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CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS DO ENVELHECIMENTO E DA

“À pergunta: ‘quantos anos você tem?’, dever-se-ia poder responder exatamente: ‘Tenho todas idades da vida humana’. De fato, cada um de nós, com a idade, conservou as idades precedentes” (MORIN, 2001, p. 254-255).

A velhice sempre foi pensada pelo homem em todas as épocas e por todos os povos e o idoso nessa trajetória vem acumulando ao longo da vida, as experiências de todas as idades pelas quais já passou.

De acordo com Beauvoir (1976, p. 103), “o sentido e o valor atribuídos à velhice variaram nas sociedades, mas nem por isso ela deixa de permanecer como um fato trans- histórico”.

Desde os primórdios da civilização oriental reverencia-se até os dias atuais a velhice e os idosos que sempre tiveram uma situação privilegiada. Na China, o filósofo fundador do taoísmo, Lao-Tsé 604 a. C, considerava a velhice como um momento supremo, de alcance espiritual, tendo como o fim maior do homem a busca da longa vida. Confúcio filósofo chinês 460 a. C., dizia que a casa toda devia obediência ao homem mais velho e que a autoridade do patriarca não decrescia com a idade, sendo a velhice justificada pela aquisição de sabedoria (BEAUVOIR, 1976).

Na literatura da civilização ocidental, a referência mais antiga sobre a velhice foi de um filósofo e poeta egípcio Ptah-Hotep, no ano 2500 a C, que refere:

Como é penoso o fim de um velho! Ele se enfraquece a cada dia; sua vista cansa, seus ouvidos tornam-se surdos; sua força declina; seu coração não tem mais repouso; sua boca torna-se silenciosa e não fala mais. Suas faculdades intelectuais diminuem, e lhe é impossível lembra-se hoje do que aconteceu ontem. Todos seus ossos doem. As ocupações que até recentemente causavam prazer só se realizam com dificuldade, e o sentido do paladar desaparece. A velhice é o pior dos infortúnios que pode afligir um homem (BEAUVOIR, 1970, p. 114).

Portanto, ele apresenta um quadro bastante sombrio enaltecendo somente as enfermidades e limitações da velhice. Entre os egípcios, tinha-se a esperança de vencer a velhice. Recomendava-se a ingestão de glândulas frescas de animais jovens, como sonho de rejuvenescimento. Desejo que perdura até os dias atuais (BEAUVOIR, 1976, 1990).

Nessa direção, pode-se verificar que para os gregos a velhice de uma maneira geral, era vista com descaso e se enaltecia a juventude, fato que pode ser visto na citação de Minermo, sacerdote de Colofos, 630 a. C. que exprime os sentimentos dos cidadãos, ele canta os prazeres, a juventude, o amor e detesta a velhice: “Que vida, que prazeres, sem Afrodite de ouro?” (BEAUVOIR, 1990, p. 123). Entretanto, cita-se Homero que apresenta outra visão da velhice, correlacionando-a com a sabedoria e menciona Nestor o conselheiro supremo do Egito que diz: “o tempo lhe conferiu a experiência, a arte da palavra, a autoridade”.

Assim, é também, citado os diálogos de Platão e Aristóteles ao escrever “A república” 400 a. C., nos quais enaltece o papel e importância dos velhos dizendo: “a educação que deve começar na adolescência e que frutificará plenamente aos 50 anos. A partir dessa idade, o filósofo possui a verdade e se torna guardião da Polis [...]. Os guardiões das leis, cujo papel é muito importante, têm de 50 a 70 anos” (BEAUVOIR, 1990, p. 124, 134-136).

Noutro momento, antes da era Cristã, Marco Túlio Cícero, nascido no ano 106 a. C., Senador e filósofo romano e contando 63 anos de idade, compôs uma defesa da velhice, escreve um clássico sobre De Senectude, ou seja, a velhice, pretendendo demonstrar que a idade não desqualifica: pelo contrário: “só faz é aumentar suas capacidades”. Nesse, ao analisar a “Invéctiva” que corresponde às deficiências da velhice, Cícero (2006, p. 10) se refere ao vigor físico dizendo que ele: “decresce, mas, em compensação, seu vigor ético- moral se reforça, já que a velhice amadurecida em sabedoria, torna-se polo de atração para juventude ávida de aprendizagem”.

Nesse viés, cem anos mais tarde, Sêneca sustenta as mesmas ideias de Cícero e cita: “Devemos dar boa acolhida à velhice e estimá-la; traz consigo abundantes doçuras, quando sabemos tirar proveito. Os frutos são mais saborosos quando sazonados. Deliciosa época está em que deslizam no plano inclinado dos anos” (BEAUVOIR, 1976, p. 135).

Na religião, pelos documentos trazidos nos escritos Bíblicos, segundo Beauvoir (1990, p. 115), consideram a longevidade como a suprema recompensa da virtude e refere-se à velhice em Provérbios dizendo: “Os cabelos brancos são uma coroa de honra: é no caminho da Justiça que essa coroa é encontrada. [...] Abençoada por Deus, a velhice exige obediência e respeito: Tu te levantarás diante dos cabelos brancos e honrarás a pessoa do velho”.

Na área da medicina, o interesse com o velho, a velhice e o envelhecimento datam de muitos anos, com Hipócrates (460-377 a C) e seus trabalhos pioneiros na Grécia. A doutrina entre dos quatros humores, usada para explicar o funcionamento do corpo humano, da doença e da velhice. Foi o primeiro, a estabelecer um paralelo entre as etapas da vida humana com as quatro estações da natureza, comparando a velhice com o inverno. Para explicar o funcionamento do corpo humano, suas considerações sobre a doença e a velhice muito contribuiu nas investigações sobre o velho da época (BEAUVOIR, 1970, 1976).

Em 1909, foi criada a geriatria por Nascher. Beauvoir (1990), conta que este jovem, quando estudante de medicina, ao visitar um asilo observou uma velha queixar-se dos seus problemas ao professor e esse lhes dizia que eram decorrentes da velhice. Nascher, posteriormente, pergunta ao professor “Que se pode fazer?” E ele lhe responde nada. Realidade que o motivou e foi a responsável pelo início dos seus estudos sobre a velhice (senescência) (BEAUVOIR, 1990, p. 30).

Tempos após, já como médico, quando de volta a Viena, visitando uma casa de velhos, espanta-se com a longevidade e com o bom estado deles. Questiona os colegas sobre o feito, e eles dizem: “é porque nós tratamos os pacientes idosos como os pediatras tratam das crianças”. Fato que culminou com o nascimento da geriatria, um novo ramo da medicina, cuja sua responsabilidade é o tratamento das doenças dos idosos, de suas incapacidades e de sua profilaxia (o prolongar da vida com saúde) (BEAUVOIR, 1990, p. 30).

Em 1912 funda-se a Sociedade de Geriatria de Nova York, e em1961 a Sociedade Brasileira de Geriatria (BOTH, 1999; GOMES, 1994; NERI, 1995). Ainda sobre a medicina, no que diz respeito à Gerontologia esta foi originada após a metade do século XX, como a ciência que estuda de maneira multi e interdisciplinar o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social. Complementa-se de outras disciplinas que atuam no processo social do envelhecimento como: Biologia, Psicologia, Filosofia, Sociologia, Educação, História, Ciência Política, Antropologia entre outras. Motivo pelo qual, vem sendo considerada uma ciência aplicada, multidisciplinar e interdisciplinar (DOLL, 2006; GOMES, 1994; PAPALÉO NETTO, 2002; SÁ, 1999). Seu aparecimento veio associado à necessidade de conhecimentos sobre o envelhecimento nos contextos socioculturais e históricos.

A partir de 1978, a Sociedade Brasileira de Geriatria se une aos gerontólogos, fundaram a chamada Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) filiada à Associação Médica Brasileira (AMB) (GOMES, 1994). Em 2009, é constituída a Associação Brasileira de Gerontologia (ABG) por profissionais de diferentes áreas e não só os da área médica, fazendo parte dessa associação: (Bacharéis e Tecnólogos), Especialistas Graduandos em Gerontologia, Fisioterapeutas, Educadores Físicos, Biomédicos, Dentistas, Médicos Geriatras, Psiquiatras, Neurologistas, Clínicos Gerais, Psicólogos, Enfermeiros, Terapeutas Ocupacionais, Nutricionistas, Fonoaudiólogos, Assistentes Sociais, Pedagogos, Técnicos em Enfermagem, Auxiliares de Enfermagem e Cuidadores de Idosos. Assim demonstrando, que a inclusão pela (ABG) aos profissionais de diversas áreas que atuam no envelhecimento, possibilita sua atualização e a melhoria da atenção aos idosos (DEBERT, 2012).

Na atualidade, segundo os estudos de Chopra (1995) alicerçados: nas descobertas que a física quântica fez há mais de cem anos; nas sementes plantadas por Einstein, Bohr, Heisenberg entre outros permitiu poder acreditar-se na reformulação do processo do envelhecimento. A nova realidade que nos é trazida pela física quântica tornando-se possível pela primeira vez manipular a inteligência invisível que está por traz do mundo visível. Einstein ensinou que o corpo físico, como os objetos materiais, é uma ilusão e tentar manipula-lo pode ser como querer agarrar uma sombra sem encontrar sua substância.

O mundo invisível que é o mundo real, quando estivermos dispostos a explorar os níveis invisíveis de nossos corpos, poderá recorrer à imensa força criativa que jaz na nossa fonte. Refere que: 99% da energia e da inteligência de que você é composto permanecem intocadas no processo do envelhecimento. O envelhecimento responde apenas 1% da mudança total que toma lugar no interior do corpo em que o envelhecimento exerce influência. Portanto, pela manipulação da inteligência invisível pode-se alterar o processo do envelhecimento.

Entretanto, só após 1970 a velhice passou a ser investigada do ponto de vista acadêmico sendo, o envelhecimento um dos temas de pesquisa dentro das universidades, e que atualmente encontra-se em crescimento (BEAUVOIR, 1990; DEBERT, 2012; OLIVEIRA, 1999). Torna-se difícil avaliar até que ponto a posição e o discurso dos especialistas do envelhecimento, foram capazes de influenciar as políticas públicas voltadas para o idoso, mas é fato que depois de 1980 o envelhecimento e os temas voltados a ele tomam outro rumo (LIMA; AYRES; LITVOC, 2006).

Porém, só a partir do surgimento da Política Nacional do Idoso (PNI), foi que ficou evidenciado avanço das ações governamentais para este grupo, antes ela residia sua preocupação nos mais jovens (crianças, adolescentes e adultos jovens).

Segundo Camarano e Pasinato (2004b) as políticas públicas, direcionadas ao enfrentamento desses desafios do envelhecimento começaram a tomar vulto após 1970, o início desta nova fase política foi demarcado por algumas medidas como:

O marco inicial das discussões sobre o envelhecimento populacional, a nível internacional se deu em 1982, em Viena por ocasião da I Assembléia Mundial sobre Envelhecimento. Foi reconhecida, como 1º fórum mundial voltado para a população idosa e que resultou na aprovação de um Plano de Ação Internacional sobre o Envelhecimento. O Plano Internacional de Ação adotado foi estruturado em forma de 66 recomendações a sete áreas: saúde e nutrição, proteção ao consumidor idoso, moradia e meio ambiente, família e bem-estar social, previdência social, trabalho e educação.

A segunda Assembléia Mundial sobre o envelhecimento, só ocorreu vinte anos após, nesse espaço de tempo, teve-se: no âmbito das Nações Unidas a I Assembléia Geral de 1991 adotou 18 princípios em favor da pessoa idosa agrupados em cinco grandes temas: independência, participação, cuidados, autorrealização e dignidade; em 1992 a Assembléia Geral da ONU aprovou a Proclamação sobre o Envelhecimento, e estabeleceu o ano de 1999 como o Ano Internacional dos Idosos definindo os parâmetros para o início da elaboração de um marco conceitual sobre a questão do envelhecimento.

Em Madri, no ano de 2002, é realizada a II Assembléia Mundial sobre Envelhecimento, apresentando-se com o tema: “Sociedade para todas as Idades”. Ocasião que originou-se o novo Plano de Ação para auxiliar os países em desenvolvimento, fundamentado em três princípios básicos: a) participação ativa dos idosos na sociedade, no desenvolvimento e na luta contra a pobreza; b) fomento da saúde e bem-estar na velhice, promoção do envelhecimento saudável; e c) criação de um entorno propício e favorável ao envelhecimento. Teve como tema: ‘Sociedade para Todas as Idades’.

Em 2015 a Organização Mundial de Saúde elabora um Relatório Mundial sobre Envelhecimento e Saúde. Esse relatório descreve um quadro de saúde pública cuja sua ação foi construída sobre o conceito de Envelhecimento Saudável. Exigindo uma transformação dos sistemas de saúde longe dos modelos curativos baseados em doença, para a prestação de cuidados integral e centrados em adultos maiores. Deve-se construir, a compreensão sobre otimização das capacidades presentes nos idosos por meios de práticas e tecnologias e assim, permitir, um número maior de pessoas alcancem trajetórias positivas no envelhecimento. Do

mesmo modo, uma atenção à saúde que tenha em conta a diversidade das populações maiores e responda às desigualdades que muitas vezes estão subjacentes. Exigindo-se recorrer a melhores formas de medir e monitorar a saúde e o funcionamento das populações dos maiores (BRASIL, 2012).

O Brasil, foi o primeiro país da América do Sul a instituir uma legislação voltada a população idosa, por ocasião da Constituição Federal em 1988. Nesta, denota-se em seus textos a preocupação com a atenção ao idoso, no que diz respeito ao papel do Estado na proteção do idoso, evento que demarca o início da política em prol do idoso.

Em 1993, foram regulamentados os princípios constitucionais, referentes à Assistência social, com a aprovação da Loas (Lei nº 8742, de dezembro de 1993). Lei que estabeleceu programas e projetos de atenção ao idoso. Ela regulamentou a concessão do benefício de prestação continuada às pessoas maiores de 70 anos sendo hoje os com idade de 65 anos, pertencentes a famílias cuja, a renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo (BRASIL, 1993).

Em 1994, tem-se a aprovação da Política Nacional do Idoso (PNI), a Lei nº 8.842 (BRASIL, 1994). Essa política consiste em um conjunto de ações governamentais com objetivo de assegurar os direitos sociais do idoso.

Em 2003, após seis anos de tramitação, é sancionado o Estatuto do Idoso, ou seja, a Lei nº 10.741 (BRASIL, 2003) Peça legal que dá um tratamento integral com uma visão em longo prazo ao estabelecimento de medidas que visam proporcionar o bem-estar dos idosos.

No campo político, o pensar de Beauvoir (1990, p. 15), é de que o estatuto é uma imposição ao idoso para regê-lo e diz:

[...] a velhice, como todas as situações humanas, tem uma dimensão existencial: modifica a relação com o mundo e com sua própria história. Por outro lado, o homem nunca vive em estado natural: na sua velhice, como em qualquer idade, um estatuto lhe é imposto pela sociedade a qual pertence.

Desta forma, a velhice como todas demais idades do nascer até morrer não é experimentada pelo homem na sua forma espontânea e natural, a consideração e o respeito à pessoa humana, existe sempre que se tenha uma imposição legal para normatização da sociedade.

Entretanto, a prática plena da cidadania, não deve nem pode ser exclusivamente determinada por lei, mas conquistada e praticada pelos homens em todos os momentos e situações vividas no seu dia a dia. Cidadania compreendida como participação e como prática

dos seus direitos e deveres, praticadas nas suas vivências com atitudes de respeito, de solidariedade e abominando injustiças ao próximo e requerendo os mesmos direitos.

Impõe-se aos homens uma questão existencial ímpar, morrer ou envelhecer, como únicas opções que o destino reservou a todos para o término de sua vida (BEAUVOIR, 1990). Desse modo, passa a ser o envelhecimento, uma situação desejada por todos, considerando que morrer prematuramente ninguém quer.

Assim, esses programas (determinados por decretos e leis) passam a oferecer um conjunto de procedimentos e normas que visam o pleno desenvolvimento do homem e o seu preparo para prática da cidadania. Valorizando e visando a emancipação dos indivíduos e grupos, apresentando, assim, recursos fundamentais para que se produzam novas concepções sobre a velhice e para que se operem desconstruções de estereótipos que ora definem a velhice como peso e não como ganho.

Pode-se perceber que o envelhecimento é um processo natural, dinâmico na travessia da existência e ninguém pode escapar a esse processo, pois, para se viver mais tem que envelhecer (MONTEIRO, 2006). Portanto, o envelhecimento é um fenômeno universal e impreterível à vida dos homens, na qual todos um dia irão passar, esta conscientização deve fazer parte da sociedade (NERI, 2012; NERI; YASSUDA, 2013).

De acordo com Arcuri (2005), tem-se medo de envelhecer: pois a partir daí a vida termina; por não mais existir espaços sociais de reconhecimento e sobrevivência para o idoso. Fator que está a mudar, se começa a ver espaços de convivência em igrejas, órgãos de filantropia, universidades, projetos de organizações não governamentais entre outras.

Assim, o envelhecimento na atualidade começa a ser visto pela sociedade de outra maneira, programas surgem reconhecendo a diversidade intrínseca do envelhecer, propiciando que as pessoas idosas continuem o seu aprendizado e crescimento pessoal (LIMA; AYRES; LITVOC, 2006). Sendo, o desconhecimento do processo de envelhecimento o grande entrave que precisa ser removido e está a dificultar esse caminhar, a sua não identificação das potencialidades e limitações faz com que não se possa prever até quanto é possível chegar.

Assim, o homem precisa estar ciente das modificações pelas quais irá passar, precisa estar informado das suas capacidades físicas e psíquicas. Mostrar-lhes que a velhice com suas características biológicas é um momento da vida semelhante a outros. Há declínios das suas reservas, porém velhice não é doença (HADDAD, 1986). A velhice não é simplesmente um processo físico, biológico, ou social, mas um estado de espírito, de temperamento e de entusiasmo que impulsiona o idoso para enfrentar as adversidades e ou obstáculos da idade.

Estado de espírito que lhes dá força, determinação, coragem e bravura os quais decorrem em razão do seu amor pela vida.

Desse modo, Cachioni (2003, p. 131), diz que: “a velhice é um conceito historicamente construído que se inscreve na dinâmica das crenças, dos valores e da cultura em que o indivíduo está inserido”. Concordante com este pensar, Beauvoir (1990, p. 20) diz: “a velhice não poderia ser compreendida senão em sua totalidade; ela não é só um fato biológico, mas também um fato cultural”. Dessa maneira, passa-se a entender que a diversidade nos modos de pensar, de tratar, de valorizar e da atenção dispensados ao velho, a velhice e ao envelhecimento são resultantes da cultura de cada povo.

Para tanto, os homens são os responsáveis pela formação da cultura, que ajuda na construção tanto dos aspectos positivos como negativos, portanto, ele passa a ser o produto e o produtor da sociedade e da cultura. Os reais patrocinadores dos desmandos sociais (MONTEIRO, 2006).

É importante saber que o século XXI está marcado por consideráveis transformações da estrutura populacional tanto no cenário Mundial como Nacional Resultado do aumentando do contingente numérico dos idosos e consequentemente do envelhecimento populacional, alteração que vem propiciar uma maior visibilidade do velho, da velhice e do envelhecimento humano, solicitando da sociedade o conhecimento e a compreensão sobre essa etapa de vida.

Conhecimento que é fundamental para desmistificar o ser velho e a sua discriminação etária, para combater preconceitos e seus estereótipos, bem como criar oportunidades para o seu desenvolvimento.

Desse modo, emerge a necessidade do conhecimento das alterações demográficas no Brasil, sendo assim, este tópico será a abordado a seguir.