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Controladoria

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2.2 CONTROLADORIA GOVERNAMENTAL

2.2.2 Controladoria

Para Corbari et al. (2013, p. 4), a controladoria “surgiu nos EUA, na metade do século XIX, em decorrência da industrialização ocorrida no país, e se desenvolveu em decorrência da necessidade de neutralizar os efeitos negativos do ambiente econômico e de identificar potenciais vantagens competitivas”.

No ponto de vista de Andrade, Veggian e Scarpinelli (2013, p. 2), “a controladoria, ciência sustentada por ferramentas de planejamento, controle e execução, surgiu no início do século XX nas organizações norte-americanas, devido ao desenvolvimento industrial e o aumento das complexidades dentro das atividades corporativas”.

Há autores como Lunkes et al. (2009) que esclarecem que não há como definir uma data exata para o nascimento da controladoria. Esses autores afirmam ainda que a origem da controladoria pode variar de país para país. “Ao abordar a controladoria, ainda que de forma concisa, há a necessidade de ter o conhecimento sobre o seu surgimento para compreender o modo como se deu sua evolução” (DURIGON; DIEHL, 2014, p. 4).

Para Barreto, Barreto e Barreto (2012, p. 3), a Controladoria tem “sido alvo de estudos e destaque de análises e reflexões dos estudiosos das ciências que têm como foco o campo gerencial das organizações como a da Administração e Contabilidade. É importante observar a contribuição da Controladoria à governança pública”.

Na década de noventa, a Controladoria dividiu-se em duas linhas doutrinárias, sendo que de um lado estão àqueles que representam uma visão empírica, sendo ela apenas um fornecedor de informações para o gestor. De outro lado estão os ligados ao modelo de gestão econômica - GECON que é um modelo gerencial pioneiro desenvolvido a partir do final dos anos 70, pelo Prof. Dr. Armando Catelli (CORBARI et al., 2013).

Antes do surgimento da controladoria, cabia à contabilidade fornecer as informações necessárias para dar apoio à tomada de decisão das organizações. Porém, com a evolução das organizações, a contabilidade passou a ser tornar ineficaz para o fornecimento de dados para o gestor decidir sobre o futuro da organização, tendo em vista que a contabilidade detém apenas parcela das informações necessárias (CORBARI et al., 2013).

Para Silva et al. (2016), a contabilidade vem com suas técnicas e especializações prover os gestores de informações que o auxiliem no processo decisório, no entanto, a controladoria surgiu como mecanismo de interpretação dos relatórios para os gestores definirem as estratégias de mercado no presente e projetar seus objetivos futuros numa visão gerencial.

Sobre a definição de controladoria, a literatura traz inúmeras definições, mas todas com maior direcionamento para as atividades de controle e tomada de decisões, Rodrigues Neto et al. (2013) definem que:

A Controladoria é um ramo especializado na contabilidade administrativa, e como o próprio nome diz, é um setor de controle das atividades, dos gastos, da gestão ou de outro setor no qual ela é vinculada, e sua função é de controle dos processos de planejamento e orçamento nas organizações, e o responsável pela Controladoria é o (controller) ou controlador que pode ser o gestor ligado ao órgão ou um assessor ou até mesmo um consultor ou um profissional especializado (RODRIGUES NETO et al., 2013, p. 2).

Para Barreto et al. (2015, p. 3), a Controladoria é um conjunto de “conhecimentos formados por base teórica e conceitual de ordem operacional, econômica, financeira e patrimonial. Seus princípios e métodos são oriundos das mais variadas ciências, desde a administração até a contabilidade”.

Padoveze (2003) apresenta em sua publicação uma definição bem abrangente da Controladoria:

A Controladoria é uma ciência autônoma e não se confunde com a Contabilidade, apesar de utilizar pesadamente o instrumental contábil. (...) em nossa opinião, a Controladoria pode ser entendida como a ciência contábil evoluída. Como em todas as ciências, há o alargamento do campo de atuação; esse alargamento do campo de abrangência da Contabilidade conduziu a que ela seja mais bem representada semanticamente pela denominação de Controladoria (PADOVEZE, 2003, p. 3).

Rodrigues Neto et al. (2013) ainda destacam que a contabilidade e a controladoria trabalham juntas, mas não se pode confundi-las, a controladoria é uma ciência contábil mais moderna e seu universo de atuação é a contabilidade, e a contabilidade passa a ser apresentada como ciência, mas na realidade a controladoria é superior a ela, pois é a controladoria que controla toda a gestão das organizações.

Frezatti (2009, p. 28) corrobora com Padoveze (2003) e Rodrigues Neto et al. (2013) e compreende que a controladoria é uma área da contabilidade, entretanto, o autor defende que a Controladoria não devem limitar-se apenas a elaboração e divulgação de informações contábeis, mas participar do processo gestão da entidade como um todo, pois é a área que reúne as informações de natureza econômico – financeira, proporcionando ao profissional da controladoria uma visão global da entidade, permitindo uma melhor assessoria aos gestores.

No ponto de vista de Mosimann e Fisch (1999, p. 99), a controladoria é “o conjunto de princípios, procedimentos e métodos oriundos das ciências da administração, economia, psicologia, estatística e, principalmente, da contabilidade, que se ocupa da gestão econômica das organizações, com a finalidade de orientá-las para a eficácia”

Almeida, Parisi e Pereira (2009, p. 370), ao abordarem sobre controladoria, classificaram em dois blocos “o primeiro como ramo de conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda a base conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações”.

Durigon e Diehl (2014, p. 3) ainda complementam que a “Controladoria é um campo do conhecimento que auxilia na interpretação de fenômenos sociais que ocorrem na gestão organizacional proporcionando melhor compreendê-los, observando formas de preveni-los e contribuindo cientificamente para esta área”.

Nesse contexto, Barreto, Barreto e Barreto (2012, p. 8) ainda destacam que pode-se considerar, então, a Controladoria como uma “área de conhecimento exercida por uma unidade administrativa sob a responsabilidade de um profissional intitulado controller, que tem funções específicas e fundamentais no desenvolvimento do processo decisório das entidades”.

Já Slomski (2005, p. 15) afirma que a “controladoria é a busca pelo atingimento do ótimo em qualquer ente, seja ele público ou privado, e o algo mais, procurado pelo conjunto de elementos que compõe a máquina de qualquer entidade”. Pois a Controladoria está voltada para “mensuração da riqueza, para a criação do modelo de gestão, além de auxiliar os gestores na sua tomada de decisão. Tem como base a relação entre os conceitos de outras áreas” (CORBARI et al., 2009, p. 6).

Diante de sua relevância da área, Frezatti (2009, p. 26) defende que “a controladoria é o órgão cuja missão consiste em zelar pela eficácia do seu processo de gestão, isto é, cuidar para que os usuários disponham de todas as informações necessárias para atingir seus objetivos”.

O papel da controladoria se torna extremamente necessário para o auxílio da gestão organizacional, pois ela “cria relatórios que saem da visão estritamente financeira e dão modelos de tomada de decisão que estudam o ambiente interno, micro e macro ambientes econômicos, viabilizando e agilizando a atuação estratégica-organizacional” (CORBARI et al., 2013, p. 6).

O trabalho em “conjunto entre TI e controladora é indispensável para que a informação chegue de maneira eficaz para os tomadores de decisão. A união desses dois departamentos tem

como objetivo principal produzir ferramentas para auxiliar a gestão do órgão” (ANDRADE; VEGGIAN; SCARPINELLI, 2013, p. 3).

Para Bianchi, Backes, Giongo (2006):

A implementação de um adequado sistema de informações permite à controladoria atuar no monitoramento e na integração do processo de gestão da organização, estruturado nas fases do planejamento estratégico e operacional, execução e controle. Essa integração é o nível de coesão segundo o qual decisões são tomadas pelas áreas, levando em conta o seu próprio resultado, sem, entretanto, dissociar-se dos objetivos globais da organização (BIANCHI; BACKES; GIONGO, 2006, p. 3).

Rebien e Amorim (2016, p. 2) corroboram que a controladoria “é de grande importância, pois poderá contribuir para que os gestores públicos busquem cumprir os programas, as metas e as ações de governo em um ambiente de controle, dentro de um cenário transparente, eficiente e legal”.

Nesse contexto, observa-se que o papel da controladoria tem relevância destacada nos “processos de gestão das organizações, principalmente, no suporte informacional para tomada de decisão, mas também nas atividades de planejamento, orçamento e controle, execução, controle e medidas corretivas e avaliação de desempenho” (SILVA et al., 2016, p. 6).

Pois, conforme aborda Bianchi, Backes, Giongo (2006), a controladoria atua no processo de gestão com o objetivo de proporcionar aos gestores os meios que os levem a atingir a eficácia organizacional, de modo que todas as decisões estejam voltadas à harmonia operacional, tomadas sempre à luz dos objetivos globais da organização e com os gestores atuando de forma sincronizada no sentido de gerarem, com suas ações, os melhores resultados possíveis com o menor sacrifício de recursos possíveis.

Diante dessa breve contextualização, observa-se que a “Controladoria é uma área que pode contribuir para fortalecimento e desenvolvimento da organização, através de seus relatórios e instrumentos gerenciais que subsidiam os gestores nos processos de tomada de decisão” (DURIGON; DIEHL, 2014, p. 5).

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