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2.12.1 Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos

Capítulo 3 – Estágio em Farmácia Hospitalar

3.3 Sistemas de distribuição

3.4.3 Preparações estéreis

3.4.3.3 Controlo microbiológico

O controlo microbiológico relativo ás preparações estéreis é efetuado mediante a realização de uma panóplia de testes, com periodicidade variável.

No que diz respeito ao controlo do produto obtido após a manipulação de citotóxicos, o mesmo é efetuado mensalmente, onde duas amostras, de 2,5 mL cada, de cloreto de sódio 0,9% com água própria para a preparação de injetáveis, são enviadas para o laboratório de Patologia do CHCB, a fim de ser detetada a presença de bactérias e fungos. Também, aquando da manipulação de NP, semanalmente, são enviadas para o laboratório duas seringas contendo 5mL de preparação. As alíquotas são retiradas de uma bolsa, selecionada de forma aleatória. Devo afirmar a execução deste teste pela minha pessoa, aquando da aditivação de bolsas de NP.

Em adição, as superfícies da câmara horizontal e vertical assim como o ar de ambas as salas limpas são também, sujeitas a um controlo microbiológico rigoroso. Mensalmente, as superfícies são avaliadas mediante a passagem de duas zaragatoas em pontos estratégicos da câmara. Já o controlo do ar é efetuado trimestralmente, recorrendo à exposição de uma placa aberta de gelose de chocolate, para a deteção de bactérias, e uma outra placa aberta contendo meio de Sabouraud, que facilmente deteta a presença de fungos. Por último, menciono o teste efetuado às dedadas das luvas da câmara de fluxo horizontal e vertical, ao qual tive oportunidade de assistir e auxiliar. O mesmo é realizado em duas placas de gelose de sangue, sendo uma destinada às dedadas da luva direita e a outra às dedadas da luva esquerda. Devo afirmar que, estes testes são de extrema relevância no controlo e manutenção dos padrões de esterilidade, garantindo assim, a não existência de riscos de contaminação das matérias- primas e produtos obtidos.

3.4.4 Reembalagem

Como supramencionado no ponto 3.3.1 do relatório em epígrafe, os SF dispõem de dois sistemas que permitem a reembalagem de formas farmacêuticas sólidas: a FDS, um sistema automático, e um outro sistema, semiautomático, destinado apenas à reembalagem de medicamentos fotossensíveis e citotóxicos. Estes sistemas garantem a disposição do medicamento na dose prescrita e de forma individualizada, evitando manipulações adicionais na administração aos doentes (1). Justifica-se a reembalagem de medicamentos cuja Indústria Farmacêutica não produz na dose necessária, medicamentos cujo acondicionamento original seja em embalagens multidose como frascos de vidro e medicamentos que não estejam identificados um a um no

particular dos medicamentos não produzidos na dose necessária, os mesmos são fracionados manualmente, em tabuleiro, a fim de serem reembalados meios, terços, quartos ou dois terços do comprimido. Deste modo, os profissionais envolvidos nesta tarefa garantem a evicção da contaminação do produto pelo uso de equipamento individual apropriado.

A FDS é constituída por várias cassetes, as quais foram calibradas previamente, de forma informática, para o medicamento que vão receber. É importante salientar que, previamente ao carregamento da FDS com um medicamento para reembalar, é feito o registo informático de informações relativas à DCI, dose, lote, e validade do medicamento em questão. Estas informações constituem o rótulo de cada embalagem do medicamento reembalado individualmente, tornando possível a identificação correta do medicamento.

Devo referir que, nesta área, o farmacêutico apenas desempenha funções a tempo parcial, essencialmente na supervisão e validação dos medicamentos reembalados. Após a validação, é efetuado um registo relativo às conformidades ou não conformidades da reembalagem, para controlo de qualidade. Menciono que, tarefas como a validação e os registos inerentes à mesma foram tarefas por mim efetuadas durante o estágio na área de farmacotecnia.

3.5 Farmacovigilância

No âmbito da farmacovigilância ativa, a fim de detetar e notificar reações adversas medicamentosas (RAM), o CHCB pressupõe a monitorização terapêutica de fármacos que carecem de monitorização adicional, ou seja, fármacos para os quais ainda não se dispõe de dados de segurança robustos, os quais são identificados pelas autoridades do medicamento, através do símbolo de um triângulo preto invertido, e fármacos que são introduzidos de novo no guia farmacoterapêutico do hospital. Neste contexto, a participação de todos os profissionais de saúde é fundamental, pelo que se torna imperativo uma intervenção dos mesmos junto do doente.

Devo mencionar que, durante o período de estágio no setor referente ao SDIDDU, efetuei a farmacovigilância ativa do apixabano, um anticoagulante oral, em todos os serviços onde se encontravam doentes a cumprir terapêutica com este fármaco, nomeadamente Medicina I, Ortopedia e Cardiologia, sob a supervisão de um farmacêutico. Para tal, questionei os enfermeiros responsáveis pelos doentes em questão acerca de alguma reação adversa a notificar, preenchendo o respetivo formulário destinado ao efeito. Uma vez que não havia nenhuma reação a notificar, os formulários foram arquivados numa pasta específica.

Relativamente à farmacovigilância ativa afeta ao sector do ambulatório, devo referir que, a mesma incide, principalmente, em fármacos inibidores da tirosina cinase, dentro dos quais

na sala referente à distribuição em ambulatório, os doentes a cumprir esta terapêutica são inquiridos pelo farmacêutico acerca de possíveis RAM experienciadas. O farmacêutico toma assim, uma atitude pró-ativa em relação ao doente, garantindo o acompanhamento da terapêutica e, consequentemente, o sucesso farmacológico da mesma.

Mediante uma suspeita de RAM, os farmacêuticos devem preencher o respetivo formulário (Anexo 3.8) de notificação do Sistema Nacional de Farmacovigilância e proceder ao seu envio para o INFARMED. Uma cópia do formulário deve ser também enviada para a CFT do hospital.