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A origem do nome “Pedras de Fogo” vem do fato que antigamente era muito comum encontrar pedras avermelhadas (calhaus) ao longo do seu território. O atrito dessas pedras com os cascos dos cavalos e dos bois soltava faíscas, daí o nome do lugar ficou sendo chamado Pedras de Fogo. Esses animais pertenciam aos colonos e tropeiros que por ali passavam, segundo Leal, no Itinerário da História da Paraíba (apud PEDRAS DE FOGO, 2006).

A comunidade surgiu de uma grande feira de gado, localizada nas terras da atual Fazenda Santa Emília, pois os tropeiros vindos de Pernambuco com destino ao interior da Paraíba e do Rio Grande do Norte, faziam ali parada obrigatória, às margens do Rio Itambé.

A cidade de Pedras de Fogo já foi uma pequena vila, no passado, onde juntamente com cidade vizinha, Itambé, somava um conjunto de no máximo dez pequenos casebres, que, segundo visitantes na época, era muito difícil saber se estavam na Província de Pernambuco ou da Paraíba.

A história de Pedras de Fogo confunde-se com a história de Itambé (antigamente També), cidade conurbada, que fica ao lado sul, no estado de Pernambuco. Até pelo próprio nome de ambas, que tem o mesmo significado, ou seja, “ita” quer dizer “Pedra”, e “imbé”, “fogo”, na linguagem Tupi-guarani. Não existe registro do exato período em que essas duas comunidades se constituíram. Segundo versão mais comum, ambas surgiram como um único conglomerado, que, por questões políticas, mais tarde se separaram. As terras ao Norte, na Paraíba, couberam a Pedras de Fogo no lado da Paraíba.

As terras no início da ocupação do território, até meados do século XX, Pedras de Fogo contava com a ocupação quase que maciça na zona rural, pois a agricultura de subsistência sempre foi muito forte, dado às várzeas, colinas e tabuleiros com a produção de raízes, verduras e frutas, e em especial o abacaxi.

Mas a solidez da agricultura de subsistência não suportou a plantação da cana-de- açúcar, principalmente após o Projeto do Pró-Álcool, na década de 70, desencadeado pelo Governo Federal, diminuindo assim o preço dos combustíveis.

No entanto, essa alternativa em favor dos usineiros e grandes latifundiários, prejudicou os pequenos agricultores, e caracterizou ainda mais a cidade em um “mar de cana”, abrindo espaço somente para a produção do abacaxi, que compete fortemente com o município de Santa Rita.

4.1.2 Dados gerais sobre o município de Pedras de Fogo

O Município de Pedras de Fogo fica situado na Zona Fisiográfica do Litoral da Paraíba (Figura 4.1). Pertence à Microrregião do Litoral Sul da Paraíba e está na Mesorregião da Mata Paraibana.

Figura 4.1 - Divisão Territorial do Estado da Paraíba. Fonte: Plano Diretor do Município de Pedras de Fogo, 2006.

A área desse município é de 349,5 km² representando 0,6203% da área do Estado. A população total do Estado da Paraíba é de 3.443.825 de habitantes, de acordo com o Censo Demográfico de 2000, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A

densidade demográfica é de 61,05 habitantes por km². A área do estado da Paraíba é de 56.341 km², representando 3,62% da Região Nordeste e 0,66% de todo o território brasileiro. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,66, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano /PNUD (2000).

Em 1970, o IDH-Municipal de Pedras de Fogo era de 0,222 e em 1980, correspondia a 0,350. No ano 2000, passou a 0,568, ou seja, vem melhorando com o passar dos anos. Acredita-se que atualmente esse índice possa ter ultrapassado a média do Estado da Paraíba.

4.1.3 População rural e urbana

É interessante notar que Pedras de Fogo é um dos poucos municípios da Paraíba em que o número de habitantes na zona urbana é muito próximo ao número de habitantes da zona rural. Sua população em 2004 foi estimada pelo IBGE em 26.034 habitantes, sendo 13.910 na zona urbana e 12.124 na zona rural, com uma densidade demográfica de 74,81 hab./Km² e um grau de urbanização de 53,43%. A Figura 4.2 mostra a relação de área geográfica entre a zona urbana e rural do município de Pedras de Fogo.

Figura 4.2 - Relação de área geográfica entre a zona urbana e rural do Município de Pedras de Fogo.

4.1.4 Clima

Segundo a classificação de Koppen, por Pedras de Fogo estar inserida na Mesorregião da Mata Paraibana, o seu tipo climático é AS' - quente e úmido, com chuvas de outono/inverno que ocorrem a partir de abril, estendendo aos meses de junho/julho. A precipitação pluviométrica mensal é de 184,24 mm. Sua temperatura varia de 20ºC a 30ºC. Os meses de julho e agosto são, relativamente, de baixas temperaturas, podendo chegar à mínima de 10ºC e a umidade relativa do ar média é de 80%.

O território ou Mesorregião Mata Paraibana, por sua posição privilegiada, apresenta condições climáticas favoráveis às explorações agropecuárias.

4.1.5 Solo

As principais unidades de solos encontradas no território ou Mesorregião da Mata Paraibana são: ALISSOLOS, NEOSSOLOS FLÚVICOS, NEOSSOLOS.

A principal limitação ao uso agrícola destes solos decorre da baixa fertilidade natural, necessitando, portanto, de correção de acidez e adubação para utilização agrícola intensa.

Entre outros tipos de solo encontram-se os NEOSSOLOS FLÚVICOS, solos profundos de baixa fertilidade natural, bem drenados, podendo apresentar saturação de bases que pode variar de baixa à alta, situando-se em terrenos da baixada litorânea. Podem ser intensamente cultivados desde que se façam práticas de calagem e adubação. Quanto aos NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS - solos de textura predominantemente arenosa, drenagem excessiva e baixíssima fertilidade necessitam para seu aproveitamento agrícola de práticas de adubação, principalmente a incorporação de matéria orgânica para melhorar sua estruturação e a retenção de umidade.

No subsolo do município podem ser encontradas jazidas de pedras calcárias, argilas e reservas de caulim (PARAÍBA, 2000).

4.1.6 Relevo/Topografia

Não há serras no município. Seu território assenta em terrenos ondulados, onde existem colinas, tabuleiros e várzeas. A sede do município situa-se num território relativamente plano, considerando ser suavemente inclinado, o que pode proporcionar um desenvolvimento/crescimento da cidade de forma estruturada/ordenada.

4.1.7 Vegetação

Nos últimos vinte anos, o município é dominado por uma paisagem coberta pela cana- de-açúcar. Não existe terra que não apresente a sua marca, pois os imensos canaviais se sucedem pelas várzeas, colinas e tabuleiros que predominam na área. A vegetação nativa é escassa.

As várzeas, anteriormente ocupadas por uma floresta exuberante, de árvores de grande porte como a oiticica, a sapucaia, a parahyba, a imberiba, a gororoba, o pau-ferro, o jitahy, o pau-brasil, o pau d’arco amarelo e muitas outras, foram quase completamente devastadas. Hoje, ainda consideradas de terras férteis, costumam-se cultivar cereais, legumes, inhame, abacaxi, mandioca, dentre outros, e, afora a cana-de-açúcar. Nas colinas, localizam-se fragmentos de Mata Atlântica.