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A cooperação existente, nomeadamente entre as várias forças de segurança, tendo em conta a retórica legislativa e política, parece “presa” a formalismos Na realidade a

Evolução dos ataques terroristas na UE (2001-2017)

8. A cooperação existente, nomeadamente entre as várias forças de segurança, tendo em conta a retórica legislativa e política, parece “presa” a formalismos Na realidade a

retórica corresponde à prática diária das FSS?

Colocando a questão na vertente do terrorismo, considero que, com a criação e dinamização da UCAT (Unidade de Coordenação Antiterrorismo), a cooperação existente nesta matéria teve um feliz desenvolvimento, não sendo sujeita a formalidades muito fortes.

Independentemente de alguns casos pontuais, a regra geral, no meu ponto de vista, é haver uma boa cooperação entre as FSS.

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Apêndice n.º 3

Tania Joya, Tania. Entrevistado por Tiago Castro. Entrevista por email. 29 de novembro de 2017.

1. Why did you accept to be radicalized? And how?

1. I didn't believe I was radical during my radical stage, I believed I was right and the moderates were heretics. I was susceptible to radicalism due to taking the Quran and the Hadith literally and linguistically according to the context. Early 2001, English speakers had access to Salafi, goofy Sufi or Deobandi material and perspectives. I adopted the literal approach before embracing the Zahiri school of thought by Ibn Hazm Al- Andalusi from Spain. He was a vizier of the second Ummayad caliphate and advocated the preservation of the Islamic Caliphate and Jihad.

2. What methods of recruiting did you use in the past?

2. I did not recruit people personally towards Jihad, that was my former-husbands speciality.

3. What did you learn from the experience of radicalization and recruiting? (Negative and positive aspects)

3.I learned that people desire a sense of belonging to a community that embraces them, recruiters use this to their advantage. The cult-like communities give people a sense of structure and morals to live by.

4. What is your perception about the interaction between you (and people like you then) and the locals in the conflict zone?

4.Difficult question... I have old extremist friends that have left Islam, I lost contact with the jihadist circles after leaving Islam four years ago.

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5. When you were there, did you know if there were women (and men) like yourself, i.e., women (and men) that were not so interested in Daesh (ideas, strategy and modus operandi)?

5.I was only in Syria for three weeks, all the foreigners I met where Salafi-jihadists, it was only the local Syrians who were moderate civilians.

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Apêncide 4 Dimensão operacional unilateral (2005-2017)

Ano Portugal Espanha

2005 - Plan de Prevención y Protección Antiterrorista: enfatizou a

necessidade de aumento da vigilância de espaços e lugares com uma elevada concentração de pessoas.

2007 - Plan Nacional de Protección de Infraestructuras: priorizou o

objetivo de proteger infraestruturas importantes para o país, assim como responder a atos de terrorismo perpetrados contra essas infraestruturas.

2009 - Plan Estratégico 2009-2012 de la Direción General de la Policía

y de la Guardia Civil: visava a aposta e dinamização na luta contra o terrorismo, crime organizado, imigração ilegal, realizar e fomentar o reforço da segurança dos cidadãos, garantir a defesa das comunidades vulneráveis e combater a violência de género, promover a modernização do Sistema de Segurança espanhol. O Plano focou-se em quatro grandes objetivos; prevenir quaisquer ações terroristas; combater e neutralizar a capacidade financeira e logística; investir e aprofundar a cooperação internacional; impedir a instrumentalização de movimentos sociais (dando especial importância ao reforço da vigilância na internet).

2010 - Estratégia Integral Contra o Terrorismo Internacional e a

Radicalização: foi criada para dar resposta especificamente à luta coordenada e global contra o terrorismo.

2011 - Estratégia de Segurança Espanhola: aponta para riscos à

segurança espanhola: Terrorismo, conflitos armados, crime organizado, ciberameaças, fluxos migratórios não controlados, insegurança financeira e económica, armas de destruição massiva, vulnerabilidade energética, infraestruturas críticas e catástrofes naturais.

2012 - Ratificação da Estratégia Integral Contra o Terrorismo

Internacional e a Radicalização. 2013 - Conceito Estratégico de Segurança e Defesa Nacional

(CEDN 2013): apontava como valores fundamentais a independência nacional, o primado do interesse nacional, a defesa dos princípios da democracia portuguesa, assim como dos direitos humanos e do direito internacional e o empenhamento na defesa da estabilidade e da segurança europeia, atlântica e internacional.

O CEDN de 2013 salientava ainda a importância e urgência na criação de um Programa Nacional de Proteção das Infraestruturas Críticas (PNPIC).

- Estrategia de Seguridad Nacional: dá continuidade á Estratégia de Segurança Espanhola introduzindo como ameaças à segurança espanhola (para além das apontadas pela suprarreferida Estratégia) a espionagem e insegurança marítima.

A ESN de 2013 segue a linha estratégica da Estratégia de Luta contra o Terrorismo (2005) da União estabelecendo quatro pilares fundamentais: Prevenção; Proteção; Persuasão; Preparação.

2014 - Criação do CITCO: Fusão entre o CNCA (Centro Nacional de

Coordenação Antiterrorista e o CICO (Centro de Inteligência contra o Crime Organizado).

2015 - Estratégia Nacional de Combate ao Terrorismo. (ENCT 2015): é referido o contexto que confere a Portugal a obrigação de organizar os seus recursos e otimizá-los para executar tanto os seus compromissos internacionais como nacionais, assim como à intensificação da cooperação no âmbito operacional entre entidades competentes, reforço, colaboração e articulação entre os vários responsáveis e participantes nas áreas afetas à cibersegurança, ciberespionagem, ciberdefesa e o ciberterrorismo.

- Plano Estratégico Nacional de Luta Contra a Radicalização Violenta: mostra que Espanha pretende contribuir com um instrumento de deteção atempada e neutralização de possíveis focos de radicalismo violento incidindo a sua ação sobre comunidades, indivíduos coletivos ou não que estejam em possíveis situações de radicalização ou de vulnerabilidade. Este plano estratégico foca-se em atuar no “antes” no “durante” e no “depois” do processo de radicalização de forma a “prevenir”, “vigiar” e “atuar”

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A ENCT (2015) afirma a necessidade de adoção de um Plano de Ação de Prevenção da Radicalização e do Recrutamento para o Terrorismo.

- Pacto Antiyihadista: entendimento entre o Partido Popular (PP) e o Partido Socialista Obrero Español (PSOE) com os objetivos de: modificação do código penal em matéria de delitos de terrorismo e tipificação dos delitos de terrorismo; aplicação da pena máxima prevista em delitos terroristas com resultado de mortes; impulso de reformas legislativas para atualizar e reforçar o marco jurídico e ser mais eficazes na investigação criminal; manter vigente a lembrança das vítimas de terrorismo e honrar a sua memoria; Garantir recursos humanos para a luta eficaz contra o terrorismo; promoção de politicas eficazes para evitar a radicalização violenta; adoção de politicas comunitárias e internacionais em matéria de prevenção, perseguição, cooperação e sancionamento penal contra o terrorismo; promoção de um maior consenso possível a este acordo nas Cortes Generais

2017 - Revisão da ESN (2013), lançando a ESN de 2017 intitulada Un

Proyecto Compartido de Todos y para Todos. Nesta Estratégia foi dada especial relevância à ameaça do terrorismo jihadista, um dos principais problemas de segurança que Espanha, destaca ainda a importância do combate e controlo acerca dos combatentes retornados dos palcos de conflito para o ocidente.

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Apêndice 5 Dimensão Operacional Bilateral (2005-2017)

Ano Ação Finalidade

2008 Criação dos CCPA (Centro de Cooperação Policial e

Aduaneira) Composto pelas FSS dos dois países, as autoridades envolvidas nos CCPA ficam incumbidas do intercâmbio tanto de informações e dados, recursos humanos e de investigações no que concerne a ameaças que venham afetar o espaço transfronteiriço, com especial enfoque no que concerne aos tráficos de droga, seres humanos e de armas e explosivos.

As autoridades envolvidas participam com investigações conjuntas e patrulhas mistas, assim como o acesso aos sistemas nacionais de informação, tanto de Portugal como de Espanha, como forma de reprimir e prevenir a criminalidade com expressão transfronteiriça.

Os CCPA, com vista a substituir os anteriores postos mistos de fronteira têm como objetivo prevenir as ameaças e crimes previstos da Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen. 2015 Acordo entre a República Portuguesa e o Reino de Espanha

relativo à Cooperação no domínio da Defesa. Atualiza o Protocolo de Cooperação Interministerial de 1998. O Acordo abarca a ciberdefesa e o terrorismo global como objetivos de luta conjuntos incluindo também a Política Defesa/Segurança Cooperativa, assim como a concertação de posições nacionais perante organizações internacionais.

Autor: Tiago Castro, 2019. Fontes:

Bernardo González-Lázaro Sueiras. Tese de Mestrado, 2017. Instituto Universitário Militar, “Desafios para a Cooperação Europeia no Domínio da Defesa: O Caso de Portugal e Espanha.” Disponível em: https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/21254/1/Cte%20LAZARO%20%28ESP%29.pdf .

XXIVª Cimeira Luso-Espanhola de 2009. Disponível em:

http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c324679626d56304c334e7064475 67a4c326468636d6c774c305253535339455a57786c5a32466a6232567a4c3056755932397564484a766379 55794d4578316332387452584e775957356f623277765353316159573176636d45794d4441354c30526c593 27868636d484470384f6a627935775a47593d&fich=Declaração.pdf&Inline=true

XIXª Cimeira Luso-Espanhola de 2017. Disponível em: https://www.portugal.gov.pt/media/28854040/20170530- pm-cimeira-iberica.pdf

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BIBLIOGRAFIA