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Da Atividade de Advocacia

No documento Coleção jovem jurista 2018 (páginas 174-177)

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8) II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.

§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.

§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social.

§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público.

§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.

Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), § 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.

Fonte: Site do Planalto.

Depois de devidamente editado, o arquivo “8906-input-linker.DOCX” foi inserido como input na aplicação. Após cerca de quarenta segundos, alguns ar- quivos foram retornados, dentre eles a desejada representação da lei em XML. Nesse momento, surgiu uma das dificuldades tecnológicas do projeto. A ferramenta disponibilizada pelo LexML Brasil não funcionou da forma espera- da, sendo que o XML retornado apresentava problemas, como trechos perdi- 53 http://www.planalto.gov.br/ccivil03/ / 8906. Acesso em:

dos na conversão. Ainda mais grave, a estrutura em árvore no arquivo XML não representou adequadamente a estrutura da própria lei.

Toda lei pode ter as suas subseções representadas por um árvore. No caso da Lei nº 8906/94, sua estrutura normativa é representada conforme mostrado pela Figura 6:

Figura 5 — Cabeçalho editado do texto de lei

Fonte: Brasil — Site do Planalto | Elaborado pelo autor.

Figura 6 — Estrutura normativa da Lei nº 8906/94

Como o objetivo da Figura 6 é ser didática, foi feita uma modelagem da es- trutura em árvore da lei e, consequentemente, uma simplificação. Desse modo, re- ticências foram usadas para pular certas partes. Os saltos na numeração, seja a romana ou a arábica, indicam o quanto está sendo pulado.

O resultado da ferramenta desenvolvida pelo LexML Brasil deveria ser um ar- quivo XML com uma estrutura em árvore exatamente igual à representada pela Figura 6. No entanto, o output apresentava alguns erros. Nos outros documentos necessários para o experimento, problemas desse tipo também ocorreram. Mesmo com essa limitação, a representação da lei em XML foi usada nos experimentos, o que pode ter prejudicado a performance.

Por fim, é importante mencionar que, no repositório, os arquivos de cada par- te desse processo estão separados. Assim, no diretório da Lei nº 8906/94, existe (i) o arquivo com conteúdo original da lei (“8906.docx”); (ii) o arquivo com cabeçalho gerado (“8906-input-linker.docx”); e (iii) o arquivo XML gerado (“8906.xml”). Exis- te um diretório separando os arquivos DOCX original, DOCX input e XML de cada norma usada nos experimentos.

Há de ser ressaltado que a baixa qualidade do dado retornado não foi causada pela adaptação técnica no cabeçalho. Ainda que no cabeçalho fosse um projeto de lei propriamente dito, mesmo assim, o output não seria um dado de boa qualidade. Esse resultado não é por acaso. A tarefa em questão é árdua de ser automatizada.

Construir um programa que receba como input uma norma brasileira em lin- guagem natural, e que seja capaz de retornar um XML estruturado, respeitando a estrutura interna da norma, como artigos, incisos, seções, capítulos, títulos e outras subseções, é uma tarefa desafiante e interdisciplinar. Existem questões linguísti- cas, típicas do domínio jurídico e computacionais envolvidas. Seria possível um trabalho inteiro apenas dedicado a construir um programa de computador que fizesse essa conversão.

Mesmo assim, uma tentativa de implementação computacional com esse ob- jetivo talvez não seja o caminho mais fértil. Uma alternativa possível é atacar o problema por meio de crowdsourcing, isto é, construindo uma interface gráfica amigável de modo que diversas pessoas possam contribuir, fazendo o trabalho de marcação manualmente. Com a contribuição de muitos, torna-se possível a mar- cação das numerosas leis. Nesse cenário, provavelmente, XML não seria o melhor formato para representar as leis, tendo em vista que a sintaxe do formato é verbosa e dificulta a leitura de humanos.

Os formatos Org mode55 e Markdown56 parecem mais simples e promisso-

res. Na Alemanha, um grupo de desenvolvedores criou o repositório:

55 Org mode é um programa para manter anotações, listas TO DO, planejar projetos e criar documentos, com o sistema de texto .org.

https://github.com/bundestag/gesetze.

O objetivo é representar as normas alemãs em formato Markdown. Apesar da iniciativa, o projeto teve apenas quatro pessoas contribuindo e a última ati- vidade foi feita no ano de 2013.

3 Experimentos computacionais

No documento Coleção jovem jurista 2018 (páginas 174-177)