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QUANTIDADE DE UNIDADES EXECUTORAS NAS REGIÕES DO BRAS IL

5. AS LEGISLAÇÕES DO SERVIÇO EM FAMÍLIA ACOLHEDORA EM SEIS MUNICÍPIOS DO SUL CATARINENSE: PROTEÇÃO OU DESPROTEÇÃO AOS

5.1. CARACTERIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS PESQUISADOS

5.1.6. O contexto do município de Orleans/SC

Orleans inicia sua história no ano de 1841, chamando a atenção do Governo Imperial pela quantidade de carvão mineral que havia na região e em suas proximidades. A abertura da estrada de ferro Tereza Cristina em 1885 e o carvão auxiliaram no desenvolvimento local. Em 1888, o distrito de Orleans do Sul foi criado, através da lei nº. 218, subordinado ao município de Tubarão. Foi elevado à condição de município, denominado de Orleans, através da lei nº. 981, em 1913 (IBGE, 2010).

O nome Orleans foi dado ao município pelo Conde d'Eu, Luiz Felipe Gastão de Orleans, em lembrança à sua cidade na França. A grafia do nome do município foi alterada de Orleans para Orleães, em 1943. Em 1970, voltou a grafia original de Orleans, a pedido do Príncipe Dom Pedro de Orleans e Bragança, quando visitou o município (IBGE, 2010).

A população do município de Orleans é de 21.393 pessoas, ocupando a 57ª posição frente aos demais municípios de Santa Catarina com relação ao número da população residente. Possui 549,513 km² de unidade territorial e uma densidade

demográfica de 38,98 habitantes por quilômetros quadrados (IBGE, 2010). Sua população estimada em 2018 teve um acréscimo de apenas 1.392 habitantes, totalizando 22.785 habitantes (IBGE, Cidades, 2010).

Em maioria, a população é urbana (75,1%). O salário médio mensal de pessoas ocupadas é de 2,4 salários mínimos, ocupando a posição 50º com relação aos demais 295 municípios do estado. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total é de 36,3%. Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por pessoa, o percentual é de 24,3% da população nessas condições (IBGE, Cidades, 2019).

Com relação às crianças e adolescentes:

Gráfico 09– População total de 0 a 19 anos no Município de Orleans/SC

Fonte: IBGE, 2010.

A população total infantoadolescente é de 6.473 pessoas, o que representa 30,25% da população total. A predominância também é de residência em área urbana, sendo 4.715, um percentual de 72%. O município de Orleans não possui nenhuma das formas de acolhimento para crianças e adolescentes que esteja em execução.

Em resumo, os municípios pesquisados podem ser destacados com as seguintes informações:

Tabela 02 – Informações diversas dos Municípios pesquisados

Balneário

Rincão Criciúma Forquilhinha Içara

Nova Veneza Orleans População total [2010] 12.570 [2018] 192.308 22.548 58.833 13.309 21.393 Crianças e adolescentes(%) Sem informação 29,6% 33,18% 31,49% 30,58% 30,25%

Porte do município Pequeno Médio Pequeno Pequeno Pequeno Pequeno

Possui lei sobre

acolhimento familiar? Sim Sim Sim Sim Sim Sim

O acolhimento familiar está em

funcionamento?

Não Não Sim Sim Não Não

Possui acolhimento

institucional? Não Sim Não Não Não Não

Fonte: IBGE, 2010; GEPSE, 2015.

Em 2018 concluiu-se o Diagnóstico da Realidade Social da Criança e do Adolescente no Estado de Santa Catarina, realizado pela primeira vez e tendo como objetivo subsidiar o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Estado de Santa Catarina (CEDCA/SC) e as instâncias governamentais e não governamentais do Estado “na formulação e execução da Política e do Plano Estadual Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, contribuindo para a melhoria e qualidade do atendimento a crianças e adolescentes do Estado” (CEDCA-SC, 2018, p. 19), buscando efetividade na proteção integral.

Os dados foram colhidos durante o ano de 2016 e os resultados foram divulgados em seis volumes47, onde seus indicadores e os resultados estatísticos

complementares foram organizados e considerados a partir das 21 regiões geográficas de Santa Catarina, em razão da rede de atendimento presente nos

47 “Volume 01 – Trata da introdução ao Diagnóstico da Realidade Social do Estado de Santa Catarina

e contempla informações sobre o perfil de crianças e adolescentes, o mapeamento da rede de atendimento existente no Estado e os resultados da pesquisa de percepção com adolescentes de 12 a 17 anos de idade residentes no Estado. Volume 02 – Trata de informações sobre serviços relacionados ao direito à convivência familiar e comunitária prestados pelo Estado, informações sobre acolhimento, adoção e violação do referido direito; Volume 03 – Trata da violação aos direitos à liberdade, ao respeito e à dignidade e das formas de violências a ela relacionadas. São abordados também temas relativos a atos infracionais, medidas socioeducativas e mortes por causas externas; Volume 04 – Trata das informações sobre o eixo relativo ao direito à vida e à saúde, com temas sobre gestação, gravidez na adolescência, mortalidade e notificações de agravos, que contemplam dados epidemiológicos e de violências; Volume 05 – Trata das informações sobre o eixo relativo ao direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, aborda informações sobre a educação nos níveis de Ensino Fundamental e Ensino Médio estaduais, com temas sobre rendimento escolar, ofertas de vagas nas escolas, projetos desenvolvidos pela rede governamental nos âmbitos da cultura e do esporte, e outras informações afins; e Volume 06 – Trata das informações sobre o direito à profissionalização e à proteção no trabalho, a profissionalização com o Programa Aprendiz e sobre o trabalho infantil no Estado” (CEDCA-SC, 2018, p. 19-20).

municípios. Uma destas regiões é a aqui delimitada AMREC (CEDCA-SC, 2018, p. 21).

No volume relacionado à pesquisa sobre o Direito à Convivência Familiar e Comunitária, a associação da AMREC, na comparação da taxa de vagas de acolhimento com a taxa de acolhimento em 2016, por mil habitantes da faixa etária de 0 a 17 anos, teve como resultado da análise a falta de vagas, diante do número de acolhimentos estar sendo superior as vagas existentes (CEDCA-SC, 2018, p. 83). Apontou, também, uma taxa alta de acompanhamento junto à Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI, e um número de 03 acolhidos que já estavam há mais de dois48 anos em situação de acolhimento.

Em relação a todo o estado, a pesquisa trouxe que, em 2016, de todas as crianças e adolescentes que passaram por algum período de acolhimento no estado (3.488), apenas 19% retornaram ao convívio com a família de origem (661), seja a natural ou a extensa. O que ainda não é o ideal (CEDCA-SC, 2018, p. 87).

Muito embora a AMREC não esteja entre os piores níveis indicados de desigualdade entre as demais associações do estado com relação ao Direito à Convivência Familiar e Comunitária (CEDCA-SC, 2018), as situações de acolhimento devem ser fiscalizadas em todos os municípios, visando a proteção das crianças e dos adolescentes que necessitam ou venham a necessitar de acolhimento.

5.2. ANÁLISE DAS LEGISLAÇÕES QUE INCORPORAM O SERVIÇO EM