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cotidiano dos universitários lusobrasileiros

No documento Estudos Culturais / Estudios Culturales (páginas 67-76)

aline Bazzarella merçon

alinebmercon@hotmail.com

Universidade de Aveiro / Universidade do Minho

Resumo

O presente artigo apresenta um recorte do projeto de investigação do doutoramento em Estudos Culturais, em andamento. Nosso principal objetivo é investigar como são construídas, em torno das questões da comunicação e da lusofonia, representações sociais recíprocas da identidade entre os estudantes brasileiros e portugueses das Universidades de Aveiro, Coimbra e Minho, na perspectiva de compreender repercussões culturais de eventos como, o cancelamento das bolsas do programa Ciências sem Fronteiras (CsF) para Portugal, pelo governo brasileiro, na mídia digital lusobrasileira.

A relevância deste estudo é perceber a forma como se manifesta a comunicação, o conhecimento e o pensamento recíproco entre estes alunos e como se desenvolvem as suas relações socioculturais, no contexto acadêmico português. Tal investigação é de caráter qualitativo, baseado na técnica da análise de conteúdo. A metodologia conterá três etapas: no primeiro momento, pretendemos analisar os debates na mídia online e os comentários levantados sobre o evento citado; no segundo momento, utilizaremos o recurso do focus groups, que será aplicado aos alunos brasileiros e portugueses das universidades mencionadas; e por último, faremos entrevistas com alunos brasileiros selecionados, que participaram em anos anteriores do programa (CsF), nas instituições portuguesas citadas. Tais resultados farão parte do corpus da pesquisa.

Palavras-Chave: Comunicação, lusofonia; representações sociais; identidade Introdução

O presente projeto, justifica-se a partir do princípio da interculturalidade, pois a reflexão sobre a educação e a diversidade não diz respeito unicamente ao reco- nhecimento do outro como diferente, constitui pensar a relação entre o “eu” e o “outro”. Neste sentido, o contexto universitário é visto como um espaço sociocultural em que as diversas presenças se encontram. Além do cariz econômico da internacio- nalização do ensino superior, cabe ressaltar os aspectos culturais, identitários e rela- cionais que envolvem a comunicação e as experiências pessoais destes estudantes. Ao abordar assuntos da contemporaneidade, inevitavelmente necessitamos compreender os efeitos do fenômeno da globalização, desta forma, somos conduzi- dos a pensar numa sociedade em rede e compreender como esse processo contribui para a consolidação do campo da Comunicação. Segundo Castells (2002), a socie-

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A partir destas questões, verificamos a associação dos conceitos das Ciências Sociais, que podem servir como norteadores, nas análises das Ciências da Comunicação. É neste propósito e para a aproximação do nosso objeto de estudo, que compartilhamos a ideia de Pena (2005), “o jornalismo está longe de ser o espe- lho do real. É antes, a construção de uma suposta realidade. (…) Assim, a imprensa não reflete a realidade, mas ajuda a construí-la” (p. 128-130). Logo, nos interessa estudar as realidades contemporâneas por meio da mídia e do jornalismo online.

Segundo Jodelet (1989), Serge Moscovici defende e explica os fenômenos cognitivos partindo das divisões e interações sociais. Tal teórico insiste particular- mente sobre o papel da Comunicação Social por muitas razões. Para Moscovici, “a comunicação tem um papel fundamental nas trocas e interações que contribuem para a instituição de um universo consensual” (Jodelet, 1989: 12).

Ao entendermos a noção de representações sociais (RS), que define-se como o conjunto de conceitos, explicações, proposições e opiniões que compreendem os relacionamentos, “circulam, cruzam-se e se cristalizam quase incessantemente, atra- vés de uma fala, um gesto, um encontro, no universo cotidiano” (Moscovici, 1978: 41), é possível perceber como os acontecimentos são transformados pois, diariamente, somos invadidos por demasiadas informações que nos chegam através de proces- sos comunicativos midiáticos e informais, onde naturalmente nos posicionamos a partir daquilo que nos aproxima ou já conhecemos. Ao procurarmos explicações para determinados fatos, comportamentos e atitudes, desenvolvemos julgamentos. Consequentemente, estas interações sociais constituem “universos consensuais”, ou seja, estas novas representações serão produzidas, manifestadas e transmitidas a partir de um universo que se apresentará não mais como meras opiniões, mas sim como teorias do senso comum (Mazzotti, 2008).

Ao nos identificarmos enquanto lusófonos, tal designação pode ter significa- dos variados dentro de um espaço plural que partilha a mesma língua, necessita- mos perceber que somos ligados por laços diferentes. O nosso estudo procurará compreender como as identidades que envolvem Brasil e Portugal podem ser consi- deradas um cruzamento de identidades difusas, estáveis ou instáveis, construídas ou em construção (Cunha, 2011).

Nesta perspectiva, atentamos para a ideia de lusofonia que se configura como ponto central para a compreensão do significado das identidades sociais. Este debate virá contribuir para avançarmos com o discurso do estatuto de parceiros – Brasil e Portugal – que tem como vantagem o fato de possuírem uma língua em comum. Todavia, no plano cultural, a língua abarca complexidades, pois ela tanto une quanto pode separar (Soares, 2003).

O conceito de lusofonia é considerado amplo e complexo pois nele estão enrai- zados componentes culturais e religiosos, sendo explicado, de igual forma, como um conceito político-linguístico. Esta abordagem é discutida através de diversas perspectivas, não sendo consensual. Tal conceito é questionado por se tratar da ideia de uma fonia comum onde exclui os que, neste vasto território, não falam a língua

portuguesa. Alguns autores sustentam que a lusofonia pode vir a ser uma versão camuflada do colonialismo português. Neste cenário, de “reencontro” dos países falantes da língua portuguesa, deve-se ter em conta as diversas facetas da história experimentadas pelos povos em questão.

Neste sentido, busca-se compreender duas questões que correspondem à problemática desta investigação.

• Como a comunicação e a lusofonia podem contribuir na construção de repre- sentações sociais recíprocas da identidade, entre os estudantes brasileiros e portugueses do ensino superior português?

• Como o debate na mídia digital lusobrasileira sobre o cancelamento das bolsas do programa (CsF) para Portugal, pelo governo brasileiro, podem ter induzido a tais construções?

comunicaçãoe lusofonia

De acordo com Gomes (2006), a noção de midiatização é definida como a “reconfiguração de uma ecologia comunicacional” (p.121). O autor justifica que a partir do processo da midiatização é possível compreender o funcionamento da mídia e da sociedade. Ainda dentro deste cenário midiatizado, Sanchotene (2009) esclarece a partir da visão de Mata (1999), que “a centralidade da mídia nos proces- sos socioculturais foi adquirindo reconhecimento como fonte que informa, entretém e constrói imaginários coletivos, constituindo espaços identitários” (p. 254). Deste modo, torna-se relativamente natural obter informações e partilhar conhecimentos interativamente como, ler jornais na internet e até mesmo comentar tais notícias.

Num tempo marcado pela globalização assistimos a possibilidade de estender as relações, em tempo real, entre espaços físicos distantes. Deste modo, a comunica- ção foi facilitada entre os falantes da língua portuguesa dos mais longínquos pontos do planeta. A atual “sociedade em rede”, que inclui os países lusófonos, permite esta aproximação não apenas por falar-se o português mas pelo fator identitário que a língua promove. A partir das novas tecnologias, os universos entrelaçados através de uma afinidade histórico-cultural são capazes de resgatar sentimentos, modos de vida e questionamentos em torno de temas variados e interesses comuns, entre tais indivíduos.

Neste cenário, é inevitável perceber que nesse grande espaço plural as discus- sões são diversas e contraditórias. A ligação e a missão de solidariedade entre tais povos é, por vezes, transformada numa tarefa complexa e desafiante, o que exige a compreensão sobre o significado da globalização e do interculturalismo. Neste espaço plural, a ideia de pertença identitária está implícita no fato dos povos falarem a mesma língua, bem como nas diversas realidades nacionais presenciadas nestas regiões. O sentido de partilha, de relacionamento e até mesmo de competição da língua portuguesa com outras línguas locais, remete ao quadro político-cultural de tal comunidade e da lusofonia (Martins, 2004).

A lusofonia se define como uma comunidade alargada de países falantes da língua portuguesa que abraça a população dos seguintes Estados, Angola, Brasil, Cabo

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Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, como também os falantes de Macau (China), Goa, Damão e Diu (Índia). A lusofonia enquanto comunidade imaginada num espaço internacional configura uma ideia que pode ser entendida sob vários pontos de vista. O significado de “espaço lusófono” compreende muito mais do que uma construção onde assume-se uma abordagem linguística e geográfica, tal conceito, expressa uma dimensão política, histórica e cultural.

Como bem explica Eduardo Lourenço, as figuras da lusofonia e da comunidade lusófona devem remeter-se a múltiplos imaginários lusófonos, isto é, um imaginário das pluralidades e das diferenças.

Por essa razão, se quisermos dar sentido à “galáxia lusófona”, não podemos deixar de a viver como inextricavelmente portuguesa, brasileira, angolana, moçambi- cana, guineense, cabo-verdiana, são-tomense ou timorense. (…) Ou seja, o espaço cultural da lusofonia é um espaço necessariamente fragmentado. E a comunidade e a confraternidade de sentido e de partilha comuns só podem realizar-se pela assunção dessa pluralidade e dessa diferença e pelo conhecimento aprofundado de uns e de outros (Lourenço, 1999: 112).

O simples fato da língua portuguesa ter-se mesclado intimamente com as diversas línguas locais dos africanos, ameríndios, asiáticos e ainda, no caso do Brasil, com os outros imigrantes europeus faz desta uma língua de mestiçagem cultural. Portanto, ao se pensar num espaço lusófono é necessário compreender e reconhecer as multiplicidades envolvidas. Neste aspecto, o mais importante é tratar das ques- tões da lusofonia não apenas a nível político e econômico, mas sim numa perspec- tiva que valorize o espaço de liberdade linguístico-cultural.

iDentiDaDee representações sociais

O sujeito pode assumir identidades diferentes ao longo da vida, em diferen- tes momentos, transformando-se de acordo com a multiplicidade de identidades possíveis que nos aproximam e nos reconhecemos, sendo um processo de constru- ção contínuo. As identidades correspondem aos modos de identificação referente a diversas categorias que dependem tanto do contexto social, como variam de acordo com o percurso histórico coletivo e da vida pessoal.

Muitos autores, como Anthony Guiddens, defendem a perspectiva que envolve a ideia de identidade pessoal orientada a partir do nível psíquico e das subjetivida- des modernas, que por sua vez, estendem-se ao núcleo do eu. Outros, como Stuart Hall e Zygmunt Bauman, percebem e discutem o sentido de identidade de forma coletiva, sendo compreendida como culturalmente formada, onde o caráter de tal representação e da identidade são entendidos como um conjunto de significados partilhados. Segundo Rosa (2008), tais posturas não se opõem, pois existe uma inter- dependência entre elas, “o nível coletivo das identidades culturais está diretamente relacionado com o nível das escolhas pessoais e subjetivas” (ibidem, p. 29).

Diante desta abordagem, cabe esclarecer sobre o significado das identida- des. De modo geral, a identidade é compreendida tal qual nos representamos, ou seja, como nos definimos e nos reconhecemos. Cada pessoa é única pois possui

particularidades que as distingue dos outros sujeitos. Logo, podemos dizer que o conceito de identidade se constrói a partir das experiências de vida associada as características da personalidade do indivíduo.

A identidade pode ser definida “como um fenômeno subjetivo e dinâmico resul- tante de uma dupla constatação de semelhanças e de diferenças entre si mesmo, os outros e alguns grupos” (Deschamps & Moliner, 2009: 01). Para os autores, a identidade não existe sem a alteridade, sendo concebida a partir da articulação, organização e síntese dos aspectos pessoais e sociais dos indivíduos.

Falar de identidade cultural evoca a sua abordagem tal como é percebida na contemporaneidade, portanto, podemos discuti-la a partir de vários aspectos. Do ponto de vista de Stuart Hall e Guilherme Carvalho da Rosa, as identidades culturais estabelecem uma relação entre os quadros de referência constituídos no interior dos discursos e o construtivismo compreendido na identidade cultural através da perspectiva das diferenças, das relações de conflito e das negociações, a partir de uma conexão dialógica e não-definitiva. Tal fenômeno nos permite compreender as diferenças individuais, o sentimento de pertença e a tendência à preservação da cultura grupal pelos sujeitos (Hall, 2006).

Neste sentido, reconhecemos a função das representações sociais que remete para a ideia e percepção de uma realidade comum sobre a construção da identidade social e das relações interpessoais e intergrupais.

A partir da década de 60, numa perspectiva sociopsicológica, Serge Moscovici analisa o conceito de representação social (RS) e questiona as ideias anteriormente propostas por Émile Durkheim. Moscovici critica a distinção feita por Durkheim e reconhece o individualismo como uma representação coletiva na sociedade. Logo, Moscovici defende o carácter das representações como um fenômeno e não como um conceito estático e irredutível de representações coletivas (Martins, 2008).

Para compreender a dinâmica das RS necessitamos acompanhar a forma como o pensamento e o conhecimento se manifestam. Estes são revelados através das expressões de interação e comunicação do ser humano na sociedade e, como tal, transformam-se através do tempo, onde se classifica e reclassifica a realidade. “As representações sociais são conceptualizadas como uma modalidade de conhe- cimento socialmente elaborada e compartilhada, contribuindo para a percepção de uma realidade comum a um determinado grupo” (Cabecinhas, 2009: 51). Estes comportamentos surgem do interesse de certos grupos por um assunto ou circuns- tância específica.

Desta forma, a teoria das RS se justifica a partir da descodificação de uma informação ou situação através dos modos de referência dos indivíduos que os permitem agir de acordo com que julgam ser a realidade (Martins, 2008).

1.3 metoDologia

Por ser um estudo de cunho exploratório é justo o caracterizarmos com uma metodologia qualitativa. A pesquisa qualitativa consiste num conjunto de ações

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interpretativas que ressaltam o modo como a experiência social é criada e signifi- cada pelos sujeitos (Sampieri et al., 2006). A partir de tal metodologia, buscaremos compreender, através das experiências dos alunos brasileiros e portugueses do ensino superior português, as problemáticas de ordem sociocultural que caracteri- zam e afetam a comunicação e a construção da lusofonia entre os mesmos.

Com o propósito de atingir os objetivos desta investigação, recorreremos a abordagem técnica da análise de conteúdo. Segundo Bardin (1977), “a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de análise das comunicações. Não se trata de um instrumento, mas de um leque de apetrechos; ou, com maior rigor, será um único instrumento, mas marcado por uma grande disparidade de formas e adaptável a um campo de aplicação muito vasto: as comunicações” (p. 31).

Deste modo, tal procedimento abrangerá três fases fundamentais: no primeiro momento, pretendemos analisar os debates levantados na mídia digital lusobra- sileira, referente a artigos publicados em plataformas de jornais online, blogs de notícias relacionados, grupos do facebook e comentários sobre o cancelamento das bolsas do programa CsF para Portugal, pelo governo brasileiro; no segundo momento, utilizaremos o recurso do focus groups, que será aplicado aos alunos brasileiros e portugueses das Universidades de Aveiro, Coimbra e Minho; e por último, faremos entrevistas individuais com alunos brasileiros selecionados, que participaram em anos anteriores do programa (CsF), nas instituições portuguesas mencionadas.

A primeira fase da pesquisa (1ª etapa) funcionará como uma abordagem dispa- radora, onde será analisado o debate na mídia digital lusobrasileira: artigos online, blogs e grupos do facebook, relativamente ao evento citado, como fonte construtora de conhecimento compartilhado no meio digital, ou seja, como fonte primária de dados. Neste sentido, teremos como missão buscar dados que serão submetidos à análise, pretendemos também formular hipóteses para a elaboração de indicadores do roteiro de entrevista que permitirá explorar as questões de discussão do focus

groups. Nosso objetivo nesta primeira fase é buscar indícios e perceber os debates

em torno do sentido da Comunicação e da Lusofonia, além de ter uma visão inicial sobre os relacionamentos e identidade no cotidiano dos alunos brasileiros e portu- gueses do ensino superior.

A técnica de pesquisa do focus groups dedica-se à coleta de dados por meio das interações e da discussão objetiva em grupo, tendo como propósito debater sobre um tópico específico (decisão a posteriore) e reunir informações necessárias para a exploração do tema escolhido. Esta modalidade apoia-se no desenvolvimento das entrevistas grupais (Gondim, 2003).

O uso do focus groups favorece a recolha de uma vasta quantidade de infor- mações qualitativas num curto espaço de tempo, podendo ser empregado para analisarmos determinados aspectos de um dado objeto. Essa técnica é sustentada por Morgan (1997) que adota perspectivas distintas para classificar os focus groups. Deste modo, em nossa pesquisa, a análise do material recolhido na imprensa digital lusobrasileira servirá de estudo preliminar para a análise dos grupos.

A técnica do focus groups ocupa uma posição entre a observação participante e as entrevistas em profundidade (Veiga e Gondim, 2001) e neste caso, representará um recurso para compreender o processo de construção das comunicações, percep- ções, estereótipos, representações sociais e identidade do grupo de universitários brasileiros e portugueses.

Para a aplicação do focus groups (2ª etapa) o público-alvo constituir-se-á de alunos brasileiros (público-alvo 1) e portugueses (público-alvo 2), de todos os níveis de ensino, independentemente de possuírem bolsa de estudo, das Universidades de Aveiro, Coimbra e Minho (amostras intencionais).

Para tanto, constituiremos grupos de seis a doze participantes, de cada uma das instituições (1º Universidade de Aveiro, 2º Universidade de Coimbra e 3º Universidade do Minho). Planeja-se a formação de três grupos: um constituído apenas por brasi- leiros, outro apenas por portugueses e por último, um terceiro grupo misto. O prin- cipal critério para a seleção intencional, isto é, para a formação destes grupos, será a disponibilidade e a colaboração, assumindo a possibilidade de ser necessário a utilização de outros critérios, posteriormente estabelecidos para esse efeito.

As sessões ocorrerão num local apropriado, preferencialmente nas próprias universidades, durante um período que varia entre uma e duas horas, podendo acon- tecer duas ou três reuniões, para cada grupo selecionado, em cada uma das insti- tuições. Trabalharemos com o programa de suporte à análise qualitativa de dados para categorização e codificação dos dados qualitativos, constituindo um meio de classificar os dados descritivos recolhidos.

Ainda nessa segunda etapa, discutiremos algumas das conclusões ou das rela- ções significativas reveladas na análise anterior, de forma a complementar qualitati- vamente a pesquisa. O nosso propósito com esta discussão focalizada em grupo será dialogar sobre o tema dos objetivos apresentados, além de debater sobre o modo de estar e pensar dos sujeitos envolvidos. Com esse estudo, pretendemos aprofundar a análise sobre as relações socioculturais e detectar possíveis estereótipos do coti- diano, a fim de responder ao objetivo geral e a problematização desta investigação. Desta forma, tanto a técnica do focus groups como a entrevista individual (estudo exploratório) funcionarão como recursos facilitadores na investigação sobre as representações sociais recíprocas das identidades, no cotidiano dos universitários brasileiros e portugueses, do ensino superior português, no âmbito da comunicação e da lusofonia.

Na terceira e última fase desta pesquisa (3ª etapa) faremos entrevistas indivi- duais, com alunos brasileiros selecionados, que participaram em anos anteriores do programa (CsF), nas Universidades de Aveiro, Coimbra e Minho.

Como ferramenta para a recolha de dados sobre os alunos brasileiros do programa CsF e com o propósito de selecionar os alunos que participarão da entre- vista individual, será utilizada uma enquete virtual, via grupo do facebook - como instrumento de identificação de sujeitos e dos aspectos gerais que serão recolhidos para as entrevistas individuais.

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