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Indicadores de Sustentabilidade

No documento http://www.livrosgratis.com.br (páginas 57-60)

3. PROCESSOS DE SISTEMATIZAÇÃO DE COMUNICAÇÃO DE CRISE

3.1. CONCEITO DE SUSTENTABILIDADE

3.1.1. Considerações Iniciais

3.1.1.1. Indicadores de Sustentabilidade

Para que a sustentabilidade passe a fazer parte do processo de longevidade e sobrevivência das empresas, os aspectos sociais, ambientais e econômicos devem fazer parte do processo de gestão empresarial e estarem inseridas no plano estratégico de atuação dos negócios, assim como também no perfil de monitoramento dos riscos. E, particularmente nesse sentido, os indicadores de sustentabilidade são os parâmetros que mais expressam esta solidez ou mesmo a manutenção dos processos de desenvolvimento sustentável perante as partes interessadas (stakeholders). Especialmente para os investidores e acionistas, onde os indicadores são a forma mais objetiva de demonstrar o grau de engajamento e

2 Ver 3.1.3. referente à governança corporativa, que fornece a definição da Lei Sarbannes-Oxley.

comprometimento das variáveis de mudança de gestão. Segundo Neto & Brannand (2004, p.11), a atitude socialmente responsável da empresa demonstra o seu grau de consciência social. Ainda mais quando os indicadores referendam esta atitude. E, ainda em sintonia com o desenvolvimento sustentável das empresas, a transparência nos seus processos de divulgação, o uso dos canais de comunicação, de forma adequada e equânime. Ou seja, a forma como são apresentados os resultados, os respectivos relatórios de demonstração financeira e socioambiental.

Enfim, são alguns elementos que corroboram com os aspectos das empresas que buscam o grau do desenvolvimento sustentável, através da obtenção de bons índices de sustentabilidade, demonstrando claramente seu posicionamento perante a sociedade em geral.

De qualquer modo, com base nestes elementos, cada vez mais os investidores procuram organizações empresariais que estejam comprometidas com o processo da sustentabilidade em seus negócios, aumentando consideravelmente o papel de análise à qual as empresas são submetidas pelos investidores e demais partes interessadas no que tange ao papel da ecoeficiência e de responsabilidade social empresarial. Logo, fazendo com que a possibilidade de alocação de recursos sob a forma de investimentos receba maior atenção, segundo Almeida (2002).

Deste modo, os indicadores sociais possuem um papel importante, a partir do momento em que estes facilitam o processo de análise de cada uma das empresas e na forma como lidam com o desenvolvimento de forma sustentável. Seja no aspecto social, ambiental, financeiro, dos riscos e das oportunidades. Além, é claro, da forma como lidam com as partes interessadas, tornando o investimento mais atrativo (ALMEIDA, 2002). Dentre os indicadores de sustentabilidade, alguns se destacam como sendo preponderantes no âmbito do desenvolvimento dos negócios assim como no processo de análise pelas partes interessadas sobre uma determinada empresa, sob a ótica de parceiros, sejam nacionais e/ou internacionais.

Enfim, são considerações importantes para o desenvolvimento eco-eficiente, rentável e sustentável das relações de negócios e na longevidade dos negócios e de suas relações intrínsecas.

Um dos índices que mais se destacam nas relações de negócio sustentável é

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o Índice Dow Jones de Sustentabilidade – DJSI 3, cujo papel mais importante é avaliar as empresas anualmente no sentido de que gerem ganhos e rentabilidade, seja no aspecto social, ambiental, de riscos e de oportunidades, mas que represente, realmente, aquela organização que tenha uma relação mercadológica voltada para o desenvolvimento sustentável. Este índice foi publicado pela primeira vez em 1999 e tem o papel de indicar as empresas que possuem liderança no papel da gestão empresarial, tendo bom desempenho nos aspectos econômicos, sociais e ambientais relativos a cada segmento de negócios industriais em que estejam envolvidas. A metodologia usada para a classificação das empresas é baseada na Taxa de Sustentabilidade Corporativa, que é composta por informações específicas do mercado e do ramo de negócio em que está inserida. Os pontos que são levados em consideração na análise são: governança corporativa, desempenho financeiro, gestão ambiental e seu respectivo desempenho, equilíbrio de atuação; a questão da percepção e do monitoramento do risco do negócio; a gestão de crise e suas particularidades; práticas laborais; cadeia de clientes e fornecedores, suprimento de forma geral; direitos humanos. Estes itens são mensurados dentro da metrificação estrutural. Os itens são levados em consideração com base nos desafios e nas estratégias de rumos específicos, dentro do segmento de atuação de cada empresa, mas sempre tendo o foco de avaliação, quanto aos aspectos econômicos, ambientais e sociais, de forma integrada.

Outro indicador de sustentabilidade importante é o Global Reporting Initiative – GRI 4, que auxilia as organizações no sentido de transmitir e disseminar os aspectos, as diretrizes e os padrões relativos aos relatórios de desempenho econômico, ambiental e social, os quais monitoram as informações, auxiliando a divulgação de informações de forma consolidada. Assim, beneficiando o processo das informações relevantes, como os aspectos financeiros, mas também socioambientais, que irão auxiliar os investidores, os clientes e as demais partes interessadas em suas tomadas de decisão no processo de investimento, parcerias e demais relações de negócio. Além disso, o GRI auxilia a nortear as empresas a qualificarem e quantificarem aspectos relativos aos ativos intangíveis, dentre eles:

3 A Petrobras detém o Índice DSJI pelo terceiro ano consecutivo. É uma das oito empresas brasileiras com o Índice. E uma das 20 mais sustentáveis no segmento de óleo e gás no mundo.

4 A Petrobras produz seu Balanço Social e Ambiental, dentro do Relatório Anual (Informações Anuais e Demonstrações Financeiras, em conformidade com as práticas e orientações do GRI).

reputação, inovação, confiabilidade e credibilidade, qualidade de gestão, enfim.

Com isso, difundindo diretrizes para que as próprias empresas possam produzir mais facilmente seus relatórios, sob a ótica da abrangência da informação, grau de relevância e parâmetros comparativos, além da relação estabelecida de confiança.

Em dezembro de 2005, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo, antes da fusão com a BM&F – Bolsa Mercantil de Futuros) lançou o Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE 5. Tal índice foi o primeiro indicador relacionado ao mercado de ações a considerar o conceito de sustentabilidade em alinhamento ao tripple bottom line, ou seja: levando em consideração os aspectos de forma integrada no que diz respeito aos valores econômicos, sociais e ambientais das organizações. O objetivo da Bovespa com a implementação deste índice é de posicionar diante da realidade existente e diante das necessidades de mudança de atuação no mercado de capitais e no que diz respeito ao comportamento e da disseminação de boas práticas no meio empresarial brasileiro. Com isso, visando uma reflexão maior pelos investidores no que tange à composição de uma carteira de ações com empresas mais comprometidas com as questões de responsabilidade socioambiental e de sustentabilidade empresarial.

Em uma visão crítica, para Almeida (2002), embora os avanços no sentido do uso dos indicadores sejam crescentes, não se pode garantir que sejam indicadores de sustentabilidade. A razão disto é porque as avaliações não são expressões diretas de informações globais das empresas, retratando uma avaliação global de todos os parâmetros de análise, mas de forma individualizada ou, no máximo, em pares, relacionando parâmetros ambientais e econômicos, por exemplo, no caso de uma avaliação de ecoeficiência. Para ele, os resultados verdadeiros serão decorrentes da integração, do cruzamento e da rastreabilidade dos três parâmetros juntos.

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