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5. Apresentação e Implementação de Propostas de Melhoria

5.5. Controlo das Atividades de Manutenção

Uma manutenção correta dos equipamentos previne grande parte das avarias que possam surgir, mas quando não se pode evitar que estas aconteçam, reunir o máximo de informação acerca do que aconteceu e de que forma é que foi resolvido é de extrema importância de forma a prevenir futuros problemas. Assim, para que a gestão de equipamentos na organização seja feita de forma mais eficiente e evitar ao máximo as avarias, a produção de defeitos e a produção abaixo do que é desejado elaboraram-se algumas propostas que passam por:

1. Criar um ficheiro de registo de manutenção preventiva que forneça todas as informações necessárias. Na folha de registo deve ser preenchido claramente que tipo de inspeção foi executada em cada um dos equipamentos, que recursos foram utilizados durante as intervenções de manutenção, quais foram as medidas tomadas em caso de o equipamento não estar conforme e que recursos foram utilizados, se foi necessário a compra de algum tipo de recurso e se sim, quanto é que foi o custo do mesmo. Um exemplo desta folha de registo está representado na figura 65 do Anexo VII. Estes registos devem sempre estar no local onde possam ser consultados por qualquer elemento da organização. Esta folha de registo tem como principal objetivo criar um standard para as tarefas de manutenção preventiva para que no futuro estas possam ser realizadas de forma autónoma pelos operadores.

2. Criar formas de alerta para os operadores que têm de realizar as intervenções de manutenção preventiva. Para isso deverão ser criados pequenos crachás que serão colocados nas máquinas, tal como o identificado na figura 40:

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O crachá deve ser previamente preenchido pelo responsável pela manutenção com o nome da secção e do equipamento ao qual pertence e com as intervenções de manutenção que devem ser efetuadas no equipamento. O operador responsável pela manutenção apenas tem de preencher com “ ” ou “ ”, dependendo se na altura da inspeção o equipamento estava conforme ou não, e a data em que a manutenção foi executada. O crachá deve ser colocado em cada uma das máquinas numa zona para onde os operadores olhem com frequência. Paralelamente os operadores devem preencher a folha de registo referida no primeiro ponto.

3. Criar ficheiro que permita o registo dos acontecimentos que levaram a uma avaria e das medidas corretivas implementadas. Este ficheiro está representado na figura 66 no Anexo VII. Nele constam os seguintes campos:

a. Descrição detalhada da avaria;

b. Listagem dos elementos da máquina comprometidos pela avaria. Todos os elementos devem ser listados, mesmo que pareçam insignificantes;

c. Descrição detalhada das ações corretivas;

d. Listagem dos recursos utilizados durante a reparação;

e. Listagem dos elementos da máquina que foi necessário substituir durante a reparação; f. Cálculo dos custos associados à reparação, nestes custos devem estar incluídos os custos

da compra de peças e custos com mão de obra;

g. Identificar claramente se a reparação foi realizada a nível interno ou externo. Também, estes registos devem estar acessíveis a todos os elementos da organização.

4. Criar instruções de trabalho para que as operações de manutenção preventiva possam ser as mais autónomas e qualquer um dos operadores as possam realizar. Para a criação destas instruções de trabalho será preponderante o correto preenchimento dos registos criados no ponto 1, pois será com base nestes registos que as instruções de trabalho serão elaboradas. Destas instruções de trabalho devem constar as informações essenciais para que seja possível a qualquer operador executar as intervenções de manutenção preventiva, daí que estas devam ter imagens representativas e devem incluir uma lista de recursos necessários para a elaboração das intervenções/ verificações. 5. Fazer uma análise das causas das avarias.

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6. Implementar indicadores que permitam avaliar a fiabilidade e manutibilidade de cada um dos equipamentos. Os indicadores que permitem avaliar estes dois parâmetros são o MTBF (tempo médio entre avarias) que avalia a fiabilidade das máquinas, pois permite saber de quanto em quanto tempo, em média, está a ocorrer uma avaria num equipamento, o MTTR (tempo médio de reparação) que permite, quando calculado ao nível do equipamento, avaliar a sua manutibilidade, isto é se as reparações são realizadas de uma forma lenta ou rápida, o MWT (tempo de espera), este indicador permite avaliar se a resposta a uma avaria é rápida ou não, pois ele indica quanto tempo passou desde que a máquina parou até que a reparação comece, efetivamente. E, por fim, a disponibilidade que permite avaliar qual a percentagem de tempo em que o equipamento está realmente a funcionar em boas condições. Os dados para calcular cada um dos indicadores serão retirados do software de gestão da empresa, pois este tem capacidade para obter todos os tempos necessários, desde que os operadores façam o registo correto das paragens.

7. Alertar e sensibilizar os operadores para o facto de terem de registar corretamente as paragens por avarias no software da empresa. Para que esta melhoria seja posta em prática ações de sensibilização devem ser levadas a cabo, para explicar aos operadores como devem ser feitos os registos no software e tal como serão utilizados os dados, quais os indicadores de desempenho posteriormente calculados e qual a importância que as informações têm para o bom funcionamento da organização. Deve-se tentar fomentar nos operadores um espírito de pertença à organização e à sua secção em particular, de forma que eles sintam o seu espaço de trabalho como seu, um espaço que devem preservar.

Estas sete medidas só serão implementadas de uma forma eficiente se se conseguir envolver os operadores e sensibilizá-los para o correto preenchimento dos registos e da realização das intervenções de manutenção preventiva de forma adequada e no tempo adequado, de maneira a que as paragens por avaria diminuem cada vez mais. Daí que o ponto sete é o ponto mais importante deste conjunto de medidas.

A informação detém um papel preponderante para que as avarias sejam evitadas, pois só se existirem dados históricos e informações concretas sobre os equipamentos é que se consegue tomar medidas que previnam futuras avarias.

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