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2 MATERIAIS E MÉTODOS

3.6 OS ITINERÁRIOS TÉCNICOS DAS CULTURAS

3.6.1 Cultura do milho

Esta cultura é uma gramínea anual, classificada no grupo de plantas C-4 com ampla adaptação em diferentes condições de ambiente. Seu nome científico é Zea Mays. Ela é originaria das Américas, e só após o descobrimento deste local, esta foi introduzida para o resto do mundo. Atualmente o maior produtor mundial é os Estados Unidos com aproximadamente 43% da produção mundial. Em segundo lugar vem a China, seguida pelo Brasil, México, França e Argentina, as quais se somadas atingem um percentual de 30% do mercado. Em termos de volume de produção mundial o milho esta situado entre as culturas mais expressivas como o soja, o trigo e o arroz.

Segundo o IBGE (2012), 28 % o total de áreas cultivadas no estado do Rio Grande do Sul no período de primavera-verão são ocupadas por esta cultura. Este, esta presente em todas as microrregiões devido a sua grande capacidade de adaptação aliada a sua grande utilidade faz com que ele seja a cultura econômica mais disseminada no estado. Segundo dados do IBGE (2012), o estado estava na 2º colocação nacional em termos de quantidade produzida, mas caia para o 7º lugar quando se referia ao rendimento deste por área. Este rendimento é afetado principalmente por variações de micro clima, solos e variações de tecnologias empregadas.

- Composição química dos grãos

Além de ser um produto que possui um elevado valor energético, pois seu principal componente é o amido. O grão de milho possui no seu conteúdo cerca de 71,5% de amido, 10,3% de proteína, 4,8% de lipídios, 2,0% de açúcares e 1,4% de cinzas.

- Ciclo de desenvolvimento

Este período esta dividido em três fases, sendo elas: vegetativo, reprodutivo e enchimento de grãos.

O período vegetativo vai desde a emergência ate o aparecimento do pendão. O período de emergência varia entre 5 a 12 dias dependendo das condições. Os primeiros 15 dias de emergência a planta mantêm-se com as reservas acumuladas no grão. Após o estabelecimento

da planta, esta começa a desenvolver sua estrutura foliar, e dentro de 4 a 5 semanas esta já esta com todas as suas folhas formadas. No estagio em que a planta estiver com 6 a 7 folhas é fundamental a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura pois é nesse período que a planta define o seu potencial produtivo. Essa cultura apresenta algumas deficiências em relação ao frio, ou seja o sistema radicular é ineficiente em absorver fósforo do solo em baixas temperaturas, e essa deficiência de fósforo dependendo da intensidade pode ser mostrada nas folhas desde a emergência ate um porte aproximado de 70 centímetros. Essa situação é muito comum ocorrer na nossa região em semeaduras realizadas nas primeiras semanas de agosto. Nesse estágio se define o primeiro componente de rendimento, o número de plantas por área.

- Período reprodutivo

Este se inicia com o surgimento do pendão e vai até a polinização da espiga. Em uma espiga de milho pode haver a formação de 700 a 1000 óvulos, os quais são divididos em números pares de fileiras em torno do sabugo. A sua fecundação é cruzada ou seja cerca de 95 % das plantas são polinizadas por pólen de outra planta. Esse período é o mais sensível em relação ao déficit hídrico, pois a quantidade de pólen emitida reduz, acarretando em um menor número de grãos formados por cada espiga, resultando em uma quebra de rendimento. Nesse período mais dois componentes de rendimento são definidos, número médio de espigas por planta e o número de grãos por espiga.

- Formação e enchimento de grãos

A falta de água nesse período também pode prejudicar o rendimento, ou seja, pode acarretar em uma deformação do grão e no seu peso, esse período pode levar em torno de sessenta dias. A colheita teoricamente poderia ser feita no período de maturação fisiológica após este atingir um teor de umidade do grão próximo 30%. Mas como os custos de secagem não são muito baratos opta-se por esperar esta umidade diminuir por volta de 22%, daí então a colheita mecanizada é procedida.

- Épocas de semeadura

As épocas de semeaduras no estado dependem muito da região, de seu micro clima, do solo, e principalmente do ciclo da cultivar a ser implantada, ou seja estes itens anteriores

podem interferir no resultado que pode variar do dia 15 de julho em diante ate 20 de janeiro. Para que o resultado em termos de produção seja satisfatório se deve analisar com cuidado as médias históricas confrontando-as com os períodos de semeaduras. Como as médias históricas mostram a maior deficiência hídrica nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, uma das recomendações para lavouras não irrigadas, é a antecipação da época de semeadura, principalmente nas regiões mais quentes do estado.

- Necessidade hídrica

Este fator está diretamente relacionado com a época de plantio o tipo de solo e a região. Época de plantio, pois a demanda evaporativa é determinada pela intensidade da radiação solar, pela temperatura e pela umidade do ar, ou seja, quanto maior for a temperatura maior será a evapotranspiração, consequentemente uma maior quantidade de água será necessária para suprir as necessidade da cultura. E em termos de solo, as suas características físicas também podem interferir, pois cada tipo de solo possui uma estrutura e esta pode ser favorável ou não a retenção e disponibilidade de água no solo. Cada região possui um histórico pluviométrico, deve analisar-se este e obter uma melhor época em termos de chuvas nas épocas mais essenciais.

- Correção do solo

A recomendação de corretivos e fertilizantes para cultura do milho ira depender de uma amostra e solo primeiramente analisada em laboratório e posterior mente interpretada por um Engenheiro Agrônomo ou por um Técnico de sua região. Esta recomendação pode sofrer variações de acordo com o tipo de solo, de acordo com a tecnologia a ser empregada e finalmente a produção que se deseja atingir. Para uma melhor interpretação dos dados da analise usar o (Manual de Adubação e de Calagem, 2004) para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

- Processo produtivo do milho

O plantio da cultura pode iniciar em agosto ou pode se estender ate janeiro, isso dependera do cronograma de rotação de culturas o qual deve ser obedecido.

Os equipamentos agrícolas que serão utilizados durante todo o ciclo da cultura todos são próprios.

Primeiramente necessitamos realizar uma dessecação da área para eliminarmos restos culturas e plantas invasoras, para esse processo utilizaremos Roundup WG 1 kg o qual será diluído em uma calda de 66,66 litros para a área de um hectare. Se necessário será utilizado o herbicida pós emergente Extrazin na dose de 5 L/há também para uma calda de 66,66 de água. Para iniciarmos o plantio devemos realizar o tratamento de semente o qual inclui o inseticida Futur (0,4 L/ha), o qual é responsável pelo controle da Lagarta do cartucho, lagarta elasmo, Cupim do solo, Cigarrinha das pastagens e Pão de galinha.

A quantidade semente por hectare esta em volta de 25 kg, estas sementes ao serem lançadas ao solo também estarão recebendo a adubação de base que esta por volta de 350 kg da formula 05-20-20. Aproximadamente quando a planta estiver com 5 folhas será feita uma aplicação a lanço de uréia na quantidade de 250 kg/há a qual será dividida em duas aplicações.

Durante o ciclo da cultura há uma previsão e uso de uma aplicação de um inseticida piretróide, Certero (0,06 L/ha) em um volume próximo a 100 litros de água.

A colheita do produto será realizada quando esta atingir um teor de umidade do grão em torno de 20 a 25 %. Os grãos serão secos, classificados e armazenados na propriedade ate a hora da comercialização.

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