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A falta de conceito acerca do tema terrorismo permite um enquadramento abrangente, fazendo com que os Estados Unidos usem isso como vantagem para 13

The use of military force must be proportionate, not to the massacre caused by the terrorists on September 11, but to the purpose of such use, which: (1) to detain the persons allegedly responsible for the crimes and (2), to destroy military objectives, such as structures, training bases and similar facilities used by the terrorists. Force may not be used to wipe out Afghan leadership or destroy military installations and other military objectives that had nothing to do with the terrorist organizations, unless the central Afghan authority show by words or deed that they approve and endorse the action of terrorist organizations.

classificar como lhes convém. Segundo Rezende (2015), tanto os agentes estatais quanto os não estatais utilizam o termo como estratégia para conquista e manutenção do poder, empregando-o das mais diversas formas. Portanto, percebemos em relação ao Talibã, que a falta de conceito acerca do tema terrorismo, permitindo um enquadramento abrangente, faz com que os Estados Unidos usem isso como vantagem para classificar como lhes convém, lhes ajudando a construir a imagem do terrorista e causar medo na população.

Essa falta de conceito da margem para a utilização desenfreada do termo por parte da mídia da época, propagando internacionalmente a imagem daquilo que seria o terrorista islâmico. Ao analisar os discursos do presidente Bush à época, e ao considerar todo o contexto da intervenção, entende-se que o presidente buscava mostrar ao mundo como se as ações terroristas fossem uma ideologia por si só, como se não houvessem motivações para tal.

Segundo Rezende (2015, apud LAQUEUR, 1999), o terrorismo pós 11 de setembro traz como característica “[...]o papel ascendente da religião, principalmente o islamismo em sua versão radical e fundamentalista, como um dos principais motivadores para os ataques terroristas que ocorrem no pós-Guerra Fria.”

Portanto, essa característica, em conjunto com a representação dessa violência carecida de motivações políticas, ajudou a desumanizar não apenas os terroristas, como causar um preconceito em relação aos fundamentalistas religiosos como um todo. Assim, essa desumanização garantia aos Estados Unidos, uma espécie de aval da opinião pública para punir os terroristas de qualquer forma, não condenando qualquer possível atrocidade que pudesse ser cometida durante o processo. Da mesma forma, há a desumanização do Ocidente para os apoiadores dos grupos que cometem esse tipo de atentado. De acordo com Rezende (2015, apud MONTES, 2003) “Nessa visão, portanto, para esses seguidores religiosos extremistas a confiança absoluta em uma crença e em seus princípios morais oferece justificativa suficiente para eliminar aqueles que tenham um modo de vida distinto de tais preceitos.”

As imagens do atentado, mundialmente reprisadas em todas as mídias da época, causaram uma comoção global fazendo com que a intervenção americana parecesse, aos olhos dos espectadores, justificada. Assim, é natural que a opinião pública internacional não condene inicialmente o governo americano. Foi criado pela mídia uma imagem de um grupo que mata civis indiscriminadamente, carecendo de

uma justificativa minimamente plausível ao cometer tais delitos. Facilmente essa imagem foi difundida, fazendo com que a ação americana fosse entendida como natural.

Segundo Rezende (2015), o 11 de setembro foi um marco na percepção acerca do terrorismo, considerando que:

Diferentemente, o velho terrorismo estaria cerceado por limites regionais e se concentraria em determinados espaços regionais, enquanto o novo terrorismo não se restringiria a fronteiras, causando impactos globais. O novo terrorismo seria, portanto, uma ameaça à ordem, à paz e à segurança internacional, diferentemente do velho terrorismo, que era muito mais percebido como uma ameaça nacional.

Pode-se dizer que certamente um dos objetivos dos autores dos atentados à Nova York e Washington foi causar medo e pânico na população, buscando desequilibrar o país por meio do caos generalizado. O medo também é um fator importante para a construção do inimigo, principalmente quando este inimigo não tem face, nem nome, quando este inimigo sequer tem uma classificação legal. Os Estados Unidos estariam enfrentando o terrorismo como inimigo e como nova ameaça ao seu modo de vida. O discurso do presidente e principalmente o pânico vivenciado por milhares de americanos no dia, ajudaram a criar este estereótipo do “mal”, do terrorista. A ameaça é mais assustadora quando dispersa, indefinida e sem motivações claras, como é a ameaça terrorista. Segundo Bauman (2008, p. 112):

Vivemos indubitavelmente em algumas das sociedades mais seguras que já existiram, e, no entanto, ao contrário de evidências objetivas, nós – as pessoas mais mimadas e paparicadas de todas – nos sentimos mais ameaçados, inseguros e atemorizados, mais inclinados ao pânico e mais apaixonados por tudo que se refira à segurança e proteção do que as pessoas da maioria das sociedades de que se tem registro [...]

Assim, no mesmo dia em que os ataques aconteceram o processo de securitização do tema também se iniciou, construindo a ideia de ameaça à nação.

Invocar a securitização é uma estratégia que faz com que o uso da força seja legitimado sobre determinado objeto, no caso, sobre os terroristas e o Afeganistão. Assim, ações fora dos limites normais do processo político são justificados em prol da segurança do Estado.

A segurança pode ser definida a partir da teoria da linguagem, como um ato de fala, isto é, o próprio empreendimento discursivo torna algo objeto de segurança. Ao invocar a ideia de segurança e da eminência de uma ameaça existencial um ator reivindica o direito a utilização de medidas extraordinárias para a resolução da situação presente.

Ainda conforme Hoff (2017), nem todo discurso de securitização é bem- sucedido, pois a audiência precisa ser convencida do caráter emergencial da situação, não podendo ser imposta por meio da coerção. Podemos observar que no caso do 11 de setembro, o presidente Bush, com a ajuda midiática, conseguiu alcançar a empatia e concordância da população. Hoff (2017) ainda aponta:

A linguagem ocupa aqui papel central para a compreensão da organização social, uma vez que é através dela que são constituídos os consensos e as novas regras. A segurança está sempre relacionada à sobrevivência e a securitização consiste no processo pelo qual uma questão é apresentada enquanto uma ameaça existencial a determinado objeto de referência. A natureza especial e emergencial de uma ameaça acaba por legitimar a utilização de medidas extraordinárias para a resolução do problema.

A securitização do 11 de setembro, e o caráter imediato e prioritário que um tema securitizado possui, permitiu aos Estados Unidos margem de manobra para justificar a sua ação rápida e talvez um tanto impensada, sem sequer consultar propriamente o Conselho de Segurança antes de agir.

Os discursos do presidente endereçados para a nação foram bastante importantes nesse processo. O discurso é uma importante peça do jogo político feito por governantes tanto tendo como público outros agentes estatais ou a grande massa. Segundo Hoff (2017) o discurso representa interesses, legítimas intenções e cria necessidades, tendo o poder de transformar as relações de poder.

Logo, para o entendimento de como se deu a construção do inimigo ocidental, sendo ele o terrorista islâmico, é necessária a análise do discurso do presidente Bush em 11 de setembro de 2001 e 7 de outubro de 2001.14

No discurso Bush busca enfatizar a vulnerabilidade do povo americano frente às ações dos terroristas, tentando despertar medo e desespero na população. A própria finalidade da utilização do termo terrorista é a de causar medo, medo não só

14

Disponível em: https://abcnews.go.com/Politics/video/oct-2001-president-george-bush-announces- strike-afghanistan-49337131. Acesso em 20 set. 2018.

pelos ataques, mas pelo ator do sistema internacional que o terrorista representa, representando o desconhecido e abstrato, causando ainda mais pavor.

O discurso parece aproveitar-se do abismo entre o Ocidente e o Oriente para reforçar esse medo, já que o “outro”, o diferente, tem a tendência de causar aversão às pessoas. Segundo Huntington (1996) as pessoas se identificam, acima de tudo, com aquilo que elas são, acima de qualquer coisa. Assim, o ocidental não se identifica com o oriental, criando mais facilmente aversão por aqueles que são diferentes em sua natureza. Sendo assim, anteriormente ao discurso de Bush, já havia um descompasso entre a relação de ocidentais com orientais.

Segundo Junqueira (2003), a repercussão nos jornais da época dava a entender que os americanos estavam recuperando os “valores Ocidentais”, que supostamente foram ofendidos com os atos terroristas.

De acordo com Said (1978), historicamente o Ocidente se autoriza a definir e caracterizar o comportamento oriental em termos em que essa caracterização seja oposta e favorável ao Ocidente. O autor diz ainda que:

Os orientais raramente eram vistos ou olhados; a visão passava através deles, e eram analisados não como cidadãos nem como povo, mas como problemas a serem resolvidos, ou confinados, ou - posto que as potências ocidentais cobiçavam abertamente o território deles - conquistados. A questão é que a própria designação de. uma coisa como oriental envolvia um juízo de valor já emitido, e, no caso dos povos que habitavam o decadente Império Otomano, um programa de ação implícito. Posto que o oriental era membro de urna raça subjugada, ele tinha de ser subjugado: era simples assim.

Portanto, sempre existiu a criação de uma espécie de propaganda (por meio da literatura, produção acadêmica e mídia) feita pelo Ocidente para que o Oriente pareça menos humano e mais nocivo.

Com os dois discursos, o presidente claramente dá a entender que os Estados Unidos seriam protagonistas na luta contra o terrorismo, mostrando que seu país pretende ocupar a liderança nessa empreitada contra um inimigo abstrato. Bush classifica o terrorismo não só como uma emergência para os Estados Unidos, como também para todos. Bush discursa como se só existisse o ideal democrático como única forma “correta”, como se fosse um desejo inerente a todos os homens, viver sob um regime democrático. Tendo assim, os Estados Unidos como modelo a ser seguido e desejado. Esse ideal de “paz democrática” vem da ideia idealista de que

os países democráticos não fariam guerra entre si, garantindo a paz e estabilidade no globo.

No primeiro discurso, Bush afirma que a liberdade e o modo de vida americano foram atacados, fazendo com que a população sinta que o modo vida ocidental foi atacado, em oposição, obviamente, ao modo de vida oriental. Em seguida, o presidente busca impactar emocionalmente fazendo com que a população americana e ocidental sinta empatia, ao afirmar que aqueles que foram atacados foram cidadãos comuns, implicitamente dando a entender que poderia ser qualquer um de “nós”, ocidentais.

Assim, os Estados Unidos se posicionavam de forma a abraçarem a responsabilidade de defender os ideais da liberdade, democracia e do modo de vida Ocidental.

Para que a construção do inimigo seja efetiva e o discurso de securitização seja abraçado pelo público, é muito importante distinguir o “eu” do “outro”, de preferência criando um abismo entre os dois lados, segundo Buzan (2009, tradução nossa): “A ‘segurança’ tornou-se, assim, um duplo requisito ontológico que o Estado precisava para ser seguro, mas também precisava da ameaça do Outro para definir sua identidade, dando a isto segurança ontológica.”15

Nos dois discursos se observa facilmente a dicotomia entre o “eu e o “outro”, buscando deixar essa evidência bem clara, o que ajuda a desumanizar e criar uma indisposição em relação ao “outro”. No segundo pronunciamento, para reafirmar seu discurso maniqueísta, Bush exalta as características da nação americana, contrapondo com as características dos terroristas. Bush ainda deixa claro que essas características, esses valores americanos, como a liberdade, não serão minados nem diminuídos frente aos ataques. Bush classifica os ataques como proferidos por pura maldade, ao afirmar que: “Hoje nossa nação viu o mal – o pior da natureza humana – e nós respondemos com o melhor da América”16 (BUSH,

11/09/2001)

Segundo Leite (2013, p. 11):

15

‘Security’ thus became an ontological double requirement the state needed to be secure, but it also needed the threatening Other to define its identity, thereby giving it ontological security

16

“Today our nation saw evil - the very worst of human nature - and we respond with the best of America.”

Considerar, portanto, o maniqueísmo nos discursos do presidente norte- americano é essencial não apenas pelo viés político, mas para entender como as ideias constroem e buscam enaltecer determinados conceitos em detrimento de outros

É interessante observar também aquilo que não é dito, quais palavras não são utilizadas. No segundo discurso, de 07 de outubro de 2001, em momento algum o presidente utiliza-se da palavra “invasão”, muito pelo contrário, o presidente aponta como que “os Estado Unidos da América são amigos do povo afegão”17.

Esse discurso faz com que pareça que os Estados Unidos pretendem apenas combater o terrorismo, sem desrespeitar a soberania de qualquer Estado. Dificilmente ao ouvir esse discurso se imagina que tropas americanos permaneceriam em território afegão por mais de uma década.

Conforme Leite (2013 p.42):

Após os atentados terroristas de 11 de setembro, a intervenção no Afeganistão é colocada não apenas como uma forma de espalhar bons princípios e valores, mas como questão de segurança nacional, portanto, como um ponto chave na chamada “guerra ao terror”.

Devemos também apontar que a oposição, o inimigo, se utiliza da mesma técnica de construir um inimigo perante os olhos de seu público, observando que o bin Laden proclama o mesmo discurso acusatório em relação aos Estados Unidos. Segundo Wellausen (2002):

O discurso maniqueísta contrapõe o Bem ao Mal e são frequentes as mútuas acusações, entre o presidente Bush e o terrorista Osama Bin Laden, para justificar as estratégias guerreiras, desconhecendo ambos os conceitos de justiça, respeito à vida, porque o Outro é o diferente a ser destruído. Para que possamos observar esse mesmo discurso sendo utilizado pelo outro lado, iremos brevemente analisar dois momentos de fala de Osama bin Laden, um pronunciamento em 7 de outubro de 2001, e uma entrevista em 21 de outubro de 2001.18

17

the United States of America are a friend of afghan people 18

Disponível em: http://edition.cnn.com/2002/WORLD/asiapcf/south/02/05/binladen.transcript/. Acesso em 27 set. 2018.

Na entrevista de 21 de outubro bin Laden justifica suas ações em relação ao 11 de setembro para um jornalista. Nela, ele aponta que estaria atacando o poder financeiro, representado pelas torres gêmeas, e esse poder financeiro é retratado como o mal. Assim, suas ações são justificadas como uma luta do bem contra o mal, sinalizando um “ataque justo”. Faz parte da sua fundamentação o entendimento que o ataque foi direcionado à elementos ameaçadores, e não meros civis, buscando descartar a empatia dos espectadores em relação às vítimas do ataque.

Apesar de justificar os ataques, Osama não nega explicitamente sua participação nos atentados terroristas, porém também não assume participação na organização dos atentados. O líder da Al-Qaeda apenas justifica os atos, discordando da versão americana que classifica ele e sua organização como terroristas, afirmando que “A América tem feito muitas acusações contra nós e contra muitos muçulmanos ao redor do mundo. A acusação de que estamos realizando atos de terrorismo é uma descrição injustificada."19. Osama ainda critica o

fato de os Estados Unidos alegarem existir uma prova contra ele e sua organização, porém manterem essa prova como secreta.

O líder da Al-Qaeda alega tanto na entrevista, como no discurso (datado de 7 de outubro de 2001) que os ataques são apenas uma resposta ao mal que os EUA geram aos muçulmanos, como por exemplo Osama afirma em seu discurso que “o que a América enfrenta hoje é uma porção muito pequena do que enfrentamos há décadas. Nossa nação islâmica tem sentido a mesma coisa há mais de 80 anos, a humilhação e a desgraça, seus filhos são mortos e seu sangue é derramado, suas santidades dessacralizadas”.

Bin Laden defende as ações por meio da ótica olho por olho, dente por dente, vendo-as como no máximo vingativas, e não como atos desproporcionais ou terroristas. Isso se vê facilmente quando o líder afirma na entrevista: “Nós faremos como eles fazem. Se eles matam nossas mulheres e pessoas inocentes, nós vamos matar as suas mulheres e seu povo inocente até que eles parem.”20

19

"America has made many accusations against us and many other Muslims around the world. Its charge that we are carrying out acts of terrorism is an unwarranted description."

20

We will do as they do. If they kill our women and our innocent people, we will kill their women and their innocent people until they stop.

No pronunciamento de 7 de outubro de 2001, onde Osama também justifica os ataques, ele alega que estes são uma resposta ao apoio americano à Israel, e seus ataques aos árabes. E ainda afirma que a luta continuará enquanto os americanos continuarem com qualquer tipo de apoio aos israelenses.

Com isso, bin Laden busca apoio dos muçulmanos, assim como, busca desumanizar os americanos, que teriam profanado tanto mal ao mundo islâmico. Ele procura construir o inimigo diante dos olhos do povo muçulmano como sendo todos aqueles que se posicionam contra suas ações, incluindo inclusive líderes do mundo árabe. Bin Laden afirma que quem está aliado aos Estados Unidos é um traidor do Islã, ao dizer na entrevista que “Aqueles que seguem Bush na sua cruzada contra os muçulmanos renunciaram Deus.”21 Com isso, busca acusar aqueles que se aliarem

aos Estados Unidos, contribuindo com “a cruzada” americana. As afirmativas na entrevista passam a ideia de que, na visão de bin Laden, a guerra ao terror na verdade é uma guerra contra o islã e aqueles que a apoiam também serão vistos como inimigos do islã.

Inclusive, no discurso e na entrevista, Osama bin Laden busca justificar suas ações como divinas. Logo no início do discurso ele declara que os Estados Unidos foram “atacados por Deus”, apelando novamente aos muçulmanos, imputando suas ações como ataques em nome de Deus. No discurso, assim como feito por Bush, Osama convoca seus aliados em sua luta “contra o mal”, ao dizer que “todo muçulmano deve se levantar para defender sua religião.”

Novamente similar ao presidente americano Bush, que fala na memória das vítimas do 1 de setembro, bin Laden busca a compaixão dos seus apoiadores, ao apelar mencionando os civis mortos nas mãos dos americanos, ao dizer no discurso que: “Um milhão de crianças inocentes estão morrendo no momento em que falamos, estão sendo mortas no Iraque sem nenhuma culpa. Não ouvimos nenhuma crítica, nenhum édito dos governantes hereditários.”

Assim, observa-se uma similaridade no discurso dos dois líderes, principalmente no que tange aos seus objetivos por meio das falas: o objetivo de construir o inimigo e buscar apoio do público e de seus aliados. O presidente Bush justifica suas ações e constroem seu inimigo em cima dos preceitos de liberdade e

21

democracia, Osama bin Laden o faz em cima da religião. Os dois buscam justificar suas ações com base em ações anteriores dos seus inimigos.

Com base não apenas nos discursos, como também nos documentos americanos, e na posterior Doutrina Bush22, podemos concluir que os Estados

Unidos invadiram o Afeganistão e posteriormente o Iraque com a justificativa de estarem agindo em conformidade não apenas com o direito internacional, mas também com os ideais de liberdade e paz. A “guerra ao terror” foi vendida como uma guerra justa e uma guerra em prol da segurança universal no sistema internacional.

A reconstrução do Afeganistão foi baseada na necessidade de garantir instituições democráticas no país para que ele possa funcionar “como deve”, de acordo com a visão ocidentalizada do caso.

É interessante observar que os EUA fundamentam suas ações no Afeganistão como em prol da liberdade, democracia e paz no sistema internacional. Porém o mesmo não é visto em outros casos, ao observamos as relações entre Estados Unidos e Arábia Saudita, sendo a Arábia Saudita historicamente aliada americana e historicamente um país que desrespeita a democracia, a liberdade e os direitos humanos. Por interesses políticos e econômicos, os EUA buscam manter relações harmônicas com esse Estado. Sendo prudentes23 e indo de encontro aos

supostos ideais americanos de democracia e liberdade, os Estados Unidos fazem

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