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Control and Choice Dwelling Archigram

No documento noe garrocho aço pereira dissertacao (páginas 120-125)

O projecto “Control and Choice Dwelling” é criado em 1967. A habitação é uma das unidades da cidade. É, portanto, da conjugação de várias habitações, bem como de serviços e equipamentos que a cidade é feita. Por ser uma das unidades do espaço urbano, é importante estudar qual o conceito habitacional do grupo Archigram, para a urbe do futuro. Aqui, o Utilizador relaciona-se com o Edifício de uma maneira própria e este não tem uma forma determinada. Esta forma é, antes, uma junção de várias partes que o constituem. Estas partes formam um espaço com múltiplas funções e que serve múltiplas personalidades.

A Cibernética é usada neste projecto. Está ainda nos primórdios da sua existência. No entanto, já é usada para tentar aproximar o Edifício do controlo do utilizador. Fá-lo através da capacidade que dá ao habitante de controlar os movimentos das partes que constituem o projecto. Para que tal aconteça foi necessário desenhar-se o Edifício seg- undo os princípios constantes na Teoria Geral dos Sistemas de Bertalanfy. Só através da articulação entre as várias partes constituintes é que o todo é possível ser materializado. Rápido se depararam com o problema de não conseguirem comunicar efectiva-

mente com o Edifício. Os sistemas que são empregues não têm essa capacidade, pelo que o controle tem que ser feito de maneira directa.

A conceito chave para o projecto “Control And Choice Dwelling” é a palavra meta- morfose. Este conceito também se aplica à concretização do projecto, que dependia de um conjunto de peças que tornaria possível a construção e funcionamento do projecto139.

Caso fosse construído, o projecto “Control and Choice Dwelling” permitiria ao ha- bitante fazer as suas próprias transformações espaciais. O controlo do espaço seria pas- sado para o Indivíduo. Seria feito através de Interfaces variados, que vão desde o con- trolo directo ao controlo indirecto responsivo. O Indivíduo poderia interagir com o Edifício, alterando-lhe as suas características espaciais. O espaço poderia variar de acordo com as necessidades momentâneas do Utilizador140. Certas actividades requereriam mais pri-

vacidade, pelo que o Utilizador poderia isolar o seu espaço, criando um compartimento que o afastasse do convívio com outros compartimentos ou Utilizadores da habitação.

139 - Cook, [Em linha], http://archigram.westminster.ac.uk. 140 - Cook, [Em linha], http://archigram.westminster.ac.uk.

Os autores do projecto referem que apesar de haver um posicionamento ideal dos vários compartimentos da habitação, não há uma rigidez, nesta distribuição141. Ao per-

mitir um reposicionamento relativo dos compartimentos da habitação, as necessidades espaciais do Utilizador seriam satisfeitas. O Utilizador poderia escolher livremente a con- iguração do espaço que pretende. Essa escolha seria feita dando inputs ao mesmo, transformando-o. Esta característica pode ser útil quando se tenta implantar novos Ed- ifícios num espaço já densamente ocupado. Se a zona for urbana e com uma malha ir- regular, o espaço sobrante pode ser mais eicientemente aproveitado, se houver possibi- lidade de mudanças no posicionamento e forma dos compartimentos.

O papel do arquitecto focar-se-ia na determinação dos limites das transformações espaciais, que o Utilizador poderia fazer. Além dos limites das mudanças espaciais, po- deria potenciar as qualidades espaciais da habitação. Poderia fazê-lo, já que cabe a ele a previsão dos movimentos possíveis. Se o uso do espaço fosse uma actividade mais recatada o arquitecto poderia sugerir um espaço com menos área. Dessa forma os movi- mentos do Utilizador, quando está a trabalhar seriam mais eicazes, do ponto de vista mecânico. Podia optar por um espaço insonorizado, para o isolar, acusticamente, dos restantes espaços da habitação. Poderiam ser controladas as vistas, a partir dessa zona de trabalho. Controle providenciado pelo posicionamento do compartimento, relativa- mente aos restantes. Estes factores não são determinados aquando da realização do projecto. Estas mudanças espaciais seriam função do Utilizador: da sua personalidade, do seu comportamento e dos seus gostos.

O grupo Archigram previu que a evolução tecnológica izesse evoluir também a qualidade do espaço criado pelo “Control and Choice Dwelling”. Com efeito, a evolução dos materiais permitiria a existência de mais alternativas para a coniguração espacial. Numa primeira fase as peças que compunham a estrutura e a forma do Edifício tinham muito peso estético. Além disso as suas potencialidades eram reduzidas, já que não ha- via tecnologia disponível. Tecnologia que permitia concretizar o projecto, mas também que lhe dava a capacidade de metamorfose de que o grupo fala. Um dos exemplos do aumento de capacidade de resposta do Edifício é o uso da Tensegridade. De facto, neste projecto, seriam usadas membranas elásticas, tensionadas. Estas poderiam proporcionar a leveza estrutural que o Archigram pretendia. Ao mesmo tempo, podiam ser moldáveis às transformações espaciais.

À medida que evoluía a tecnologia, os elementos que compunham o “Control and Choice Dwelling” iam sendo menos numerosos. Tal era conseguido através de uma ca- pacidade aumentada de tarefas que cada um podia realizar. Esse aumento seria benei- ciado pela introdução de algoritmos de controlo. Em seguida apresenta-se o esquema de evolução temporal, do “Control and Choice Dwelling”.

Imagem 50 – Control and Choice Dwelling – esquema conceptual – foto do autor

O espaço seria dotado de mais capacidade de transformação. Seria mais adaptá- vel às necessidades especíicas do Utilizador. O avanço da tecnologia dos robôs permitiria mais movimentos dos vários componentes da habitação. A evolução da inteligência ar- tiicial da habitação também permitiria um aumento da adaptabilidade e da capacidade de resposta do Edifício, aos problemas e necessidades do Utilizador. No entanto, apesar dessa prometida evolução, o “Control and Choice Dwelling” não possui Inteligência Arti- icial. As condicionantes de computação da época não o permitiam, de maneira eicaz.

Características actuais do Edfício Cibernético

No documento noe garrocho aço pereira dissertacao (páginas 120-125)