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7.4 PROCEDIMENTO DE MEDIÇÃO

8. RESULTADOS E ANÁLISES

8.2 RESULTADOS E ANÁLISES ESTÚDIO

Na sala de controle do Estúdio 2 os monitores de áudio estão embutidos em uma estrutura fixa de madeira, o que impossibilita a alteração de seu posicionamento. Essa posição foi determinada no projeto acústico da sala de controle. O monitor de vídeo também é fixo na sala de controle desse estúdio, o que impossibilitou sua remoção para a avaliação de sua interferência nas Curvas de Respostas Operacionais da Sala.

8.2.1 CURVA DA RESPOSTA OPERACIONAL DA SALA

As Curvas da Resposta Operacional (CRO) da sala de controle do Estúdio 2 e as curvas de tolerância recomendadas pela EBU Tech. 3276 (1998) são apresentadas na Figura 63. Observa-se um valor elevado do Nível de Pressão Sonora em 80 Hz na Curva da Resposta Operacional para o monitor central. Como já salientado para a medição do monitor de áudio central na sala de controle do Estúdio 1, o monitor de vídeo altera significativamente o resultado da CRO, uma vez que parte do som direto

não chega ao ouvinte. Nesse estúdio, o monitor de vídeo é de 32 polegadas e exerce grande impacto no resultado final da CRO, especialmente nos valores da CRO para o monitor central. Os valores da Curva da Resposta Operacional da sala de controle do Estúdio 2 são apresentados na Tabela A6 do Apêndice A.

Figura 63: Curva da Resposta Operacional da sala de controle do Estúdio 2 para os cinco monitores de áudio.

Para uma análise mais detalhada dessas Curvas da Resposta Operacional, também no Estúdio 2, são apresentados os gráficos para os monitores de áudio frontais esquerdo e direito, traseiros e do monitor central, separadamente.

Na Curva da Resposta Operacional da Sala para os monitores frontais, esquerdo e direito, apresentada na Figura 64, observam-se alguns valores de Nível de Pressão Sonora fora da faixa de tolerância,

porém na grande maioria das frequências o resultado esta dentro da faixa recomendada. Observa-se pouca variação acima de 400 Hz. Ambos os estúdios analisados nessa pesquisa já possuem um equalizador destinado a pequenos ajustes de frequências, embora eles estivem desligados durante as medições.

Figura 64: Curva da Resposta Operacional da sala do Estúdio 2 para os monitores de áudio frontais esquerdo e direito.

A Curva da Resposta Operacional da Sala para o monitor de áudio central apresenta comportamento bem diferente dos resultados encontrados para os monitores de áudio frontais direito e esquerdo, como se pode ver nos gráficos da Figura 65. Na sala de controle do Estúdio 1, a CRO com e sem o monitor de vídeo apresentou variação somente nas frequências acima de 400 Hz. A elevação de 8 dB acima da tolerância, na frequência de 80 Hz, aparenta mais um problema modal ou algum tipo de vibração, considerando que o tamanho do monitor é desprezível se

comparado ao comprimento de onda de 4,3 m referente à frequência de 80 Hz.

Figura 65: Curva da Resposta Operacional da sala de controle do Estúdio 2 para o monitor de áudio central.

No caso da sala de controle do Estúdio 1, a medição da Curva de Resposta Operacional para o monitor de áudio central, com o monitor de vídeo, apresentou um decaimento no Nível de Pressão Sonora nas médias e altas frequências, conforme pode-se ver na Figura 66. Fato que parece se repetir na medição da CRO para monitor central no Estúdio 2, uma vez que, conforme a Figura 63, os outros 4 monitores de áudio apresentaram os resultados da CRO semelhantes e dentro da tolerância, nas frequências acima de 400 Hz.

Para os monitores de áudio traseiros do Estúdio 2, a Curva da Resposta Operacional da Sala ficou, na maioria das frequências, dentro da faixa de tolerância estabelecida, conforme pode-se ver na Figura 66. Porém, observa-se uma queda na frequência de 160 Hz.

Figura 66: Curva da Resposta Operacional da sala de controle do Estúdio 2 para os monitores de áudio traseiros.

8.2.2 TEMPO DE REVERBERAÇÃO

A sala de controle do Estúdio 2 tem um volume igual a 84 m3. Para esse volume o resultado do parâmetro Tm, calculado pela Equação 1, é igual a 0,237 s. Os resultados do Tempo de Reverberação em função de frequência do Estúdio 2 podem ser vistos nos gráficos da Figura 67. A Tabela A7 do Apêndice A são apresentados os valores do Tempo de Reverberação para cada monitor de áudio do Estúdio 2.

Figura 67: Tempo de Reverberação da sala de controle do Estúdio 2, medido através dos cinco monitores de áudio do sistema surround.

O Estúdio 2 possui bastante revestimento reflexivo em madeira na parte frontal, o que justifica o Tempo de Reverberação bem próximo do limite superior, e em algumas frequências ultrapassando a faixa de tolerância indicada pela EBU Tech 3276 (1998). A região dos graves, onde se concentram as ondas estacionárias, apresentou resultado dentro do Tempo de Reverberação recomendado, com exceção do monitor direito em 63 Hz. Nessa posição, o resultado obtido ultrapassou em 0,15 s a tolerância máxima do TR.

8.2.3 CURVA DE ENERGIA NO TEMPO

Os resultados da Curva de Energia no Tempo (ETC) do Estúdio 2 podem ser vistos nos gráficos das Figuras de 69 a 73. São apresentados os gráficos do ETC para os monitores frontais direito e esquerdo (L e R), o monitor central (C), e os monitores traseiros (LS e RS), respectivamente.

O ponto A, das Figuras de 68 a 72, corresponde ao som direto entre o monitor de áudio e o microfone de medição e os pontos B e C são as reflexões de amplitude mais elevada.

Figura 68: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 2 para o monitor frontal esquerdo.

Figura 69: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 2 para o monitor frontal direito.

Figura 70: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 2 para o monitor central.

Figura 71: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 2 para o monitor traseiro esquerdo.

Figura 72: Curva de Energia no Tempo medida na sala de controle do Estúdio 2 para o monitor traseiro direito.

Os gráficos do ETC para os nos monitores frontais estão dentro da condição ideal, que recomenda valores superiores a 10 dB entre o som direto e as primeiras reflexões, e não apresentam reflexões especulares. O valores da diferença do Nível de Pressão Sonora entre o som direto e as primeiras reflexões são, naturalmente, um pouco menores que na sala de controle do Estúdio 1, uma vez que a sala tem as dimensões um pouco menores.

No monitor de áudio central a diferença entre o som direto e as primeiras reflexões é igual a 8,9 dB. Essa reflexão especular é apresentada em dois pontos, com respectivos atrasos relativos as distâncias iguais a 0,92 m e 1,16 m. Esse atraso parece muito elevado para ser proveniente da mesa que é utilizada para o monitor e para outros equipamentos.

Existem duas reflexões especulares principais na Curva de Energia no Tempo para os monitores traseiros. A primeira, de 0,78 m aparenta ser do piso. Com a distância de 2,77 m entre os monitores e microfone de medição, altura do microfone igual a 1,20 m e altura da fonte geradora igual a 1,20 m é possível comprovar a afirmação aplicando regras

trigonométricas para um triangulo retângulo, conforme a Figura 56. A segunda reflexão é a mais intensa e possui atraso relativo à distância de 1,04 m. Essa reflexão aparenta ser causada pelo monitor de vídeo de 32 polegadas que se localizava a aproximadamente 50 cm atrás do microfone de medição. Isso demonstra que essa reflexão especular não se deve ao projeto, mas à configuração da mobília.

Na Curva de Resposta Operacional da Sala para os monitores traseiros, apresentada na Figura 66, ocorreu uma queda no Nível de Pressão Sonora em 160 Hz. Através da Curva de Energia no Tempo apresentada na Figura 66 é possível analisar se esse cancelamento é proveniente da elevada reflexão causada, provavelmente, pelo monitor de vídeo. O comprimento de onda de 160 Hz é igual a 2,15 m. Para que essa frequência seja cancelada, devido a reflexões, o atraso relativo à distância deve ser igual à metade de seu comprimento de onda, que é igual a 1,07 m. Por meio do software DIRAC, obtém o atraso relativo à distância correspondente a 1,05 m para os gráficos apresentado nas Figuras 71 e 72, da Curva de Energia no Tempo. Como a distância entre o monitor de vídeo e o microfone de medição foi de aproximadamente 50 cm, esse decaimento no Nível de Pressão Sonora em 160 Hz pode, portanto, ser consequência da reflexão desse monitor, especialmente se a reflexão possuir o Nível de Pressão Sonora próximo ao som direto, como apresentado nas Figuras 71 e 72.

Na resposta da Curva de Energia no Tempo por frequência, ilustrada na Figura 73, observa-se uma depressão na região de 250 Hz nos monitores onde o resultado apresentou reflexões especulares (C, LS e RS). Nos monitores frontais da esquerda e da direita a curva do ETC é um pouco mais plana em relação ao espectro de frequências. Da mesma forma que na sala de controle do Estúdio 1, as frequências mais altas decaíram mais rapidamente e no grave mais lentamente. As frequências acima de 8 kHz tem decaimento mais rápido nessa sala, embora o Tempo de Reverberação seja maior.

Figura 73: Decaimento da energia no tempo em função da frequência, no Estúdio 2, analisada para cada monitor de áudio.

8.2.4 RUÍDO DE FUNDO

Os resultados da medição do espectro do Ruído de Fundo do Estúdio 2 podem ser vistos no gráfico da Figura 74. A medição do espectro do Ruído de Fundo seguiu o mesmo procedimento que na sala de controle do Estúdio 1. Os valores do Ruído dos três pontos medidos são apresentados na Tabela A8 do Apêndice A.

Figura 74: Ruído de Fundo do Estúdio 2

O entorno é silencioso e o valor de NR 30, ilustrado na Figura 74, deve-se ao ar condicionado (sistema Split) e ao equipamento presente no interior da sala. O computador estava ligado no ambiente, e da mesma forma que na medição da sala de controle do Estúdio 1, na frequência de 125 Hz, houve um acréscimo do Nível de Pressão Sonora, chegando a 38

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 31,50 63 125 250 500 1000 2000 4000 8000 Nív e l de P re ssão Sonor a (dB ) Frequência

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