• Nenhum resultado encontrado

2.5 FATOS MARCANTES NA HISTÓRIA DA ESAO

2.5.1 Registros históricos relevantes sobre a EsAO, da sua fundação até

2.5.1.4 Década de 1950

Durante esse período, surgiram novas evoluções na Escola de

Aperfeiçoamento de Oficiais. A partir dos registros documentais é possível perceber

mudanças importantes no estabelecimento de ensino, particularmente no que diz

respeito ao ensino militar.

Em abril de 1950, a Escola recebeu a visita do general Thomas Sherman

Tinberman, assistente do Exército dos EUA. O general estava acompanhado por

outros dois militares norte-americanos, o major general Charles L. Mullins, chefe da

Seção Terrestre da Comissão Militar Mista Brasil-EUA e pelo coronel Freeman,

membro do Estado-Maior do Exército dos EUA.

No ano de 1951, o Brasil aumentou o intercâmbio militar com os seus vizinhos

sul-americanos. Com isso, foram convidados três oficiais do Exército do Equador

para comporem o corpo discente da EsAO. De acordo com os registros históricos, foi

a primeira vez que o referido país enviou militares para serem aperfeiçoados no

Brasil. No mesmo ano, houve a inauguração da nova biblioteca da Escola.

Ainda em 1951, a Escola recebeu a visita do coronel James B. Edmunds,

diretor da Divisão de Instrução de Serviços da Missão Militar Americana. O militar

percorreu as dependências da EsAO e tomou conhecimento dos assuntos relativos

a instrução. Em julho, alguns instrutores da Escola de Aperfeiçoamento de oficiais

foram designados para realizarem cursos nos EUA.

No final do ano, a Comissão Militar Mista Brasil-EUA planejou e executou um

exercício militar que envolveu os membros da Escola de Aperfeiçoamento de

Oficiais. Na oportunidade, houve uma demonstração de emprego de canhões sem

recuo 57mm e 75 mm. Naquele ano, dos sete estrangeiros que foram aperfeiçoados,

quatro eram paraguaios e três eram uruguaios.

No ano seguinte, em 1952, de acordo com os registros históricos, o então

diretor de ensino do exército fez uma referência elogiosa para a EsAO na qual

afirmou o seguinte:

[...] após a Segunda Guerra Mundial é que a EsAO, finalmente, encontrou

os rumos definitivos a altura de sua posição [...] valendo-se de sua própria

experiência para a imediata assimilação das novas técnicas decorrentes

das ações da FEB e dos estágios de oficiais nos centros de instrução

norte-americanos [...]

15

.

No mesmo ano, decidiu-se que o curso de saúde funcionaria no regime de

dois turnos por ano, diferentemente do que ocorreu com os demais cursos, que

foram ministrados em apenas um turno. Na cerimônia de término do referido curso

estavam presentes autoridades militares da Missão Militar Americana.

Em 1953, a Nota Ministerial nº 137-D-2/F, de dezembro daquele ano,

estabeleceu que todos os cursos teriam dois turnos por ano até 1957. Contudo, essa

medida não foi cumprida em sua plenitude, uma vez que em 1955 os cursos da

Escola voltaram a possuir apenas um turno por ano. Essa decisão foi mantida até o

ano de 1964. O quantitativo de estrangeiros que cursaram a EsAO em 1953 foram

onze paraguaios, um equatoriano e quatro venezuelanos.

Em julho de 1954, o general de brigada Oscar Rosa Nepomuceno da Silva,

comandante da EsAO, realizou uma viagem aos Estados Unidos da América, a

convite do governo daquela república. O general permaneceu cerca de um mês na

América do Norte até que regressou ao Brasil.

No mesmo ano, tanto na solenidade de encerramento dos cursos do primeiro

turno, ocorrida em abril, quanto na do segundo turno, ocorrida em dezembro, dentre

as autoridades militares que compareceram aos eventos, esteve presente o general

Robert Sink, chefe da Missão Militar Americana.

Um ano mais tarde, em 1955, a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

recebeu novamente a visita do general norte-americano Robert Sink, chefe da

Missão Militar Americana, acompanhado por oficiais de seu estado-maior. No

mesmo ano foi criado o curso de aperfeiçoamento para oficiais veterinários

Em 1956, ocorreu a visita do general de exército Aristóteles de Souza Dantas,

chefe da Comissão Militar Mista Brasil-EUA. Naquele ano também ocorreram uma

série de transformações nas dependências estruturais da Escola.

Houve a inauguração do Pavilhão General Tasso Fragoso, construiu-se um

auditório, foi feita uma ampliação no rancho de oficiais e foram construídos novos

vestiários para os oficiais alunos. Quanto ao ensino, além dos brasileiros, foram

aperfeiçoados um oficial equatoriano e sete paraguaios.

Em junho de 1957, o general de divisão Leônidas Amaro, diretor geral de

intendência, realizou uma conferência na Escola. Na ocasião, o general transmitiu

alguns ensinamentos adquiridos durante sua visita ao Serviço de Intendência do

Exército dos Estados Unidos da América.

No mesmo ano, novas obras estruturais foram realizadas. Houve a

inauguração do Pavilhão General Franco Ferreira, destinado a Companhia de

Comando e Serviços e foram inauguradas a Praça Marechal Rondon e a Biblioteca

Barão do Rio Branco.

Em novembro, foi realizado um programa de atividades de ensino para todos

os militares da EsAO. O foco principal do referido programa era homenagear os

militares que morreram em defesa das instituições democráticas durante a Intentona

Comunista de 1935. Naquele ano, fizeram parte do corpo discente, além dos

brasileiros, quatro oficiais paraguaios.

Um fato marcante, ocorrido em 1958, foram as explosões dos depósitos de

munições de Deodoro. O incidente produziu danos materiais em muitas

propriedades próximas ao local, incluindo a Escola de aperfeiçoamento de Oficiais.

Dessa forma, apartamentos residenciais da Escola, o rancho e algumas outras

dependências foram danificadas. Naquele ano cursaram a Escola seis estrangeiros,

todos equatorianos.

O ano de 1959 se configurou como um período repleto de atividades

importantes. No primeiro mês, o comandante da EsAO, general de brigada Ignácio

de Freitas Rolim, visitou os Estados Unidos da América a convite da Comissão

Militar Mista Brasil-EUA.

No mês de junho, aconteceu uma cerimônia de inauguração da galeria de

retratos dos patronos das Armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia,

Serviços de Intendência, Saúde e Veterinária. Em agosto a Escola recebeu a visita

do Major General Raymond E. Bell, do Exército Norte-Americano, acompanhado de

oficiais estadunidenses.

Em novembro, foi a vez de Juscelino Kubitschek de Oliveira, presidente do

Brasil, juntamente com o marechal Henrique Duffles Teixeira Lott, ministro da guerra,

visitarem a EsAO por ocasião da solenidade de encerramento do ano letivo dos

Cursos das Armas e dos Serviços. Dos oficiais estrangeiros aperfeiçoados em 1959,

dois eram paraguaios e três eram venezuelanos.

Com relação à década de 1950, é conveniente também ressaltar outros fatos

observados ao longo do período. De acordo com os registros históricos, as

manobras escolares passaram a colocar em prática os ensinamentos das operações

ofensivas e defensivas desenvolvidas e praticadas durante a II Guerra Mundial.

Durante essas manobras os alunos passaram a estudar com mais ênfase as

operações defensivas que englobavam a ação retardadora, o retraimento, os

movimentos retrógrados, dentre outras. Além disso, aprofundaram seus

conhecimentos nas operações ofensivas de ataque, contra-ataque, marcha para o

combate, aproveitamento do êxito, transposição de curso d’água, dentre outras.

Nesses exercícios militares, também se empregava a combinação das Armas

e Serviços. Além disso, eram realizados estudos das operações nos escalões corpo

de exército, divisão, grupos táticos, regimento e batalhão. Em alguns momentos,

essas operações foram planejadas sob a perspectiva de ameaça atômica.

Deu-se início a um estudo mais detalhado dos fatores da decisão, trazidos

trabalho de comando, para a redação de documentos de planejamento e para a

confecção de ordens de operações.

Nos temas dos exercícios militares começou-se a utilizar, nas situações

gerais referentes ao conflito simulado, os termos Partido Vermelho e Partido Azul. O

primeiro representava as tropas inimigas enquanto que o segundo representava as

tropas amigas.

Ainda ao longo da década de 1950, tornou-se cada vez mais frequente a

realização de solenidades que homenageavam os patronos das Armas. Tornou-se

comum também a realização de cerimônias que referenciavam países

sul-americanos que enviavam militares para estudar na EsAO, como Equador,

Venezuela, Paraguai, dentre outros.