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A OCB, juntamente com o SESCOOP, anualmente efetua o levantamento dos dados das cooperativas, a fim de contribuírem com sua divulgação. Os dados são publicados e comparados aos resultados dos últimos dois anos. A tabela 01 demonstra a oscilação do cooperativismo brasileiro nos últimos dois anos, ou seja, 2011 comparado ao ano de 2010, ordenando os dados por ramo de atividade.

No que tange ao número de cooperativas em atividade, os dados de 2011 em relação ao ano anterior revelam uma diminuição no número das cooperativas. No ano de 2010, as cooperativas brasileiras registradas na OCB somavam um total de 6.652, distribuídas nos treze ramos de atividade. Enquanto, no ano de 2011, este número diminuiu 1%, ficando em 6.586.

Ainda sob a análise da tabela 01, observa-se a diminuição no número de cooperativas, em quase todos os ramos de atividade, com destaque aos seguintes ramos especiais: (-) 25%, turismo/lazer (-) 6% e infraestrutura (-) 9%. Os ramos de atividade que cresceram em 2011 referem-se à mineração que obteve um aumento de 10%, o setor de transportes com 7% e as cooperativas de produção obtiveram de 3% crescimento.

Na tabela abaixo apresenta-se a movimentação do cooperativismo em todos os estados brasileiros, tendo por base o comparativo entre o ano de 2011 em relação ao ano de 2010.

Tabela 01 – O Cooperativismo nos Estados brasileiros presentes os índices de participação de cada estado. Outro aspecto apresentado é o número de cooperativados (associados), além do demonstrativo dos empregos gerados pelo cooperativismo em cada estado.

Para que haja melhor compreensão, destacam-se os Estados que obtiveram os melhores índices de crescimento e os índices de declínio com relação ao desempenho do cooperativismo. Em termos percentuais, o Estado do Acre, em 2011, apresentou um aumento de 41%, seguido pelo Estado do Amapá com acréscimo de 33%, Amazônia com 20% e a Bahia com 19% de aumento de cooperativas. Ao analisar os números de cooperativas, observa-se o crescimento expressivo, liderado pelo Estado de São Paulo com 932 cooperativas, seguido de

Minas Gerais com 785, Bahia com 783 e na quarta colocação encontra-se o Rio Grande do Sul com 550 cooperativas registradas até o ano de 2011.

3.1.1 Evolução comparativa por número de habitantes

Quanto ao número de cooperativados, ou seja, pessoas associadas a algum tipo de cooperativa, os dados demonstra que em 2010 o número de associados, no Brasil era de 9.016.527, aumentando para 10.008.835 em 2011. Quer dizer que 992.308 pessoas aderiram ao sistema cooperativo, representando um aumento de 11% no ano. Nessa mesma análise, destaca-se a atividade mineral que obteve um crescimento de 183% no número de associados, seguido pelo ramo de consumo com 18% e de crédito com 16%de aumento.

No segundo aspecto verificou-se, em termos percentuais, o número de pessoas associadas às cooperativas. Destaca-se o Estado do Pará com crescimento de 79%, seguido pela Amazônia com 36%%, Espírito Santo 30% e o Paraná 27% de aumento no número de pessoas associadas às cooperativas. O Estado de São Paulo possui com o maior número de pessoas associadas, chegando a 3.335.957, seguido pelo Rio grande do Sul com 1.999.766, Santa Catarina 1.267.868 e Minas Gerais com 939.631 cooperativas. Somados os quatro estados, estes representam 75,36% do total de cooperativados no Brasil, representando 7,5 milhões de pessoas associadas aos diversos segmentos cooperativos.

Tabela 02 - Associados por ramo de atividade: Comparativo 2010-2011

COOPERATIVADO NO BRASIL EM 2011 (Por Ramo de Atividade)

Ramo de Atividade 2010 2011 VARIAÇÃO

Crédito 4.019.528 4.673.174 16%

Consumo 2.297.218 2.710.423 18%

Agropecuário 943.054 969.541 3%

Infraestrutura 778.813 829.331 6%

Saúde 246.265 271.004 10%

Trabalho 217.127 188.644 -13%

Transporte 321.893 143.458 -55%

Habitacional 101.071 99.474 -2%

Mineral 20.792 58.891 183%

Educacional 57.547 51.534 -10%

Produção 11.454 11.500 0%

Turismo e Lazer 1.368 1.468 7%

Especial 397 393 -1%

TOTAL 9.016.527 10.008.835 11%

FONTE: Elaborado pelo autor

Adaptado: A partir da OCB/SESCOOP (2011)

No tabela 02 acima, demontra os dados demonstram ainda uma diminuição do número de associados no ramo de transportes, com redução de 55%, seguido de uma redução de 13% na atividade de trabalho e 10% nas cooperativas educacionais.

3.1.2 Empregos gerados pelo Cooperativismo

Na análise do número de empregos gerados pelo cooperativismo brasileiro, os dados demonstraram que houve um crescimento de 77% no número de empregos no Acre, 37% no Pará, 30 no Mato Grosso do Sul e 22% em São Paulo.

Na observação denota-se que o Paraná é o Estado que mais emprega chegando em 2011 à soma de 64.999 pessoas empregadas; seguido pelo Rio Grande do Sul com 48.755; São Paulo com 48.505 empregados e, em quarta colocação, está o Estado de Santa Catarina que emprega 38.462 pessoas.

Conjuntamente tais estados geram 200.721 mil empregos, conforme demonstrado anteriormente na tabela 01.

No comparativo dos empregos gerados, conforme o tabela 03, em 2010 as cooperativas somavam um total 271.134 mil pessoas empregadas. Esse número passou para 296.286, ou seja, o cooperativismo brasileiro empregou mais de 25 mil pessoas, com um acréscimo na casa de 9.3% em um ano.

O destaque dessa análise é para os setores de saúde com uma geração de 10.380 novos empregos, além do setor agropecuário com aumento de 9.885 empregos, enquanto o setor do cooperativismo de crédito empregou quase cinco mil pessoas em 2011.

Os setores de transporte especiais e trabalho foram os ramos de atividade que obtiveram maior redução do número de empregos os quais, conjuntamente, demitiram 2.216 pessoas entre os anos comparados.

O sistema cooperativo brasileiro cresceu ao longo do tempo e desenvolveu-se em todos os Estados da Federação. Alguns dos estados tiveram papel fundamental na contribuição e desenvolvimento das organizações cooperativas, dentre eles, destacam-se: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo os quais assumiram o papel de precursores.

Tabela 03 - Empregos por ramo de atividade: Comparativo 2010-2011

EMPREGERADOS PELAS COOPERATIVAS BRASILEIRA EM 2011

Ramo de Atividade 2010 2011 Geração VARIAÇÃO

Agropecuário 146.011 155.896 9.885 7%

Saúde 56.776 67.156 10.380 18%

Crédito 29.130 33.988 4.858 17%

Consumo 9.892 10.968 1.076 11%

Transporte 10.787 9.712 -1.075 -10%

Infraestrutura 5.775 6.334 559 10%

Educacional 3.349 3.694 345 10%

Produção 3.669 3.605 -64 -2%

Trabalho 3.879 2.738 -1.141 -29%

Habitacional 1.676 1.829 153 9%

Turismo e Lazer 32 193 161 503%

Mineral 144 161 17 12%

Especial 14 12 -2 -14%

TOTAL 271.134 296.286 25.152 9,3%

FONTE: Elaborado pelo autor

Adaptado: A partir da OCB/SESCOOP (2011)

De acordo com a pesquisa de Lopes (2012), o Brasil está classificado no terceiro grupo, considerado como um país com baixa cooperativação, já que menos de 10% da população brasileira está associada a algum tipo de sistema cooperativo.

Com base na estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em 31 de agosto de 2011, o Brasil possui 192.376.496 pessoas, representando um aumento de 1.620.697 pessoas a mais que 2010, ou seja, um crescimento de 0,84%da população brasileira.

Num comparativo entre a população brasileira total e as 10.009.105 pessoas cooperativadas divulgadas pela OCB, observa-se que 5,20% da população brasileira são associadas a algum tipo de cooperativa. Este comparativo demonstra que no Brasil o cooperativismo tem muito a crescer, se comparado a outros países como a Finlândia, com 65% da população; seguida pela Dinamarca com 40%; a Itália com 37% e a Alemanha com 25% da população associada a algum tipo de cooperativa.

No comparativo do ano de 2011 em relação ao ano anterior, considerando o número de pessoas associadas ao cooperativismo, denota-se um crescimento de 11,01% maior que o ano de 2010. Este percentual é superior ao percentual de crescimento populacional que é de 0,84%, demonstrando uma tendência do aumento da cooperativação no Brasil.