• Nenhum resultado encontrado

Viabilidade de um sistema de irrigação em uma empresa rural no município de São Luiz Gonzaga-RS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Viabilidade de um sistema de irrigação em uma empresa rural no município de São Luiz Gonzaga-RS"

Copied!
61
0
0

Texto

(1)

PAULO ANDRÉ BORDIM MAXIMENCO

VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO EM UMA EMPRESA RURAL NO MUNICÍPIO DE SÃO LUIZ GONZAGA-RS

Ijuí - RS Dezembro - 2012

(2)

PAULO ANDRÉ BORDIM MAXIMENCO

VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO EM UMA EMPRESA RURAL NO MUNICÍPIO DE SÃO LUIZ GONZAGA-RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como um dos requisitos para a obtenção do título de Engenheiro Agrônomo, Curso de Agronomia do Departamento de Estudos Agrários da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

Orientador: Prof. Nilvo Basso

Ijuí

Estado do Rio Grande do Sul – Brasil Dezembro - 2012

(3)

TERMO DE APROVAÇÃO

PAULO ANDRÉ BORDIM MAXIMENCO

VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO EM UMA EMPRESA RURAL NO MUNICÍPIO DE SÃO LUIZ GONZAGA-RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Agronomia da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, defendido perante a banca abaixo subscrita.

Ijuí, 05 de dezembro de 2012.

Prof. MSc Nilvo Basso ... DEAg/UNIJUÍ – Orientador

Departamentos de Estudos Agrários

Prof. Dagmar Camacho ... DEAg/UNIJUÍ.

(4)

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, principalmente por não me deixar fraquejar nos momentos mais difíceis nesta importante etapa de minha vida.

Aos meus pais, Ivo Maximenco e Iolanda Terezinha Bordim Maximenco, e meu irmão, Luís Antônio Bordim Maximenco, que não mediram esforços para chegar ao final deste curso. Obrigado pelo amor, dedicação e apoio.

Ao Prof. MSc. Nilvo Basso, pela atenção e ajuda na elaboração desta pesquisa.

Não podendo ficar fora destes agradecimentos amigos, namorada, que cada um, de forma particular, soube me apoiar para que aqui chegasse.

A todos os professores do Curso de Agronomia, grandes amigos, que serão de suma importância nas barreiras a serem vencidas na minha trajetória profissional.

A empresa AGROPLAN SERVIÇOS AGRÍCOLAS, toda equipe de colegas de trabalho e, em especial, ao Alber Guedes, que tiveram compreensão e apoio para a conclusão desta etapa.

Ao Sr. Vilton Adão Dal Pai e família, um agradecimento especial por oportunizar e disponibilizar sua propriedade para o presente estudo que será de grande importância em minha vida profissional.

(5)

VIABILIDADE DE UM SISTEMA DE IRRIGAÇÃO EM UMA EMPRESA RURAL NO MUNICÍPIO DE SÃO LUIZ GONZAGA-RS

Aluno: Paulo André Bordim Maximenco Orientador: Nilvo Basso

RESUMO

O presente trabalho visa o estudo de viabilidade técnica, econômica e financeira da implantação de um sistema de irrigação, modelo Pivô Central, na propriedade agropecuária do Sr. Vilton Dal Pai, localizada no Município de São Luiz Gonzaga-RS. Os dados referenciados foram coletados através de entrevistas a campo, concomitantemente com pesquisas bibliográficas. Foi projetado um sistema de produção com três culturas de verão, intercalando anos com soja e milho safrinha e outros com soja e feijão safrinha. Este projeto trata-se da busca de estratégias para se garantir a renda de produtores da região estudada, a qual possui um histórico de ano após ano, principalmente no verão, de severas estiagens. Segundo os resultados do estudo, o projeto de irrigação mostrou-se viável sob todos os pontos de vistas analisados.

Palavras-chave: Sistema de irrigação. Viabilidade técnica, econômica e financeira. Empresa rural.

(6)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Média Pluviométricra dos Últimos Quatro Anos ... 28

Tabela 2. Plano de Produção do Projeto... 31

Tabela 3. Previsão da Receita... 43

Tabela 4. Dados econômicos das culturas ... 44

Tabela 5. Comparativo da Renda Atual e da Renda Projetada... 45

Tabela 6. Indicadores da Rentabilidade do Capital Investido ... 46

(7)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Pivô central ... 18 Figura 2. Delimitações de um sistema de irrigação por pivô central ... 19 Figura 3. Croqui de acesso a propriedade do Sr, Vilton Adão Dal Pai ... 30

(8)

SUMÁRIO

INTRODUÇAO ... 8

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 11

1.1 ASPECTOS GERAIS DA IRRIGAÇÃO ... 11

1.2 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO ... 17

2 MATERIAIS E MÉTODOS ... 22

2.1 TIPO DE ESTUDO ... 22

2.2 AVALIAÇÃO TÉCNICA, ECONÔMICA E FINANCEIRA ... 22

2.2.1 Avaliação da viabilidade técnica ... 22

2.2.2 Análise de mercado... 23

2.2.3 Avaliação da viabilidade do empreendimento ... 23

2.2.3.1 Resultados econômicos e financeiros ... 23

2.2.3.2 Análise da rentabilidade do capital investido ... 24

2.2.3.3 Viabilidade dos aspectos do financiamento... 25

2.2.3.4 Avaliação da sensibilidade ... 25

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 27

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO ... 27

3.2 HISTÓRICO DA PROPRIEDADE ... 28

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A SER IRRIGADA ... 29

3.4 INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE IRRIGAÇÃO – PIVÔ CENTRAL ... 31

3.5 AS CULTURAS IRRIGADAS E O PLANO DE ROTAÇÃO ... 31

3.6 OS ITINERÁRIOS TÉCNICOS DAS CULTURAS ... 32

3.6.1 Cultura do milho... 32

3.6.2 Feijão ... 35

3.6.3 Soja... 39

3.7 AVALIAÇÃO DA VIABILIDADE DO SISTEMA... 42

3.7.1 Previsão de investimento em equipamentos... 42

3.7.2 Previsão de aumento da receita ... 43

3.7.3 Avaliação econômica do projeto... 43

3.7.4 Rentabilidade do investimento ... 45

3.7.5 Financiamento e saldo final de caixa do projeto... 46

CONSIDERAÇÕES FINAIS... 48

REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS ... 50

(9)

INTRODUÇÃO

O curso de Agronomia, do Departamento de Estudos Agrários (DEAg) da UNIJUÍ, exige no último semestre um trabalho de conclusão de curso, denominado Trabalho de Conclusão II, sendo um componente curricular no qual podemos realizar estudos nas mais diversas áreas.

O assunto foco do presente trabalho foi a viabilidade técnica e econômica da implantação de um sistema de irrigação, acreditando ser um tema de fundamental importância a ser difundido para produtores da região, que sofre com baixos níveis de pluviosidade em certos períodos dos anos. A distribuição de chuvas é bastante irregular, principalmente nas estações de primavera e verão ocorre esse tipo de eventos.

No presente ano, safra 2011/20012, a estiagem mais uma vez se fez presente, atingindo grande parte do Estado do Rio Grande do Sul, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012. Salienta-se que esta situação já havia iniciado no período de meados de novembro e dezembro do ano anterior e novamente castigou produtores de São Luiz Gonzaga. Na região noroeste do Estado, trouxe duras consequências econômicas devido à queda de produtividade de grãos e consequentemente a baixa qualidade dos grãos produzidos.

De acordo com Bergamaschi et al (1992), a água é um fator fundamental na atividade agropecuária. A ocorrência de excessos e, principalmente, de deficiências hídricas, tem sido a maior causa das variações na produção primária. A grande flutuação de safras, sobretudo das culturas de primavera-verão, é o reflexo de regime pluviométrico, mesmo em regiões consideradas climaticamente aptas ao cultivo dessas espécies. Por esse motivo, a agricultura praticada atualmente, em particular nos países de Terceiro Mundo, é de alto risco e as consequências desta instabilidade se transformam para os demais segmentos da economia.

Mesmo buscando através de várias alternativas e estratégias técnicas para minimizar perdas de produtividade nas culturas de primavera-verão como a semeadura em diferentes épocas recomendada, a adoção de sistema de plantio direto, as perdas de produtividade são

(10)

frequentes em regiões de chuvas irregulares como a de São Luiz Gonzaga, região noroeste do RS.

Diante deste cenário, uma solução que solucionaria esse tipo de perdas seria a implantação de sistemas de irrigação, porém esse sistema envolve diversas questões de natureza técnica-engenharia, e também de caráter financeiro e ambiental. Desta forma, o norte deste estudo foi traçado com base na seguinte questão: Em que medida é viável a implantação

de uma sistema de irrigação numa empresa agropecuária situada no município de São Luiz Gonzaga-RS?

Em qualquer segmento que visa à lucratividade, que se toma a decisão de investir, principalmente quando os investimentos são altos, é necessário um estudo técnico e financeiro para certificar-se da sua viabilidade.

Com efeito, o objetivo principal do estudo é de analisar a viabilidade técnica, econômica e financeira da implantação de um sistema de irrigação numa empresa agropecuária, localizada em São Luiz Gonzaga no Rio Grande do Sul.

Dentro desse objetivo geral, outros objetivos mais específicos são buscados, os quais servem de suporte para a delimitação e concretização do trabalho. São objetivos específicos do estudo:

 Definir o tamanho da área adequada e possível de ser irrigada;

 Definir a capacidade de captação de água na propriedade;

 Buscar avaliar, conhecer e definir o tipo e o sistema de irrigação mais adequado, diante das características específicas da propriedade e das culturas a serem irrigadas;

 Definir o orçamento desde a construção da barragem até o sistema de irrigação em funcionamento.

 Projeção sobre possíveis necessidades de adaptação para que se cumpra o itinerário técnico das culturas a serem implantadas nesse sistema de irrigação: feijão, milho e soja.

 Avaliar a viabilidade técnica, econômica e financeira do investimento.

 Definir e avaliar os possíveis riscos econômicos que a empresa possa correr com essa implantação.

A empresa na qual foi realizado o estudo é a Granja Restinga Seca, uma empresa patronal, localizada no município de São Luiz Gonzaga. Empresa consolidada na região há vários anos, adepta a novas tecnologias, vem buscando implantar novas alternativas para que

(11)

possa agregar maiores valores à produção e também vislumbrando o aumento de produtividade.

Há muitos anos possui o sistema de plantio direto consolidado, com máquinas e equipamentos modernos adaptados a agricultura de precisão e mesmo buscando alternativas como o escalonamento no plantio das culturas de primavera-verão vem ano após ano enfrentando muita dificuldade principalmente no que se refere ao déficit hídrico principal causador das limitações de produção.

Notando-se essa limitação motivou-se a realização de um estudo mais detalhado em cima dessa hipótese no qual serão confrontadas informações teóricas com as práticas, trazendo resultados que possam alimentar o processo de decisão do empresário.

O sistema de irrigação que será objeto desse estudo é o pivô central, que tem como característica a retirada de água de rios, represas e poços artesianos através de uma bomba de sucção que impulsiona a água por uma tubulação, em parte subterrânea e em parte aérea, sendo esta última móvel, com vários aspersores, os quais distribuem uniformemente a água.

(12)

1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 ASPECTOS GERAIS DA IRRIGAÇÃO

O engajamento do produtor e do técnico responsável do planejamento e operação de um projeto de irrigação é de fundamental importância para o seu sucesso, sendo esse maximizado quando ocorre a inter-relação entre baixo impacto ambiental e a afinidade entre sistemas solo-água-planta-clima e manejo da irrigação.

A água é um fator fundamental na atividade agropecuária. A ocorrência de excesso e principalmente de deficiências hídricas tem sido a maior causa das variações na produção primária. A grande flutuação de safras, sobretudo das culturas de primavera-verão, reflexo de regime pluviométrico, mesmo em regiões consideradas climaticamente aptas ao cultivo dessas espécies. Por esse motivo a agricultura praticada atualmente, em particular nos países de 3 Mundo é de alto risco e as conseqüências desta instabilidade se transformam para os demais segmentos da economia (BERGAMASCHI, 1992).

Em regiões áridas, onde a água é fator limitante, as pesquisas devem ser desenvolvidas visando planejar irrigações em termos de máxima produção, por unidade de água aplicada. Sob outras condições, pode ser preferível realizar pesquisas no sentido de máxima produção por unidade de área cultivada, ou por unidade de custo de mão-de-obra, ou para aumentar o emprego de mão-de-obra no meio rural, ou visando o assentamento de famílias marginalizadas, ou para assegurar a estabilidade social na região (BERNARDO, 1995).

Não de menor importância do que uma instalação de um sistema de irrigação é o acompanhamento permanente de um técnico especializado, como o manuseio desse equipamento e a sua correta administração no uso, e decisões de como, quanto e quando usar, para a ocorrência mínima de erros possíveis são ícones de produtividade diretamente relacionados. Esses fatores se não bem administrados e trabalhados, podem acarretar em um custo muito elevado do sistema acarretando na inviabilidade do mesmo. Neste sentido, alguns aspectos devem ser respeitados para que se obtenha pleno êxito no processo de irrigação:

- Infiltração de água no solo

Infiltração é o nome dado ao processo pelo qual a água penetra no solo, através de sua superfície. A velocidade de infiltração d’água em um solo é fator muito importante na

(13)

irrigação, visto que ela determina o tempo em que se deve manter a água na superfície do solo ou a duração da aspersão, de modo que se aplique uma quantidade desejada de água.

A velocidade dessa infiltração esta diretamente relacionada com a textura e a estrutura dos solos, ou seja, de acordo com o percentual de macro e microporosidade e teores de argila e areia.

A determinação de água no solo é muito importante para realizar estudos, em relação a erosão, a disponibilidade de água no solo, o movimento desta água, épocas e quantidades de água aplicada no sistema de irrigação.

- Disponibilidade de água no solo

A quantidade de água aplicada no solo com a irrigação e a sua frequência, é dependente da quantidade de água que pode ser armazenada no solo após uma irrigação. A água no solo não é estática, mas sim dinâmica e movimenta-se em função do gradiente de seu potencial.

Segundo Tibau (1989, p. 19), “A medida que diminui o diâmetro das partículas, diminui percentualmente a quantidade de água que a planta pode utilizar, ou seja, a água útil ou disponível”.

- Capacidade de campo (CC)

Esta é a capacidade que o solo tem de drenagem, ou seja, se a superfície deste não estiver muito próximo de algum lençol freático, a água somente diminuirá a intensidade do seu movimento vertical para baixo, quando o teor de umidade for tal, que sua condutividade hidráulica for muito pequena, significando então que este solo drenou-se até sua capacidade de campo.

A água após ser drenada para abaixo da zona radicular, ou para algum tipo de dreno esta não esta mais disponível para as plantas.

- Ponto de murchamento (PM)

À medida que se aproxima do "ponto de murchamento", o fenômeno de retenção d'água pelo solo não pode mais ser explicado pela ação da força capilar ou tensão superficial. A água é retida pela ação da força de adsorção existente entre a partícula de solo e as

(14)

moléculas d'água, porém não há nítida transição entre um tipo de retenção e o outro. Nos dois tipos de retenção, as mesmas leis de movimento d'água no solo são aplicadas. Em condições de campo, é comum notar que pela tarde alguns vegetais murcham, mesmo estando o solo com teor de umidade relativamente alto. Eles recuperam a turgidez durante a noite e permanecem túrgidos até a tarde do dia seguinte. Este caso é chamado de “murchamento

temporário”, e é mais comum durante os dias muito quentes (BERNARDO, 1995).

- Cálculo da água disponível

Para que possamos realizar este cálculo, necessitamos conhecer os teores de umidade da Capacidade de campo e do Ponto de Murchamento, as propriedades físicas deste solo e a profundidade efetiva do sistema radicular da cultura a ser implantada.

- Disponibilidade total d'água do solo (DTA)

Cada tipo de solo possui sua característica em relação a disponibilidade total de água, essa disponibilidade é a quantidade de água que determinado solo pode reter ou armazenar durante um determinado tempo. Geralmente essa medida é expressa em mm de água por um determinado volume de solo expresso em cm.

- Capacidade total d' água no solo (CTA)

A quantidade de água disponível para a cultura seja ela proveniente de chuvas ou de irrigação, só deve ser considerada disponível para a planta aquela que se encontra no perfil do solo onde está localizado o sistema radicular. Por isso, a capacidade total de água no solo somente deve ser medida até a profundidade em que se encontra o sistema radicular da cultura a ser irrigada.

As questões: Quando irrigar?, Quanto irrigar? e Como aplicar essa água? são de grande importância para o correto uso do sistema. As respostas devem ser baseadas em pesquisas locais e não serem seguidas apenas por terem atingido sucesso em outras regiões.

(15)

- Água necessária

Para que possamos ter um correto dimensionamento, planejamento e manejo é de fundamental importância que o sistema esteja dimensionado para a quantidade de água necessária para a cultura, bem como os recursos hídricos disponíveis.

Se, por acaso a quantidade de água a ser usada pelo sistema for subdimensionada, teremos por consequência uma redução na produção total ou como é mais frequente uma impossibilidade do sistema de irrigar toda a área dimensionada no projeto.

Se o problema for o contrário, ou seja, a irrigação for superdimensionada, acarretará em um acréscimo no custo por unidade de área, acarretando em uma aplicação de água em excesso, aumentando assim a lixiviação dos nutrientes.

Por fim, a água necessária é a quantidade de água requerida pela cultura em um determinado período de tempo de tal forma que não exerça influência que possa limitar o crescimento, desenvolvimento e produtividade da cultura.

Segundo Bernardo (1995), a irrigação total necessária (ITN) pode, então, ser definida como a quantidade d' água a ser suprida pela irrigação, de modo a complementar as precipitações.

- Precipitação

Durante uma precipitação a água tem três destinos diferentes. Um dos destinos dependendo da intensidade da precipitação, da sua frequência, da cobertura vegetal, da topografia do terreno e do tipo de solo a água escoa pela superfície deste, outra parte é absolvida pela cobertura vegetal e a terceira parte desta infiltra no solo, desta parte uma determinada quantidade é absorvida pela parte radicular e o restante percola para as camadas mais profundas.

Hoje em dia a tecnologia está tão avançada, que poderemos receber informações de entidades ou Universidades que estão localizadas a muitos quilômetros do nosso sistema de irrigação e que com apenas alguns dados repassados de nós para eles, tais como, tipo de solo, cultura, variedade, época de plantio e deixá-los atualizados das precipitações ali ocorridas, eles conseguem nos fornecer dados de quando ligar o sistema e qual a quantidade de água necessária. Um dos maiores limitantes de uso dessa tecnologia é o custo desse assessoramento ao produtor, que atualmente é privilégio de poucos. Geralmente são grandes produtores que

(16)

possuam uma grande área irrigada, pois quanto maior a área de utilização menor se torna o custo desse acompanhamento por hectare.

- Precipitação efetiva (PE)

Para Bernardo (1995), a precipitação efetiva é a parte utilizada pela cultura necessária para atender as necessidades evapotranspirométricas, ou seja, a precipitação total menos a parte que escoa pela superfície do solo e a que per cola para as camadas mais inferiores.

Um exemplo é de que se ocorrer uma chuva imediatamente após a irrigação, praticamente não haverá efetividade, pois o solo já esta encharcado. O conceito de precipitação efetiva é mais importante no manejo de sistemas de irrigação, do que no dimensionamento de projetos.

- Época de irrigação e turno de rega

Como já foi citado anteriormente, a irrigação serve para fazer uma complementação de água nos intervalos das precipitações naturais para a cultura tendo como objetivo, dar condições máximas a planta para maximizar sua produção. Mas para que isso ocorra devemos irrigar antes que a razão entre o teor de umidade do solo e a quantidade de demanda pela evapotranspiração diminua muito, acarretando assim em uma deficiência hídrica, o que poderá influenciar na qualidade, quantidade da produção.

Não existe época de irrigação ou turno de rega fixo para cada cultura, pois cada cultivar possui uma característica, ou mais ou menos tolerante ao déficit e também são diretamente relacionadas com o tipo de solo, clima da região, estádios fisiológicos entre outros.

- Qualidade da água para irrigação

Quando nos referimos à qualidade da água, a primeira coisa que passa pela cabeça é a salinidade e o pH da mesma. Mas não podemos nos deter só nesses fatores, existem cinco parâmetros que devemos analisarmos.

 Concentração de bicarbonatos;

 Concentração de elementos tóxicos;

(17)

 Concentração total de sais;

 Capacidade de infiltração no solo.

Para que possamos fazer uma correta interpretação da qualidade da água para a irrigação, os parâmetros analisados devem estar relacionados com o seu efeito no solo.

A qualidade e a quantidade e o custo da água também podem influenciar na escolha do sistema de irrigação. Em ocasiões em que a água é um fator limitante devemos utilizá-la com a máxima eficiência possível (localizada), e em ocasiões em que esta possui muitas partículas sólidas em suspensão, tem o seu uso limitado nos sistemas de gotejamento e aspersão.

Em caso desta água apresentar elevados teores de cloreto de sódio, esta deve ser utilizada somente pelo método de superfície e em alguns casos por gotejamento, mas nunca por aspersão, pois esta estimulara a corrosão das tubulações e poderá acarretar na queima da parte aérea dos vegetais.

- Uniformidade da superfície do solo

A topografia do terreno não possui muita influência, no caso da instalação de um pivô central, desde que não seja muito ondulada, o que poderá vir a acarretar em problema como o desalinhamento do sistema, maior número de reparos em suas articulações, e em terrenos muito íngremes pode acontecer do pivô patinar devido ao ângulo de subida em relação ao seu peso, e por este andar sob condições de solo úmido, ou seja, quanto mais uniforme for a área menor serão os problemas anteriormente citados.

- Clima

Em regiões em que a velocidade média do vento exceda a 5 m/s, não deve ser recomendada a irrigação por aspersão, pois haverá muita perda d'água por arrastamento pelo vento e alteração do perfil de distribuição dos aspersores, causando baixa uniformidade de distribuição. Em regiões com baixa umidade relativa do ar e alta temperatura, deve-se, sempre que possível, evitar o uso da irrigação por aspersão, em virtude da grande perda por evaporação, exceto em regiões onde o resfriamento da cultura também é objetivo da irrigação (BERNARDO, 1995).

(18)

- Cultura

Um fator muito importante de ressaltar que para escolhermos um sistema de irrigação seja ele qual for, devemos levar em conta a cultura e área a ser irrigada, para depois analisarmos qual sistema se adapta melhor na atual situação.

- Tipo de solo

Em solos com baixa capacidade de retenção de água, possuem alguns problemas, no sistema de irrigação por superfície a quantidade de água utilizada será muito elevada, já os sistemas de gotejamento e aspersão, exigem irrigação mais leves e mais frequentes. Já em solos com maior capacidade de infiltração, facilitam o uso de irrigação por aspersão e gotejamento, pois permitem uma irrigação com maior intensidade de aplicação.

1.2 SISTEMA DE IRRIGAÇÃO

Para a implantação de um sistema de irrigação devemos fazer uma analise técnica e econômica do empreendimento e os seus benefícios sociais. Os sistemas de irrigação mais utilizados nos dias de hoje, são os por aspersão, por gotejamento, e os por inundação. No geral os sistemas de irrigação por superfície são os de menor custo por unidade de área, os de aspersão de custos médios e os de gotejamento ou localizada são os que possuem o custo mais elevado.

Entre os tipos de sistemas citados anteriormente, optamos pelo sistema de irrigação por aspersão, ou seja, Pivô Central, uma vez que o sistema por gotejamento se torna inviável, analisando o tamanho da área que desejamos implantar o sistema. A hipótese de utilizarmos o sistema que se baseia na inundação da área, também esta descartada, por dois motivos: Um deles é de que as culturas que desejamos implantar não suportariam ou não sobreviveriam com o seu sistema radicular submerso. E outro fator que impede o uso desse sistema é a topografia da área, a qual deveria ter o mínimo desnível possível, o que não acontece na área disponibilizada para o estudo.

(19)

- Sistema Pivô Central

Este sistema é composto por quatro setores. Um deles é a parte aérea do sistema, ou seja, as torres, as tubulações e os aspersores por onde a água se deslocará para ser lançada de forma uniforme no solo. Outro setor é o sistema de tubulação adutora, o qual fica localizado na parte subterrânea do solo e tem como finalidade alimentar a parte aérea do sistema. Essa tubulação deve permanecer a aproximadamente 150 cm do nível do solo para que o tráfego de máquinas e implementos acima desta não danifique o sistema. Um terceiro setor do sistema é a unidade de bombeamento onde estará localizada uma bomba centrífuga de tamanho proporcional ao desnível que a água deverá percorrer ate o ponto mais alto e ao tamanho do equipamento. O último setor desse sistema é o de alimentação trifásica, o qual alimentará os motores do sistema de bombeamento e os motores das torres, os quais são responsáveis pela movimentação da parte aérea do sistema.

O sistema consiste em jatos pressurizados de água aplicados no ar, que caem sobre a cultura na forma de chuva artificial, tendo como principais vantagens: fácil adaptação a diversas condições de solos, cultura e topografia, pode ser totalmente automatizado, como nos mostra a figura 1.

(20)

O sucesso de um sistema de irrigação por aspersão depende de um bom projeto, tanto na sua elaboração como implantação, apresentando melhor rendimento com os menores custos.

A evolução dos sistemas de irrigação por aspersão convencional permitiu, além de sua melhoria, o desenvolvimento de novos equipamentos e entre eles os sistemas mecanizados de irrigação por aspersão. Nestes equipamentos procurou-se substituir a mão-de-obra do transporte e montagem das tubulações e aspersores por sistemas mecânicos. Substituiu-se o trabalho manual pelo trabalho mecanizado que implica maior capital investido na compra de equipamentos hidráulicos (turbinas e pistões), elétricos e convencionais (tratores e outros equipamentos de combustão interna) e redução do custo operacional com possibilidade de automação completa.

Consiste em uma única lateral, que gira em torno do centro de um círculo (pivô). Segmentos da linha lateral metálica são suportados por torres em formato de "A" e conectados entre si por juntas flexíveis. Um pequeno motor elétrico colocado em cada torre permite o acionamento independente desta. A velocidade de deslocamento do pivô é ditada pelo deslocamento da ultima torre, que também determina a lâmina a ser aplicada. A figura 2 a seguir mostra as delimitações de um sistema de irrigação por pivô central com uma vista aérea.

(21)

- Vantagens do sistema

Opera com mão-de-obra reduzida:

 Logo que termina uma passagem, a linha lateral já se encontra na posição inicial da próxima;

 Obtém-se elevada uniformidade de aplicação d’água, quando bem dimensionado;

 Viabiliza a irrigação de grandes áreas;

 É operacionalmente de fácil manejo;

 A superior uniformidade de distribuição de água proporciona maior eficiência de aplicação em relação a outros sistemas de irrigação;

 Através de dispositivos específicos, permite a aplicação de defensivos e

fertilizantes durante o processo de irrigação, eliminando dessa forma a necessidade de tratores com equipamentos diversos no trato da cultura, reduzindo a compactação do solo.

- Características

 Controle do pivô computadorizado ou controle remoto via telefone ou radio;  Painéis de fácil operação manual;

 Telemetria e estação do tempo (posto meteorológico);

 Sistemas de segurança contra desalinhamento de torre ou falta de movimento na ultima torre, evitando queda do pivô ou enxarcamento da área;

 Fácil montagem e manutenção do equipamento;  Emissão de alarmes em caso de problemas.

- Processo de Implementação do Projeto

Vários fatores devem ser levados em conta para que o produtor possa dentro da legalidade implantar um sistema de irrigação em sua propriedade sem que ocorra imprevistos durante o processo.

 Determinar qual o período do ano em que ocorrem déficit hídricos e quais as culturas esse prejudica, e com que intensidade ocorre.

(22)

 Deveremos fazer uma analise técnica do produtor que deseja implantar um sistema para analisarmos se este tem capacidade técnica e econômica para suportar tal investimento, pois de nada adianta uma aquisição de um sistema de irrigação se este não aderir as novas tecnologias de produção, para poder extrair ao máximo de seu investimento. Já a análise econômica deve ser feita para sabermos se o investimento ira prejudicar em algum outro setor, se sim, qual setor poderá ser prejudicado.

 As linhas de crédito que estejam disponíveis para tal investimento, e em que grupo este produtor se encaixaria.

 A questão das infra-estruturas da região em relação ao sistema, desde o sistema de energia elétrica disponível, qual a distância em que esta se encontra da área em que se esta sendo realizado o projeto. A questão de estradas de acesso ao equipamento, tanto para montagem e manutenção dos equipamentos.

 Planejar qual a área que melhor se encaixa nos itens anteriores, ou seja, que esteja próxima de estradas para um fácil acesso, que se localize próximo a sede da propriedade para um rápido acesso, que esteja localizada não muito longe da energia elétrica, pois o custo aumentaria, que tamanho do sistema as áreas da propriedade suportariam, que tamanho melhor se adaptaria as atuais condições da propriedade, e para finalizar um dos itens mais importantes, qual será a fonte de água que abastecera o sistema, qual a sua localização e qual é a sua disponibilidade em quantidade.

 Após estes passos e a área definida, deveremos entrar em contato com as possíveis empresas que atuam neste setor e encaminharmos o pedido de orçamento dos equipamentos e produtos para uma analise mais detalhada. A escolha de tal equipamento também deve ser levado em conta o grau de satisfação de clientes que já possuam o equipamento.

 Outro fator importantíssimo é que para podermos usar a água em sistemas como este é necessário obtermos uma autorização junto ao Governo Estadual, através de órgão competentes.

 Para que o projeto possa transcorrer dentro da regularidade é necessários que adquirirmos junto da FEPAM as Licenças Prévia, de Instalação e de Operação, pois sem estas licenças o uso do sistema de irrigação fica proibido, estando este fora da Lei.

(23)

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 TIPO DE ESTUDO

Conforme Gil (1991), as pesquisas são classificadas em três grandes grupos, a saber: a) Pesquisa exploratória: estas têm como objetivo proporcionar familiaridade com o problema, tornando-o mais explicito e com possibilidade de se construir hipóteses, estas pesquisas envolvem levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema em questão, análise de exemplos. A pesquisa exploratória assume assim forma de pesquisa bibliográfica ou de estudos de caso.

b) Pesquisa descritiva: têm como objetivo a descrição das características de determinada população ou fato, com utilização de técnicas padronizadas para a coleta de dados. Assumem a forma de levantamento.

c) Pesquisa explicativa: identifica os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência do fenômeno, aprofunda conhecimento da realidade, explica a razão das coisas. Podem ser classificadas como experimentais.

O presente estudo pode ser enquadrado como uma “pesquisa exploratória”, uma vez

que é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado e se baseia fundamentalmente em estudo de caso. Da mesma forma, pode se considerar uma

“pesquisa descritiva” porque expõe características de determinado fenômeno (MATTIONI,

2006).

2.2 AVALIAÇÃO TÉCNICA, ECONÔMICA E FINANCEIRA

2.2.1 Avaliação da viabilidade técnica

Nesse item analisou-se o arranjo físico dos equipamentos, ou seja as alternativas de equipamentos, a tecnologia empregada, o tipo de material usado e se há por parte do fabricante uma previsão a curto e médio prazo de ocorrer grandes mudanças tecnológicas nos equipamentos e qual a empresa fabricante desses produtos que melhor se encaixa nos padrões desse projeto.

(24)

2.2.2 Análise de mercado

É de fundamental importância, ou seja, é o ponto de partida para análise tanto das empresas já estabelecidas no setor, como das que estão diversificando ou modernizando suas atividades. Esta análise tem a finalidade de estimar os possíveis compradores (onde estão situados geograficamente e sua situação econômica), poderá estimar que quantidade este mercado necessita (analisara a relação da demanda e da oferta), qual o preço do produto (o preço será determinado de acordo com o grau de concorrência, a relação demanda-oferta, e ainda terá um apoio no seu histórico).

Esta análise é de suma importância para o projeto, pois o mercado tem uma importância particular pela quase impossibilidade de ser corrigido. O dimensionamento da parte da engenharia, de custos com investimento, com alguns esforços poderão ser alteradas sejam elas por uma mudança de alguns equipamentos ou pela diferença de capital a ser investido, de um jeito ou de outro poderemos contornar essa situação, mas quase que impossível contornarmos se a empresa ou empreendimento for mal dimensionado em relação ao mercado, o que acarretara em sérios problemas futuros.

2.2.3 Avaliação da viabilidade do empreendimento

2.2.3.1 Resultados econômicos e financeiros

De acordo com Hoffmann et al (1978), a avaliação econômica de um empreendimento deverá demonstrar se é viável o negócio em termos de Receita Bruta, de Margem Bruta, de Renda Líquida e do Fluxo Econômico anual, sendo que para determinar esses resultados seguem-se os seguintes procedimentos:

- Receita Bruta (RB): É o valor anual referente a produção a ser comercializada no Projeto

- Procedimento (RB): quantidade vendida x preço

- Margem Bruta (MB): Representa a sobra operacional do Projeto a qual é obtida subtraindo-se do valor das receitas o valor dos custos variáveis. A MB além de ser uma técnica de análise que mostra a eficiência econômica do empreendimento indica o grau de intensificação de um sistema de produção. Serve também para comparar o desempenho econômico de diferentes atividades produtivas.

(25)

Procedimento MB = RB total – CV total

Renda líquida (RL): Representa o resultado econômico líquido Projeto, sendo, portanto, a parte do valor bruto a ser gerado no projeto que sobrará para remunerar o empresário proponente.

Procedimento: RL = RB – CPT OU MB.

- Fluxo econômico do projeto (Flec): Representa a contribuição anual do projeto em termos de disponibilidade monetária (saldo de caixa) sendo representado pelo valor da Renda Líquida anual acrescido do valor anual da depreciação do capital fixo.

Procedimento: Flec = RL + Depreciação.

2.2.3.2 Análise da rentabilidade do capital investido

Para o desenvolvimento deste estudo serão utilizadas algumas técnicas específicas para responder à questão principal do estudo, em que medida é viável a introdução de um sistema de irrigação em uma empresa agropecuária? Estas técnicas são apresentadas a seguir:

- Retorno sobre o investimento (R/I): nesta análise busca-se saber quanto é o retorno par cada unidade de real investido. A desvantagem deste processo é que ele não leva em conta a relação dinheiro espaço/tempo. Pode ser calculado com a seguinte fórmula:

R/I = lucro anual médio Valor médio do investimento

- Fluxo de caixa: no fluxo de caixa são registrados: receitas, custos variáveis e custos fixos e pagamento de prestações. Sua finalidade é de verificar a existência de saldos de capital para poder honrar com os compromissos financeiros assumidos.

- Fluxo de caixa descontado: esta técnica compara o valor presente dos futuros fluxos de caixa com o montante inicial investido. Esta técnica pode ser feita através de dois métodos: - VPL (valor presente líquido), esta taxa serve para projetar a viabilidade do projeto, para isso usa saldos hipotéticos onde: se o VPL for positivo, o projeto é viável, pois o valor presente dos futuros fluxos de caixa é maior do que a aplicação financeira inicial; se o VPL

(26)

for nulo o investimento e o retorno será igual; e por fim se o VPL for negativo seu retorno será inferior, devendo assim rejeitar o projeto.

- TIR (taxa interna de retorno), é uma taxa de juros que iguala o valor atual de todas as entradas com o valor atual de todas as saídas de caixa. Para cálculo desta taxa deve-se encontrar a taxa de desconto que fornece um valor presente líquido igual à zero.

O VPL e a TIR requer métodos de cálculos complexos sendo calculada por tentativa ou, por planilhas eletrônicas, sendo adotada a seguinte fórmula:

VPL e TIR = Fluxo de caixa/(1+taxa custo oportunidade)^n

- Período de retorno do capital (P R K): representa o tempo (nº de anos) necessário para a recuperação do Capital investido, isto é, quanto tempo levará para retornar o dinheiro investido no projeto.

Procedimento: A forma mais simples de se obter o PRK, aproximado, é ir acumulando o valor do Fluxo Econômico do Projeto, isto é, adiciona-se a contribuição anual ao valor inicial (negativo) sendo que no ano em que este se tornar positivo o Capital estará recuperado.

2.2.3.3 Viabilidade dos aspectos do financiamento

Nesta etapa dos projetos iremos analisar quais as opções disponíveis de empréstimo de dinheiro, e qual destas se encaixa melhor e otimizem a rentabilidade do projeto. Este aspecto analisa e determina a composição de capital próprio e de terceiros, ou seja, que quantidade a ser investida ira sair do seu capital próprio e qual provirá de terceiros.

Neste estão incluídas análises que envolvem, a capacidade de pagamento do projeto, grau de endividamento, índices de liquides, análise da evolução do capital e do patrimônio entre outras.

2.2.3.4 Avaliação da sensibilidade

Nem todos os cálculos realizados no projeto são totalmente dados como absolutamente certos ou exatos isso, ocorre porque os são valores aproximados da realidade ou que sofrerão mudanças com o decorrer do tempo. Por esse motivo é interessante realizar uma análise incluindo variação no projeto, para diminuir incertezas. “Através da analise de sensibilidade, determina-se em que medida um erro ou modificação de uma das variáveis incide nos resultados finais do projeto” (BUARQUE, 1991, p. 182).

(27)

O objetivo da análise da sensibilidade é também verificar os riscos inerentes ao tipo de projeto que no caso da irrigação são de níveis consideráveis, pois o volume de informações e valores são bastante elevados, e por que estamos lidando com valores futuros. A análise deve se basear em dois fatores, pois corremos riscos internos relacionados às projeções do projeto, as quais estão sujeitas a um controle parcial. Já o outro fator esta relacionado a fatores externos, ou seja, as projeções futuras não ocorrem como o esperado, as quais não possuirão controle.

Conforme Woiler e Mathias (1996, p. 212), “Em termos de investimento diz-se que a risco quando existe a possibilidade de que ocorram variações no retorno associado a

(28)

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO

Como já foi citado anteriormente a região onde será proposto este projeto é muito castigada em função do clima que ano após ano, vem apresentando falta de chuva no período de verão e consequentemente vem trazendo sérios prejuízos para a região. Esses prejuízos veem se acumulando há muitos anos, pois a região é considerada uma das mais quentes e severas nesse período do ano no Estado.

Segundo dados da Coopatrigo de São Luiz Gonzaga (2012), a média anual dos últimos anos no município não esta muito longe dos demais municípios, muito pelo contrário, essas média supera muitas outras cidades no Estado, mas o problema não é esse e sim a distribuição desta ao longo dos meses durante o ano a qual é muito desuniforme.

A tabela 1 mostra variações de chuvas nesse período de 4 anos que variam por exemplo de 14 milímetros no mês de maio deste ano até o volume de 672 milímetros no mês de novembro de 2009. Como podemos analisar os extremos são de uma diferença muito elevada, consequentemente acarretando prejuízos aos agricultores da região.

As médias de produtividade das culturas que estão sendo analisadas neste projeto, poderiam ser superiores as atuais pelo seguinte motivo: Como a região possui um histórico não muito favorável em relação as precipitações no período de verão, os produtores na hora de iniciar o plantio de uma nova safra, reduzem ao máximo os custos de produção, reduzindo fertilizantes, defensivos e outros insumos os quais limitam a capacidade de produção desta área. Essa redução de tecnologia pode ser em fator de uma previsão não muito favorável para a próxima safra ou como na maioria dos casos a falta de capital do produtor para investir na lavoura. Em outras palavras, as médias de produtividade do município em anos considerados bons ou regulares em relação a distribuição de chuvas, poderiam ser bem mais elevadas se os produtores melhorassem o nível tecnológico empregado nas lavouras.

Segundo dados da Emater (2012) de São Luiz Gonzaga-RS, as médias de produtividades da cultura de Soja dos últimos 10 anos está em 2100 kg/ha ou 35 sacas por hectare. Milho 4200 kg/ha ou 70,58sacas por hectare e Feijão 900 kg/há ou 15 sacas por hectare.

Com relação à precipitação, como foi mencionado anteriormente as médias totais acumuladas durante o ano seria suficiente para uma boa produção durante todos os períodos

(29)

do ano se esta ocorre-se de forma mais uniforme. Mas como não podemos alterar esse fator temos que nos adaptarmos a ele, sendo por meios de sistemas de irrigação, mudança das épocas de cultivo ou até mesmo a implantação de cultivares mais resistentes.

Analisando a tabela 1, com dados dos últimos 4 anos em relação às chuvas ocorridas no município, podemos ver como essa desuniformidade é muito elevada. A média anual deste período é de aproximadamente 1769.5 milímetros anuais, a qual se distribuída uniformemente durante o ano daria uma média mensal de 147,4 milímetros. Mas pelo contrário a Estação Metereológica de São Luiz Gonzaga mostrou que temos meses do ano, como março de 2012 por exemplo possui uma media de 84.25 milímetros ao contrario do mês de outubro que está com 236 milímetros de media nos últimos 4 anos.

Tabela 1. Média Pluviométricra dos Últimos Quatro Anos.

JAN FEV MARC ABR MAI JUN JUL AGOS SET OUT NOV DEZ TOTAL 2009 121 115 61 10 171 111 138 163 256 149 672 182 2149

2010 393 183 60 116 123 74 219 10 259 111 44 209 1801

2011 98 207 177 195 77 140 177 174 180 175 94 62 1756

2012 30 64 39 102 14 60 103 102 133 509 65 1221

MÉDIA 160,5 142,25 84,25 105,75 96,25 96,25 159,25 112,25 207 236 218,75 151 1769,5 Fonte: Adaptado dados Coopatrigo(2012)

3.2 HISTÓRICO DA PROPRIEDADE

Os proprietários da agropecuária Restinga Seca, localizada próxima a BR 285, no município de São Luiz Gonzaga-RS. A Agropecuária Restinga Seca, conta com um total de 1185 ha de área total e de área agricultável 1015ha, sendo dessa 318,5ha de área própria e 866,5ha arrendada.

Conforme entrevista com o proprietário, no começo foi bastante difícil, pois não havia telefone, energia elétrica, etc. Mas, graças a garra e determinação, todos os obstáculos foram ultrapassados.

A cultura da soja sempre teve uma importância muito grande, porém vem sendo castigada de alguns anos para cá tendo em vista as freqüentes estiagens no período da primavera-verão provocando grandes quebras de produção nessa região. Embora sofrendo perdas frequentes com esta cultura, ainda é a principal atividade da unidade de produção sendo cultivada normalmente uma área de 1015 hectares.

A soja é considerada uma moeda do produtor, ou seja, os negócios, as dividas e os investimentos giram em torno de sacas de soja. Já a cultura do milho não possui a mesma

(30)

importância histórica das demais culturas, pois é uma atividade que necessita de um alto investimento por área para a sua implantação, e é muito sensível a riscos, de estiagens, ou seja, poucos dias sem água, na fase reprodutiva o seu potencial esta gravemente comprometida.

A empresa sempre foi na região uma das pioneiras na implantação de novas técnicas e tecnologias, que venham se somar no processo produtivo. Foi assim com a implantação do sistema de Plantio Direto em 1985, com a aquisição de maquinas, tratores e pulverizadores equipadas com cabines e sistemas de monitoramento via satélite (GPS) a partir de 2000. O próximo passo a ser dado é implantação de um sistema de irrigação por Pivot Central.

A área em que será proposto este projeto possui 160 ha, sendo que o sistema conseguiria irrigar apenas 140 há, devido à conformação da área não ser no formato circular conforme o Pivot. Considerando esse fator que impõe uma limitação na área a ser irrigada este estudo precisa demonstrar se é viável ou não essa tecnologia para a propriedade.

3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A SER IRRIGADA

A água será retirada da barragem construída a aproximadamente 800m da área a ser irrigada com a implantação do pivô.

A figura 3 nos mostra mais detalhadamente a localização da propriedade, e como esta está dividida atualmente, identificando a área a ser irrigada em seu interior.

(31)
(32)

3.4 INSTALAÇÃO DO EQUIPAMENTO DE IRRIGAÇÃO – PIVÔ CENTRAL

A instalação do equipamento de irrigação fica sob responsabilidade do cliente. A empresa fornecedora, no caso a empresa PivotSul representante Valley do Município de Panambi-RS, somente colocará a disposição um técnico para acompanhar a montagem, o restante da mão-de-obra será de inteira responsabilidade do cliente. O tempo de montagem ira depender das condições climáticas na época de montagem, e o número de pessoas que auxiliarão nesse processo.

3.5 AS CULTURAS IRRIGADAS E O PLANO DE ROTAÇÃO

Como já citado anteriormente atualmente a área onde se pretende instalar este projeto, vem sendo cultivada apenas com a cultura da soja no período de verão. Não vem sendo realizado um sistema de rotação de culturas nessa área justamente pela falta de opção, ou seja, por fatores climáticos, sendo a soja uma cultura bastante resistente a déficits hídricos em relação as demais culturas.

Com a implantação desse projeto o sistema terá um esquema de produção que deverá ser seguido. O quadro de rotações de culturas será apresentado a seguir na tabela 2.

Tabela 2. Plano de Produção do Projeto

Ano Culturas 1 Milho x feijão 2 Soja x feijão 3 Milho x soja 4 Milho x feijão 5 Soja x feijão 6 Milho x soja 7 Milho x feijão 8 Soja x feijão 9 Milho x soja 10 Milho x feijão Fonte: Maximenco, 2012.

O ciclo do sistema de rotação se completa a cada três anos, ou, seja, a partir do quarto ano as culturas serão as mesmas do primeiro e assim sucessivamente.

(33)

3.6 OS ITINERÁRIOS TÉCNICOS DAS CULTURAS

3.6.1 Cultura do milho

Esta cultura é uma gramínea anual, classificada no grupo de plantas C-4 com ampla adaptação em diferentes condições de ambiente. Seu nome científico é Zea Mays. Ela é originaria das Américas, e só após o descobrimento deste local, esta foi introduzida para o resto do mundo. Atualmente o maior produtor mundial é os Estados Unidos com aproximadamente 43% da produção mundial. Em segundo lugar vem a China, seguida pelo Brasil, México, França e Argentina, as quais se somadas atingem um percentual de 30% do mercado. Em termos de volume de produção mundial o milho esta situado entre as culturas mais expressivas como o soja, o trigo e o arroz.

Segundo o IBGE (2012), 28 % o total de áreas cultivadas no estado do Rio Grande do Sul no período de primavera-verão são ocupadas por esta cultura. Este, esta presente em todas as microrregiões devido a sua grande capacidade de adaptação aliada a sua grande utilidade faz com que ele seja a cultura econômica mais disseminada no estado. Segundo dados do IBGE (2012), o estado estava na 2º colocação nacional em termos de quantidade produzida, mas caia para o 7º lugar quando se referia ao rendimento deste por área. Este rendimento é afetado principalmente por variações de micro clima, solos e variações de tecnologias empregadas.

- Composição química dos grãos

Além de ser um produto que possui um elevado valor energético, pois seu principal componente é o amido. O grão de milho possui no seu conteúdo cerca de 71,5% de amido, 10,3% de proteína, 4,8% de lipídios, 2,0% de açúcares e 1,4% de cinzas.

- Ciclo de desenvolvimento

Este período esta dividido em três fases, sendo elas: vegetativo, reprodutivo e enchimento de grãos.

O período vegetativo vai desde a emergência ate o aparecimento do pendão. O período de emergência varia entre 5 a 12 dias dependendo das condições. Os primeiros 15 dias de emergência a planta mantêm-se com as reservas acumuladas no grão. Após o estabelecimento

(34)

da planta, esta começa a desenvolver sua estrutura foliar, e dentro de 4 a 5 semanas esta já esta com todas as suas folhas formadas. No estagio em que a planta estiver com 6 a 7 folhas é fundamental a aplicação de adubação nitrogenada em cobertura pois é nesse período que a planta define o seu potencial produtivo. Essa cultura apresenta algumas deficiências em relação ao frio, ou seja o sistema radicular é ineficiente em absorver fósforo do solo em baixas temperaturas, e essa deficiência de fósforo dependendo da intensidade pode ser mostrada nas folhas desde a emergência ate um porte aproximado de 70 centímetros. Essa situação é muito comum ocorrer na nossa região em semeaduras realizadas nas primeiras semanas de agosto. Nesse estágio se define o primeiro componente de rendimento, o número de plantas por área.

- Período reprodutivo

Este se inicia com o surgimento do pendão e vai até a polinização da espiga. Em uma espiga de milho pode haver a formação de 700 a 1000 óvulos, os quais são divididos em números pares de fileiras em torno do sabugo. A sua fecundação é cruzada ou seja cerca de 95 % das plantas são polinizadas por pólen de outra planta. Esse período é o mais sensível em relação ao déficit hídrico, pois a quantidade de pólen emitida reduz, acarretando em um menor número de grãos formados por cada espiga, resultando em uma quebra de rendimento. Nesse período mais dois componentes de rendimento são definidos, número médio de espigas por planta e o número de grãos por espiga.

- Formação e enchimento de grãos

A falta de água nesse período também pode prejudicar o rendimento, ou seja, pode acarretar em uma deformação do grão e no seu peso, esse período pode levar em torno de sessenta dias. A colheita teoricamente poderia ser feita no período de maturação fisiológica após este atingir um teor de umidade do grão próximo 30%. Mas como os custos de secagem não são muito baratos opta-se por esperar esta umidade diminuir por volta de 22%, daí então a colheita mecanizada é procedida.

- Épocas de semeadura

As épocas de semeaduras no estado dependem muito da região, de seu micro clima, do solo, e principalmente do ciclo da cultivar a ser implantada, ou seja estes itens anteriores

(35)

podem interferir no resultado que pode variar do dia 15 de julho em diante ate 20 de janeiro. Para que o resultado em termos de produção seja satisfatório se deve analisar com cuidado as médias históricas confrontando-as com os períodos de semeaduras. Como as médias históricas mostram a maior deficiência hídrica nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, uma das recomendações para lavouras não irrigadas, é a antecipação da época de semeadura, principalmente nas regiões mais quentes do estado.

- Necessidade hídrica

Este fator está diretamente relacionado com a época de plantio o tipo de solo e a região. Época de plantio, pois a demanda evaporativa é determinada pela intensidade da radiação solar, pela temperatura e pela umidade do ar, ou seja, quanto maior for a temperatura maior será a evapotranspiração, consequentemente uma maior quantidade de água será necessária para suprir as necessidade da cultura. E em termos de solo, as suas características físicas também podem interferir, pois cada tipo de solo possui uma estrutura e esta pode ser favorável ou não a retenção e disponibilidade de água no solo. Cada região possui um histórico pluviométrico, deve analisar-se este e obter uma melhor época em termos de chuvas nas épocas mais essenciais.

- Correção do solo

A recomendação de corretivos e fertilizantes para cultura do milho ira depender de uma amostra e solo primeiramente analisada em laboratório e posterior mente interpretada por um Engenheiro Agrônomo ou por um Técnico de sua região. Esta recomendação pode sofrer variações de acordo com o tipo de solo, de acordo com a tecnologia a ser empregada e finalmente a produção que se deseja atingir. Para uma melhor interpretação dos dados da analise usar o (Manual de Adubação e de Calagem, 2004) para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

- Processo produtivo do milho

O plantio da cultura pode iniciar em agosto ou pode se estender ate janeiro, isso dependera do cronograma de rotação de culturas o qual deve ser obedecido.

(36)

Os equipamentos agrícolas que serão utilizados durante todo o ciclo da cultura todos são próprios.

Primeiramente necessitamos realizar uma dessecação da área para eliminarmos restos culturas e plantas invasoras, para esse processo utilizaremos Roundup WG 1 kg o qual será diluído em uma calda de 66,66 litros para a área de um hectare. Se necessário será utilizado o herbicida pós emergente Extrazin na dose de 5 L/há também para uma calda de 66,66 de água. Para iniciarmos o plantio devemos realizar o tratamento de semente o qual inclui o inseticida Futur (0,4 L/ha), o qual é responsável pelo controle da Lagarta do cartucho, lagarta elasmo, Cupim do solo, Cigarrinha das pastagens e Pão de galinha.

A quantidade semente por hectare esta em volta de 25 kg, estas sementes ao serem lançadas ao solo também estarão recebendo a adubação de base que esta por volta de 350 kg da formula 05-20-20. Aproximadamente quando a planta estiver com 5 folhas será feita uma aplicação a lanço de uréia na quantidade de 250 kg/há a qual será dividida em duas aplicações.

Durante o ciclo da cultura há uma previsão e uso de uma aplicação de um inseticida piretróide, Certero (0,06 L/ha) em um volume próximo a 100 litros de água.

A colheita do produto será realizada quando esta atingir um teor de umidade do grão em torno de 20 a 25 %. Os grãos serão secos, classificados e armazenados na propriedade ate a hora da comercialização.

3.6.2 Feijão

Existem varias hipóteses da origem dessa cultura, mas a mais provável e de que tenha surgido no México, pois foram encontradas evidências que este vem sendo domesticado pelos habitantes locais a cerca de 7000 a.C..Outro indicio é de que o feijão ou similar já existia a cerca de 10000 a.C., o qual teria sido domesticado na América do Sul, mais precisamente no Peru, e transportado mais tarde para a América do Norte.

Uma das regiões do Estado em q a cultura é uma das principais atividades agrícolas é no Médio Alto Uruguai, onde se concentra uma área aproximada de 60.000 há de feijão preto, tipo carioca, o qual possui uma produção média de 600 kg/há. Por ser cultivado geralmente em propriedades de mão-de-obra familiar e de pequeno porte, essa média de produção é baixa devido o cultivo ocorrer sem a adoção de tecnologia, o qual auxilia para a insustentabilidade da cultura.

(37)

Nas demais regiões do Estado a cultura também pode ser implantada, mas alguns fatores climáticos podem influenciar na produção de uma região para a outra. O principal limitante de produção de feijão na região é a disponibilidade de água nos meses de novembro e dezembro, ou seja, na fase reprodutiva. Este limitante sempre vem acompanhado com altas temperaturas que também se torna outro fator que ira influencia na produção, pois esta não deveria ultrapassar os 24ºC, pois a partir deste o prejuízo começa a se acumular. Um temperatura ideal durante todo o ciclo ficaria em torno de 21ºC.

- Ciclo de desenvolvimento

O ciclo reprodutivo do feijão esta definido em duas etapas, a fase vegetativa e a reprodutiva. A fase vegetativa compreende desde a fase do aparecimento das folhas primarias até o aparecimento dos primeiro botão floral. A partir daí começa a fase reprodutiva e vai ate o pleno enchimento das vagens e maturação completa das sementes. É nessa fase que a planta tem uma maior sensibilidade hídrica, seja ela em excesso ou em deficiência. Vale a pena ressaltar que a maioria das cultivares existentes no mercado apresentam ciclo indeterminado, ou seja, após o inicio da fase reprodutiva ela ainda continua se desenvolvendo vegetativamente (crescendo).

O porte das plantas pode variar de 25 a 50 centímetros dependendo da cultivas e das suas condições.

- Época de semeadura

Essa época pode variar muito dentro do Estado, pois cada região possui um solo e um micro clima diferenciado. Na região das missões onde esta sendo realizado o estudo o plantio poderá ser realizado no seguinte período, a partir do mês de setembro ate o mês de janeiro. A escolha da data a ser realizado o plantio ira depender das culturas antecedentes, das posteriores e principalmente em relação a temperatura da região, pois como já sabemos esta é uma cultura bem delicada em termos de temperatura, pois devemos ajustá-la, a melhor época de plantio.

(38)

- Necessidade hídrica e climática

Como já sabemos um dos principais, ou o principal fator limitante de produção em determinadas regiões é o déficit hídrico. Em todo o seu ciclo o feijão chega a consumir em torno de 330 a 400 mm dependendo da cultivar. Com um ciclo em aproximadamente 90 dias, este necessita de uma média diária de 3.66 a 4.44mm. Essa exigência diária pode variar de acordo com a fase de desenvolvimento em que a cultura se encontra. O solo pode interferir muito de uma região para a outra em termos de disponibilidade de água.

A temperatura do ar é o elemento climático que mais exerce influência sobre a porcentagem de vingamento de vagens e, de maneira geral, faz referência sobre o efeito prejudicial das altas temperaturas sobre o florescimento e a frutificação do feijoeiro. A radiação solar influencia consideravelmente as taxas de fotossíntese do feijoeiro e, as regiões que apresentem valores de radiação solar em torno de 150-250W/m2 podem ser consideradas como ideais para o desenvolvimento dessa cultura.

- Correção do solo

Primeiramente antes de um plantio devemos realizar uma amostragem do solo e em seguida remetermos para um laboratório de analises. Após termos em mão essa analise deve-se encaminhá-la até um Engenheiro agrônomo para que faça a sua interpretação. Os corretivos e fertilizantes a serem recomendados iram depender do tipo de solo, de acordo com a tecnologia a ser empregada e finalmente dependendo da produção que o produtor deseja obter das necessidades da cultivar, do histórico da área e na disponibilidade de capital do produtor. Inicialmente devemos tentar estabelecer um pH do solo próximo de 6.0 para um melhor desenvolvimento da cultura.

Devemos ter um grande cuidado com a adubação nitrogenada e com o teor de Matéria Orgânica do solo, pois uma acentuada disponibilidade de nitrogênio alonga a fase vegetativa , promovendo uma maior taxa de retenção foliar, a qual poderá acarretar em uma perda significativa do potencial de produção.

(39)

- Classificação dos produtores

Segundo a Marchetti (2006), atualmente, os produtores de feijão podem ser classificados em dois grupos: os pequenos, que ainda usam baixa tecnologia e têm sua renda associada às condições climáticas, concentrados na produção das águas (primeira safra); e um segundo grupo, que usa produção mais tecnificada, com alta produtividade, plantio irrigado por pivô-central.

Processo produtivo do feijão

A data de plantio não será previamente definida, pois como já foi explicado anteriormente a cada ano as culturas e as épocas de plantio se alternarão de acordo com a necessidade de rotação de culturas do sistema.

Para o inicio das atividades primeiramente será realizada uma aplicação de herbicida Roundup wg (1kg/ha) para a dessecação de restos culturas e plantas daninhas.

A quantidade de semente a ser utilizada por hectare é de 70 kg, juntamente com uma quantia de 7 sacos de adubo de fórmula (05-20-20). Essa semente será tratada com o fungicida Maxim Xl, juntamente com Cobalto e Molibidenio ; Standak Top. Em aplicação pós-emergente para o controle de ervas daninhas será utilizado os herbicidas Roundap (5 lts/ha), juntamente com Clorimuron (0,15 kg/há). Em cobertura se necessário será aplicado a lanço uma quantia de 100 kg de uréia por hectare. Também em cobertura, mas em aplicação liquida auxiliado pelo pulverizador será utilizado 2 produtos contendo micro nutrientes os auxiliaram no desenvolvimento da cultura, Stimulate e Cobalto e Molibidenio.

Durante o ciclo da cultura será necessário duas aplicações fungicas uma de Priori Extra e outra de Opera, juntamente com duas aplicações de inseticidas. Se necessidade esses produtos podem ser aplicados em uma mesma calda.

Após a colheita os grãos serão beneficiados e armazenados na propriedade ate o momento ideal para a sua comercialização.

(40)

3.6.3 Soja

As primeiras citações dos grãos aparecem por volta de 2883 a.C. na costa Leste da Ásia e na China. Esta além de ser consumida por milhares de anos pelos orientais, só foi deixar o território aproximadamente em 1894, onde foi levada para a Europa. A partir de 1920 o grande teor de óleo e proteína começou a desperta o interesse pela cultura, mas o clima dos Europeus impossibilitou o seu cultivo, principalmente na Alemanha, Rússia e Inglaterra.

No Brasil esta foi introduzida no inicio do século XX, por imigrantes japoneses que a cultivavam e pequenas quantidades. O primeiro registro da cultivo da soja em território nacional, data de 1924, em Santa Rosa, no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, uma das principais regiões produtoras de grãos do pais. A partir do final da década de 60 o produto começou a ganhar força já como um produto comercial. Dois fatores incentivaram essa expansão. Um o sul do país tinha como principal produto comercial o trigo que era implantado no período de inverno e se estava necessitando a adaptação de uma cultura de verão para realizar sucessão com o trigo. E o outro fator que incentivou o plantio foi o inicio da produção brasileira de suínos e aves a qual gerou uma grande demanda por farelo de soja. Em meados de 1970 a elevação do preço internacional do produto elevou ainda mais o interesse dos produtores.

Nos dias de hoje a soja brasileira segue em ascendência como fonte energética mundial. Das plantações espalhadas pelo país, segue para a China um dos maiores importadores desse produto.

- Composição química dos grãos

O grão da soja é um dos principais alimentos atualmente no mundo, servindo tanto para o homem como para animais, mas em substratos diferentes. É um grão riquíssimo em proteínas, e com um bom percentual de gordura. Esse grão da origem a muito produtos usados pela agroindústria, na indústria química e de alimentos. Na alimentação humana a soja entra na composição de vários produtos como, embutidos, chocolates, temperos entre outros.

A proteína extraída do grão é a base para ingredientes usados em padarias, massas, produtos de carne, bebidas e alimentos dietéticos. A soja também é muito usada pela indústria de adesivos e nutrientes, alimentação animal, adubos, formulador de espumas, fabricação de fibra, revestimento, papel emulsão de água para tintas.

(41)

Recentemente, a soja vem crescendo também como fonte alternativa de combustível. O biodiesel de soja já vem sendo testado por instituições de pesquisa, como a Embrapa, além de estar sendo testado em diferentes cidades brasileiras.

- Ciclo de desenvolvimento

A cultura da soja possui um ciclo o qual está dividido em duas fases: A primeira é a fase vegetativa a qual vai desde a emergência da planta até o aparecimento do primeiro botão floral. O tempo de duração dessa fase pode depender da variedade, seja ela com um ciclo mais longo ou mais curto e da região em esta sendo implantada.

A segunda fase é a mais delicada em termo de produtividade, pois como o próprio nome já diz esta é considerada a fase reprodutiva, a qual tem inicio após o aparecimento dos primeiros botões florais ate a maturação completa dos grãos. A falta de água durante esse período pode acarretar em uma redução na produtividade, como, redução do numero de grãos por área, perda de peso desses grãos e o pior deles, que é a perda de qualidade dos grãos acarretando em uma menor quantidade de óleo no grão o qual poderá interferir no preço do produto.

- Épocas de semeadura

O período de semeadura na região é muito variável, e vários fatores podem interferir, por isso, não podemos citar qual seria a data ideal para esse manejo. A melhor época para o plantio em nossa região esta entre o final do mês de outubro e o inicio do mês de dezembro.

Não querendo dizer que se plantarmos fora desse período o manejo esteja incorreto, muito pelo contrario, como já foi dito anteriormente dependendo da situação poderemos realizar este manejo da cultura desde o mês de setembro ate o mês de fevereiro, claro que se isto acontecer as probabilidade de riscos aumentam, como por exemplo as geadas no mês de setembro que atingiria a planta muito jovem e que poderia ser fatal, e as geadas que ocorrerem em maio também poderiam afetar aquelas que ferem plantas em fevereiro.

Referências

Documentos relacionados

A Lei nº 2/2007 de 15 de janeiro, na alínea c) do Artigo 10º e Artigo 15º consagram que constitui receita do Município o produto da cobrança das taxas

De seguida, vamos adaptar a nossa demonstrac¸ ˜ao da f ´ormula de M ¨untz, partindo de outras transformadas aritm ´eticas diferentes da transformada de M ¨obius, para dedu-

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

ABSTRACT: The toxicological effects of crude ethanolic extracts (CEE) of the seed and bark of Persea americana have been analyzed on larvae and pupae of

O candidato e seu responsável legalmente investido (no caso de candidato menor de 18 (dezoito) anos não emancipado), são os ÚNICOS responsáveis pelo correto

Os autores relatam a primeira ocorrência de Lymnaea columella (Say, 1817) no Estado de Goiás, ressaltando a importância da espécie como hospedeiro intermediário de vários parasitos

Na apresentação dos dados estatísticos, ficou demonstrada à todos os participantes a dimensão da pesquisa, abrangendo o setor produtivo como um todo, enfocando a produção

Por esta razão, objetivamos analisar a política de expansão da Igreja Católica na Bahia, na década de 1950, e sua correlação com a criação do Primeiro Bispado em Vitória