VI. Modelação de Sistemas de Abastecimento de Água
6.2 Constituição do Ficheiro Topológico
Para que o ficheiro topológico possa ser gerado, torna-se indispensável assegurar que:
Nos extremos de cada tubagem exista um nó, um órgão do tipo válvula (suspensão, redutores de pressão, retenção, regulação, inversão), ou uma junta cega;
A estrutura de dados do SIG integre todos os dados indispensáveis à Modelação Matemática.
A Figura 26 ilustra o modo em que se devem apresentar as entidades elegíveis para a criação de um ficheiro topológico.
Figura 26 Representação de Tubagens, válvulas e nós no SIG - Fonte: Aquasis
6 Módulo de modelação matemática (Aquasis)
51 Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Geográfica
Para a Modelação Matemática, é indispensável que as entidades mencionadas se encontrem topologicamente validadas, isto é, que a regra de ligação entre essas entidades se encontre cumprida. Essa regra diz que deverão existir nós em todas as extremidades de tubagens que não coincidam com órgãos relevantes para o modelo matemático. Para o caso particular de entidades do tipo válvula, serão gerados nós virtuais, só utilizados durante o processo de escrita do ficheiro topológico, a delimitar as válvulas.
Como foi anteriormente referido, para além da necessidade da validação das várias entidades envolvidas no processo, é indispensável, para que possam ser gerados os ficheiros topológicos, que o modelo de dados de Abastecimento integre todos os dados indispensáveis à Modelação
Matemática.
Os elementos de cadastro considerados na construção do ficheiro topológico são:
Nós (nós de alteração e juntas cegas);
Tubagens (troços de adutor e tubagens);
Válvulas (suspensão, retenção, regulação, inversão e redutores de pressão).
No modelo de dados de Abastecimento são disponibilizadas caracterizações específicas para os nós, tubagens e válvulas, sob a forma de um grupo de atributos necessários à modelação.
Na Figura 27, apresenta-se o Tab “Modelação Matemática”, característico das entidades troço de tubagem e troço de adutor, que contêm determinados atributos, os quais definem o seu
comportamento no EPANET e que se referem a:
Modelação Matemática - indica se a entidade deve ou não ser incluída na modelação matemática;
Rugosidade - campo para atribuição de um coeficiente da fórmula da perda de carga de uma entidade, que exprime o efeito de rugosidade do material no cálculo da perda de carga contínua;
Coeficiente de perda de carga singular - campo para atribuição de um coeficiente de perda de carga localizada;
Zona - atributo para escrita de textos (sem espaços), utilizado para associar a entidade a uma categoria, baseada na idade ou no material.
52 Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Geográfica Figura 27 Tab Modelação Matemática (tubagens e adutores) - Fonte: Própria
Na Figura 28, apresenta-se o Tab “Modelação Matemática”, característico das entidades do tipo válvula, que contêm determinados atributos, os quais definem o seu comportamento no EPANET, respetivamente:
Parâmetro de controlo da válvula: atributo para descrever as condições operacionais da válvula.
Figura 28 Tab Modelação Matemática (Válvulas) - Fonte: Própria
No caso das entidades do tipo válvula, e como foi anteriormente referido, é necessário definir valores para os nós fictícios, no Tab “M.Mat. nós associados” (Figura 29) e que se referem a:
Consumo base - atributo para indicação de um valor médio ou nominal do consumo de água, medido em unidades correntes do caudal;
Padrão de consumo - atributo para caracterizar a variação do consumo no nó, com o tempo;
Cota do terreno - atributo utilizado no EPANET para o cálculo da altura piezométrica no nó.
53 Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Geográfica Figura 29 Tab M. Mat. nós associados (Válvulas) - Fonte: Própria
Para as entidades do tipo Nó de alteração são utilizados os atributos:
Consumo base;
Padrão de consumo;
Cota do terreno;
Zona.
6.3 Gerar de Ficheiro Topológico
A funcionalidade Geração de ficheiro topológico tem como pressuposto que as entidades a processar já foram previamente selecionadas por um dos seguintes métodos (Figura 26):
Seleção prévia - Seleção das entidades que se pretende que venham a ser objeto da Modelação Matemática, utilizando as funcionalidades disponíveis na solução G/InterAqua.
Desenhar Área - Desenhar uma zona de forma a incluir todos os elementos de cadastro que pretende que venham a ser objeto da Modelação Matemática.
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Selecionar Área - Selecionar um polígono, onde serão considerados para Modelação Matem- tica os elementos de cadastro contidos na área selecionada.
Figura 30 Entidades selecionadas que serão objeto de Modelação Matemática – Fonte: Aquasis
A funcionalidade Geração de ficheiro topológico está localizada no separador da “Modelação” no menu G/InterAqua (Figura 31)
Figura 31 Módulo Modelação Matemática – Geração de Ficheiro Topológico - Fonte: Aquasis
Ao ativar a funcionalidade, é disponibilizada uma janela de diálogo (Figura 32). Através do botão as- sociado à caixa de texto com a designação “Ficheiro de Saída” dever-se-á selecionar o nome e a localização pretendida para o ficheiro topológico.
55 Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Geográfica Figura 32 Caixa de Diálogo para Geração do Ficheiro Topológico – Fonte: Aquasis
A caixa de diálogo da Modelação Matemática permite selecionar, de forma opcional, o subsistema e as unidades de consumo e permite, também, atribuir um texto que servirá como título do ficheiro topológico.
Exemplo 1 – Geração de ficheiro topológico
Selecionar na Solução de SIG G/InterAqua a funcionalidade:
G/InterAqua> Modelação> Modelação Matemática.
Selecionar o modo de seleção “Desenhar área”, definir as unidades de consumo “Litros por segundo”
e atribuir uma designação ao ficheiro a criar (Figura 33 e Figura 34).
56 Ordenamento do Território e Sistemas de Informação Geográfica Figura 33 Parametrização da Geração do Ficheiro Topológico - Fonte: Aquasis
Figura 34 Seleção de Área / Geração do Ficheiro Topológico - Fonte: Aquasis
6.4 Importação de Dados
No processo de importação do ficheiro topológico é necessário previamente gerar o ficheiro no EPANET, resultante de uma simulação hidráulica.
Existem dois modos de simulação para importar os ficheiros do EPANET:
Estática - simulação instantânea, realizada para um só tempo, escolhido pelo utilizador;
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Dinâmica - simulação ao longo do dia (0:00h – 24:00h), realizada para um maior número de possibilidades de visualização dos resultados.
6.4.1 Simulação Estática
Para executar uma simulação hidráulica estática (simulação instantânea) da rede, selecionar a funcionalidade “Executar Simulação”, na aplicação do EPANET, como se mostra na Figura 35.
Figura 35 Simulação Estática no EPANET - Fonte: Próprio
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6.4.2 Simulação Dinâmica
Para executar uma simulação dinâmica deve-se criar um Padrão Temporal, que represente a variação periódica dos consumos nos “NÓS” ao longo do tempo, como se ilustra na Figura 36.
Figura 36 Simulação Dinâmica no EPANET - Fonte: Próprio