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É necessário frisar que a prevenção é uma priori- dade para esta faixa etária. No entanto, não podemos es- quecer que o papel da reabilitação é de extrema impor- tância. Ao longo da vida, algumas afecções se acumulam e se manifestam depois de muito tempo. Assim, a odonto- logia curativa tem a função de restaurar as funções mas- tigatória, fonética e, também, a deglutição e aestética dos dentes (MONTENEGRO, 2004).

Assim, a intervenção odontológica, ou seja, a rea- bilitação oral, seja curando as afecções existentes ou reabilitando através de próteses dentárias tem impacto extremamente positivo. O tratamento influencia melho- rando a alimentação, a autoimagem, a autoestima e, con-

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sequentemente, o bem estar social. Gupta et al (2018), em uma revisão sistemática, recolheram dados que demons- traram que pacientes edêntulos, que usavam prótese, ti- nham maior longevidade em relação aos que não usavam. Esses dados não são conclusivos, no entanto, demonstram efeito benéfico da reabilitação protética em pacientes desdentados totais.

No entanto, é importante salientar que a aborda- gem de pacientes idosos difere daquela direcionada à po- pulação em geral, pois o envelhecimento leva a alterações fisiológicas que predispõem o idoso a apresentar, com frequência, condições patológicas típicas do envelheci- mento, o que requer cuidado por parte dos profissionais de saúde (SCELZA et al, 2003).

No entanto, algumas dificuldades restringem a co- bertura das demandas, como o custo bem mais elevado dos procedimentos reabilitadores ou curativos quando comparados à odontologia preventiva. Nesse contexto, os idosos com incapacidade física e/ou psíquica não têm as mesmas prioridades em comparação com os idosos sau- dáveis (OLIVEIRA et al, 2016).

A fragilidade dos idosos e os diversos aspectos condicionantes das suas polipatologias atrasam o aces- so aos cuidados de saúde e complicam os protocolos dos cuidados a administrar (CÔRTE-REAL et al, 2011; OLI- VEIRA et al, 2016).

Nesse sentido, vale destacar o atendimento domi- ciliar para o idoso, pois, segundo a Política Nacional de Saúde do Idoso, esse atendimento na atenção básica do- miciliar tem como objetivo promover a integração com os demais níveis de atenção e garantir a integralidade por meio da aplicação de modalidades que atendam às ne- cessidades dessa população, quando for viável (ARAÚJO, 2006; FLORIANI, 2004; SILVEIRA, 2007; BRASIL, 2005).

O direito ao atendimento domiciliar, previsto na Constituição Brasileira, enfatiza que a família, a socieda- de e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando a participação na comunidade, defenden- do a dignidade, bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida (BRASIL, 2010; SILVA et al, 2007). Esse tipo de aten- dimento constitui um conjunto de ações direcionadas ao atendimento individual, familiar e da comunidade; sen- do considerada uma estratégia educativa, assistencial e principalmente de saúde, com a finalidade de subsidiar a intervenção no processo saúde-doença de indivíduos vul- neráveis ou no planejamento de ações coletivas (BARROS et al, 2006).

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CAPÍTULO 7

PERCEPÇÃO DA MULHER