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11.Preparação de medicamentos

12. Contabilidade e Gestão

12.1. Gestão de Recursos Humanos

O regime jurídico respeitante às farmácias de oficina está presente no decreto de lei 307/2007 de 31 de Agosto. Hoje em dia, é necessária uma boa gestão dos recursos humanos para um bom funcionamento de uma farmácia. A gestão destes recursos implica uma adequada distribuição de funções e responsabilidades de acordo com as qualificações de cada elemento.

A farmácia deve dispor de um diretor técnico e pelo menos um outro farmacêutico. Os farmacêuticos devem ser maioritários podendo ser auxiliado por pessoal técnico.2

Estando a ciência em constante mudança e evolução, as ciências farmacêuticas não são exceção. Desta feita, é importante promover a atualização de conhecimentos incentivando à

profissional dos colaboradores da farmácia. Durante o estágio tive a oportunidade de assistir a uma sessão de formação com o tema “Dor e febre – Saúde na criança” promovida pela empresa Bene Farmacêutica, Lda.

12.2. Faturação e Receituário

Tal como foi mencionado anteriormente neste relatório, todo o receituário é conferido cerca de duas vezes de forma a minimizar erros. No final de cada mês, todo o receituário é disposto de acordo com a entidade comparticipadora, em lotes de 30 receitas as quais estão organizadas por ordem numérica. Esta verificação detalhada é de extrema importância uma vez que se as receitas forem devolvidas, a Farmácia perde o valor da comparticipação das referidas receitas. Após realizada a segunda conferência, são emitidos os verbetes de identificação dos lotes que têm que ser posteriormente carimbados e anexados ao lote correspondente.

No verbete de identificação encontra-se o nome e código da Farmácia, organismo de comparticipação e respetivo lote, mês e ano da fatura, quantidade de receitas, PVP total do lote, custo total para os utentes e valor comparticipado pelo organismo.50

Cada verbete é de seguida carimbado, e a este anexam-se as receitas correspondentes. Aquando do fecho da faturação (no final do mês) emite-se a relação-resumo de lotes de cada organismo que contêm os seguintes elementos 50:

• Nome e código da farmácia • Mês e ano da respetiva fatura;

• Número da folha, relativo ao total de folhas da relação-resumo dos lotes;

• Dados informativos, discriminados por lotes e transcritos dos respetivos verbetes de identificação:

- Tipo e número sequencial do lote;

- Importância total dos lotes correspondente ao PVP; - Importância total dos lotes paga pelos utentes; - Importância total dos lotes a pagar pelo Estado

Da mesma forma é emitida uma fatura mensal onde constam as seguintes informações: • Identificação da entidade adquirente, nos termos do IVA, correspondente à ARS (Administração Regional de saúde) da área da farmácia;

• Indicação de que se trata de documento de original ou duplicado; • Nome e código da farmácia (número de código atribuído pelo Infarmed); • Número da fatura;

• Data da fatura, correspondente ao último dia do mês do fornecimento dos medicamentos;

• Total do número de lotes;

• Total do número de lotes, por tipo;

• Importância total, por tipo de lote, correspondente ao PVP; • Importância total, por tipo de lote, paga pelos utentes; • Importância total, por tipo de lote, a pagar pelo Estado; • Importância total do PVP;

• Importância total paga pelos utentes; • Importância total a pagar pelo Estado; • Assinatura

Esta fatura é emitida em quadriplicado das quais três são enviadas à ANF e a restante fica para a farmácia para remeter posteriormente à contabilidade.

Todos os documentos referidos são até ao dia 5 do mês seguinte, enviados ao Centro de Conferência de Faturas da Maia (CCF). Após ter sido conferido todo o receituário e na ausência de irregularidades, o valor da comparticipação dos medicamentos é pago à farmácia pela ANF sendo esta posteriormente reembolsada pela ARS.50

As receitas sujeitas a comparticipação por organismos que não pertençam ao SNS são tratadas de igual forma, à exceção de que neste caso toda a documentação é enviada até ao dia 10 do mês seguinte, à ANF. Esta paga à farmácia o valor correspondente das comparticipações sendo esta posteriormente reembolsada pelas respetivas entidades.

Apesar da minuciosa conferência do receituário antes do seu envio, por vezes são detetadas inconformidades nas receitas, cabe ao CCF enviar à farmácia uma relação-resumo onde identifica as receitas, o valor das desconformidades, a justificação destas desconformidades, as faturas e a relação-resumo do lote e os verbetes de identificação do lote a que correspondem as desconformidades. Não serão enviadas as receitas que, tenham sido em parte comparticipadas pelo SNS e cujo erro apurado seja inferior a 0,50€.50

Depois de corrigidas as receitas devolvidas, estas podem ser integradas na faturação do mês seguinte. O prazo de reclamação das receitas devolvidas é no máximo de 40 dias após o envio das mesmas.50

12.3. Aspetos funcionais e legais, de documentos contabilísticos no

âmbito da Farmácia Comunitária

Guia de remessa – documento que acompanha uma determinada mercadoria a ser enviada a um determinado destinatário.

Fatura – Documento emitido por um vendedor, indicativo de uma dívida a ser paga em que o destinatário deve confirmar se o valor a pagar, a taxa de IVA aplicada e os produtos fornecidos correspondem ao acordado.

Nota de devolução – documento que acompanha um determinado produto comprovando a sua devolução.

Nota de crédito – documento emitido por um vendedor na sequência de uma reclamação do comprador, onde constam preços ou formas de pagamento acordados com o comprador em detrimento do produto devolvido.

Inventário – enumeração dos produtos ou bens existentes na farmácia e suas taxas de IVA associadas.

Balancete – avalia a situação económica da empresa, comparando os movimentos a débito e a crédito.

IRS – imposto sobre o rendimento de pessoas singulares, pago relativamente ao ordenado dos funcionários.

IRC – imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas, com base no apuramento dos lucros da farmácia num determinado ano fiscal.

IVA – imposto sobre o valor acrescentado, pago mensalmente dependendo do valor de compras e vendas de cada mês.

13.Conclusão

O estágio na FSC foi extremamente produtivo e enriquecedor. Tratou-se de um complemento fundamental de todo o meu percurso académico, pois foi durante o estágio que pus em prática muitos dos conhecimentos adquiridos previamente. Para além de que tive a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e isso devo à excelente equipa de profissionais com que me deparei na FSC. Graças ao seu profissionalismo e espirito de equipa demonstrado tive uma melhor perceção do que significa ser um profissional de saúde de excelência e de elevada competência.

O contacto direto com a realidade permitiu-me constatar a importância de um correto diálogo com o utente. Verifiquei que um bom profissional é aquele que disponibiliza um bom aconselhamento e está sempre recetivo a esclarecer qualquer dúvida do utente nunca esquecendo o dever de sigilo profissional, pois é no farmacêutico que o doente deposita a sua inteira confiança.

Durante o estágio tive a oportunidade de participar em todas as atividades inerentes ao circuito do medicamento passando pelas encomendas, aprovisionamento e armazenamento até ao atendimento, dispensa e aconselhamento; efetuei determinações de parâmetros bioquímicos e fisiológicos; preparei medicamentos manipulados; realizei tarefas relacionadas com a faturação, gestão e administração; entre outras atividades.

Constatei ainda que a profissão de Farmacêutico é de extrema responsabilidade e exige uma constante atualização de conhecimentos. Os seus objetivos primordiais são a promoção de saúde e bem-estar e prevenção da doença, sendo para isso necessário estabelecer um bom relacionamento com o utente.

Com esta experiência tomei consciência de que ainda há muito que aprender e muito a melhorar para que futuramente possa exercer a minha atividade com toda a qualidade e rigor que ela exige.