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FASE I Construção do instrumento de avaliação das competências parentais

N. º de itens considerados para

o cálculo do valor de alpha Alpha de Cronbach

Mãe Conhecimento da mãe

8 ,820 7a ,857 Habilidades da mãe 5 ,663 Pai Conhecimento do pai 8 ,890 7b ,850 Habilidades do pai 5 ,703 4c ,761

a retirado conhecimentos da mãe na CP2: preparar integração novo elemento (n=170); b retirado conhecimentos do pai

na CP2: preparar integração novo elemento (n=25); cretirado habilidades do pai na CP2: lidar com choro (n=59).

Da análise da tabela, verifica-se que, de modo geral, os valores de alpha de Cronbach, tomando por referência a classificação de George & Mallery, 2003, descrita anteriormente, revelam nível de bom nos conhecimentos, quer da mãe, quer do pai; mas nas habilidades já o

valor de alpha de Cronbach revelou nível aceitável nas habilidades do pai mas questionável nas habilidades da mãe. Em função destes resultados decidiu-se utilizar como variáveis para caracterizar as habilidades das mães, as variáveis relativas às habilidades em cada uma das competências parentais agregadas: habilidades da mãe nas competências agregadas – (CP2):

(especificar).

Perceção da autoeficácia nos cuidados ao filho. A perceção da autoeficácia nos cuidados ao filho é definida como a perceção da mãe para, com efetividade, gerir uma variedade de situações e realizar com sucesso as tarefas inerentes às necessidades da criança, medida através da escala de perceção da autoeficácia nos cuidados ao filho (PAE_CF). A PAE_CF tem como objetivo avaliar a perceção da mãe relativamente à sua capacidade para desempe- nhar as tarefas parentais básicas e gerir as situações relativas às necessidades da criança. A escala é composta por 20 itens, a avaliar na 1.ª/2.ª semana após o nascimento da criança, com alpha de Cronbach de 0,808.

Experiência parental anterior. A experiência anterior remete para o facto de a mãe e/ou o pai terem prestado cuidados a crianças nos primeiros seis meses após o nascimento. A res- posta sim representa experiência anterior na tarefa parental em questão e a resposta não representa que não tem experiência anterior. As tarefas parentais contempladas no I_ACP para averiguação de experiência anterior são: (1) amamentar; (2) alimentar por biberão; (3) colocar a eructar; (4) dar banho; (5) trocar a fralda; (6) tratar do coto umbilical; e, (7) lidar com o choro; foi também contemplado a possibilidade de acrescentar “outra” tarefa parental, em texto livre.

Apoio familiar e suporte social. Pode ser definido como as ações intencionais que ajudam o outro em alguma atividade e que produz resposta positiva em quem a recebe (Logsdon, Birkimer & Ratterman, 2002). Durante a gravidez, procurou-se identificar a previsão do

suporte esperado pela mãe e/ou pelo pai, isto é, procurava-se saber se previa ter ajuda nos

cuidados ao bebé (sim; não), se sim, quem achava que iria ajudar (mãe/sogra; outros familia- res; amigos; outros) e que tipo de ajuda seria mais provável receber: ajuda no tomar conta do bebé; ajuda nos cuidados ao bebé; e/ou, ajuda nas tarefas domésticas. Após o nascimento, para averiguar a perceção relativa ao suporte recebido, perguntava-se quem assumiu o papel principal nos cuidados ao bebé (mãe; pai), quem ajudou nos cuidados (mãe/sogra; outros familiares; amigos; outros) e que tipo de ajuda foi oferecido (ajuda no tomar conta do bebé, ajuda nos cuidados ao bebé e/ou ajuda nas tarefas domésticas). Na resposta a estas questões, considerou-se a possibilidade de escolha de mais do que uma opção.

Fontes de informação. A procura de informação e o processo de aprendizagem guardam relação com as fontes de informação disponíveis e com a preferência da mãe/pai. As fontes de informação correspondem a veículos, neste caso, portadores de informação relacionada com os cuidados ao filho. Assim, para identificar as fontes de informação a que as mães e os pais recorrem, tanto durante a gravidez como após o nascimento, perguntou-se quais eram as fontes de informação a que recorriam quando sentiam necessidade de informação sobre os cuidados ao filho. As fontes consideradas no I_ACP foram: enfermeiro, médico, internet, livros, familiares, outras mães e outros, sendo que cada mãe/pai poderia referir mais do que uma fonte de informação.

2.3.4 Análise e tratamento dos dados

Para facilitar a documentação dos dados recolhidos foi construída, especificamente para o

efeito, uma base de dados no Access® 2007. À medida que os instrumentos de recolha de

dados (I_ACP) ficavam completos, os dados iam sendo documentados na base de dados. No tratamento dos dados foram usados procedimentos estatísticos. Os procedimentos de análise estatística usados no tratamento dos dados foram realizados recorrendo ao programa

estatístico SPSS® 19.0 (Statistical Package for the Social Sciences). Recorreu-se à estatística

descritiva, nomeadamente às frequências e respetivos valores percentuais, às médias, como medida de tendência central, e ao desvio padrão, como medida de dispersão, e à estatística inferencial, recorrendo a testes estatísticos paramétricos e não paramétricos. O recurso à estatística paramétrica exige que sejam cumpridos os pressupostos: distribuição normal da amostra e homogeneidade da variância; esta última é exigida se a análise estatística recai sobre diferentes grupos. Para se testar a normalidade, foi realizado o teste de Kolmogorov-

Smirnov com a correção de Lilliefors, recomendado para analisar a normalidade da distribui-

ção em amostras de dimensão igual ou superior a 30 (Pestana & Gageiro, 2000).

Com base nos resultados da análise exploratória de dados, foi decidido o tipo de teste esta- tístico a usar; assim, apenas foram realizados testes paramétricos quando cumpridos os pres- supostos subjacentes à sua utilização. Assim, para a análise inferencial, foram realizados testes paramétricos, nomeadamente, teste t de student, One Way ANOVA e testes post-hoc de

Scheffe, para verificar se existem ou não diferenças significativas entre grupos para as variá-

veis em estudo. Nas variáveis em que não se verificaram os pressupostos subjacentes aos testes paramétricos foram usados testes não paramétricos, nomeadamente o teste U de

Mann-Whitney (dois grupos) e teste Kruskall-Wallis (três ou mais grupos). Quando se pre-

tendia correlacionar as variáveis intervalares utilizou-se o coeficiente de correlação de

Spearman (Pestana & Gageiro, 2000) e respetivo teste de significância. Considerou-se uma

probabilidade de erro de tipo I de 0,05 em todas as análises inferenciais (Marôco, 2010; Pes- tana & Gageiro, 2000).

2.3.5 Esquema síntese da metodologia do estudo

No quadro 17 apresenta-se um esquema síntese dos principais elementos metodológicos do dispositivo de investigação implementado. No quadro, procura-se descrever, em função dos propósitos orientadores da fase I e da fase II, os objetivos de cada etapa, a técnica de recolha de dados, os participantes no estudo e os procedimentos de análise de dados, em conformi- dade com a natureza dos dados e do propósito da análise.

Quadro 17. Esquema síntese da metodologia do estudo

FASE I – CONSTRUIR UM INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DAS COMPETÊNCIAS PARENTAIS