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CONSTRUIR UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PARENTAIS Objetivos Técnica de recolha

de dados

Amostra/

participantes Análise dos dados ETAPA 1  Identificar as competências parentais na perspetiva das mães

e dos pais

Entrevista Mães=40 Pais=11

Análise de conteúdo: grounded

analysis (Fernandes & Maia, 2002;

Strauss & Corbin, 2008)

Recurso: NVivo 7

 Identificar as competências

parentais baseado na literatura Revisão da literatura

ETAPA 2  Definir no modelo do Instrumento de Avaliação das Competências Parentais (I_ACP)

Focus group

Enfermeiras:

Especialistas em saúde materna e obstetrícia=9

Especialistas em saúde infantil e pediatria=3

Análise de conteúdo

Pré-teste 25 mães Análise de conteúdo das notas de campo

 Construir Escala de perceção da autoeficácia nos cuidados ao filho (PAE_CF)

PAE_CF Mães=114

Tratamento estatístico SPSS® 19.0 - Análise da validade: análise dos componentes principais - Análise da fidelidade: análise da consistência interna (alpha

de Cronbach)

 Identificar características psicomé- tricas do I_ACP (Conhecimentos e habilidades das mães; conheci- mentos e habilidades dos pais)

I_ACP

Contactos: Mães=1128 Pais=184

Tratamento estatístico SPSS® 19.0 - Análise da fidelidade: análise da consistência interna (alpha de

Cronbach)

FASE II – CARACTERIZAR AS COMPETÊNCIAS PARENTAIS, DESDE A GRAVIDEZ ATÉ AO 6.º MÊS DE IDADE DA CRIANÇA Objetivos Técnica de recolha de dados Amostra/

participantes Análise dos dados

 Caracterizar as competências parentais: conhecimentos e habili- dades.

 Caracterizar os níveis de autoefi- cácia das mães nos cuidados ao filho.

 Correlacionar conhecimentos,

habilidades, competências das mães e dos pais.

I_ACP

Contactos:

Mães=1128 (47,4% na gravidez e 52,6% nos 4 momentos após o nascimento)

Pais=184 (46,7% na gravidez e 53,3% nos 4 momentos após o nascimento)

Tratamento estatístico SPSS® 19.0 - Teste t student

- One Way ANOVA e testes

post-hoc de Scheffe

- U de Mann-Witney - Kruskall-Wallis - Correlação de Spearman

2.4 Considerações éticas

A observância dos princípios éticos foi uma preocupação ao longo do desenvolvimento do estudo dado a centralidade das características dos participantes – grávidas. As gestantes são comummente consideradas pessoas vulneráveis, sendo recomendado que só sejam envolvi- das em estudos cuja finalidade tiver relação com as suas necessidades de saúde e quando os riscos para o feto são mínimos (Polit, Beck & Hungler, 2004). O estudo desenvolvido cum- pria este pressuposto.

Mais, associado à realização do estudo estabeleceram-se alguns “deveres” que guiaram as decisões éticas que foram despontando. Destes deveres destaca-se o consentimento informa- do (Anexo 4). O consentimento significa que os participantes têm informações adequadas em relação ao estudo, que compreendem a informação e que têm o poder da livre escolha, podendo participar voluntariamente, ou desistir em qualquer altura (Polit, Beck & Hungler, 2006).

Na primeira fase do estudo, pretendia-se conhecer as necessidades de aprendizagem das mães e dos pais recorrendo-se à entrevista como técnica de recolha de dados. Assim, aquan- do do primeiro contacto, era apresentado o convite para participar explicitando a finalidade, o como participar e a importância da colaboração; nesta altura, era garantida a confidenciali- dade dos dados e solicitada autorização para usar gravador para gravar a entrevista. Todas as mães e todos os pais convidados consentiram ser entrevistados e anuíram na gravação da entrevista.

Na segunda fase do estudo, agora de natureza longitudinal, o convite era apresentado logo no primeiro contacto. O convite para participar no estudo consistia na explicação do propó- sito do estudo; da importância da colaboração e como poderia participar; nesta altura, era também referido a possibilidade de desistência em qualquer momento do estudo e assegura- do que qualquer que fosse a decisão, em algum momento, não teria qualquer impacto na qualidade dos cuidados. A todos era pedido a utilização dos dados recolhidos para o estudo, assegurando a confidencialidade e garantindo o anonimato.

Foi também um cuidado adotado, a clarificação de alguns aspetos que pudessem afetar, negativa ou positivamente, a mãe e/ou o pai, nomeadamente em termos de tempo dispendi- do, a necessidade de ir a casa observar os cuidados e os potenciais benefícios por participar

no estudo, de modo a assegurar o consentimento informado. De facto, em alguns momentos do estudo previa-se necessidade de gastar algum tempo na entrevista e/ou na observação do desempenho da tarefa, como por exemplo nos contactos da gravidez e 1.ª/2.ª semana, respe- tivamente; todavia, acreditava-se que a participação traria benefícios em termos de oferta de cuidados de enfermagem, pois a partir da identificação das necessidades de aprendizagem seriam prescritas e implementadas intervenções apropriadas para lhes dar resposta.

A maior parte das mães e dos pais convidadas aceitaram integrar o estudo, pelo menos durante a gravidez. Alguns acrescentavam que “quando o bebé nascer logo se verá”, sendo reiterado o respeito pela liberdade de desistir em qualquer fase do estudo.

A anuência para ir a casa avaliar as necessidades em cuidados e observar os cuidados ao filho nem sempre foi concedida. No contacto da 1.ª/2.ª semana, talvez pelo cansaço e pelas exigências das novas tarefas, as mães preferiam dirigir-se ao centro de saúde ou aceitar, antes, a entrevista telefónica do que permitir a visita domiciliária.

Vários autores já haviam alertado para estas dificuldades, referindo que quando os estudos exigem contactos repetidos, a obtenção de consentimento “definitivo” pode ser difícil no início do trabalho e a desistência ser mais frequente que noutro tipo de estudo (Polit, Beck & Hungler, 2006). Assim, o convite e o consentimento foram entendidos como um processo transacional, a que aquelas autoras designam de processo de consentimento, no qual o inves- tigador renegoceia continuamente o consentimento, permitindo a validação da permanência no estudo. Para além de assegurar os princípios éticos na interação com as pessoas, também foi formalizado o pedido de autorização à instituição onde o estudo ia ser desenvolvido, que foi concedida (Anexo 14).

CAPÍTULO III