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7.4 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO

8. RESULTADOS E ANÁLISES

8.1 RESULTADOS E ANÁLISES DA SALA DE CONTROLE DO ESTÚDIO

8.1.3 CURVA DE ENERGIA NO TEMPO

A Curva de Energia no Tempo (ETC) mostra, graficamente, o comportamento das primeiras reflexões da sala na posição avaliada. Por meio da análise do gráfico é possível determinar a amplitude e distância das reflexões primárias. A medição do parâmetro ETC, na posição de referência do ouvinte, foi realizada separadamente para cada monitor de

áudio, uma vez que para cada posição do monitor obtêm-se diferentes reflexões relativas às superfícies do ambiente.

Nas Figuras de 49 a 55 são apresentadas as Curva de Energia no Tempo para os monitores frontais direito e esquerdo (L e R), o monitor central (C), e os monitores traseiros (LS e RS) com as duas angulações medidas (120o e 135o), respectivamente. O ponto A, das Figuras de 49 a

54, corresponde ao som direto entre o monitor de áudio e o microfone de medição e os pontos B e C são as reflexões de amplitude mais elevada.

Figura 49: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor frontal esquerdo

Figura 50: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor frontal direito.

Figura 51: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor central

Figura 52: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor traseiro esquerdo, com ângulo de 135o em relação à linha imaginária formada entre a posição do

microfone de medição e o monitor central.

Figura 53: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor traseiro esquerdo, com ângulo de 120o em relação à linha imaginária formada entre a posição do

Figura 54: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor traseiro direito, com ângulo de 135o em relação à linha imaginária formada entre a posição do

microfone de medição e o monitor central.

Figura 55: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 1 para o monitor traseiro direito, com ângulo de 120o em relação à linha imaginária formada entre a posição do

microfone de medição e o monitor central.

A EBU Tech 3276 (1998) indica uma tolerância mínima de 10 dB de diferença entre o som direto e o som refletido nos primeiros 15 milissegundos. Para os monitores frontais (L, R e C) observa-se uma diferença próxima a 20 dB entre o som direto e a reflexão de amplitude

mais elevada. Para as caixas traseiras observa-se que a reflexão do piso ficou bem evidenciada. Essa reflexão, para os monitores traseiros, possui um atraso de 3 ms ou 1,15 m, conforme analisado nos gráficos do

software Dirac 3.0 da Bruel & Kjaer. Para a distância entre o microfone e

o monitor de 1,95 m, pode-se comprovar esse atraso, como proveniente do piso, através de relações trigonometrias. Conforme ilustrado na Figura 56, a distância entre o monitor de áudio e o microfone (L1) é igual 1,95 m, o comprimento de L2 é igual à altura do monitor de áudio e do microfone, em relação ao piso, multiplicado por 2, ou seja, 2,40 m. A hipotenusa (L3) elevada ao quadrado é igual a soma dos quadrados dos catetos (L1 e L2) do triangulo retângulo. O resultado para L3 é igual a 3,09 m e o atraso relativo a essa distância é igual à diferença entre L3 e L1 que é igual a 1,142 m, valor bastante próximo aos 1,15 m obtidos.

Figura 56: A figura ilustra geometricamente o conceito matemático utilizado para se encontrar o atraso, em metros, resultante da reflexão no piso.

As primeiras reflexões significativamente semelhantes para 120o e

demonstram que a variação no resultado da CRO, apresentada na Figura 46 e Figura 47, não ocorreu em função de cancelamentos de fase resultantes de reflexões primárias. Conclui-se, portanto, que a melhora na CRO, ocorreu em função da alteração da disposição dos modos acústicos no ambiente, uma vez que a posição da fonte sonora é alterada.

Na Figura 57, os resultados do ETC são, também, apresentados em função da frequência. Analisando os gráficos, observa-se que o decaimento da energia entre as frequências não ocorre de forma linear. O decaimento da energia para as frequências acima de 8 kHz e em torno de 500 Hz ocorre antes das demais frequências. A queda de energia no tempo, nas frequências mais graves, ocorre mais lentamente.

Figura 57: Decaimento da energia no tempo em função da frequência analisada para cada monitor de áudio

8.1.4 RUÍDO DE FUNDO

Os resultados da medição do Ruído de Fundo na sala de controle do Estúdio 1 podem ser vistos no gráfico da Figura 58. Esses valores são o resultado da média dos três pontos medidos. Os valores de cada ponto são apresentados na Tabela A3 do Apêndice A. Nesse estúdio, o computador utilizado para as atividades do engenheiro de áudio ficava no

interior da sala de controle e recentemente o computador foi movido para a sala de máquinas, um ambiente pequeno e isolado da sala de controle, usado para acomodar as fontes e os equipamentos mais ruidosos. O espetro do Ruído de Fundo da sala de controle foi medido em ambas as condições de localização do computador.

Figura 58: Média dos valores do Ruído de Fundo, medidos em três pontos, na sala de controle do Estúdio 1. A medição foi realizada com e sem a presença do computador utilizado pelo engenheiro

de áudio na sala de controle

A EBU Tech. 3276 (1998) recomenda que o critério ideal para o Ruído de Fundo da sala de controle deva ser inferior ao da curva NR 10 e a P&G WING Recommendations for Surround Sound Productions (HOWARD, 2004) indica que os valores devam ser menores que 25 dBA. No caso da recomendação da EBU, o resultado encontrado com o

computador na sala de máquinas não esta dentro do ideal devido aos valores da faixa de tolerância que foram ultrapassado nas frequências acima de 3 kHz. Acima dessa frequência é possível que a elevação seja do sopro do ar condicionado que, na ocasião, estava ligado na temperatura mais baixa. O ruído de fundo medido na sala de controle do Estúdio 1 está dentro dos valores da Curva NR 20.

Com o computador na sala de controle o Nível de Pressão Sonora, em 125 Hz, eleva 22 dB, o que proporciona como resultado a curva NR 25. Nesse estúdio existem outras fontes na sala de máquinas, aparentemente, mais ruidosas que o computador, o que ratifica a importância da sala de máquinas para o resultado do Ruído de Fundo em uma sala de controle.

A P&E WING Recommendations for Surround Sound Productions (HOWARD, 2004) recomenda que o valor Nível de Pressão Sonora global seja inferior a 25 dBA. No caso em que o computador estava alocado na sala de máquinas o valor global calculado foi igual a:

Lp = 17,1 dBA

Esse valor esta 7,9 dB abaixo da faixa de tolerância recomenda. Na situação em que o computador destinado a gravar e reproduzir o áudio estava alocado na sala de controle o valor global do ruído de fundo corresponde a:

LP = 26,1 dBA

Esse valor ultrapassa faixa de tolerância recomendada em 1,1 dB. Os valores do Ruído de Fundo da sala de controle do Estúdio 1 por frequência são apresentados na Tabela A4 do Apêndice A.

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