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3. PERCURSO TEÓRICO-METODOLÓGICO

3.1. Contextualizando o campo de pesquisa

O presente trabalho de pesquisa constituiu como campo a Universidade Federal de Pernambuco, pois, como tratado anteriormente, as vivências nesse local nos permitiram refletir sobre a docência no contexto da universidade. Contudo, o nosso olhar voltou-se, mais especificamente, para o Centro que concentra os cursos das Ciências Exatas e da Natureza, ou seja, o Centro de Ciências Exatas e da Natureza – CCEN, escolhido por algumas razões que merecem explicações.

Em primeiro lugar, como também citado anteriormente, por serem cursos que, com exceção das licenciaturas, não possuem contato, durante a graduação, com temáticas e reflexões sobre prática pedagógica e com didática, apontam, dessa maneira, para representações distintas. Além disso, no currículo desses cursos há disciplinas que, socialmente, são consideradas como de difícil assimilação (CORSO e DORNELES, 2010).

Outro motivo que nos conduziu a essa escolha diz respeito ao fato de a Universidade Federal de Pernambuco, de acordo com o seu Manual Acadêmico (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2014, p. 7), ser “uma autarquia educacional vinculada ao Ministério da Educação (MEC), com personalidade jurídica própria e autonomia didática, administrativa, financeira e disciplinar.”

Ao ser criada, a partir do Decreto-Lei no 9.388, de 20 de junho de 1946, recebeu a denominação de Universidade do Recife. Em 11 de agosto desse mesmo ano, tornou-se a primeira Universidade do Norte e Nordeste do País e o único centro universitário dessas duas regiões. Nesse momento, a Universidade do Recife reuniu seis Escolas Superiores: a Faculdade de Direito, fundada em 1827; a Escola de Engenharia, criada em 1895; as Escolas de Farmácia, instituída em 1903, e de Odontologia, iniciada em 1913; a Faculdade de Medicina, datada de 1915; a Escola de Belas Artes de Pernambuco, inaugurada em 1932; e a Faculdade de Filosofia do Recife, cuja fundação se deu em 1941(UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2014).

Já em 1965, a Universidade do Recife passou a integrar o sistema federal de educação do País, com o nome de Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Desde então, essa instituição tem assumido um lugar de destaque dentre as demais instituições públicas de ensino superior do País (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2014).

Atualmente, a Universidade Federal de Pernambuco oferece um total de 101 cursos de Graduação presenciais distribuídos entre os campi (Joaquim Amazonas – Recife, Vitória e do Agreste – Caruaru), 05 cursos de Graduação à distância, 131 cursos de Pós-Graduação Stricto

Sensu, além de 58 cursos de Pós-Graduação Lato Sensu. Possui uma população de 50.896

pessoas, distribuídas entre: 44.499 estudantes (33.563 da graduação, 4.354 dos Cursos de Mestrados, 2.926 dos Cursos de Doutorados, 3.245 dos Cursos de Especializações, 411 do Colégio de Aplicação); 2.265 docentes (1.788 doutores, 387 mestres, 28 especialistas e 62 graduados); e 4.132 servidores técnico-administrativos (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2014).

Com relação aos campi que compõem essa instituição, o Campus Joaquim Amazonas, localizado em Recife, comporta 10 centros acadêmicos distribuídos em quatro grandes áreas do conhecimento: Área I, Ciências Humanas, Sociais e Jurídicas; Área II, Ciências Exatas e da Natureza e tecnológicas; Área III, Centros de Ciências Biológicas e da Saúde; e, por fim, o Centro de Artes e Comunicação. O campus do Agreste, localizado em Caruaru, está organizado em núcleos: de formação docente, tecnologia e saúde. Já o campus de Vitória,

situado em Vitória de Santo Antão, congrega núcleos da área de saúde (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2014).

No que diz respeito ao foco de nossa investigação, direcionamos a nossa atenção para o Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), localizado na Área de Conhecimento II, que também comporta o Centro de Tecnologias e Geociências (CTG) e o Centro de Informática (CIn). Trata-se, segundo o site da Coordenação da Área II/UFPE, de uma organização apoiada pelo Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN), fundada em 1971, com o objetivo de reunir os “Ciclos Geral e Básico”, de disciplinas referentes aos cursos de Tecnologia e de Ciências Exatas, que são responsáveis pela base científica para o desenvolvimento e auxílio ao curso escolhido. Hoje, a Área II atende em torno de 8.991 alunos, distribuídos em 162 turmas.

O Centro de Ciências Exatas e da Natureza, por sua vez, de acordo com o site do CCEN/UFPE, foi fundado em 1974, a partir do então Instituto de Física e Matemática, sob a direção do Professor José de Medeiros Machado. Inicialmente, era formado pelos Departamentos de Estatística e Informática, de Física, de Matemática. Em 1982, foi criado o Departamento de Química Fundamental. E, em 1999, o Departamento de Informática desvinculou-se desse Centro para formar um centro próprio, o Centro de Informática (CIn).

O Centro de Ciências Exatas e da Natureza tem os seguintes objetivos: gerar conhecimento científico básico e de fronteira, no que se refere à competitividade internacional; formar recursos humanos de alto nível para fomentar o desenvolvimento tecnológico da região; e estimular e propiciar condições para o desenvolvimento de tecnologias de ponta com elevado conteúdo científico. Esse Centro conta com cerca de 130 professores em regime de dedicação exclusiva e com, aproximadamente, 1.096 alunos matriculados em sete cursos, a saber: Estatística; Física, Bacharelado e Licenciatura; Matemática, Bacharelado e Licenciatura; e Química, Bacharelado e Licenciatura (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO, 2014).

Dessa forma, a escolha por esse campo de pesquisa se deve também ao fato de ele congregar sujeitos que estão adequados ao objeto de nosso estudo. Para melhor explicarmos a escolha por esses sujeitos, passaremos a explicitar os critérios que nos levaram a ela. Antes, contudo, consideramos importante ressaltar que todo o processo metodológico – desde a definição da abordagem, passando pela escolha por esses sujeitos, pelos instrumentos até a delimitação dos procedimentos de coleta dos dados – se deu conjuntamente, permitindo-nos,

assim, idas e vindas quanto às definições e delimitações de questões próprias do objeto que surgiram no desenvolvimento.

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