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CONSIDERAÇÕES SOBRE A GESTÃO DE RISCO EM INCÊNDIO E ACESSIBILIDADE EM PROJETO DE ARQUITETURA

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE A GESTÃO DE RISCO EM INCÊNDIO E ACESSIBILIDADE EM PROJETO DE ARQUITETURA

Os modelos de avaliação de risco nas áreas acima citadas são raramente empregados quando da produção do projeto de arquitetura de pequeno e médio porte. Geralmente, essas avaliações são realizadas quando o edifício apresenta situações de uso com permanência integral ou intermitente de grandes populações. As avaliações são pontuais e não sistêmicas. As sistêmicas, quando acontece, dão- se quando o edifício está em uso. A técnica empregada se chama Avaliação Pós- Ocupação (APO). O emprego rotineiro dessa técnica ainda não foi consolidado, mas já se tem o reconhecimento de sua importância no processo de melhoria contínua dos projetos.

A produção do projeto de arquitetura precisa integrar-se a esse novo paradigma (gestão de risco), no qual as questões deixam de pertencer a um universo restrito e passam a compor uma escala de valorização à vida e à qualidade de vida no planeta. Nos últimos anos, as ações governamentais sobre a iniciativa privada (processos industriais) e ONGs têm caminhado em busca de um desenvolvimento sustentável. Esse movimento tem produzido vinculações que atuam fortemente na produção do projeto de arquitetura, em sua implantação e em sua disposição em malha urbana.

No âmbito dessa nova perspectiva é de fundamental importância a adoção de estratégias de sistema de gestão de risco e do controle do ciclo de vida da edificação no processo de planejamento e de produção do projeto de arquitetura.

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produto passa por todo seu ciclo de vida – desde o conhecimento dos materiais empregados, passando pela produção, pelo uso, desmonte e descarte. Diante da crescente preocupação com relação à minimização dos riscos tecnológicos, a empresa de arquitetura deve adotar uma série de requisitos, dentre eles o de planejamento integrado, no qual os controles das disposições espaciais, dos materiais, das tecnologias empregadas no edifício e no processo de produção devem ser discutidos e analisados de maneira a atender a essa expectativa, antes mesmo do início da construção do edifício.

Geralmente, os projetos arquitetônicos de caráter comercial, educacional, lazer e residencial não passam por uma análise de risco. Tem-se visto uma preocupação maior com relação à segurança contra o fogo e à acessibilidade, motivada pelo forte controle da observância das leis nas grandes capitais que, além de disporem de normalização mais atualizada, sofrem com a pressão da sociedade na verificação do seu atendimento.

É evidente que o modelo de planejamento e produção do projeto de arquitetura adotado por alguns escritórios precisa de reformas. Não é possível manter um formato que considere e/ou privilegie a dissociação sistêmica na concepção dos espaços; ignore as características comportamentais dos materiais; não considere a adequação das opções tecnológicas – tomando como referência o princípio da otimização dos recursos naturais e fontes energéticas não-renováveis; não privilegie uma manutenção econômica e segura para os operadores; que inviabilize uma operação com risco reduzido ou controlado para os usuários; e, por fim, que faça uso dos requisitos legais e da normalização como forma pontual, sem observar o sistema como um todo. Assim, as ferramentas de simulação, identificação e análise deixam de ter um caráter apenas de eficiência do sistema encerrado em si e passam a ter um caráter de

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prevenção e identificação de riscos potenciais. Essas informações podem ser um balizador para a tomada de decisão.

Os aspectos de confiabilidade e segurança dos sistemas são temas de estudo nas mais diversas disciplinas, visto que a falha implica lesões ou perdas de vidas humanas e desastrosos prejuízos financeiros e/ou ambientais.

A importância da possível ocorrência de um incêndio e de suas conseqüências tende a ser reduzida sempre que se considerar a aceitabilidade do risco, ou seja, a transferência do ônus para seguradoras. Essas empresas tendem a relacionar os dados da análise com o tempo de duração do incêndio e com o uso de sistemas ativos de combate. Elas consideram as conseqüências desse evento no curso normal dos negócios (danos à vida humana, ao meio ambiente; perdas indiretas, tais como paralisação do funcionamento, dano à imagem, etc.); e as relacionadas aos materiais/patrimônio. Os aspectos relacionados às falhas do projeto de arquitetura não são considerados além do previsto por normas e legislações.

A acessibilidade, mesmo determinada por lei, tende a ser negligenciada ou suas especificações são parcialmente projetadas e implantadas. Nessa área, qualquer alteração do detalhamento e atendimento do prescrito pode inibir o uso adequado por pessoas portadoras de deficiência física (PPD).

As nossas cidades foram construídas sem que os requisitos de acessibilidade fossem obrigatórios; portanto, a situação de uso do espaço construído é bastante precária (desagradável e humilhante) para uma PPD e para os grupos de extremo (crianças e idosos). Esse processo lento, mas crescente, de valorização da vida humana, tem levado à melhoria da qualidade de vida, tanto das PPD como dos grupos de extremo (crianças e idosos).

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em projeto de arquitetura deve ser aprimorada, para que faça parte da prática do projeto, iniciando esse uso desde a formação do arquiteto.

O presente estudo teve como fator relevante a descoberta de que uma ferramenta a ser empregada para esse fim deve ser composta por bases de dados prescritivos e gráficos reconhecidos por nossa cultura.

6.2 TESTE E VALIDAÇÃO DA FERRAMENTA APP PARA USO EM