. Esta pré-disposição pode contribuir bastante para que a implantação do projeto piloto se consolide de forma positiva.

4.4.1 Análise do atendimento da Universidade aos requisitos legais

A partir dos resultados obtidos com o diagnóstico, realizou-se uma comparação entre o que a UFES tem realizado em relação à Coleta Seletiva Solidária e o que a legislação determina (Quadros 3e 4).

Quadro 3 – Atendimento aos requisitos do Decreto Federal 5.940/2006.

Requisitos Atende aos requisitos do Decreto 5.940/2006 Sim Não

Art. 3o Estarão habilitadas a coletar os resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direita e indireta as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis que atenderem aos seguintes requisitos: I - estejam formal e exclusivamente constituídas por catadores de materiais recicláveis que tenham a catação como única fonte de renda; II - não possuam fins lucrativos; III - possuam infraestrutura para realizar a triagem e a classificação dos resíduos recicláveis descartados; e IV - apresentem o sistema de rateio entre os associados e cooperados.

X

Art. 5o: Será constituída uma Comissão para a Coleta Seletiva Solidária, no âmbito de cada órgão e entidade da administração pública federal direta e indireta, no prazo de noventa dias, a contar da publicação deste Decreto.

§ 1o A § 1o A Comissão para a Coleta Seletiva Solidária será composta por, no mínimo, três servidores designados pelos respectivos titulares de órgãos e entidades públicas.

X

§ 2o A Comissão para a Coleta Seletiva Solidária deverá implantar e supervisionar a separação dos resíduos recicláveis descartados, na fonte geradora, bem como a sua destinação para as associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, conforme dispõe este Decreto. *

X

Art. 6o Os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta deverão implantar, no prazo de cento e oitenta dias, a contar da publicação deste Decreto, a separação dos resíduos recicláveis descartados, na fonte geradora, destinando-os para a coleta seletiva solidária, devendo adotar as medidas necessárias ao cumprimento do disposto neste Decreto.*

X

Quadro 4 – Atendimento aos requisitos da Lei Federal 12.305/2010. Requisitos Atende aos requisitos da Lei 12.305-2010 Sim Não

Art. 21. O plano de gerenciamento de resíduos sólidos tem o seguinte conteúdo mínimo:

I - descrição do empreendimento ou atividade X

II - diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou administrados, contendo a origem, o volume e a caracterização dos resíduos, incluindo os passivos ambientais a eles relacionados;

X

III - Observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária) e do Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Saúde) e, se houver, o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: a) explicitação dos responsáveis por cada etapa do gerenciamento de resíduos sólidos; b) definição dos procedimentos operacionais relativos às etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob responsabilidade do gerador;

X

IV - identificação das soluções consorciadas ou compartilhadas com

outros geradores; X

V - ações preventivas e corretivas a serem executadas em

situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; X

VI - metas e procedimentos relacionados à minimização da geração de resíduos sólidos e, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, à reutilização e reciclagem;

X

VII - se couber, ações relativas à responsabilidade compartilhada

pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do art. 31; X

VIII - medidas saneadoras dos passivos ambientais relacionados

aos resíduos sólidos; X

Art. 30. É instituída a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos nesta Seção.

I - compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo estratégias sustentáveis;

II - promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-

os para a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; X III - reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de

materiais, a poluição e os danos ambientais; X

IV - incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade;

Não verificado VI - propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e

sustentabilidade; Não se aplica

VII - incentivar as boas práticas de responsabilidade

socioambiental. X

Fonte: Adaptado de Araújo; Altro (2014, p. 317).

* Em fase de implantação, no mês de julho de 2017, com projeto piloto no CCJE e no CT, com perspectiva de implantar em toda a universidade até o final de 2017.

5. PLANO DE MELHORIA DA GESTÃO DOS RESÍDUOS