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3. OS RESULTADOS ENCONTRADOS COM O PROJETO DE INTERVENÇÃO DE

3.1 Contextualização da pesquisa sobre o projeto de intervenção de Estágio Supervisionado

Pesquisar significa construir a realidade por meio de questionamentos e investigações orientadas por um método, utilizando técnicas e ferramentas que nos orientam na caminhada pelas respostas que satisfaçam nossas aspirações. A pesquisa na área social trata de seres humanos que fazem parte de uma sociedade, em um determinado espaço e história, que influencia na sua formação e configuração. A realidade social é o próprio dinamismo da vida individual e coletiva com toda a riqueza de significados dela transbordante. A realidade é mais rica que qualquer teoria, pensamento ou discurso que se possa elaborar sobre ela. (MINAYO, 2011).

Quando se pensa em realizar uma pesquisa, deve-se previamente identificar o que se quer pesquisar, definindo, entre outras, como se dará a pesquisa. Nesse sentido, para a realização da pesquisa sobre o projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social realizado na APAE de Panambi/RS, foi construído um projeto, contendo: introdução, tema, delimitação do tema, problema de pesquisa, questões norteadoras, justificativa, objetivo geral, objetivos específicos, fundamentação teórica, metodologia, cronograma e orçamento. O projeto é um instrumento que considera o processo da pesquisa, antecipando os procedimentos que serão realizados. No Quadro 1 estão identificados os principais elementos da pesquisa que subsidiou o presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) em Serviço Social:

Quadro 1 – Principais elementos da pesquisa que subsidiou o Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) em Serviço Social.

Fonte: Schmidt (2013).

TEMA DELIMITAÇÃO DO TEMA

O Projeto de Intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social.

As contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social junto ao projeto ―Clínica precoce: brincar enquanto o futuro não vem‖ da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS, no período de março a junho de 2013.

PROBLEMA DE PESQUISA OBJETIVO GERAL

Quais as contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social realizado junto ao projeto ―Clínica precoce: brincar enquanto o futuro não vem‖ da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS?

Identificar as contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social junto ao projeto ―Clínica precoce: brincar enquanto o futuro não vem‖ da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS, a fim de garantir a inserção do assistente social nas atividades desenvolvidas, tendo em vista o acesso e a garantia de direitos sociais e a interdisciplinaridade.

QUESTÕES NORTEADORAS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Qual o perfil das famílias participantes do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS?

1. Conhecer o perfil das famílias participantes do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS.

2. Quais as contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social para as famílias participantes?

2. Explicitar as contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social para as famílias participantes.

3. Quais as contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social para a equipe multiprofissional?

3. Identificar as contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social para a equipe multiprofissional.

Assim, a pesquisa sobre o projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social realizado na APAE de Panambi/RS teve como objetivo geral identificar as contribuições junto ao projeto institucional ―Clínica precoce: brincar enquanto o futuro não vem‖, a fim de garantir a inserção do assistente social tendo em vista o acesso e a garantia de direitos sociais e a interdisciplinaridade. Espera-se que os resultados encontrados com o projeto de intervenção possam servir como subsídio para a discussão referente ao Estágio Supervisionado em Serviço Social e, principalmente, explicitar as contribuições do Serviço Social no atendimento a pessoas com deficiência e suas famílias, chamando a atenção de profissionais e estudantes da área para novas possibilidades em torno da temática.

A relevância social da pesquisa consiste em explicitar as contribuições do projeto de intervenção na informação e acesso à garantia de direitos das pessoas com deficiência e suas famílias, bem como a contribuição do trabalho interdisciplinar para os usuários, instituição, equipe de trabalho e Serviço Social, tendo em vista a inserção do assistente social no projeto institucional ―Clínica precoce: brincar enquanto o futuro não vem‖. A pesquisa orientou-se pelo método dialético-crítico e suas categorias: contradição, totalidade e historicidade. Segundo Prates (2003, p.1), no processo investigativo, o método dialético crítico contempla ―[...] o equilíbrio entre condições subjetivas e objetivas, o movimento contraditório de constituição dos fenômenos sociais contextualizados e interconectados à luz da totalidade e a articulação entre dados quantitativos e qualitativos, forma e conteúdo, razão e sensibilidade‖.

O método dialético-crítico propõe a apreensão da essência do objeto através de consecutivas aproximações, contemplando condições subjetivas e objetivas, a partir das quais o pesquisador realiza abstrações que possibilitam chegar às determinações daquilo que é pesquisado. O conhecimento do objeto envolve a apreensão das categorias historicidade, totalidade e contradição, através do que o pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, relações e conexões, sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no mundo está sempre em constante mudança (PRODANOV, FREITAS, 2013).

A totalidade compreende o contexto histórico relacionando-o com as partes que o compõe, ou seja, conceber a realidade a partir do alicerce histórico formado por partes que dão vida ao todo. Apresenta-se como fator determinante para o entendimento da estrutura social em que se vive. Segundo Lefebvre (1995, p. 238):

Nada é isolado. Isolar um fato, um fenômeno, e depois conservá-lo pelo entendimento nesse isolamento, é privá-lo de sentido, de explicação, de conteúdo. É imobilizá-lo artificialmente, matá-lo. É transformar a natureza – através do

entendimento metafísico – num acúmulo de objetos exteriores uns aos outros, num caos de fenômenos.

A historicidade diz respeito aos processos históricos mutáveis pelos quais as instituições sociais, em conjunto com as relações sociais, estão expostas. Apresenta-se como fator determinante para o entendimento da estrutura social em que vivemos. Compreender a historicidade é entender o caminho percorrido pelos homens e ligá-lo à realidade (ANDRADE, 2010).

A contradição é a essência da crítica, que tem raiz no conteúdo, no ser concreto: nas lutas, nos conflitos, nas forças em relação e em conflito com a natureza, na vida, na sociedade e no espírito humano. Deve ser entendida como reflexo da realidade, considerando que o real está naquilo que apresenta contradições (SILVA apud LEFEBVRE, 1995). Contradizer é compreender ―os fenômenos que apresentam aspectos contraditórios, que são organicamente unidos e constituem a indissolúvel unidade dos opostos‖ (ANDRADE, 2010, p.120).

A partir da definição do método e das categoriais, buscou-se conhecer as determinações históricas em um contexto de totalidade dos sujeitos que participaram do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social junto à APAE de Panambi/RS, com a singularidade e as particularidades presentes – visto que os processos sociais não podem ser considerados isoladamente –, para posteriormente identificar os resultados encontrados.

A pesquisa é do tipo exploratória, de campo e documental, com abordagem qualitativa. O tipo exploratório visa à formulação de problemas mais precisos para estudos posteriores. É utilizado com o objetivo de proporcionar aproximação com determinado fenômeno ou processo social, especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado (SEVERINO, 2000). Para responder ao problema de pesquisa, considerando as três questões norteadoras e os objetivos, explicitados no Quadro 1, surgiu a necessidade de definição das formas de explorar o tema ―O Projeto de Intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social‖. Assim, foi realizada a pesquisa de campo, que segundo Minayo (2011, p. 61) ―permite a aproximação do pesquisador da realidade sobre a qual formulou uma pergunta‖.

A pesquisa de campo foi complementada pela documental, contemplando a documentação produzida nos Estágios Supervisionados em Serviço Social I, II, e III na APAE de Panambi/RS, no período de março de 2012 a julho de 2013. Gil (2008, p. 51) afirma que a pesquisa documental vale-se de:

[...] Materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. [...] Existem, de um lado,

os documentos de primeira mão, que não receberam qualquer tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc. De outro lado, existem os documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc.

Em relação à abordagem qualitativa da pesquisa, esta busca ―[...] conhecer trajetórias de vida, experiências sociais dos sujeitos o que pressupõe uma disponibilidade e real interesse de parte do pesquisador em vivenciar a experiência de pesquisa‖ (MARTINELLI, 1994, apud PRATES, 2003, p.12). Valendo-se da abordagem qualitativa, buscou-se identificar as contribuições da operacionalização do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social, em relação às experiências das famílias e a finalidade de garantir a inserção do assistente social nas atividades desenvolvidas, tendo em vista o acesso e a garantia de direitos sociais e a interdisciplinaridade, resultados que não podem ser simplesmente quantificados. Além do mais, há um caráter exploratório na pesquisa, já que o tema é pouco explorado e segundo Godoy (1995), sob essas condições, é aconselhável o uso desse tipo de pesquisa.

O universo da pesquisa foram as dez (10) famílias das crianças com deficiência de 0 a 06 anos de idade que participaram do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social junto ao projeto institucional ―Clínica precoce brincar enquanto o futuro não vem‖ da APAE de Panambi/RS, durante o período de março a junho de 2013. A amostra utilizada foi a não probabilística intencional. Segundo Gil (2008) a amostra não probabilística é baseada em critérios definidos pelo pesquisador. Na amostra intencional, o pesquisador está interessado na opinião de determinados elementos da população (MARCONI; LAKATOS, 1996). Considerando que todas as famílias aceitaram participar como sujeitos, a amostra diz respeito às mesmas dez (10) famílias que compuseram o universo da pesquisa.

Para a coleta de dados na pesquisa de campo, foi aplicado um questionário constituído por uma série ordenada de perguntas abertas e fechadas organizadas em dois eixos temáticos, quais sejam: perfil das famílias participantes e contribuições do projeto de intervenção para as famílias e a equipe multiprofissional do projeto, disponível no Apêndice B, aos sujeitos da pesquisa supracitados. O questionário pode ser definido como:

[...] A técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc. Os questionários, na maioria das vezes, são propostos por escrito aos respondentes. Costumam, nesse caso, ser designados como questionários auto-aplicados (GIL, 2008, p.140).

Em relação à forma do questionário, podem ser utilizados três tipos de questões: fechadas, abertas e relacionadas. Na pesquisa, foram utilizadas questões abertas, nas quais se apresenta a pergunta e deixa-se um espaço em branco para que a pessoa escreva sua resposta sem qualquer restrição, bem como, questões fechadas, nas quais, apresenta-se ao respondente um conjunto de alternativas de resposta para que seja escolhida a que melhor representa sua situação ou ponto de vista (GIL, 2008).

Para proceder à análise, em um primeiro momento, os dados do questionário foram lidos, verificando a sua relação com o objetivo central da pesquisa. Essa ação permitiu a eliminação dos dados que não tinham relação com a pesquisa. Posteriormente, os dados foram agrupados por similaridade, de acordo com os eixos temáticos, sendo realizadas as descrições dos conteúdos, analisando-se primeiramente os aspectos pertinentes ao perfil da amostra da pesquisa e, em seguida, a percepção quanto às contribuições do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social. Na pesquisa documental utilizaram-se os documentos elaborados durante o Estágio Supervisionado em Serviço Social, a exemplo do diário de campo e relatório final, em caráter complementar aos dados coletados na pesquisa de campo. A interpretação dos dados teve ênfase descritiva e qualitativa, subsidiada pela documentação produzida no estágio e mediada pelo referencial teórico do Serviço Social e áreas afins. Os resultados encontrados foram representados através de quadros e gráficos. Na análise dos dados, faz-se necessário:

Mergulhar nos dados, retomar a revisão bibliográfica, complementá-la, se novas dimensões foram desvendadas através da abordagem, para somente depois estabelecer conexões, desvendar contradições, buscar na exposição que analisa e explica o fenômeno estudado, realizar uma síntese. Por fim vamos realizar a exposição, contar todo o processo e apresentar os resultados no relatório (PRATES, 2003, p. 14).

Quanto aos resultados encontrados na pesquisa, no que se refere ao perfil das famílias participantes do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS, das dez (10) famílias das crianças com deficiência de 0 a 06 anos de idade que participaram do projeto de intervenção junto ao projeto institucional ―Clínica precoce brincar enquanto o futuro não vem‖ da APAE de Panambi/RS, durante o período de março a junho de 2013, nove (09) dos responsáveis por responder ao instrumento de pesquisa foram mães e uma (01) cuidadora. Essa informação tem relação com o fato de a maioria das mães não trabalhar e por isso dispor- se a frequentar o grupo. Oito (08) das nove (09) mães que responderam o questionário não

estavam trabalhando, uma (1) delas era funcionária privada, porém trabalhava em turno noturno na empresa e por isso tinha disponibilidade de frequentar o grupo e a cuidadora não soube responder, por não deter maiores informações sobre o contexto familiar.

Diferentemente das mães, sete (7) pais trabalhavam e dois (2) eram desconhecidos. Justifica-se então a preponderância de mães que representavam as famílias no grupo. O fato da maioria das mães não trabalhar, não está relacionado à sua escolaridade. Comparando-se os dados com a escolaridade dos pais verifica-se que há semelhanças, com exceção dos dois (2) pais desconhecidos, conforme disposto no Gráfico B:

Gráfico B – Comparação da escolaridade da mãe e escolaridade do pai das famílias que

participaram do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS.

Fonte: Schmidt (2013).

Assim, entende-se que o fato das mães não trabalharem pode estar relacionado aos pais serem responsáveis pelos recursos financeiros necessários à manutenção da família. Nesse sentido, enquanto os pais mantêm os recursos financeiros, as mães ficam responsáveis por cuidar das demandas domésticas e da criança com deficiência. Das dez (10) famílias que responderam o questionário, oito (8) consideraram as mães as responsáveis pela pessoa com deficiência, uma (1) considerou a avó e a outra uma (1) o pai. Diante disso, explicita-se o processo histórico das diferenças de gênero masculino e feminino:

0 1 2 3 4 5 6 7 8 Mãe Pai

As relações de gênero são construídas historicamente através de uma hierarquia/antagonismo de gênero, caracterizadas pela dominação masculina e subalternidade das mulheres, ou seja, por uma assimetria no que se refere a posições e espaços ocupados por homens e mulheres, tanto na esfera pública quanto privada (TAVARES, 2003, p. 03).

A suposta inferioridade feminina é uma construção também cultural. A mulher aceitou o que lhe foi passado culturalmente, acreditando de fato na superioridade do homem e no dever de sua subordinação tendo em vista que sempre lhe foi imposta a responsabilidade de cuidar da prole. Também, com o desenvolvimento da indústria moderna ocorreu a separação entre casa e local de trabalho. O fator principal da mudança pode estar atrelado à passagem da produção para as fábricas mecanizadas, assim, em virtude do emprego fora de casa, os homens passavam mais tempo no espaço público, enquanto as mulheres foram associadas aos valores ―domésticos‖, sendo responsáveis por tarefas como cuidar da prole, manutenção da casa e a preparação dos alimentos para a família (SANTANA, 2010).

No Brasil, como na grande maioria dos países ocidentais, a conquista de direitos civis, sociais e políticos para as mulheres teve e tem no movimento feminista o grande reivindicador, formulador e inspirador, visto que foi desse movimento que partiram as ideias de transformar decisivamente as relações entre mulheres e homens em todo o mundo, onde podemos enfatizar conquistas como: eleger e ser elegível; maiores oportunidades de trabalho; direito ao divórcio; como também o direito de exercer o controle sobre o próprio corpo em questões de reprodução, saúde e sexualidade. É importante frisar que mesmo a mulher passando a desempenhar funções antes pertencentes aos homens, isto não aniquilou as diferenças entre ambos. A mulher permanece submetida à função de reprodutora da espécie, visto que foi educada para constituir família (SANTANA, 2010).

Outra questão referente às mães não trabalharem está relacionada à particularidade das famílias em ter uma criança com deficiência. Segundo Lamb e Billings (1997 apud DESEN; SILVA, 2000), a produção científica sobre deficiência e família, demonstrou que os pais experimentam o diagnóstico de deficiência do filho com uma vivência de crise mais intensa do que as mães. Esse aspecto pode explicar, em parte, a ausência dos pais como cuidadores e/ou responsáveis pelo filho com deficiência.

Em relação aos dados socioeconômicos, das dez (10) famílias participantes da pesquisa, quatro (4) recebiam até um (1) salário mínimo11, sendo que uma (1) não soube responder, e cinco (5) informaram receber dois (2) salários mínimos, de acordo com o Quadro 2:

11

RENDA FAMILIAR FAMÍLIAS

1 Salário mínimo 4

2 Salários mínimos 5

3 salários mínimos 0

4 Salários mínimos 0

Acima de 4 salários mínimos 0 Acima de 8 salários mínimos 0

Menos de 1 salário mínimo 0

Não soube responder 1

TOTAL 10

Quadro 2 – Renda familiar das famílias que participaram do projeto de intervenção de

Estágio Supervisionado em Serviço Social na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Panambi/RS.

Fonte: Schmidt (2013).

Dentre as dez (10) famílias participantes da pesquisa, cinco (5) possuíam a renda complementada com algum benefício, tais como: Benefício de Prestação Continuada (BPC) ou do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) – aposentadoria, pensão por morte, auxílio- doença, auxílio-acidente e outros benefícios –, que estão inclusos na renda familiar final. A baixa renda é característica comum às famílias pesquisadas, evidenciada no valor da renda per capita. Esta renda é calculada com o salário total da família dividido por todos os moradores da casa. De acordo com os resultados encontrados, das dez (10) famílias pesquisadas seis (6) tinham até três (3) membros, três (3) famílias tinham quatro (4) membros e uma (1) família tinha seis (6) membros residindo na casa. Assim, ao dividir o valor do atual salário mínimo federal (R$ 678,00) por três (3) (número mínimo de residentes na casa) tem-se o total de R$ 226,00 per capita. A outra metade, isto é, cinco (5) das dez (10) famílias pesquisadas, informou receber dois (2) salários mínimos (R$ 1.356,00), porém percebe-se que havia mais moradores na casa, entre os quais uma (1) família com três (3) membros residindo na mesma casa, três (3) famílias com quatro (4) membros e uma (1) família com deis (6) membros. Uma (1) família com três (3) membros não soube responder o valor da renda familiar.

Esses dados são coerentes com o que afirma Bieler (BRASIL, 2006) quanto às estimativas dos países em desenvolvimento em relação às pessoas com deficiência. Para a autora, denunciando o ciclo entre deficiência e pobreza, de 15 a 20% das pessoas pobres nesses países vivem em situação de deficiência, vulneráveis à exclusão social. Além do mais,

Pereira (2007) indica o aumento de custos e de dificuldades econômicas em decorrência de cuidados médicos ou programas educativos especiais para pessoas com deficiência. Nesse sentido, considerando a assistência do Estado às necessidades das famílias, tendo em vista os custos de atendimentos e tratamentos requeridos pela pessoa com deficiência, o rendimento é insuficiente para suprir, com boa qualidade, as demandas econômicas familiares. Ainda assim, embora a renda familiar seja considerada baixa, segundo a presente pesquisa, 60% das famílias possuem casa própria, enquanto 40% residem em casas emprestadas.

Em síntese, pode-se levar em consideração que as famílias participantes do projeto de intervenção de Estágio Supervisionado em Serviço Social são representadas pelas mães, que possuem escolaridade em nível fundamental, não trabalham e são consideradas as responsáveis pela pessoa com deficiência. Ainda que complementada com algum benefício, a renda familiar baixa é característica comum a todas as famílias pesquisadas, evidenciada no