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Com o avanço e complexidade das empresas, desencadeado pela Revolução industrial e os avanços tecnológicos, existe uma busca contínua de aumentar a qualidade, vendas e o lucro dos produtos e serviços. A contabilidade de custos foi e é uma grande ferramenta de auxílio para esses empreendimentos, pois além de quantificar minuciosamente o custo dos produtos, ela é fundamental para o cálculo do lucro, da margem de contribuição, ponto de equilíbrio, Mark-up entre outros.

2.6.1 Margem de contribuição

Quando uma empresa está em atividade ela espera alcançar com a receita de vendas, um valor suficiente para cobrir o total de custos e despesas gastos e ainda lhe proporcionar uma margem de lucro com os produtos que estão sendo vendidos.

A margem de Contribuição Unitária é a diferença entre a receita bruta obtida pela venda de um produto e o valor total de custos e despesas variáveis gastos para obtenção do mesmo, ou seja, aqueles que não ocorrerão se não houver produção. Esta margem é a contribuição que cada unidade de produto ao ser vendido oferece para composição dos custos fixos, despesas e também de lucro. “O somatório das margens de contribuição de todos os produtos é que será cotejado com o total obtido pelo somatório dos custos fixos e despesas fixas, visando encontrar a margem de lucro” (RIBEIRO, 2015, p. 464).

Para o cálculo da Margem de Contribuição Total de cada item faz-se a diferença entre a receita bruta total e o total de custos e despesas variáveis auferidos na fabricação dos produtos.

32 MCT = RBTVP – CVT

Onde:

MCT = Margem de Contribuição Total

RBTVP = Receita Bruta Total na Venda de Produtos CVT = Custos Variáveis Totais

Havendo despesas variáveis, a fórmula será: MCT = RBTVP – CVT – DVT

Onde:

DVT = Despesas Variáveis Totais (RIBEIRO, 2016, p. 463). Este mesmo autor, acrescenta que:

Quando a empresa industrial fabricar mais de um tipo de produto, para conhecer a margem de contribuição total, pode-se inicialmente apurar a margem de contribuição unitária; em seguida, multiplicar a margem de contribuição unitária pela quantidade de produtos fabricada para obter a margem de contribuição por produto; e, por fim, somar as margens de contribuição por produto para obter a margem de contribuição total relativa ao período em questão (RIBEIRO, 2016, p. 463).

Quando os administradores conhecem a margem de contribuição de cada produto, eles sabem até onde podem reduzir o valor de cada item e ainda proporcionarem lucro para empresa. Então é possível realizar negociações consistentes, mesmo em épocas de crise, sem perder dinheiro.

2.6.2 Ponto de Equilíbrio Contábil

O ponto de equilíbrio contábil é o momento em que as receitas totais se igualam aos custos e despesas totais, ou seja, quando a situação momentânea da empresa está em pleno equilíbrio, não havendo lucro nem prejuízo. Deste modo se a empresa não consegue alcançar o ponto de equilíbrio, teoricamente ela está apresentando prejuízo, já quando o ultrapassa, ela estará tendo lucro.

Mesmo que a receita total realizada pela empresa cubra os custos e despesas totais, ela não será ideal, pois não está gerando lucro, e consequentemente não oferecendo retorno ao capital investido. Logo, será considerada rentável a situação da empresa quando as receitas de vendas estiverem acima do ponto de equilíbrio.

Segundo Bornia: “O ponto de equilíbrio é o nível de vendas onde o lucro é nulo. É um dos indicadores que informa a gerência sobre o volume necessário de vendas em um determinado período para cobrir todos os custos fixos e variáveis” (BORNIA, 2010, p. 58).

33 Ele é um excelente instrumento para os administradores, pois a partir de sua determinação em cada produto ao final de cada dia, mês ou ano pode-se apresentar aos investidores onde a empresa teve lucro ou prejuízo.

A fórmula do Ponto de Equilíbrio a partir do conceito acima é a razão entre os Custos Fixos totais e a Margem de Contribuição unitária. Dessa maneira o ponto de equilíbrio é obtido quando as somas das margens de contribuições totalizarem o montante suficiente para cobrir os custos e despesas fixas.

2.6.3 Formação de preço de venda e Mark-up

Ao fixar o preço de venda de um produto, o administrador estará prevendo na receita de cada unidade vendida, a recuperação de todas as despesas e custos necessários à fabricação, venda, cobertura de parte dos custos e despesas fixos e o lucro da referida unidade. O preço de venda pode ser representado como: PV = CUSTOS + DESPESAS + LUCRO.

É importante lembrar que o custo unitário variável é o único dos elementos conhecidos, os demais, custos e despesas fixas e margem de lucro são rateados em percentuais em relação ao preço de venda. Assim sendo, a margem de lucro é igual ao preço de venda menos custos e despesas fixos e variáveis.

Para calcular o preço de venda de um produto, conforme Martins:

O ponto de partida é o custo do bem ou serviço apurado segundo um dos critérios estudados: Custeio por Absorção, Custeio Variável etc. Sobre esse custo agrega-se uma margem denominada Markup, que deve ser estimada para cobrir os gastos não incluídos no custo, os tributos e comissões incidentes sobre o preço e o lucro desejado pelos administradores. (MARTINS, 2010, p. 218).

O Mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda. Tem a finalidade de alocar os fatores como tributação sobre vendas (ICMS, IPI...), percentuais de comissão de vendedores incidentes sobre o preço de venda, despesas administrativas e margem de lucro.

A fórmula de Mark-up que será utilizada neste trabalho é a seguinte: MK= 1 + 1 x (Percentual de Despesa administrativa + Percentual do DAS + Margem de lucro desejada). Onde: O DAS é o imposto de venda pago pelas empresas optantes do Simples Nacional.

34 A partir do conhecimento da margem de contribuição e ponto de equilíbrio de cada produto é possível analisar quais produtos geram lucro ou prejuízo, ou melhor, quais geram maior ou menor margem de lucro. No entanto, não adianta lançar, investir num produto no mercado só por que tem alta lucratividade, é necessário considerar as influências externas como concorrência, inflação e principalmente a importância e rentabilidade do produto a empresa.

Mas por que principalmente a importância e rentabilidade do produto? Digamos que existe um produto que vende pouco e tem alta lucratividade, em contrapartida outro produto vende muito e tem baixa lucratividade, desta forma os custos e despesas fixas irão se diluir nos produtos que vendem muito, além de gerar lucro em quantidade desses últimos produtos citados, compensando produzir os dois itens nessa situação.

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3 METODOLOGIA

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