• Nenhum resultado encontrado

Contextualização de Panambi/RS

No documento O turismo rural em Panambi/RS (páginas 30-35)

O município de Panambi localiza-se na região serrana do Planalto Médio Gaúcho, região Noroeste Colonial do Estado do Rio Grande do Sul, e situa-se a 365 quilômetros da capital. Sua altitude é de 418 metros acima do nível do mar. A topografia é acidentada. A bacia hidrográfica é composta pelos rios Palmeiras, ao norte; rio Fiúza, no centro da cidade; e rio Caxambu, ao sul, como pode também ser observado no mapa 2. Os três rios têm suas vertentes no leste, no município de Santa Bárbara do Sul, sendo seu curso no sentido leste-oeste. A partir da confluência do Rio Fiúza e Palmeiras, o curso fluvial recebe o nome de Rio Ijuí, e mais adiante, receba as águas do rio Caxambu. Delimita-se ao norte com Condor; ao sul, Pejuçara e Santa Bárbara do Sul; ao leste, Santa Bárbara do Sul; e a oeste com Ajuricaba e Bozano.

Mapa 1: Localização do Município de Panambi no mapa do Rio Grande do Sul. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Panambi.

A agricultura mecanizada e um sólido parque industrial são suas bases econômicas. Desde a sua origem, já se estabeleceram empreendimentos diversificados e de grande porte, como Kepler Weber, Fockink, Saur, Faulhaber, Bruning (antiga Ernesto Rehn), entre outras, é conhecido como “Cidade das Máquinas”.

Geograficamente a sede encontra-se situada numa posição estratégica, entre os entroncamentos de duas das principais rodovias federais do Estado, as BR’s 158 e 285, que ligam o Estado de norte a sul e leste a oeste.

A região é caracterizada pelos campos serranos. As terras que hoje integram o município, outrora pertencentes à Cruz Alta, localizam-se entre cerros e vales de grande beleza. Anteriormente, essa era uma zona florestal, intermediada por áreas de campo.

A cidade está inserida na região fisiográfica denominada de Planalto Médio. A maior parte da região é ocupada pelo basalto, ocorrendo arenitos em maior extensão somente nos municípios de Júlio de Castilhos até Cruz Alta, onde os solos são bastante pobres.

Segundo o site da prefeitura Municipal de Panambi/RS, a área de interesse está contida, em sua totalidade, na província geológica e tectônica denominada Bacia do Paraná. A topografia do município é composta na sua maioria por Solos Litólicos eutróficos com horizonte A. São moderadamente ácidos e neutros, com altos valores da soma e saturação em bases e praticamente desprovidos de

alumínio trocável. O horizonte A comumente é do tipo chernozêmico, com estrutura fraca pequena e médiagranular ou em blocos subangulares e textura média, com presença comum de cascalhos. Ocorrem sempre em associação com outros solos, tais como Cambissolo, Brunizém Avermelhado e Terra Roxa Estruturada. Apesar destes fatores limitantes, são intensamente utilizados com culturas bastante diversificadas, como soja, trigo, milho, feijão, frutíferas e outras. Este fato decorre principalmente das boas propriedades químicas destes solos e da estrutura de posse efetiva da terra da região.

O povoamento do município de Panambi acompanhou a sua própria formação vegetal: nas áreas de campo, predominaram as grandes estâncias pecuaristas e o povoamento luso-brasileiro, desde as primeiras décadas do século XIX; já nas áreas florestais, a pequena propriedade agrícola, e a colonização com colonos de origem alemã, no final do século XIX (Site Prefeitura Municipal de Panambi).

Tanto na área rural como na urbana, antes da colonização, as áreas de vegetação eram originalmente florestais, de campo e cerrados com uma forte limitação do terreno, normalmente ondulado ou montanhoso, com áreas de alta pedregosidade, e outras de coxilha, com terra vermelha.

O município de Panambi se representa e é representado, tanto na imprensa quanto na bibliografia em geral, como uma cidade alemã, cidade evangélica (luterana), cidade do trabalho e cidade do progresso (MICHELS, 2001). Nas últimas décadas, motivado pelo seu desenvolvimento industrial, adotou o cognome de

Cidade das Máquinas.2O crescimento de seu parque industrial, baseado na indústria metal-mecânica, conferiu-lhe o lugar de 3° Pólo Metal-Mecânico do Rio Grande do

Sul, sua credencial de apresentação atualmente. Essa singularidade em relação aos

demais municípios da região Noroeste Colonial está relacionada, em parte, à sua formação histórica, como uma colônia particular, fundada pela Empresa de

Colonização Dr. Herrmann Meyer, uma empresa estrangeira (NEUMANN, 2012).

Segundo Neumann (2000), a ocupação da região serrana gaúcha iniciou por volta de 1800, com a penetração de paulistas e lusos brasileiros, instalando seus

2

Panambi, uma palavra de origem tupi-guarani, significa mariposa/borboleta, ou literalmente, lepidóptero de hábitos noturnos. No final da década de 1940 e na década seguinte, levados pelo romantismo e pelo sentimento pós-Campanha de Nacionalização, procurou-se resignificar esse nome e buscou-se uma justificativa para a sua escolha, criando/inventando então a tradição de que na região havia muitas borboletas azuis, daí o cognome Vale das Borboletas Azuis.

ranchos provisórios e legalizando as suas posses. É nesse período que se forma Cruz Alta.

Em 1822 com a abolição das sesmarias as terras passaram a ser concedidas mediante a emissão de títulos de posse.

A região hoje denominada Panambi teve como seus primeiros moradores Manoel José da Encarnação (1823) e João Luís Malheiros (1855) que já mantinham relações comerciais e sociais entre si e com a Vila de Cruz Alta, desenvolvendo um pequeno comércio com instalação de pequenas fábricas artesanais. O lugar onde hoje é o centro da cidade também possuindo uma sesmaria e um engenho de farinha de mandioca estava Francisco Manoel de Barros (Chico Saleiro).

Em 1880 já havia um grande povoamento no local, inclusive a construção de uma ferrovia, a Parada Belizário, inaugurada em 1897.

Em 1898 a Empresa de Colonização Herrmann Meyer fundou a colônia Neu- Württemberg, no então município de Cruz Alta, tendo como proprietário Herrmann Meyer e seu administrador e procurador Carlos Dhein e mais tarde Herrmann Faulhaber.

A instalação das colônias era vista com bons olhos, pois o terreno era extremamente apropriado para todos os tipos de cultura, além da possibilidade de exploração.

A Empresa de Colonização Dr. Herrmann Meyer instalou um projeto de colonização particular, com preços de terras bem acima da média regional. Comprava grandes extensões de terra para depois vender em forma de lotes coloniais de 25 hectares para colonos e imigrantes alemães.

Segundo Neumann (2012),

a colônia Neu-Württemberg, em Cruz Alta, situava-se próxima à via férrea facilitando assim a entrada de pessoas e mercadorias, e o escoamento da produção; e à sede do município, contando com mercado consumidor para os seus produtos. Considerando sua localização mais estratégica para os seus objetivos, Meyer concentrou todos os investimentos na colônia Neu- Württemberg, com ampliações sucessivas de sua área e obras de infraestrutura. Acreditava que o desenvolvimento rápido e exemplar dessa colônia serviria de base para a colonização das demais áreas de sua propriedade futuramente. Em Neu-Württemberg também estava o escritório central da Colonizadora.3

3

Além da colônia Neu-Württemberg, a empresa era proprietária das colônias Xingu, Erval Seco, Posse Boi Preto, situadas em Palmeira das Missões, e a Posse Castilhos, em Júlio de Castilhos.

O povoamento teve início em 1898, com a chegada dos primeiros colonos. Superados os problemas administrativos a colônia começou a progredir, atraindo sempre mais colonos.

Em 1902, veio o pastor Hermann Faulhaber, da Alemanha. Juntamente com sua esposa Maria assumiram a Igreja Luterana, a escola (construída em 1903 pela Colonizadora) e a administração da colônia, a partir de 1908. Foi então nesta fase que a colonização se estruturou, com várias indústrias artesanais, formando um povoado.

Em 1916 foi criado o 8º Distrito do município de Cruz Alta, desmembrado do 4º Distrito de Santa Bárbara do Sul, que recebeu o nome oficial de Neu- Württemberg, com sede na vila Elsenau. Nome este sugestivo para atrair imigrantes suábio de Würtemberg, na Alemanha. Em 1901, a vila, e somente a vila, recebeu o nome de Elsenau, em homenagem a Sra. Else, esposa de Hermann Meyer. Elevado para distrito, o nome Neu-Württemberg foi preservado, enquanto Elsenau foi se diluindo.

Durante o Estado Novo, por ato do interventor federal no Rio Grande do Sul Cordeiro de Farias, pelo decreto número 7.199 de 31 de março de 1938, era Neu- Württemberg oficialmente elevada à categoria de Vila e o nome alterado para Nova Württemberg. No mesmo ano, pelo decreto Estadual número 7.589 de 29 de novembro, o mesmo foi alterado para Pindorama, palavra do linguajar tupi-guarani significa Terra das Palmeiras. Outro nome seria Tabapirã, em 1945, significando aldeia de telhados vermelhos, mas não há registro oficial dessa denominação. Em 29 de dezembro de 1944 o então interventor do Estado, Ernesto Dornelles expediu o Decreto-lei nº 720, dispondo sobre a alteração do nome Pindorama para Panambi, que significaria borboleta, daí o cognome “vale das borboletas azuis”.

Segundo Neumann (2000) o distrito de Panambi se emancipou em 15 de dezembro de 1954, após o segundo plebiscito, o qual foi antecedido por uma longa e turbulenta campanha. O movimento teve início em 08 de fevereiro de 1949, com a criação e o registro de comissão emancipacionista e a realização de um plebiscito, em 25 de setembro de 1949, onde venceu a oposição. O município foi instalado em 28 de fevereiro de 1955, quando também foi empossado o primeiro prefeito eleito, o engenheiro Walter Faulhaber, tendo como vice-prefeito Levino Lautert. Na fase inicial englobava a área que hoje é o município de Condor.

No documento O turismo rural em Panambi/RS (páginas 30-35)

Documentos relacionados