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O estudo permitiu compararmos a variação mensal das médias das áreas dos picos encontrados do íon m/z 147 – cumarina, nas duas espécies de guaco. Na análise dos dados, foi aplicado o Teste de Tukey e considerados como significativas diferenças de p<0,05. As médias marcadas na Figura 6 pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. Podemos notar que o teor de cumarina (expressos como áreas dos picos nos cromatogramas) nos extratos hidroalcoólicos das duas espécies estudadas variam significativamente entre espécies, como já foi observado anteriormente por Melo (2015). As espécies foram marcadas por bolas (M.

laevigata) e quadrados (M. glomerata), desta forma nota-se que a espécie Mikania laevigata

possui maior teor de cumarina que a Mikania glomerata durante todo o ano.

Nota-se ainda que dentro da mesma espécie (representados pelas letras maiúsculas A-D) o teste não demonstrou haver variação mensal significativa no teor de cumarina para M.

glomerata, ou seja, o mês em que foi realizada a coleta não interferiu no teor de cumarina

encontrado no extrato hidroalcoólico. Já para M. laevigata, o teste aplicado indicou haver diferenças significativa entre os teores de cumarina encontrados em diversos meses do ano. Podemos ver que nos meses de novembro, dezembro e janeiro as áreas encontradas eram semelhantes entre si (meses marcados com a letra D), porém, reduzem de forma significativa dos meses de fevereiro, abril, maio e junho (A). Já o teor de cumarina encontrada nos meses de março, agosto (mês de floração) e setembro não apresentaram diferenças significativas quando comparados entre si e nem quando comparados com os outros meses.

Figura 6. Variação mensal das áreas dos picos referentes ao íon m/z 147 – cumarina, no extrato

hidroalcoólico das duas espécies de guaco. As médias marcadas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si (Teste de Tukey ao nível de variância de 5% de probabilidade) dentro da mesma espécie. Resultados expressos em média e erro padrão.

Conforme foi mostrado na figura 4 a cumarina foi o principal pico observado no cromatograma do extrato aquoso de M. laevigata. Já nos extrato aquosos de M. glomerata, este íon não se distinguia do ruído, portanto, estava em baixa concentração ou ausente neste extrato. Desta forma não foi possível quantificá-lo e nem analisar variações mensais significativas.

A cumarina no extrato aquoso de M. laevigata apresentou variações significativas com p< 0,05 entre o mês de fevereiro (maior pico) e os meses de outubro e novembro (menor pico) como podemos ver na Figura 7. O extrato aquoso obtido mês de fevereiro apresentou a maior área correspondente à cumarina do ano, da mesma forma que o extrato etanólico obtido no mesmo mês.

Figura 7. Variação mensal de cumarina no extrato aquoso de M. laevigata. As médias marcadas

pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si (Teste de Tukey ao nível de variância de 5% de probabilidade). Resultados expressos em média e erro padrão.

Após a avaliação qualitativa inicial dos extratos preparados (extrato aquoso e hidroalcoólico), o teor da cumarina foi quantificado, comparando a área dos picos encontrados

com uma curva de calibração construída a partir da diluição seriada de uma solução estoque dos padrões, preparadas na concentração de 1 mg.mL-1 ( diluições de 1 μg.mL-1 a 100 μg.mL-1) em solução do extrato isento dos analitos de interesse. A quantificação foi feita comparando a área dos picos com uma curva de calibração (R2=0,9908), conforme mostrado na tabela 3.

Tabela 3: Teor de cumarina em µg/ml encontrado nos extratos das duas espécies de guaco.

A tabela 3mostra presença de cumarina em menor quantidade no extrato hidroalcoólico de

M. glomerata, o que confirma a diferença entre as duas espécies estudadas aqui. Confirma

também a maior solubilidade da cumarina em extratos hidroalcoólicos, onde podemos observa que o teor de cumarina encontrado em M. laevigata em todos os meses mostrou-se significativamente maior quando comparado com o extrato aquoso, confirmando novamente a maior solubilidade de cumarina no solvente hidroalcoólico.

Como no extrato hidroalcoólico de M. laevigata, foi observada variação significativa do teor de cumarina (p<0,05) entre diversos meses (Figura 6); foi efetuado um estudo para verificar a influência de fatores climáticos (Figura 8) no teor de cumarina desta espécie, sendo eles: temperatura média do ar no dia da coleta, e índice pluviométrico no mês da coleta.

Pode-se notar que no extrato aquoso e principalmente do extrato hidroalcoólico de M.

laevigata ficou nítido que a época de coleta das folhas de guaco influenciou no teor de cumarina

encontrado nas folhas desta espécie. Ao correlacionarmos com alguns fatores climáticos nota-se que as folhas coletadas no período de inverno e em meses que ocasionalmente foram mais frios como, por exemplo, fevereiro e maio, houve um maior teor de cumarina, demonstrando influencia da temperatura média no dia da coleta com o teor de cumarina. Estes dados vem de encontro com o estudo realizado por Pereira et al (2000), onde também foi observado maior rendimento de cumarina nos meses mais frios, com condições climáticas semelhantes às de Campinas, SP com temperaturas mais baixas e sem a presença de chuva.

Dez Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov

179 173 305 164 234 188 233 204 211 227 162 164

300 283 823 580 708 738 753 656 552 507 291 393

56 58 61 59 55 58 55 55 57 55 58 57

Extrato Hidroalcoólico de M. glomerata

Teor de Cumarina µg/ml

Extrato / Espécie

Extrato Aquoso de M. laevigata Extrato Hidroalcoólico de M. laevigata

Figura 8. Relação entre temperatura média do ar no dia da coleta e teor de cumarina (μg / mL)

encontrados no extrato hidroalcoólico (A) e aquoso de Mikania laevigata (B) no período de dezembro de 2012 a novembro de 2013.

Embora no extrato aquoso tenha se observado a influência da temperatura sobre o teor de cumarina, notamos que no extrato hidroalcoólico essa influência foi mais nítida, pois a água tende a extrair componentes com polaridade mais alta e menor teor de cumarina. Para o extrato hidroalcoólico de M. glomerata não foi feita a correlação entre as variáveis porque nesta espécie, não houve diferença significativa mensal.

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