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Considerações sobre património e patrimonialização

3. TURISTIFICAÇÃO DA PEREGRINAÇÃO CRISTÃ

3.3. Considerações sobre património e patrimonialização

“…a Acrópole de Atenas, as pinturas pré-históricas… são peças do nosso património cuja degradação e desaparecimento é mais facilmente percetível. Mas o desaparecimento de um conjunto de lendas que já ninguém ouve, porque os novos preferem a telenovela, ou o desaparecimento de um rito, isso é menos percetível. Pelo menos não faz tanto barulho a ruir, mas é por vezes mais importante para essa memória da Humanidade que se quer conservar do que o mosteiro dos Jerónimos ou o coliseu de Roma: dizem-nos mais coisas e podem contar-nos uma evolução, ajudando-nos a conhecermo-nos melhor…”(Barbosa, 1982:15)

Barbosa (1982) refere que o património engloba desde as grandes evidências arquitetónicas e arqueológicas, à tradição oral, e outras formas de expressão do homem, entre os elementos da vida quotidiana, chamando a atenção, desde há mais de três décadas, para o facto de se estarem a perder as lendas e a tradição oral em Portugal, especialmente porque as velhas formas de transmissão estavam, desde então, também a acabar: os serões da aldeia foram substituídos pelos filmes e programas de televisão, a música tradicional e seus instrumentos foram substituídos pela música e tecnologias modernas, o artesanato pelos produtos atuais mais práticos e baratos.

Cruz (2012) alerta que a durabilidade de um bem, seja ele manifestação de um património tangível ou intangível, está diretamente relacionada com a respetiva valorização cultural, simbólica ou económica que a sociedade envolvente lhe consagra, pelo que associa a patrimonialização à institucionalização de mecanismos de proteção do património cultural, material ou imaterial167. Neste processo, que visa a proteção de manifestações culturais consideradas representativas de um determinado grupo social em determinado tempo e espaço, elege-se uma parte da herança histórica material e imaterial para representar determinada identidade. Esta passa a ser protegida por um sistema normativo, filtro no tombo dos “objetos” da patrimonialização que, por sua vez ganham uma nova valorização e se tornam frequentemente objetos de consumo, nomeadamente consumo turístico.

167 A autora atribui, inclusivamente, o início do movimento da patrimonialização do património à

Revolução Francesa, altura em que o governo francês tomou a decisão de intervir na proteção do seu património material, incluindo edifícios e obras de arte, sendo a conversão de bens intangíveis mais recente e regida por normas específicas.

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 131 Françoise Choay, citado por Reis e Albernaz (2014), encara o património como uma forma material de se tocar uma memória viva, levando os indivíduos à experiência do tempo passado, em que “o monumento assegura, acalma, tranquiliza, conjurando o ser do tempo. Ele constitui uma garantia das origens e dissipa a inquietação gerada pela incerteza dos começos.”(pág. 3)

E, ainda que os monumentos sejam os elementos mais evidentes do registo da memória dos grupos sociais, eles não aparecem isolados mas sim, enquadrados no tempo e no espaço, permitindo compreender as transformações da história dos homens através dos tempos. Assim confirmam as seguintes definições “institucionais”:

 Carta Internacional sobre a Conservação e o Restauro de Monumentos, em Veneza 1964, Art. 1

“a noção de monumento histórico compreende tanto a criação arquitectual isolada quanto o sítio urbano ou rural, testemunho de uma civilização particular, de uma evolução significativa ou de um acontecimento histórico. Ela estende-se não só às grandes criações mas também às obras modestas que adquiriram, com o tempo, um significado cultural”. (Barbosa, 1982:9)

 Convenção Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) realizada em Paris, em 16 de setembro de 1972, e citada por Silva (2013)

“os bens patrimoniais culturais são todos os elementos que compõe o universo de criação e vivência humana que são dotados de um valor excepcional do ponto de vista etnológico, antropológico, histórico, artístico, estético e da ciência de forma geral”. (http://www.eumed.net/rev/turydes/15/valorizazao-patrimonio.html

consultado em 25/07/2016)

 Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial (13 de outubro de 2003), definição da UNESCO, Art. 2º:

“Entende-se por “património cultural imaterial” as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua interação com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 132 humana.” (http://www.unesco.org/culture/ich/doc/src/00009-PT- Portugal-PDF.pdf consultado em 20/07/2016)

Destaque-se, assim, neste breve apontamento, a entidade de representação máxima no âmbito do Património e do processo de Patrimonialização - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) - que outorga signos de distinção a nível internacional e elabora e promove a aplicação de instrumentos normativos no âmbito cultural, desenvolvendo atividades de salvaguarda do património cultural, a proteção e o estímulo à diversidade cultural. Como refere Lima (2015), esta Organização não-governamental, fundada em 1946, com sede em Paris, atua ainda na definição da política de identificação de manifestações, atribuição de feição simbólica, definição de características, qualificação de modalidades, referenciação de modelos, avalização de proposições e procedimentos, disseminação de preservação e proteção dos bens (simbólicos).

O turismo adquire legitimidade cultural através do património e tem, simultaneamente sido um meio para a sua valorização, através da divulgação que faz da sua importância, estimulando, assim, a inserção dos bens na dinâmica social, dando-lhe uma função e retirando-os da condição de isolamento, como cita Silva (2013) de Scifoni, ainda que com o alerta para a necessidade de que haja um real entendimento da importância do significado desses bens, para evitar que o património se torne um mero objeto de consumo.

“As manifestações culturais imateriais dos mais diversos tipos, expressão de saberes e modos de fazer história e socialmente gestados, tendem a ser igualmente formatadas, ‘embaladas’, reinventadas ao sabor dos interesses alienados, de agentes alienígenas. Não raras vezes, o cenário passa a ser a realidade vivida pelos sujeitos sociais criadores de tais práticas…” Cruz (2012:103) Paradoxalmente o turismo cultural pode provocar uma visão distanciada e estereotipada que destitui a própria memória cultural que o sustém, na medida em que os locais, a sua história, as suas vivências e seus problemas são colocados em último plano. Quando assim, não se educa nem se esclarece o visitante, nem este ganha em conhecimento, nem em diversidade.

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 133 O mercado envolvido na turistificação não pode reduzir a “mera paisagem” os objetos/ espaços da patrimonialização, como apela Cruz (2012) que critica a desvirtualização dos sentidos do património cultural material e imaterial, pelo turismo, que o cenariza, espectaculariza e mercantiliza. Cruz alega que as referências sociais, espaciais, históricas e existenciais contidas no “património cultural” fazem parte de uma memória, que se afigura como direito fundamental de todo o ser humano. Tal como o é o direito à mudança e à transformação. Por isso, hoje, o património que nos revela o passado, apenas pode ser compreendido, como recomenda Cruz, “no contexto do complexo e contraditório processo de produção do espaço” que se supõe assegurar a autenticidade da experiência proporcionada a cada um.

Por outro lado, Morais (2012:1) considera que o primeiro passo para turistificar esses espaços “sem que eles percam suas funções de lugares onde é possível dialogar com a alteridade e com a própria identidade sociocultural” é identificando o turismo e os turistas, o público e o perfil dos que frequentam essas “atrações históricas” bem como as suas motivações, de modo a criar uma aliança entre as perspetivas do turismo e as perspetivas do património.

No seu estudo sobre a patrimonialização das levadas da Madeira, Fernandes (2010) cita Santana Talaver:

“clientes indirectos do cultural (…) visitantes que utilizam o sistema turístico para relaxar, desfrutar do clima, ou simplesmente mudar o ritmo imposto na sua vida quotidiana. Estes chegam ao património simplesmente porque este está no seu caminho ou, ainda, porque o prestígio social supõe falar e/ou demonstrar a visita tal ou qual entidade de valor sociocultural reconhecido. É preciso ser claro e reconhecer que este tipo de turista, ainda que não seja o mais

desejado, é o visitante mais numeroso e consumidor dos produtos culturais do património cultural a nível global.”(pág. 530)

Fernandes (2010) faz também referência à utilização do património cultural como estratégia de desenvolvimento rural, associado ao turismo cultural e à necessidade de “desruralização” e “desagrarização”, implementada através de microintervenções em diversos pontos da Europa, nomeadamente no Noroeste Ibérico, com o objetivo de ativar socialmente o património cultural para um consumo turístico que potencia uma economia da memória e da paisagem. Pequenas zonas rurais reproduzem-se e

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 134 revitalizam-se socioeconomicamente graças à patrimonialização e turistificação das mesmas, registando-se forte participação local, nomeadamente na multiplicidade da oferta turística nas áreas rurais: turismo de natureza, ecoturismo, turismo cinegético, turismo ativo, turismo cultural, enoturismo, etc…168

Já as macrointervenções turístico-patrimoniais englobam a manipulação da cultura e da mudança de imagem, e são desenvolvidas em contexto social mais alargado, como o urbano, através do que Prats (1997) aponta ser uma cultura de espetáculo com grande eficácia simbólica para todos os públicos, fazendo aumentar os visitantes e criando adesão social, consumando assim o que existia antes apenas no plano abstrato, como algo idealizado e virtual, uma invenção, uma construção cultural ou social (Prats e Santana, 2005).

Um exemplo da macrointervenção aplicada à realidade do Caminho de Santiago é aquela que os monarcas de Navarra, Aragão, Castela e Leão alavancaram para facilitar a viagem a Santiago através da construção de pontes, reparação de caminhos, edificação de hospitais e, de modo geral, melhorando as infraestruturas das localidades por onde passava o caminho, concedendo diversos privilégios aos peregrinos, protegidos com editos reais que procuram repovoar, colonizar e desenvolver as terras atravessadas pela Rota Jacobeia.

Outro exemplo aparece em diversos websites e blogs e artigos online que referem o caso de Doutor Elías Valiña - Pároco de OCebreiro – uma aldeia de montanha localizada a uns 120km de Santiago – como grande reativador do Caminho de Santiago moderno. Natural de Sarria169, dedicou-se à reativação do Caminho de Santiago que estava intransitável em muitos pontos. Elaborou e difundiu os seus famosos "Boletines del Camino de Santiago", uma espécie de newsletters artesanais que enviava a todos os que via como potenciais contribuidores, nomeadamente autarcas, párocos, associações. As setas amarelas que integram hoje o património material do Caminho tiveram origem com Valiña naquela altura (entre 1970-80), por três razões: em primeiro lugar pela boa

168 Aqui, o património cultural aparece como representação simbólica da cultura que, se não

patrimonizável, será pelo menos importante conhecer e estudar (Rodríguez Becerra, 1997).

169 Hoje o ponto de início mais escolhido pelos peregrinos por ter distância mínima requerida para

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 135 visibilidade; em segundo, porque do país gaulês, de onde provinha grande número dos romeiros, o amarelo ainda não era utilizado entre as cores que sinalizavam outras rotas de pedestrianismo; e em terceiro, porque lhe foi doada tinta que se empregava na marcação de estradas, e que era dessa cor. Até ao momento da sua morte em Dezembro de 1989, realizou uma completa cartografia da Rota Jacobeia. O projeto foi então continuado pelo seu sobrinho José Valiña e por uma escritora e historiadora londrina radicada em OCebreiro.

No processo de proteção dos Caminhos de Santiago, o subdiretor geral da proteção do património cultural da Xunta de Galicia, Naveira Seoane (2015) destaca três regulamentos:

 Lei 8/ 1995, de 30 de outubro, define o património cultural da Galiza

“O património cultural de Galicia é constituído por todos os bens materiais e inmateriais que, polo seu recoñecido valor próprio, deban ser considerados como de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura galega a través do tempo. Integram o património cultural da Galicia os bens mobles, inmobles e inmateriais de interesse artístico, histórico, arquitectónico, paleontolóxico, arqueolóxico, etnográfico, científico e técnico.

Também forman parte deste o património documental e bibliográfico, os conxuntos urbanos, os lugares etnográficos, os xacementos e zonas arqueolóxicas, así como os sítios naturais, xardíns e parques que teñan valor artístico, histórico ou antropolóxico.”

Neste âmbito, Naveira Seoane (2015) destaca a criação de três categorias de bens definidoras da incidência que cada um deles teve na Galiza:

- Bens de Interesse Cultural (BIC) – aqueles que são declarados como os mais salientáveis dos bens móveis, imóveis e imateriais;

- Catalogados – aqueles que pela sua singularidade definem um território. - e, os Inventariados – os que merecem ser conservados.

A declaração de interesse cultural é atribuída atendendo às seguintes classes de bens imóveis:

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 136 o Conjunto histórico170

o Jardim histórico

o Sítio ou território histórico171 o Zona arqueológica

o Lugar de interesse etnográfico o Zona paleontológica

A Lei 8/1995 define ainda que os bens declarados de interesse cultural gozam da máxima proteção e tutela, sendo a sua utilização subordinada às recomendações para a sua conservação, que é da responsabilidade de proprietários e titulares de direitos sobre os mesmos, bem como dos poderes públicos que devem garantir a proteção, a conservação e o enriquecimento do património cultural da Galiza. Naveira Seoane (2015) salienta também que qualquer intervenção a realizar sobre um bem imóvel declarado de interesse cultural deve ser autorizada pela Consellería de Cultura, antes da concessão de licença municipal, e avaliada a respetiva importância artística, histórica e/ ou arqueológica, por técnicos competentes em cada área, devendo ainda ser registada uma memória final pormenorizada após executada a obra.

O ordenamento dos sítios ou territórios históricos, das zonas arqueológicas e dos lugares de interesse etnográfico é baseado em planos especiais de proteção ou outros instrumentos de planeamento172 que cumpram as exigências estabelecidas nesta Lei, nomeadamente a inventariação, catalogação e proteção jurídica dos elementos vinculados ao Caminho (histórico – artístico, arquitetónico, arqueológico, etnográfico, natural, paisagístico e imaterial), os critérios para o ordenamento do território histórico e sua área de influência, a delimitação das áreas de atuação, reabilitação, recuperação e melhoria ambiental, paisagística e urbana, e as medias e critérios de prevenção e correção de eventuais impactos causados por infraestruturas, utilização e atividades.

170 “Agrupamento de bens imóveis que formam uma unidade de assentamento, contínua ou

dispersa, condicionada por uma estrutura física representativa da evolução de uma comunidade humana, por ser testemunho da sua cultura ou constituir um valor de uso e gozo para a coletividade, ainda que individualmente não tenha uma especial relevância” (traduzido de Seoane, 2015 – apresentação pública)

171 “Lugar natural vinculada a acontecimentos ou memórias do passado, criações culturais ou da

natureza, e a obras do homem que possuam valores históricos ou técnicos”. (traduzido de Seoane, 2015 – apresentação pública) neste se inclui o Caminho de Santiago.

172 Elaborados pela Xunta de Galícia para identificar, delimitar e proteger o território histórico

associado aos Caminhos de Santiago, atendendo tanto a critérios históricos como à paisagem cultural, incluindo todos os respetivos aspetos de índole territorial e social.

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 137  Lei 3/1996, de 10 de maio, sobre a proteção dos Caminhos de Santiago A relevância histórica, o crescimento da investigação e da peregrinação justificaram a definição de recomendações e normas de âmbito territorial e institucional, referentes aos distintos aspetos do Caminho – culturais, monumentais, urbanísticos – e aos distintos níveis de proteção face à relevância histórica dos diferentes Caminhos. Naveira Seoane (2015) salienta que “enténdese como Camiño de Santiago todas as rutas históricas recoñecidas documentalmente”, às quais se refere esta Lei, ainda que a regulamentação enfoque principalmente a proteção “da que foi vía fundamental e hoxe con máis valor histórico e monumental, que é o chamado Camiño Francés, fixando para os restantes o nível de protección que a Lei do património cultural prevê para os bens catalogados”. A Lei 3/1996 proíbe a utilização dos troços não-urbanos por parte de veículos a motor, e apresenta uma lista de proibições nas zonas laterias do Caminho, incluindo a publicidade, a construção, a extração de areias, o corte de árvores, o acampamento, entre outros. Estipula que as atividades que não estejam proibidas se submetam, ainda assim, à autorização da Consellería de Cultura que se baseará nos relatórios do Comité Asesor do Camiño de Santiago.

“A delimitación do Camiño levarase a cabo mediante incoado para o efecto, onde se definirá a anchura de acordo co artigo 2.2 desta lei e se concretarán as súas pertenzas, accesorios e características, así como as correspondentes zonas de protección zonas laterais de protección do Camiño, que constituirán en dúas franxas de térreo a êmbolos dous lados del dunha anchura mínima de três metros a partir da súa liña exterior zona de contorno, composta por dúas franxas de trinta metros de ancho, contados a partir dos limites exteriores del, na que o uso do solo quedará sometido á autorización da Conselleria de Cultura, logo de informe preceptivo do Comité Asesor do Camiño de Santiago.” (Naveira Seoane, 2015)

 Decreto 225/2010, de 30 de dezembro, que modifica o Decreto 46/2007, de 8

de março, que regulamenta a composição e funcionamento do “Comité Asesor do Caminho de Santiago”

O Comité reúne uma equipa de trabalho multidisciplinar que Naveira Seoane (2015) lista incluir:

 O/a titular da Subdirección Xeral de Conservación e Restauración de Bens Culturais de Galicia

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 138  O/a titular da direção do Servizo de Planeamento e Inventario da

Dirección Xeral do Patrimonio Cultural

 Um representante da direção da Xunta e Galicia com competências em matéria de urbanismo

 Um representante do Consello da Cultura Galega

 Duas pessoas com reconhecido prestígio e conhecimento em matéria dos Caminhos de Santiago, designadas pelo titular da Conselleria com competências em matéria de património cultural

 Um representante da Federación Galega de Municípios e Provincias  Um representante da direção da Xunta de Galicia com competências

em matéria de Turismo.

As sessões ordinárias do Comité servem para o estudo de assuntos concretos considerados pertinentes por parte da maioria dos membros, bem como para analisar os pedidos de autorização que chegam à Dirección Xeral do Património Cultural, nomeadamente no que concerne a viabilidade de obras ou intervenções, casos em que o Comité recolhe as normativas aplicáveis e dados que permitam analisar o impacto sobre o Caminho de Santiago. As atas e relatórios técnicos são redigidos por funcionários facultativos afetos aos serviços competentes que participam das sessões mas não têm direito de voto.

O Caminho de Santiago constitui um bem de domínio público de carácter cultural incluído na categoria de território histórico, ao qual se aplica a respetiva legislação geral da Comunidade Autonóma da Galizia. E, progressivamente foram sendo delimitadas as suas vias de acordo com o estabelecido nos seguintes documentos173:

 Decreto 227/2011, de 2 de dezembro, aprova a delimitação da ruta principal do Caminho de Santiago – o Caminho Francês – desde a entrada na Galicia pelo município de Pedrafita do Cebreiro, à excepção da zona circundante do Aeroporto de Lavacolla.

 Decreto 144/2012, de 29 de junho, aprova a delimitação do Caminho de Santiago – Caminho Francês – na zona circundante do Aeroporto Lavacolla.  Decreto 247/2012, de 22 de novembro, aprova a delimitação do Caminho de

Santiago – Caminho Francês – no concelho de Santiago de Compostela.

173 Estes documentos focam a delimitação dos caminhos no território da Comunidade Autónoma da

Dissertação de Mestrado – Marketing Turístico 139  Decreto 267/2012, de 5 de dezembro, aprova a delimitação do Caminho Norte

Interior ou de Oviedo, ou Caminho Primitivo.

 Decreto 154/2013, de 5 de setembro, aprova a delimitação dos percursos correspondentes aos Caminhos de Santiago do Norte, Caminho Português, Ruta