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III. O Museu de Arqueologia D Diogo de Sousa na divulgação do Património Imaterial

III.II A origem, o estudo e a interpretação dos vestígios materiais expostos no Museu

III.II.VIII Correntes de influência na interpretação dos vestígios

Sabendo que os estudos sistemáticos sobre o espólio arqueológico divulgado pelo Museu D. Diogo de Sousa tiveram início no século XX, tendo em conta a existência de várias correntes de interpretação em Arqueologia ao longo desse século, e partindo do princípio de que cada abordagem determina um tipo de leitura diferente, importa conhecer as influências metodológicas e ideológicas que nortearam as leituras e interpretações feitas sobre os vestígios materiais que constituem o espólio divulgado pelo Museu D. Diogo de Sousa, pois dessa leitura depende o conhecimento específico que se detém sobre o património a divulgar. Para efetuar esta análise, será tida em conta a opinião da Professora Manuela Martins, atual presidente da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, um dos elementos mais antigos deste núcleo de trabalho, que agora dirige. A visão aqui expressa pela Professora Manuela Martins sobre a interpretação em Arqueologia foi, como declarado pela mesma, formatada por ideias e leituras referenciais na sua formação e perceção do mundo, do passado e da sociedade, de autores como Bourdieu, Foucault e Habermas, que sustentam parte das premissas de um novo “paradigma interpretativo” na Arqueologia, conhecido como pós-processual.

Relativamente à ideia de “passado”, Manuela Martins (1993) recusa uma conceção baseada na “realidade cumulativamente apreendida, quer seja numa perspetiva historicista, que o recria como narrativa do que aconteceu, seja na perspetiva positivista, que o olha como algo objetivável e mensurável”. Em vez de um “passado objetivo”, ou “processos evolutivos”, que pode ser “reconstruído por acumulação de observações”, é preferida uma ideia de passado sujeito à interpretação, valorizando, ainda, a ação do indivíduo que o constrói, salvaguardando, no entanto, a possibilidade de o significado resultante não ser conclusivo, dada a sua dependência de modelos culturais e disciplinares dominantes, que condicionam a compreensão efetuada pelo indivíduo (1993: 4).

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Reconhecendo a preponderância do evolucionismo no pensamento modernista sobre as questões da continuidade e mudança, enquanto estrutura de pensamento que domina a visão do homem ocidental face ao passado, ao presente e ao futuro da humanidade, Manuela Martins admite a sua influência na leitura que é feita do tempo, do espaço, das culturas, e de outros conceitos fundamentais para os estudos arqueológicos, históricos e antropológicos. Manuela Martins faz notar, no entanto, que os conceitos utilizados na interpretação do passado não são senão representações e formas de lidar com a realidade, pelo que as leituras efetuadas obedecem a um modelo estruturante do discurso e da linguagem, que, por sua vez, dependem da experiência e da informação que se detém no momento. Assim, esses conceitos estão constantemente sujeitos à reinterpretação (1993: 5).

Para Manuela Martins, os conceitos de tempo, espaço e cultura, utilizados na investigação arqueológica, como em outras disciplinas, encontram-se profundamente ligados, pois as culturas ocorrem, forçosamente, num tempo e num espaço específicos, mas o que lhes dá sentido é o comportamento humano.

Ainda segundo Manuela Martins, a ideia de evolução das sociedades, presente na investigação em Ciências Humanas, nas quais se situa a Arqueologia, pressupõe a existência de descontinuidade e de mudança, pela passagem por sucessivos estádios, do simples ao complexo, numa escala temporal. Assim, nos estudos de longos períodos de tempo, habituais na investigação arqueológica, são procuradas as descontinuidades e a sua explicação, para entender a evolução das sociedades.

Para Manuela Martins (1993: 6), a atenção dada pela Arqueologia às mudanças de cariz tecnológico deve-se ao facto de elas permitirem escalonar as culturas numa ordem temporal linear, que facilita a sua leitura. Ela admite, no entanto, que esta prática inserida no evolucionismo também impõe limites à própria conceção de evolução, ao pressupor como processo de mudança e de crescente complexidade nas alterações efetuadas, “no sentido de uma maior transformação de energia, maior adaptação ao meio, maior especialização funcional, maior integração social e maior diferenciação estrutural”, pois esse foi o sentido tendencial de evolução (ou mudança) demonstrado pela civilização ocidental.

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Manuela Martins defende, assim, que a abordagem científica sobre a evolução e transformação das sociedades deve ser explicativa e, portanto, requer uma análise causal, com base em modelos e metodologias que ajudam a construir uma representação do passado.

Das diferentes leituras realizadas durante o século XIX, no noroeste português, consideradas como alternativas sobre o mesmo passado por Manuela Martins (1993: 7), destacam-se as tendências tradicionalistas do Romantismo que, sob ideais patrióticos e regionalistas, orientaram as investigações de eruditos locais bem conhecidos, como Martins Sarmento e Alberto Sampaio. M. Martins considera esta uma visão romântica e tradicionalista, que procurava a continuidade histórica, e recusava a mudança face ao passado. Apesar de valorizar os esforços pioneiros de figuras como Martins Sarmento enquanto introdutores da Arqueologia como disciplina científica em Portugal, M. Martins acredita que eles pecam por terem estado fortemente marcados pelos ideais românticos, que não permitiram uma visão objetiva sobre a evolução e a mudança cultural. O trabalho destes investigadores é visto como “regionalista” e amador, para além de criador de “fortes constrangimentos” face ao desenvolvimento dos conhecimentos, ao longo de várias décadas (Martins, 1993: 8).

Para M. Martins, esta mentalidade, caraterizada pelo amadorismo, pelo isolamento dos investigadores, e pelo entendimento da Arqueologia enquanto busca das origens de uma região, que dominou o início da investigação arqueológica do século XX, só viria a ser totalmente superada nos anos 80 do século XX. No entanto, foi este paradigma que acabou por fornecer um “modelo interpretativo coerente que, entretanto, se multiplicava e para o qual os investigadores buscavam apenas filiações étnicas” (Martins, 1993: 8).

Nos anos 80 a prática arqueológica de campo lavada a cabo pela Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho estava, finalmente, definida num quadro normativo e, por influência do Positivismo, aspetos como o “romantismo, o amadorismo e o anacronismo” (Martins, 1993: 53) foram desaparecendo do panorama da investigação arqueológica. Assim, vários projetos de investigação conduzidos no norte do País sobre temas relacionados com a Pré e a Proto-História permitiram levantar novas questões,

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num novo enquadramento teórico, que possibilitaram novas leituras dos registos arqueológicos e, por conseguinte, novos conhecimentos e interpretações dos mesmos.

Uma nova visão dos conceitos de tempo e de espaço veio permitir que os sítios arqueológicos e os vestígios materiais da cultura fossem encarados, não como modelos ou padrões culturais, mas como algo que pode ser interpretado em termos socioeconómicos, simbólicos, e de dinâmica de ocupação do espaço (Martins, 1993).

Podemos, efetivamente, afirmar que nesta década se deu um avanço muito importante na interpretação da cultura material, pela valorização da simbologia e significado dos vestígios arqueológicos, que passaram a ser estudados enquanto parte de um todo. Os sítios arqueológicos passaram a ser vistos como algo que não está isolado, mas sim inserido numa paisagem e em redes de povoamento, e os objetos e estruturas passaram a ser estudados em termos tecnológicos, funcionais e simbólicos (Martins, 1993: 54).

A investigação dos anos 80, no noroeste português, ficou marcada pelo positivismo na forma de encarar aspetos como o tempo e o espaço, que se traduziu em práticas metodológicas como o recurso sistemático à estratigrafia, a utilização generalizada do radiocarbono (C14), a aplicação de modelos de análise espacial, e trabalhos de âmbito paleo-ecológico, com o objetivo de compreender a “evolução da paisagem e dos processos de desenvolvimento económico e social das comunidades” (Martins, 1993: 54).

Em vez de se centrar na procura de traços homogéneos, como anteriormente era feito, a investigação passa a reconhecer e a valorizar “variabilidades sincrónicas e diacrónicas” (Martins, 1993: 54), dando outra expressão à noção de tempo e à relação existente entre os acontecimentos, não apenas numa perspetiva dos factos passados numa mesma época, como também numa aceção dinâmica da sucessão do tempo. O espaço adquiriu, assim, uma expressão temporal, e passou a ser interpretado com base na sua interação com as comunidades; ao ser contextualizado, ele ganhou uma dimensão histórica, permitindo fazer leituras em termos funcionais e socioeconómicos (Martins, 1993).

Surge, assim, uma nova perspetiva sobre os factos históricos e os artefactos, influenciada pelas ideias da Nova Arqueologia, que deixa de encarar as mudanças como

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ocorrências bruscas geradas por acontecimentos motivadores de instabilidade, para passar a percecionar a mudança como processo dinâmico de transformação, procurando a construção de uma “sequência menos segmentada pelos factos históricos e os artefactos”, e “mais conforme aos processos de dinâmica económica e social” (Martins, 1993: 55).

Por outro lado, e apesar de recusar a ideia de isolamento das comunidades, esta abordagem estabelece uma visão diferente da sua antecedente em relação às influências externas: em vez de as ver como consequência de “migrações, ou simples difusão”, elas são encaradas como o resultado de “diferentes níveis de interação regional e supra- regional”, que motivam “processos dinâmicos de transformação” dentro das comunidades (Martins, 1993: 55).

Analisando as influências da abordagem pós-processualista, e voltando à problemática da evolução cultural, numa nova relação entre tempo, espaço e cultura, numa reavaliação das questões da continuidade e da mudança, podemos afirmar que de uma aceção de tempo, valorizado como cronologia, e de espaço, como um mero cenário, pela arqueologia tradicional, passou-se, nos anos 80, sob a influência de uma abordagem social, a ter os três conceitos – tempo, espaço e cultura, finalmente, inter-relacionados. A cultura é vista como um processo (composto por normas, valores, representações cognitivas e materiais), “através do qual a prática social se constitui e se transforma”, e o tempo e o espaço são encarados como “estruturas” e “condições estruturantes da vida social e cultural, do comportamento e da ação”, pois eles são indissociáveis da prática social, que os gera e reformula de forma permanente (Martins, 1993: 58). Esse tempo construído por cada comunidade, num processo social e cultural, confere temporalidade à cultura material e às formas espaciais, traduzindo-se em “modelos específicos de relações intra-culturais e inter-culturais”, que resultam em comportamentos diários (ou hábitos), na noção de tempo biográfico dos indivíduos, e no tempo das instituições.

À semelhança do tempo, o espaço está associado à cultura e, portanto, é visto como “um meio através do qual as relações sociais se produzem e reproduzem”. Mas ele está também relacionado com o tempo; por isso, M. Martins defende que, para compreender uma cultura, é necessário entender a forma como os indivíduos se relacionam no espaço, e interagem em diferentes momentos. O espaço é visto como uma

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entidade fortemente simbólica, pois é nele que se ordena, representa e transforma a visão que os membros de uma comunidade têm do universo, que determina a organização e o sentido atribuído à vida humana. A cultura surge, assim, como “um contexto de ação e não como simples consequência da mesma” (Martins, 1993: 58).

Isso implica que, em termos de continuidade e mudança, os estudos se concentrem nas ações dos indivíduos em interação social e ambiental, pois são essas ações que aparecem materializadas nos vestígios arqueológicos, expressando traços culturais. As diferentes formas de interação que caraterizam cada comunidade resultam na diversidade cultural do passado, que observamos nos testemunhos materiais.

As continuidades, por seu turno, acontecendo dentro de um processo dinâmico que carateriza a evolução das sociedades, não serão exatamente estáticas, alimentando- se de mudanças e escondendo alterações em termos de práticas e manifestações sociais. Este fenómeno acaba, segundo M. Martins (1993: 58), por gerar “contradições entre os princípios estruturantes da reprodução social e os seus agentes”, levando a conflitos que apenas são superados através de mudanças estruturais.

Por isso, as explicações dadas para a evolução cultural ou social pela Arqueologia tradicional (com base nos acontecimentos ou nas mudanças tecnológicas) e pela abordagem processualista (com base na ecologia e na lógica socioeconómica) não foram consideradas suficientes, pois são também de considerar, nesta análise, uma complexidade de experiências e de sentidos práticos e simbólicos, carregados de intenção, que se encontram em permanente estruturação, na evolução histórica.

Passa-se, assim, a realçar o valor da compreensão do passado e da interpretação individual do narrador, pelo que os conceitos de espaço e de tempo representados nos registos arqueológicos aparecem como associados a “sucessivos presentes” (Martins, 1993: 59). Mais do que buscar causas para a ocorrência das mudanças, tornou-se importante compreendê-las no contexto das continuidades que sustentam a herança histórica das sociedades, visíveis em diversos aspetos que caraterizam as sociedades do presente.

As culturas do passado, que geraram estruturas socioeconómicas, simbólicas e ideológicas deixaram traços visíveis na sociedade, na mentalidade e na paisagem do

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presente, constituindo continuidades e evoluções que marcam as sociedades atuais, e que ajudam a compreendê-las.

Fica, assim, expressa a sugestão de que, na interpretação em Arqueologia, e para que sejam feitas uma mais abrangente análise e uma melhor compreensão dos aspetos materiais e imateriais das culturas do passado, seja importante considerar tanto as mudanças como as continuidades, que determinam a herança cultural das comunidades e sociedades.

Por outro lado, a conceção tripartida de cultura aqui defendida por Manuela Martins está em consonância com a natureza do património imaterial, tanto pela inter- relação entre cultura, espaço e tempo, como pela premissa de que ela está em constante mudança, evolução e transformação, refletindo-se em ações e representações.

A investigação da qual advém o conhecimento dos testemunhos materiais pertencentes ao espólio do Museu beneficiou, sobretudo a partir dos anos 80 e 90 do século XX, e com a criação da Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, da evolução epistemológica e científica ocorrida em outros países. A adoção de abordagens e metodologias mais rigorosas e abrangentes conduziu à elaboração de estudos culturalmente contextualizados, que valorizaram questões de continuidade e de mudança cultural, aspetos culturais singulares, e uma visão integrada de tempo, espaço e cultura. Neles foram realçados aspetos relacionados com hábitos de vida, a produção artesanal, a dieta alimentar, a organização social, o culto religioso, as artes, o lazer, as relações familiares, os espaços domésticos e os espaços públicos, a relação entre o indivíduo e a natureza, entre outros aspetos, que constituem, de forma evidente, domínios do património imaterial.

A investigação que foi efetuada por esta unidade cultural centrou-se na região do noroeste português, mas todos os estudos sobre os vestígios recorreram à análise comparativa com dados obtidos por outras investigações, de outros tempos e locais, não se fechando numa perspetiva regional.

Presentemente6, Manuela Martins continua a considerar, no entanto, que a interpretação feita dos vestígios materiais é diferente em cada estudo efetuado em Arqueologia (e o mesmo acontece dentro da equipa da UAUM). Isso deve-se, no seu

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As declarações de Manuela Martins aqui apresentadas foram proferidas, pessoalmente, através de entrevista semiestruturada, por via telefónica e correio eletrónico, em Abril de 2012.

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entender, às distintas “formações teóricas dos arqueólogos”, ou mesmo à “ausência de qualquer formação de natureza teórica, que nem sempre é ministrada nas Universidades, ou é simplesmente omitida”. Será por isso, também, que, segundo M. Martins, “ainda há quem ache que a Arqueologia é uma simples técnica de escavação”, havendo, ainda atualmente, muitos arqueólogos que “rejeitam que a prática arqueológica esteja já submetida a constrangimentos teóricos”.

M. Martins defende precisamente o contrário e, por isso, considera que “é o pensamento teórico que preside ao próprio registo, variando este muito entre os arqueólogos, porque só se regista aquilo que se percebe”. Assim, o registo arqueológico no campo (de artefactos, ecofactos, contextos, estruturas, etc.) será feito de acordo com a capacidade de cada um o compreender, com base na sua “formação, no conhecimento e no raciocínio analógico”, que determinam a visão que cada um possui daquilo que escava. Para M. Martins, apesar de os diferentes paradigmas teóricos e metodológicos se terem sucedido no tempo, eles ainda coexistem, continuando a ser usados em diferentes doses.

A questão da interpretação dos vestígios materiais, em Arqueologia, torna-se complexa devido à tendente “variabilidade das análises e interpretações produzidas”, que se agrava, segundo M. Martins, consoante a natureza dos vestígios, de acordo com “o seu período cronológico e cultural”, mas também com “o seu caráter fragmentário”, que impede os artefactos e estruturas de chegarem intactos até ao presente. No entanto, para M. Martins, também não é possível ter uma análise linear da questão e afirmar, por exemplo, que os pré-historiadores fazem interpretações “mais sofisticadas” apenas “porque lidam com vestígios mais fragmentados”, em comparação com “aqueles que lidam com contextos construtivos dos períodos históricos”.

Assim, por um lado, “a interpretação não é uma etapa do processo arqueológico, que apenas se coloca na fase de laboratório” e, por outro, compete ao arqueólogo “desenhar contextos e hipóteses interpretativas diversas”, uma vez que, para M. Martins, “a Arqueologia não é uma ciência exata, mas uma disciplina discursiva que cria cenários representativos do passado, com base em modelos de análise”.

M. Martins vê como desejável, mas difícil de alcançar, que os diferentes olhares interpretativos se complementem na interpretação dos vestígios, pois isso dependeria,

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em grande parte, “da capacidade do arqueólogo e dos seus interesses, bem como de financiamentos para a investigação”, algo que “nem sempre é fácil de conseguir” em Portugal, onde, segundo M. Martins, “as análises são muitas vezes vistas como dispensáveis”.

Manuela Martins atribui o “valor imaterial dos objetos” não ao próprio objeto mas ao “contexto e conteúdo que lhe é acrescentado pelo arqueólogo”, e, para ela, “o problema mais complexo que a Arqueologia tem que enfrentar” é “assumir que a interpretação é subjetiva e que apenas constrói partes de um todo”, posicionando-se contra as “barricadas tradicionalistas que ainda acreditam que os objetos falam por si”, sem que sejam formuladas perguntas sobre os mesmos.

Analisando as palavras de Manuela Martins, verifica-se que a mesma insiste muito na questão da subjetividade na interpretação dos vestígios arqueológicos apesar de assumir que ela depende de modelos que as procuram, de certa forma, objetivar. O problema residirá, afinal, no facto de diferentes arqueólogos seguirem modelos interpretativos distintos, que ainda coexistem. Mas pior do que tudo isso será não trabalhar de forma multidisciplinar, sem recolher visões de várias disciplinas, pois é a interpretação multidisciplinar que criará uma análise suficientemente abrangente dos vestígios, para que sejam entendidos de forma mais completa e rigorosa, que permita, depois, explorar esse recurso material relacionando-o, se aplicável, com património imaterial.