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4 ANÁLISE ECONÔMICA

4.2 CUSTO DE OBRA CIVIL

Os cálculos de custos de obra civil são baseados nas tabelas publicadas pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) e publicados na página WEB da Caixa Econômica Federal (SINAPI, 2018). Para o ano de 2017, o custo da construção do Laboratório de Energias Renováveis e Eficiência Energética estima-se em um valor aproximado de R$ 3.265.733,30, valor no qual estão incluídos os custos de materiais e insumos referentes às Medidas de Conservação de Energia especificadas. A Tabela 4.2 apresenta o resumo de custos de obra civil.

Tabela 4.2. Resumo dos custos de obra da área construida e área projetada para o ano 2017. Projeto: Laboratório de Energias Renováveis e Eficiência Energética Modalidade: Público (ensino)

Localização: Universidade Federal do Pará-Campus Belém Área total: 1.408 m² Item Valor % 1 Serviços preliminares R$ 57.307 1,75 2 Serviços de terra R$ 20.056 0,61 3 Fundações R$ 608.331 18,63 4 Estrutura R$ 369.305 11,31 5 Alvenaria R$ 102.842 3,15

6 Cobertura em telha de barro R$ 171.132 5,24 7 Cobertura em policarbonato R$ 19.304 0,59 8 Isolamento térmico R$ 42.131 1,29 9 Esquadrias de madeira R$ 180.330 5,52 10 Revestimento de paredes R$ 30.568 0,94 11 Rodapés e soleiras R$ 10.721 0,33 12 Pisos internos R$ 93.447 2,86 13 Revestimentos de forros R$ 78.079 2,39 14 Pintura R$ 129.288 3,96 15 Instalações eletromecânicas R$ 370.334 11,34 16 Serviços complementares/BDI R$ 982.560 30,09 R$ 3.265.733,30

4.2.1 Análise de Custos das MCE

Os valores estabelecidos para cada MCE são referentes a materiais e custos de insumos, segundo a tabela SINAPI ou pesquisas realizadas em casos como o policarbonato, por exemplo. A seguir, cada medida é analisada com base nos valores especificados e os valores derivados da inclusão, por mudanças, de outros elementos.

Para efeitos de cálculo de custos e beneficios de implementação das MCE, o modelo base (M_01) é projetado com características arquitetônicas consideradas comuns na região, principalmente quando se trata de pouco aproveitamento de iluminação natural, pouco uso de isolantes térmicos em superfícies e geração de energia elétrica na própria edificação.

4.2.1.1 MCE-01-Aproveitamento de iluminação natural

Os custos de obra física do M_01 (sem as MCE) é calculado com os materiais e estratégias consideradas pouco eficientes, e a diferença de preços entre este e o modelo com os materiais e

elementos arquitetônicos aplicados, é considerada como o custo da MCE.

A seguir são expostas as alterações na obra física para implementação da MCE-01 (Figura 3.13).

- Janelas. As janelas do modelo base, para efeitos de simulação, são com caixilho em alumínio com dimensões de 1,20 m x 1,00 m (LxA) e 2,00 m x 1,00 m (LxA). Estas janelas são substituídas por janelas com caixilhos em madeira da região, com dimensões de 1,80 m x 1,25 m e janelas de 2,50 m x 1,25 m respectivamente;

- Balancins. No M_01 não são incluidos balancins. A MCE-01 prevê então, a inclusão de balancins na parte superior de todas as janelas e portas de acesso, de igual largura e 0,50 m de altura; na parte inferior das janelas externas, de 1,00 m de largura por 0,30 m de altura; e na parte superior da parede sul e nos banheiros e copa;

- Lanternins. À geometria do M_01 são incluídos lanternins na parte superior dos blocos centrais, onde os espaços internos não dispoem de acesso direto ao exterior. Consiste em uma estrutura de madeira de lei, de 0,50 m na altura mais baixa, com balancins de 0,25 m e cobertura em telha de barro;

- Iluminação zenital. A cobertura em telha de barro nas circulações internas do M_01 é substituída por cobertura semitransparente em policarbonato alveolar refletivo de 6 mm de espessura, apoiado em estrutura metálica tubular.

Os custos com obra civil calculados para implantar estas estratégias para aproveitamento da iluminação natural no projeto, têm um valor aproximado de R$ 198.630,00, equivalente a 6,08 % do valor total da obra.

4.2.1.2 MCE-02 - Sistemas de isolamento térmico e câmara de ar

Os cálculos de economia monetária com a aplicação de isolamento térmico e a instalação de câmara de ar estão associados unicamente aos custo iniciais de compra e instalação do material e economia com o consumo de energia elétrica. Portanto, os efeitos da utilização adequada de isolamento térmico de superfícies externas da edificação resultam em poupanças derivadas da diminuição do consumo de energia necessária para resfriamento. Os valores são analisados em comparação com o consumo de energia do edifício base, com posterior aplicação de isolante térmico em paredes e cobertura. O custo econômico de isolamento térmico está relacionado com o custo da compra de material e o custo de sua instalação (DYLEWSKI; ADAMCZYK, 2011), e é calculado na Equação 4.1.

𝐶𝐼𝑠𝑜𝑙 = (𝐶𝑚+ 𝐶𝑤)𝑝 (4.1)

onde, Cisol é o custo final do isolamento térmico, Cm o custo por m² do isolante térmico, Cw o custo

Na edificação são utilizados isolantes térmicos nas paredes e cobertura, com as seguintes áreas:

- Manta isolante térmica dupla face: 1.115,52 m² instalados na cobertura;

- Painel semirrígido instalado entre parede dupla de tijolo na parede leste: 78,05 m²; - Painel semirrígido instalado entre parede dupla na parede oeste: 81,02 m².

No total são utilizados 1.115,52 m² de manta isolante na cobertura e 159,07 m² de painel semirrígido nas paredes leste e oeste. Para construção da parede dupla nas paredes leste e oeste faz- se necessário o levantamento da parede lateral em tijolo.

Este material foi avaliado em um total de R$ 3.723,17 o painel semirrígido de lã de vidro, e R$ 38.407,35 a manta isolante dupla face, totalizando R$ 42.130,52 para isolamento térmico e R$ 9.918,70 para alvenaria em tijolo furado de 0,09 m. O total aproximado da medida é de R$ 52.049,00.

A câmara de ar não foi orçada com custo adicional, pois consiste na instalação do forro especificado, a uma distância de 0,40 m. do madeiramento sob a manta isolante térmica. Esta câmara de ar funciona como amortecedor dos fluxos de calor e ventilação da cobertura.

4.2.1.3 MCE-03 - Sistemas fotovoltaicos

Em um sistema fotovoltaico os custos de investimento são conhecidos por serem mais elevados. Os custos do investimento inicial de sistemas fotovoltaicos conectados à rede podem ser expressos pela Equação 4.2 (MANGAN; KOÇLAR, 2016).

𝐶𝐼𝑛𝑣 = 𝐶𝑠𝑖𝑠𝑡+ 𝐶𝑖𝑛𝑠 (4.2)

onde, Cinv é o custo de investimento inicial do sistema, Csist é o custo total dos equipamentos

(incluindo módulos, inversores, acessórios e cabeamento), Cins é o custo de instalação (incluindo

projeto).

A determinação do VPL através do fluxo de caixa descontado (FCD) surge como uma opção válida para avaliação de custos, mostrando-se adequado para os vários eventos de fluxo de caixa de um sistema solar fotovoltaico e suas operações. O custo da energia (com tarifa reajustada anualmente), a produção anual de energia, a degradação anual do gerador fotovoltaico, o custo de substituição do inversor, despesas de manutenção, e outras influências podem ser controlados individualmente. Para avaliar o grau de conveniência econômica do investimento com base no ciclo de vida, o VPL e o PBD são métodos utilizados para resumir bem os fluxos de caixa no sistema e a vida útil (MANGAN; KOÇLAR, 2016) (FINLAY, 2013). Assim, esta análise leva em consideração o valor do dinheiro ao longo do tempo como um indicador econômico, a fim de considerar o período de retorno, como expresso na Equação 4.3.

𝑉𝑃𝐿 = Σ𝑡=1𝑁 (1+𝑖)𝑄𝑡 𝑡 − 𝐶𝑖𝑛𝑣 (4.3)

onde qt é a remuneração líquida no ano t (deduzidos os custos com operação, manutenção e de reposição de equipamentos/acessórios no período t), conforme a Equação 4.4, i é a taxa de desconto, N é o tempo de vida do sistema (anos), e Cinv é o investimento inicial do sistema.

𝑄𝑡 = 𝑝𝑝𝑣.𝑡𝑥𝐸𝑝𝑣.𝑡 − 𝐶𝑂&𝑀.𝐸.𝑡 (4.4)

onde ppv é a tarifa para o sistema fotovoltaico ($/kWh) no ano t, considerando o reajuste tarifário

no ano t,; Epv é a quantidade de energia elétrica gerada no ano t (kWh/ano), considerando a

depreciação anual da energia produzida, CO&M,E,t é o custo anual com operação e manutenção,

adicionando também o custo de reposição (se houver) de equipamentos/acessórios no ano t; considera-se este valor corrigido com a inflação ao longo do tempo.

Os SFCR levados em consideração para esta análise estão instalados na área externa à edificação, com exceção dos sistemas S01 e S02, que são integrados e adaptados à sua estrutura. Para estes sistemas os custos de instalação estão incluídos no projeto, sendo adicionais à obra, isto é, não participando diretamente dos custos de obra civil utilizados.