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1 INTRODUÇÃO

2.8 CUSTOS COMO BASE DE INFORMAÇÕES

Apesar de toda a preocupação da administração da empresa de implantar e implementar sistemas de controles internos e de informações toda a atividade operacional consome recursos que, por serem escassos, têm valor econômico gerando custos. Vale ressaltar que em contrapartida, a produção de bens e serviços deve gerar valor superior aos custos incorridos ou pelo menos iguais a estes custos em se tratando de entidades sem fins lucrativos.

Assim sendo, o objetivo fundamental da administração do hospital é a manutenção do equilíbrio entre custos, despesas e receitas para que ele sobreviva em uma economia de mercado e possa oferecer serviços médicos ao nível de excelência.

Sobre o assunto, Martins (2001:55), afirma: “o processo de produção dos serviços médicos e o conhecimento dos fluxos dos serviços, em seus vários estágios definem a forma de apuração dos custos hospitalares” .

Por outro lado, no sentido mais geral, Figueiredo & Caggiano (1992:36-37) definindo custos, afirmam:

Custos são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. Conseqüentemente são partes muito importantes do processo decisorial e não é surpresa que os contadores estejam muito envolvidos com a coleta e análise das informações de custos.

Com o evento da globalização, o controle de custo nas instituições hospitalares e nas empresas de um modo geral se torna uma obrigatoriedade para a sobrevivência destas, e para auxiliar os gestores nas tomadas de decisões e na fixação de preços.

Ainda sobre custos, Horngren (1985:47) define:

Um sacrifício ou a desistência do uso de recursos para usá-los em determinado fim. Os custos são, em geral, medidos pelas unidades monetárias que têm que ser pagas pelos bens e serviços. Os custos são registrados inicialmente numa forma elementar e depois agrupados de várias maneiras para facilitar diversos tipos de decisões, como por exemplo, a avaliação de administradores e de subordinados da organização, a expansão ou eliminação de linhas de produtos a expansão ou eliminação de territórios e a substituição de equipamento.

As empresas que antes se beneficiavam com a especulação financeira, com o fim das altas taxas de inflação, como forma de se manterem competitivas, passaram a dar maior atenção ao conhecimento dos seus custos.

Iudícibus (1995:116) sobre custos apresenta o conceito:

Na linguagem comercial, custo significa quanto foi gasto para adquirir um bem, objeto propriedade ou serviço. A noção de custo, portanto, está ligada à consideração que se dá em troca de um bem recebido. Na linguagem comum não ligada a compras, vendas, etc. a palavra custo pode ser associada à noção de sacrifício.

As organizações prestadoras de serviços, regra geral, têm carência de material técnico específico voltado para a análise e controle dos seus custos.

As instituições de saúde, como parte desse grupo de empresas, enfrentam grandes dificuldades econômicas e financeiras devido à escassez de recursos e a constante elevação dos gastos do sistema de saúde como um todo.

Considerando-se a definição de hospital como a instituição devidamente aparelhada de pessoal e material em condições de receber para diagnosticar e efetuar tratamentos pessoais que necessitam de assistência médica diária, e cuidados permanentes de enfermagem, em registro de internação, apresentada por estudiosos da área, Finkler (1994:04 apud FALK,

2001:18) afirma que uma boa definição da Contabilidade de Custos atualmente nos hospitais seria:

Um elemento de gerência financeira que gera informação sobre os custos de uma organização e seus componentes. Como tal, a Contabilidade de Custos é um subconjunto da Contabilidade Geral; contabilidade gera informação financeira para a tomada de decisões.

Do ponto de vista econômico-financeiro, os hospitais podem ser descritos como grandes empresas, pois seus ativos, passivos, custos e despesas operacionais somam milhões de reais.

Sobre o assunto Martins (1995:51) assim comenta:

A contabilidade de custos é parte integrante na administração de uma empresa e proporcionam à administração do hospital registros dos custos da produção médica, registros das despesas administrativas, comerciais, tributárias, financeiras, permitindo a avaliação dos resultados por meio da comparação dos custos de produção médica, das despesas incorridas e com os ajustes de custos e despesas previamente estabelecidas.

Abbas (2001:2 apud MARTINS, 2004), em seu trabalho de gestão de custos em organizações hospitalares, fala sobre a necessidade de redução de custos:

A apuração e controle de custos hospitalares constituem uma absoluta necessidade dentro das instituições hospitalares, pois, enquanto a primeira serve de instrumento eficaz de gerencia, a segunda permite a implantação de medidas corretivas que visem a um melhor desempenho das unidades, com base na possível redefinição das propriedades essenciais, aumento da produtividade e racionalização do uso de recursos dentre outras medidas administrativas.

Diz ainda que, os gestores de serviços precisam avaliar quais são as questões-chave no gerenciamento de uma organização e compreender a natureza da concorrência emergente na nova economia desse setor.

Segundo Atkinson et al. (1997), em empresas complexas de serviços e diversificadas tanto quanto as empresas industriais, normalmente seus gerentes entregam os serviços produzidos aos diferentes tipos de clientes sem conhecer os custos destes serviços.

O mesmo acontece com os gestores da área hospitalar, pois, segundo Abbas (2001:2):

A área hospitalar não tem o efetivo conhecimento de seus custos, ou seja, grande parte dessas organizações não faz o uso de nenhum sistema de custos que oriente e ofereça parâmetros para suas decisões administrativas e controle de atividades e investimentos.

Desenvolver um sistema de custos como parte do sistema de informações visando a melhoria do atendimento, é fundamental para se atingir os objetivos organizacionais de uma entidade hospitalar.