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CONSTRUÇÃO E VALIDAÇÃO POR PARES DO BANCO DE ITENS

Segundo Wright e Stone (1999), um banco de itens é um conjunto de itens cui- dadosamente elaborado e calibrado, que define e qualifica um tema comum. Basea- do nesta afirmativa, o banco de itens construído nesta pesquisa teve como base questões retiradas dos livros didáticos adotados através do PNLD (Plano Nacional do Livro Didático) na disciplina de biologia do ensino médio regular e de sites de ati- vidades e simulados disponibilizados na internet, que passaram por adequações, e se refere ao tema dos transgênicos. Essas questões e itens foram estruturados bus- cando atender a concepção de conteúdos apresentados por Coll (1998), ou seja, organizados segundo as dimensões conceituais e procedimentais bem como em itens baseados em questões sociocientíficas sobre transgênicos. As questões pos- suem um ou mais itens, dependendo de sua estrutura. As questões do tipo assertiva possuem vários itens para julgamento, pois cada afirmativa corresponderá a um item de análise (04 afirmativas correspondem a 04 itens). As questões de múltipla esco- lha, com quatro alternativas, computaram apenas um item para análise, ou seja, apenas a afirmativa que era correta.

Para fins de análise da pesquisa, cada item das questões assertivas e de múl- tipla escolha assinaladas foi convertido em dados dicotômicos, ou seja, a resposta correta se converteu em código numérico 1 e resposta errada se converteu em códi- go numérico 0, dando-nos possibilidade da construção de uma matriz de dados para aplicação de métodos estatísticos. As respostas das questões abertas ou subjetivas passaram por uma categorização no formato politômico, ou seja, incorporam variá- veis categóricas em suas respostas. Nestes casos, atribuímos níveis que variam de 0 a 2, correspondendo a três níveis de respostas.

Após as primeiras formatações, e da análise da orientadora, chegou-se à con- clusão da necessidade de adaptação de todas as questões selecionadas para que as mesmas pudessem se alinhar com as dimensões dos conteúdos que a pesquisa analisou. Foram elas: as dimensões conceituais e procedimentais e itens baseados em questões sociocientíficas. Chegamos à conclusão, durante a validação pareada, que as questões selecionadas inicialmente para compor o banco de itens apresenta- vam estrutura escrita, esquemas e desenhos confusos, outras questões continham textos muito longos. Diante disso, realizamos a adequação de algumas questões de múltipla escolha para assertiva, de múltipla escolha para aberta, como também a simplificação e retirada de textos e esquemas de apoio de outras.

Com as devidas adequações, construímos um banco de itens que continha 13 questões e 54 itens e, para fins de aplicação, dividimos o total de questões e itens do banco original em 2 tipos de testes (Teste Tipo 1 e Teste Tipo 2), evitando que eles ficassem longos e reproduzissem o efeito de cansaço nas respostas. Cada tes- te continha 8 questões e 27 itens, sendo necessário repetir algumas questões para garantir a equidade entre eles. Compondo esse quadro, os testes continham: 06 questões assertivas de verdadeira ou falsa, 01 questão de múltipla escolha e 01 questão aberta.

3.2 VALIDAÇÃO AMOSTRAL

3.2.1 Aplicação

Com os dois tipos de testes de conhecimento já construídos, realizamos o con- tato com a direção e coordenação pedagógica da escola escolhida para a aplicação da validação dos testes, para a devida autorização. A professora regente da discipli- na de Biologia tomou conhecimento dos objetivos e da metodologia da pesquisa. Ela nos cedeu 3 turmas do turno da manhã e duas turmas do turno da tarde para que fizéssemos a aplicação dos testes.

De acordo com esse agendamento prévio, os estudantes foram solicitados, em suas respectivas salas de aula, a assinarem individualmente um TCLE (Termo de Consentimento Livre e Esclarecido) e usaram o tempo máximo de 50 min., ou 1hora/aula, para responderem a um dos dois tipos de testes de conhecimento sobre

transgênicos. Eles não se identificaram nominalmente, apenas tiveram seu teste numerado por ordem de entrega e turma correspondente. As respostas dos 155 es- tudantes participantes dessa amostra compõem as unidades de análise da primeira etapa desta pesquisa.

A escolha dessa série para a validação se deu porque o tema “transgênico” faz parte do conteúdo de Biologia dessa etapa e, tratando-se de validação, precisamos de uma amostra que já tenha estudado o tema. No que se refere à escolha dessa unidade de ensino para a realização da validação amostral, temos como justificati- vas: i) ela apresenta uma excelente organização pedagógica, ii) possui um corpo docente com especialistas nas diversas áreas de ensino, e iii) apresenta uma estru- tura física privilegiada entre as escolas públicas estaduais em funcionamento no município de Juazeiro.

Cabe, aqui, destacar que a escolha da referida cidade se deve pelo fato de que na mesma existir, desde o ano de 2009, a Biofábrica MoscaMed, responsável pela produção pioneira de mosquitos transgênicos no Brasil. Fato que deveria colocar em debate, no ambiente escolar e na sociedade em geral, os impactos dessa produção e liberação de Aedes aegypti transgênicos em alguns bairros da cidade como meio de controle de doenças transmitidas pelos mesmos, como a dengue, zika e a chikungunya.

3.2.2 Validação dos Testes

As respostas dos estudantes aos instrumentos desta pesquisa foram submeti- das a dois tipos de análises: primeiro, uma análise exploratória, que se constituiu de um estudo dos escores brutos e segundo pela modelagem Rasch, por meio da qual obtivemos os dados relacionados aos parâmetros de pessoas (habilidades) e itens (dificuldades). Para esse processo, utilizamos como suporte o software WINSTEPS 3.70, objetivando verificar os índices de ajustes Mean-Square (Outfit mean e Infit

mean square) e outros índices relativos à adequação do modelo e confiabilidade do

teste.

Ao término das análises desses índices, utilizamos os dados obtidos para me- diar a construção de um único teste de conhecimento, observando o nível de dificul-

dades dos itens. Conforme os ajustes ao modelo Rasch, verificamos parâmetros ge- rais dos testes para corrigir os itens ou excluí-los do próximo instrumento a ser apli- cado na etapa seguinte da pesquisa.

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