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CONTOS DE FADAS, ESTÓRIAS INFANTIS E SEUS SIGNIFICANTES

“Em busca de um lugar”, o primeiro capítulo das histórias clássicas do livro de Corso & Corso, os autores discorrem sobre as histórias “Patinho Feio”, “Dumbo” e “Cachinhos Dourados”.

Essas histórias falam sobre “criaturas” que nasceram com “problemas” em sua aparência. A história do Patinho Feio expõe a questão da rejeição materna e fraternal, bem como a falta do estabelecimento de vínculos familiares. Na história de “Dumbo”, aborda-se sobre a função paterna e materna e “Cachinhos Dourados” pontua sobre o desejo dos pais antes do nascimento dos filhos. Todas essas histórias trabalham a questão familiar.

Bruno Bettelheim afirma que Cachinhos Dourados não possui a estrutura do conto de fadas, pois não há resolução de conflitos e final feliz, mas auxilia a criança em seu desenvolvimento por trazer questões simbólicas como, “a luta com os predicados edípicos; a busca da identidade; e a rivalidade fraterna” (1980, p.255).

35 família, e as dificuldades que as crianças enfrentam para tanto. Corso & Corso comentam que os personagens dessas histórias lembram que:

Não é fácil chegar ao mundo, começamos aos berros, e o desamparo ameaça-nos por um bom tempo. As crianças e suas famílias têm colaborado para a preservação dessas histórias centenárias porque elas são um retrato das primeiras lágrimas, daquilo pelo qual choramos antes, de saber o significado do amor (2006, p. 32).

Essas histórias retratam bem a angústia da criança pequena. Elas retratam duas fantasias, as dos pais que tem medo que seu filho seja trocado por outro na maternidade, e a dos filhos que descobrem ser adotivos. Em algum momento da vida, todos já tiveram a sensação de estar na família errada, por mais que laços biológicos os unam.

Corso & Corso expõem que, O Patinho Feio, de Andersen, pontua questões cotidianas da criança pequena, pois:

A pequena ave interpreta como maldade até mesmo ações benéficas ou sem intenção de machucar que lhe são dirigidas. O patinho está paranóico depois de tudo que sofreu. Um bebê também fica inconsolável em certas ocasiões, afinal, ele está morrendo de cólicas e ninguém fez nada para impedir.(2006, p.34).

Assim, a criança também interpreta as ações dos adultos, ao deixá-la ali sem cuidados, quando ela está com dor, como um abandono, um descaso. E quando o adulto tenta ajudar, ela continua chorando, pois a massagem não alivia imediatamente a dor, então e criança pensa estar sendo maltratada, até que a dor passa e ela se acalma.

Como na história do Patinho Feio, Dumbo também é um filhote que nasce com defeitos, com orelhas de abano. Porém, nessa história a mãe aceita o filho e sofre com ele devido ao seu defeito. Em um dado momento ela não aguenta mais ver as pessoas humilhando seu filho, entra em crise e é presa por defendê-lo. Diante disso, Dumbo também sofre com a dor da separação.

36 Como o Patinho Feio, cuja aparência diferente não era um defeito, apenas uma característica das jovens aves da sua espécie, o elefantinho tinha as tais orelhas destinadas a algo maior. Ambos desconheciam suas qualidades, que carregavam consigo como um fardo, ambos se descobriram superiores aos outros, mas só depois de um bocado de sofrimento (2006, p.35).

Dumbo foi lançado depois de uma mudança social, na qual o destino da mãe está associado ao do filho, e esse não é mais deixado aos cuidados de uma ama- de-leite, como no início da emancipação feminina. Assim, segundo Corso &Corso, nessa história:

Dona Jumbo não se faz de rogada, aceita seu filhote e briga por ele, mesmo que isso venha a arruiná-la, como é o caso. O filho vai ser sempre sentido e vivido como se fosse parte da própria mãe. Ela ficará ao seu lado no infortúnio e ele será sua extensão narcísica (2006, p.35).

O narcisismo do qual os autores falam é o super amor e admiração que a criança tem de si mesma. Ela se acha completa, inteira, se amando ao extremo, sem se importar com a opinião do outro, sua opinião basta.

Porém Dumbo é impedido de viver ao lado da mãe, no momento em que ela é encarcerada. Mas, mesmo assim, o elefante se transforma em algo jamais visto antes, em um elefante voador. Corso & Corso ainda colocam que:

Para Dumbo, o final feliz está em preencher as expectativas do ideal materno e ser algo grandioso. O impossível de um elefante voar aconteceu, logo as fantasias desatinadas de uma mãe dedicada podem ser alcançadas (2006, p.35).

O fato de o elefante corresponder ao ideal materno torna-o frágil, pois ele assumiu a identidade que a mãe desejava para ele, e não o que ele desejava ser. Aceitar ser o objeto da mãe, sem ter suas próprias expectativas, causa grande dano ao subjetivo, o que é comprovado a partir de experiências clínicas.

Já em “Cachinhos Dourados” apresenta-se uma família bem integrada, e sem problemas de identidade, cada um sabe seu lugar e seus papéis na organização

37 familiar. É a família de ursos representada pelo pai, mãe e bebê urso. Cachinhos Dourados deve descobrir seu lugar, quem ela é, quais suas funções e papéis no espaço familiar.

A busca pela identidade de Cachinhos Dourados começa quando ela prova a comida dos pratinhos dos ursos, pois a primeira experiência das pessoas é no ato da alimentação, bem como a relação com o outro, já que primeiramente os mamíferos, em especial os humanos, são alimentados pela mãe.

Segundo Bruno Bettelheim:

A estória de Cachinhos de Ouro ilustra o significado da escolha difícil que a criança deve fazer: ser como o pai, como a mãe ou como uma criança? Decidir quem deseja ser com respeito às três posições humanas básicas é de fato uma tremenda batalha psicológica, uma provação que todo o ser humano tem de sofrer (1980, p. 261).

Dessa forma, a história também trabalha com os desejos edípicos, quando se busca conseguir o amor total daquele que se escolhe ser. Ao invés de buscar uma identidade própria, as crianças imitam os pais.

Bettelheim ainda pontua que, “a estória dá corpo, na imaginação, aos medos e desejos que se sente uma criança quanto à entrada de um novo filho, imaginário ou real, na família” (1980, p. 263). Pois a criança sente medo de perder aquela família que era só dela, o amor incondicional dos pais agora será repartido, não precisando ser necessariamente um irmão, mas outra criança conhecida com a qual a atenção dos pais será dividida.

No momento em que Cachinhos Dourados convive com a família de ursos, ela provoca uma rivalidade, pois inicialmente os pais eram apenas do bebê urso, é isso que também acontece com as crianças com a chegada de um irmão. A chegada do bebê modifica a rotina da família, a criança passa a dividir a atenção que inicialmente era só dela.

38 Bettelheim, ao afirmar que:

A criancinha pode responder principalmente ao tema da rivalidade fraterna, encantada como fato de Cachinhos ter de voltar para o lugar de onde veio, como muitas criancinhas desejariam que acontecesse com o novo bebê. Uma criança mais velha ficará fascinada com as tentativas de Cachinhos experimentar os papéis adultos. As crianças gostarão de ver Cachinhos espiando e entrando na casa; alguns adultos poderão gostar de lembrar a seus filhos que Cachinhos foi expulsa por isto (1980, p. 264).

Essas histórias reunidas em um capítulo, pelo casal Corso, tratam de uma mesma problemática, a chegada da criança na família, e a aceitação dos pais. A rejeição sofrida pelo patinho feio lembra, a rejeição das mães, que não se vêem nos filhos, ou seja, o filho não correspondeu o seu desejo. Em Dumbo, o filhote também não corresponde ao desejo da mãe, mas mesmo assim ela o aceita como filho. Cachinhos Dourados entra em uma família perfeita, mas precisa descobrir o seu lugar dentro dessa, e causa a rivalidade fraterna, assim como muitas crianças sofrem com a chegada de um novo irmão.

Winnie the Pooh discute a lógica do pensamento infantil, evidenciando os encantos e problemas da infância, é baseada em uma história real de um menino, chamado Christopher e de seu urso de pelúcia, batizado de Pooh. Nas estórias de Winnie the Pooh são discutidos problemas do cotidiano infantil como “um amigo que precisa de ajuda, alguém que comeu tanto e ficou entalado na porta, a chegada de um novo bicho ou as travessuras de algum personagem ( Corso &Corso, 2006, p. 190)”.

Segundo Corso & Corso, 2006, a inspiração para a escrita as estórias dessa turma são:

Seus equívocos de linguagem, sua inocente e distorcida concepção de mundo, assim como a vivencia assustadora dos sonhos ou o fato de tomar palavras e expressões ao pé da letra; dramazinhos de gente pequena, respeitadas as grandes dimensões que podem assumir nessa época da vida. Mais importante que as aventuras é a forma da sua narrativa: é dirigida às crianças menores e escrita na língua em que elas pensam, (p. 190).

39 Nessas estórias cada personagem representa um modelo de criança o Leitão ou Piglet, é pequeno e medroso, adora usar adjetivos para enfatizar seus medos. Já o burrinho Ió é melancólico, está, a todo o momento, procurando chamar atenção, demonstrando sempre uma aparência tristonha.

O Tigrão e o pequeno canguru Roo são crianças mais ativas e alegres, adoram travessuras, porém não dispensam os cuidados de um adulto. Pooh, por sua vez, é um aventureiro muito comilão, está sempre em apuros para conseguir o seu alimento, por ser muito guloso está sempre perigando ficar sem mel.

Também há algumas figuras adultas nessa estória. A personagem materna desse enredo é Kanga, a mãe canguru é amorosa, pacienciosa, e zelosa. O coelho Abel, também é uma figura adulta, ele é ranzinza e extremamente organizado, está sempre sem tempo, como um adulto ocupado e sem paciência. A vovó coruja é um adulto com ideias ultrapassadas, porém é respeitada por todos.

Nessa história, que traz muitas crianças com diferentes características, onde cada uma vivencia de seu modo os problemas cotidianos, enfrentando os medos e as frustrações, formulando hipóteses, que deem conta dos conflitos, Corso & Corso (2006, p.193) reforçam, afirmando que “ as crianças tem suas hipóteses absurdas, mas que, ao seu modo dão conta, de um problema; além disso, sua concepção de mundo tem uma lógica diferente e é complexamente estruturada.”

Dessa forma, pode-se afirmar que as crianças, em determinada fase de sua vida, apresentam dificuldade em diferenciar o mundo real do mundo da fantasia, eles acreditam que alguns objetos tem vida. Os adultos, por sua vez, tem a função de desequilibrar o pensamento das crianças, procurando fazer com que compreendam os equívocos do seu pensamento.

Na estória de Winnie the Pooh, por sua vez, as crianças não são impedidas de viver e acreditar em suas verdades, o que agrada muito o público infantil, já que assim é possível vivenciar suas hipóteses de mundo. Os psicanalistas Corso &

40 Corso citam a importância de a criança nomear seus objeto, já que:

O ato de batizar um brinquedo ou um bichinho de estimação permite à criança viver a experiência de ser um criador da língua. A partir do momento em que ela decidiu assim, tal objeto será designado por tal nome porque ela quis assim, (2006, p. 196).

Esse é um momento de muita importância, já que a criança tem a autoridade de escolher, assim como Christopher, que batiza seu urso de pelúcia. Lembrando que, o urso de pelúcia, é parte da criança, é uma extensão do seu corpo, pois a criança e o brinquedo possuem uma relação de amizade, de intimidade.

Constata-se que esse brinquedo se transforma em algo vivo, é companheiro de Christopher, que vivencia com o menino, grandes perigos e aventuras. É com quem ele divide medos e angustias, bem como a quem confidencia grandes segredos.

Alice no país das Maravilhas evidencia a fantasia infantil, discutindo a lógica das crianças, a imaginação e a capacidade de a criança fantasiar. Lewis Carrol, o escritor de Alice, segue em sua escrita a lógica infantil, sendo capaz de representar o mundo e os sentimentos infantis, descrevendo charadas, poesias, rimas e jogos de palavras, o que acaba por encantar as crianças.

Essa história é repleta de personagens com suas peculiaridades, a começar pelo Coelho Branco, com seus objetivos ridículos, que podem ser comparados a de um adulto, que cumpre a ordem de seus superiores, o coelho cumpre as ordens de sua rainha, sem questionar os fins.

O chapeleiro Maluco e as Rainhas estão fadados a uma rotina sem fim. São como os adultos, cheios de rotinas e compromissos, o Chapeleiro necessita do seu eterno chá da tarde, e as Rainhas sempre preocupadas em proteger se reino. O casal Corso afirma que:

A nossa mente é similar ao País das Maravilhas: um território imprevisível e paradoxal. Se os adultos padecem de males e têm

41 preocupações difíceis de entender para eles próprios, imagine então como é difícil para as crianças que são levadas na corrente deles sem maiores esclarecimentos, (2011, p.248).

É o caso de Alice que entra no País das Maravilhas movida pela curiosidade, porém ao chegar lá sofre, sendo arrastada de um lado para o outro, seguindo ordens, diminuindo e aumentando de tamanho, tudo isso para atender aos desejos de adultos.

As crianças, geralmente, não têm medo do novo, desde que tenham ao seu lado um adulto de confiança. Na história o papel de adulto confiável é vivenciado pelo Cavalheiro Branco, mesmo que esse seja um pouco trapalhão, porém sempre muito bem intencionado.

A troca de tamanho vivenciada por Alice, também chama a atenção das crianças, pois elas se identificam com esse drama, já que enquanto crianças, a todo o momento, mudam de tamanho, perdendo, inclusive, as roupas preferidas. Nesse sentido, Corso & Corso expõe que:

As crianças têm seus próprios problemas: elas ficam mudando de tamanho, e isso é muito incômodo. Certamente elas crescem, porém isso não acontece de forma linear. Como Alice, elas são acometidas de surpreendentes espichos. Além disso, elas convivem com crianças de idades e ritmos de crescimento diferentes, por vezes sentem-se grandes frente aos outros em outras situações são pequenos, (2011, p.248).

Assim como Alice, as demais crianças também se sentem desconfortáveis com os crescimentos súbitos, bem como nas situações em que são os menores da turma, sentindo-se vulneráveis.

Outra problemática de Alice é o diálogo, que só é possível quando a mesma acata ordens, assim como as crianças, que estão sempre cumprindo ordens dos adultos que a rodeiam. Na história “algum diálogo é bem-sucedido, o que é raro, isso só ocorre após muita insistência dela e cômicos mal-entendidos. Alice não cessa de surpreender-se sobre o pendor daquela gente, (Corso & Corso, 2011, p.249)”.

42 Nessa história, a menina é convidada a viver no mundo real, no qual sempre os adultos tem uma missão. Nele ela é convidada a ser por hora adulta, já que veio ao País das Maravilhas para salvá-lo, porém com um pé na infância, tendo que a toda hora cumprir as ordens a ela designada, como se fosse uma criança.

Alice se permite em seu sonho viver a fantasia, que é como se fosse um óleo que lubrifica o encontro com o outro, é um espaço de repouso conforme Corso & Corso 2011:

Esse espaço de repouso no qual é possível criar e imaginar, tendo a tranquilidade de contar com a presença necessária e não ostensiva do outro, que é esse lugar subjetivo, no qual uma criança pequena consegue brincar sozinha. É o mesmo no qual depois de crescidos precisamos nos refugiar para fantasiar, (p.259).

A menina, no papel de sonhadora, tem a plasticidade de mudar de personagem indo para novos cenários e, segundo Corso & Corso, 2011, as crianças demonstram essa plasticidade quando aceitam novas brincadeiras; Alice, por sua vez, a demonstra ao aceitar os desafios que o País das Maravilhas lhe impõe.

Essa plasticidade também é percebida quando a menina acorda do seu sonho e volta para a vida real como se nada tivesse acontecido. Assim são as crianças, já que elas não carregam consigo frustrações e mágoas vividas em um dia anterior, quando acordam é como se nada tivesse acontecido.

O Jardim Secreto é a estória de um menino chamado Colin que fica órfão de mãe e é abandonado pelo pai em quarto cheio de livros, onde ele só recebe o necessário para sobreviver; em paralelo a esse menino tem-se uma prima Mary que não recebe nenhum olhar e investimento afetivo dos pais, porém recebe de uma aia todo o olhar materno.

Ambas crianças tinham uma aparência feia e eram privadas do contato com seus pais, Mary era magra, descabelada e amarela. Já Colin era pálido, frágil e desagradável. Aos 10 anos Mary fica órfã, perdendo, inclusive, a aia que lhe

43 dedicara muita atenção. A menina vai morar junto com Colin, e só recebia a atenção de alguns criados, já que o tio sempre estava viajando e Colin era escondido do mundo. A menina não precisou de muitos dias para desvendar alguns segredos da mansão.

Primeiro, descobriu o Jardim Secreto, que estava lacrado, já que foi construído e cuidado pela mãe Colin, e onde a mesma veio a falecer sentada em um balanço. Logo depois descobriu um quarto rodeado de livros, afastado de todos, e nele um menino que foi privado do contato social, por lembrar a mãe falecida. Os dois se conhecem clandestinamente e Mary começa contar histórias que ouvira da sua aia.

As crianças descobrem uma na outra o afeto jamais dedicado dos seus pais, e, juntos, começam a reconstruir em segredo o jardim secreto, apenas uma das criadas é que compartilha esse segredo, uma jovem tagarela, Martha, que desde muito jovem se dedica aos trabalhos domésticos e sente muita saudade da mãe, que é lembrada em vários momentos, quando expressa pensamentos e falas da sua mãe.

As duas crianças por sua vez, órfãs de amor, unem-se e encontram um desejo e uma subjetivação no jardim e nas palavras de uma mãe desconhecida e imaginária, que se faz presente através de Martha. Em consequência disso, Colin não apresenta mais um comportamento histérico, de quem não suportava viver sem ser desejado.

Nesse sentido, o jardim é um espaço secreto de subjetivação, tão necessária à psique dessas crianças, já que a subjetivação não é uma necessidade corporal, mas sim uma necessidade psíquica, assim como o jardim não é um espaço útil, mas um espaço de deleite. Segundo Corso & Corso:

Nesse jardim as flores são o ponto forte e elas também são cultivadas para embelezar. Se estivermos certos de que esse jardim secreto é um espaço materno, fica sublinhado quanto essa função não pertence à ordem da necessidade, mas à do aparentemente supérfluo. Trocando

44 em miúdos: o leite alimenta, mas são os olhares, abraços e palavras que constituem uma criança. (2011,p. 219 e 220).

Porém o jardim é apenas um símbolo, são as marcas afetivas da mãe de Colin que estão no jardim e no inconsciente das crianças que dão conta da subjetivação dos mesmos.

Winnicot, citado por Corso & Corso (2011, p.218), afirma que a criança é ativa no seu processo de subjetivação, e não uma mera receptora, e que o espaço do brincar e do faz de conta são zonas intermediárias entre o desejo e o real, oferecendo a criança um espaço de fantasia e de exposição dos seus desejos.

Essa estória apresenta algumas relações com o Conto de Fadas da Cinderela, já que traz o jardim como um símbolo materno e cheio de significantes necessários aos personagens para que consigam seguir em frente, são marcas subjetivas e afetivas que alimentam o imaginário infantil.

3.2 PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA CRIANÇA COM ATRASO MENTAL A

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