pressões no âmbito escolar, gerando assim um movimento de atualização do currículo da Física."
Em sua proposta, Rodrigues (2001, p.132) sugere uma "utilização maior da
história ao longo do processo, no intuito de integrar o aluno ao problema apresentado [...] É necessário que o problema tenha um significado, que não deve ser estritamente científico.” E afirma que sua proposta de ensino contempla uma abordagem construtivista.
Propõe três inserções localizadas ao longo dos três anos do EM, pois acredita que:
Assumir que a Relatividade seja inserida ao final do Terceiro Ano como um fechamento do Ensino Médio, está atrelado a uma concepção de atualização dos conceitos clássicos, ou ainda a idéia de uma complementação dos conceitos físicos [...] essa não é uma forma de pensar e agir coerente com os nossos propósitos, os quais visam a um ensino de Relatividade como obrigatório e indispensável, e não acessório. (RODRIGUES, 2001, p.133) Rodrigues (2001, p.134) se baseia na organização curricular da Física adotada, em geral, pelas escolas do EM e constrói três módulos, um para cada ano do EM, com carga horária de 10 horas. Cada módulo aborda, segundo o autor, "um pilar fundamental da Relatividade". No 1º ano seriam introduzidas as concepções de espaço e tempo
relativísticas; no 2º ano, as questões relativas ao éter e campo e no 3º ano, as simetrias das leis físicas, em especial no eletromagnetismo.
Os módulos seguem etapas que objetivam metas (2001, p.135). Na 1ª etapa, deve ser apresentado um problema contextualizado historicamente de forma que o aluno se sinta cúmplice do processo histórico-científico. Na 2ª etapa, a turma deverá ser separada em pequenos grupos, discutir o problema e elaborar um material contendo os conteúdos físicos envolvidos, suas implicações físicas ou históricas e sua possível solução.
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Na 3ª etapa, o professor deverá conduzir discussões a respeito de cada item e explorar as relações existentes entre ciência e sociedade. Na 4ª etapa, o professor deverá apresentar formalmente o ferramental matemático que será utilizado nos exercícios, bem como a articulação deste com os conceitos. Estes exercícios objetivam avaliar e exercitar os conhecimentos adquiridos pelo aluno ao longo das etapas anteriores e depois de terminados, o professor deverá corrigi-los junto com a turma. Na 5ª etapa serão abordados dois aspectos do fazer científico: o caráter epistemológico e o histórico, "que
ultrapassa os limites da ciência, rumo à sociedade. O intuito é trazer a discussão para o cotidiano do aluno, conscientizando-os do funcionamento da comunidade científica e de seus reflexos na sociedade dentro da qual ele se insere." (2001, p.136)
Realizamos o detalhamento de cada um desse módulos, em tabelas, destacando os aspectos científicos. O módulo do 1º ano, organizado na Tabela 3.6, deve ser inserido, em algum momento, após o professor ter trabalhado a noção de espaço, tempo e referencial.
1º ano do EM 1ª etapa Problema : o Paradoxo dos Gêmeos.
2ª etapa Contextualização: retratar o momento em que Langevin busca divulgar as idéias de Einstein sobre a TR num meio social em que seus pares não eram ainda adeptos de tal teoria.
3ª etapa
Aspectos explorados: conceitos de espaço e tempo através do Princípio de Relatividade; importância do prestígio de um pesquisador durante a aceitação de suas idéias pela comunidade científica; implicações das novas concepções de espaço-tempo para a mecânica clássica; exploração das “inovações conceituais” por parte de filmes de ficção científica.
4ª etapa Exercícios contemplando: o cálculo da contração do espaço ou dilatação do tempo para um observador que se encontra a velocidades próximas à da luz e o “paradoxo do buraco”.
5ª etapa
Questionamentos a serem feitos: quais os mecanismos utilizados pela ciência para difundir suas idéias? qual a influência dessas idéias na sua vida diária? ou ainda, é lícita a postura de Langevin em utilizar (criar) situações sensacionalistas, sendo ele um cientista ?
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Em relação aos exercícios sugeridos na 4 Rodrigues (2001, p.138) destaca "Com certeza, a efetivação desta lista de exercícios deverá ser precedida de uma breve
explanação sobre as Transformações de Lorentz (TL), sem a preocupação da demonstração. No fundo, as TL devem assumir um papel de ferramenta para o aluno, e não de fim, como costumeiramente se faz no curso de Física."
A inserção no 2º ano se encaixa depois da Óptica Física, ou na transição entre esta e a Óptica Geométrica. Na Tabela 3.7 enumeramos as etapas desse módulo. Rodrigues (2001, p.139) justifica o aprofundando na idéia da luz se propagar num meio não material (o campo), pois "um tópico que tratasse sobre as discussões em torno do
éter não poderia ser omitido num módulo sobre a TR, com perspectiva histórica." O autor
justifica que a 4ª etapa não será realizada, pois "este é o único módulo que não
contempla exercícios que exigem formalismos matemáticos."
2º ano do EM
1ª etapa O problema reside então em decidir entre as duas teorias, aquela que deve ser adotada diante da sua coerência interna.
2ª etapa Retrato histórico sobre as tentativas “frustradas” de detecção da velocidade da Terra em relação ao éter e que levaram, por um lado, à modificação na Teoria de Lorentz e por outro à proposição da Teoria da Relatividade Restrita.
3ª etapa Os questionamentos que surgirão devem ser do tipo: qual dessas teorias é mais consistente? Quais as implicações conceituais dessas concepções? Por que se tenta preservar o éter?
4ª etapa Não será realizada
5ª etapa As discussões giraram em torno de cientistas famosos, como Lorentz, Galileo, Einstein e Newton, em relação a um questionamento crucial: a experiência em si, é o ponto crucial de uma teoria? Por que Einstein foi considerado como um revolucionário dentro do meio científico? Se a experiência é suficiente para o estabelecimento de uma teoria, por que esta última sofre modificações profundas de tempos em tempos?
Tabela 3.7: Módulo 2 de Rodrigues (2001)
Segundo Rodrigues (2001, p.140) o 3º ano "possui um caráter de encerramento do