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Corredor Ecológico do Cerrado – Paranã/Pirineus –

12.1 Paisagem

12.1.1 Corredor Ecológico do Cerrado – Paranã/Pirineus –

A conectividade entre os ecossistemas remanescentes é condição básica no estabelecimento de corredores ecológicos, pois possibilita a integridade ambiental com o fluxo genético de populações e a ampliação da escala no esforço da conservação. Com o objetivo de assegurar a conservação da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos naturais e a equidade na distribuição das riquezas derivadas do patrimônio natural, foi estabelecido o Corredor Ecológico do Cerrado.

Corredor Ecológico Paranã/Pirineus

Com o apoio da Agência de Cooperação Técnica Internacional do Japão, foi estabelecido o Corredor Ecológico Vale do Rio Paranã/Pirineus, em 2001, visando à conservação em larga escala. O Corredor liga extensas faixas de vegetação do Cerrado com vistas a proteger um mosaico de áreas consideradas de alta relevância ecológica.

O corredor ecológico inicia-se no Parque Nacional de Brasília, englo- bando a Estação Ecológica Águas Emendadas, o Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, a região denominada de Roncador, cavernas e rios da região, chegando até a APA Santa Cruz, em Tocantins.

Com aproximadamente cem mil quilômetros quadrados de área, abrange parte dos estados de Goiás, Tocantins e o Distrito Federal. Os trabalhos para o estabelecimento do Corredor Ecológico do Cerrado foram iniciados com um workshop de três dias para a definição da sua área de abrangência, tendo em vista a ampla diversidade de ambientes da região, incluindo rios caudalosos, cachoeiras, cavernas, nascentes e lagoas.

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Com o corredor ecológico, objetiva-se:

a) realizar o ordenamento territorial para disciplinar o uso dos recursos naturais;

b) identificar áreas relevantes para a conservação; c) implementar o controle ambiental na região;

d) desenvolver pesquisas em biodiversidade e manejo dos recursos naturais;

e) implantar e incentivar programas de educação na região. O Corredor Ecológico Paranã/Pirineus foi definido, pelas suas características e identidades biológicas, ecológicas e culturais, sob o enfoque de gestão biorregional, com a missão de implementar ações para promover a conservação da biodiversidade, a ordenação do uso sustentável dos recursos naturais e a distribuição equitativa das riquezas na região do projeto. Este projeto é especialmente relevante por incluir duas reservas da biosfera da UNESCO (Cerrado I e Cerrado II).

Figura 12.1 – Estrutura legal de implantação do Corredor Ecológico – Paranã/ Pirineus.

Capítulo 12 – Bioma Cerrado 153

de cada ecossistema.

Figura 7 – Estrutura legal de implantação do corredor ecológico – Paranã/Pirineus

Os principais beneficiários do projeto serão as comunidades da região, que poderão desfrutar de melhoria de qualidade de vida que pode advir do desenvolvimento dos padrões educacionais na região

e da implementação de métodos sustentáveis de uso dos recursos naturais no longo prazo.

A disponibilidade de recursos naturais, conservados e manejados adequadamente, criará perspectivas de ampliação e diversificação de uso de ditos recursos.

Algumas atividades vêm sendo desenvolvidas na região, como, por exemplo, atividades de pesquisa coordenadas e executadas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia na sua parte central.

Na região do Corredor Ecológico Vale do Paranã/Pirineus, serão desenvolvidas ações, locais e regionais, baseadas na exploração sustentável de espécies nativas, na agroindústria, no ecoturismo e na melhoria no manejo das áreas já ocupadas (pastagens, agricultura, silvicultura).

Projeto de Corredor Ecológico Paranã/Pireneus (Estados de Tocantins, Goiás e Brasília-DF) Política Nacional da Diversidade Biológica

Programa Nacional da Biodiversidade (Sec. Biodiversidade e Florestas, MMA)

Programa Parques do Brasil (Diretoria de Áreas Protegidas, SBF, MMA)

Projeto de Corredores Ecológicos do Brasil (CGECO / DIREC / IBAMA)

Programa Estratégico do Governo Brasileiro

Reserva da Biosfera do Cerrado (UNESCO, MMA, Gov. GO, Brasília-DF)

Projetos de Conservação do Meio Ambiente no Cerrado

A maioria das técnicas e métodos que vêm sendo aplicados no projeto resulta do aprendizado de projetos anteriormente desenvolvidos.

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As lições e experiências adquiridas neste projeto também vêm sendo aplicadas nos demais projetos de corredores ecológicos desenvolvidos pelo Ibama, observando-se as peculiaridades de cada ecossistema.

Os principais beneficiários do projeto serão as comunidades da região, que poderão desfrutar da melhoria de qualidade de vida que pode advir do desenvolvimento dos padrões educacionais na região e da implementação de métodos sustentáveis de uso dos recursos naturais no longo prazo.

A disponibilidade de recursos naturais, conservados e manejados adequadamente, criará perspectivas de ampliação e diversificação de uso de ditos recursos.

Algumas atividades vêm sendo desenvolvidas na região, como, por exemplo, atividades de pesquisa coordenadas e executadas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia na sua parte central.

Na região do Corredor Ecológico Vale do Paranã/Pirineus, serão desenvolvidas ações, locais e regionais, baseadas na exploração sustentável de espécies nativas, na agroindústria, no ecoturismo e na melhoria no manejo das áreas já ocupadas (pastagens, agricultura, silvicultura).

A implantação de unidades de conservação e o manejo adequa- do dos recursos trarão benefícios ao sistema de conservação da bio- diversidade do Cerrado, ampliando não somente a quantidade de áreas protegidas, mas também hábitats singulares não contemplados nas unidades de conservação.

A área do Corredor Ecológico do Cerrado abrange as seguintes áreas de projetos ambientais:

• Ecomuseu do Cerrado

• Águas Emendadas e Parque Nacional de Brasília

• Bacia do Paraná

• Região de Pouso Alto/Chapada dos Veadeiros

• Região da APA Santa Tereza

• Região do Parque Estadual de Terra Ronca

• Mambaí/Posse

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A área compreendida por este projeto situa-se na parte nordeste do estado de Goiás, Brasília e seu entorno, e na parte sudeste do estado de Tocantins, abrangendo uma superfície de cerca de 100.000 km2,

limitada pelos estados da Bahia e Minas Gerais. Situação esperada ao término do projeto

Com a implantação do projeto, buscou-se obter seu término a seguinte situação:

• desenvolver metodologias e técnicas de gestão biorregional e manejo de ecossistemas para o corredor ecológico;

• capacitar os técnicos do projeto (60) na área de monitoramento, fiscalização e educação ambiental e conscientizar a população local no que se refere à conservação dos recursos naturais;

• desenvolver, significativamente, o grau de conscientização da população local em questões ambientais decorrentes das atividades de pesquisa e educação na região;

• capacitar e integrar 120 lideranças locais ao processo de ges- tão ambiental;

• mediante parcerias e monitoramento ambiental, manter os empreendimentos de maior impacto ambiental adequados à legislação ambiental;

• disponibilizar um sistema de licenciamento ambiental na área do projeto;

• aumentar o número de instituições envolvidas em atividades de desenvolvimento e pesquisas na região;

• articular todas as instituições governamentais e não gover- namentais no processo de gestão ambiental.

A implementação de ações criou condições para que os recursos naturais pudessem ser utilizados de forma sustentável, assegurando a manutenção da biodiversidade da região e melhorando a qualidade de vida da população regional.

As dificuldades encontradas pela equipe técnica que gerenciou o projeto do corredor ecológico são diversas, entre elas, a pouca literatura e informações acerca da temática; a insuficiência de recursos financeiros; poucos profissionais capacitados nessa temática para

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trabalhar na implantação do corredor ecológico; o pouco envolvimento das prefeituras, das universidades e das escolas locais nas questões ambientais do município.

Estudo situacional – Corredor Ecológico do Cerrado – Vale do Paranã/ Pirineus

Em face dos problemas decorrentes dos avanços das atividades agrárias, o Ibama apresentou à Agência de Cooperação Internacional do Japão – Jica projeto de cooperação para a conservação da biodiversidade do Cerrado, sob o enfoque de corredor ecológico.

O Corredor Ecológico do Cerrado – Paranã/Pirineus passou assim a contar com a assistência técnica da Jica. Essa agência elaborou estudo e levantamento dos recursos naturais para o desenvolvimento do projeto, promoveu a transferência de tecnologia apropriada e o treinamento de técnicos brasileiros no Japão, além da doação de equipamentos.

Em 2001, foi definido o perímetro do Corredor Ecológico Paranã/

Pirineus, abrangendo uma área de 107.000km2, envolvendo parte

dos estados de Goiás e Tocantins, no total de 45 municípios. A execução do Projeto pelo Ibama tem como objetivo contribuir para a efetiva conservação da diversidade biológica, a partir de estudos e levantamentos do conceito de corredores ecológicos no Cerrado, adotando técnicas da biologia da conservação e estratégias de planejamento e gestão socioambiental de forma compartilhada e participativa.

Por solicitação do Ibama, o governo japonês encaminhou ao Brasil, em outubro de 2000, três peritos, dois para trabalhos a curto prazo (45 dias) e um para longo prazo (dois anos). Num primeiro momento, os três peritos fizeram levantamentos e estudos para a implantação do

corredor. Para tanto, foram realizados oito seminários/Workshops, e

foram definidas as linhas de ação desta etapa.

A principal dificuldade encontrada na sua implantação diz respeito à falta de oficialização desse corredor, por parte do governo federal, mediante instrumento legal (portaria, decreto). Embora, preliminar- mente, já tenha sido definido o seu perímetro, georreferenciado o seu mapa de estudos, é necessário, contudo, que seja formalizado oficialmente pelo órgão ambiental federal (Ibama).

A localização da infraestrutura mínima de um centro de referência, necessário ao desenvolvimento das atividades de gestão biorregional,

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está prevista para o município de Alto Paraíso de Goiás-GO. Também está prevista a realização de um diagnóstico inicial do uso da paisagem e dos recursos e impactos na biodiversidade, indicando sugestões a serem implementadas para a mudança do cenário observado, bem como a organização e qualificação da equipe técnica necessária ao desenvolvimento do Projeto relativo à pesquisa, manejo e capacitação dos atores sociais envolvidos no processo de gestão. Reuniões técnicas vêm sendo realizadas com a comunidade, visando à apresentação da proposta do corredor ecológico, identificação das áreas, identificação de situações-problema, definição do corredor, levantamento de problemas, propostas e informações úteis ao planejamento das linhas de ação para a implantação do corredor ecológico.

Eventos realizados ao término do projeto Corredor Ecológico do Cerrado Paranã-Pirineus (CECPP) foram gravados em vídeo, apresentando:

Kit de Programa de Educação Ambiental, Site CECPP, com os seguintes tópicos:

• O que são Corredores Ecológicos – a divisão do corredor em quatro partes

• Histórico do CECPP – Com a cooperação técnica JICA/Ibama, mostrou-se que, em 2002, deu-se início a uma nova etapa do projeto CECPP. O acordo previu assistência financeira e apoio técnico (de dois peritos japoneses, especialistas em gestão ambiental) que acompanharam o andamento de estabelecimento e da implantação do CECPP, tendo o acordo sido estendido até janeiro de 2006. Após esse prazo, o projeto CECPP recebeu a visita anual de dois outros peritos japoneses, em curto prazo, que auxiliaram o desenvolvimento do projeto. • Gestão Integrada – A implantação do projeto Corredor

Ecológico do Cerrado Paranã-Pirineus (CECPP) objetivou promover a gestão integrada de ecossistemas no âmbito da área do projeto, por ser uma importante estratégia para viabilizar os princípios da Política Nacional do Meio Ambiente e da Convenção da Diversidade Biológica (CDB), por estarem

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diretamente relacionados com a conservação, uso dos recursos naturais e distribuição dos benefícios da biodiversidade. • Produtos: principais linhas de ação do CECPP:

Rede de Integração para constituir uma sólida rede de organizações sociais a partir de uma agenda participativa no processo de gerenciamento e implementação do projeto. Gestão de Informação para buscar avaliar os ecossistemas

do Cerrado por meio de tecnologia SIG – Sistema de Informação Geográfica, de maneira a produzir mapas, diagnóstico da área do CECPP, com recomendações técnicas sobre o melhor uso da terra para melhor promover o manejo sustentável dos recursos naturais. Atividades realizadas: avaliação do conteúdo das informações sobre o meio ambiente e recursos naturais disponíveis no âmbito do corredor; levantamento das bases cartográficas, elaboração de mapas temáticos e imagens satélites para análises espaciais do corredor e áreas-piloto; sistematização das informações e dados cartográficos, considerando-se a cobertura vegetal e o uso do Sol, entre outras.

Educação Ambiental – Buscou-se conscientizar as comunidades locais sobre as ações do CECPP, de maneira a disseminar conhecimentos e demonstrar os benefícios que as comunidades poderiam compartilhar, para entender melhor as relações de interdependência entre o homem, as demais espécies e o meio ambiente em que vivem. Neste sentido, foram desenvolvidas capacidades das comunidades e dos atores sociais, para compreenderem e administrarem mudanças. Para que os atores sociais tivessem acesso às informações necessárias sobre os ecossistemas e recursos ambientais, usos da terra, economia regional e atividades produtivas ambientalmente saudáveis, foram desenhados programas de conscientização e educação ambiental que pudessem ser dirigidos aos alunos do ensino formal, professores da rede pública de ensino, que desempenharão o papel de multiplicadores do ensino quanto ao ambiente

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do Cerrado, a atividades produtivas ambientalmente saudáveis, à discussão de problemas ambientais do Cerrado etc.

Dados sobre vegetação, sistema hídrico, ecorregião (que mostra a riqueza biótica e abiótica) e relevo (domínio do Cerrado), mostram o perfil do Corredor Ecológico do Cerrado Paranã-Pirineus.