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DA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO

No documento ESTATUTO DACRIANÇA E DOADOLESCENTE (páginas 73-76)

ADOLESCENTE, DO JOVEM E DO IDOSO

(Denominação do capítulo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) [...]

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à pro-fissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitá-ria, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (Caput do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 1º O Estado promoverá programas de assis-tência integral à saúde da criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas espe-cíficas e obedecendo aos seguintes preceitos:

(Parágrafo com redação dada pela Emenda Constitucio-nal nº 65, de 2010)

[...]

II – criação de programas de prevenção e aten-dimento especializado para as pessoas porta-doras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

[...]

§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos:

[...]

III – garantia de acesso do trabalhador adoles-cente e jovem à escola; (Inciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

[...]

VI – estímulo do poder público, através de as-sistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;

VII – programas de prevenção e atendimento es-pecializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins.

(In-ciso com redação dada pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente.

§ 5º A adoção será assistida pelo poder público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condi-ções de sua efetivação por parte de estrangeiros.

§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do ca-samento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se-á em consideração o dis-posto no art. 204.

§ 8º A Lei estabelecerá: (Parágrafo acrescido pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010)

I – o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens;

II – o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas.

[...]

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA (NOVA YORK, 1959)

(Proclamada pela Resolução da Assembleia Geral das Nações nº 14/1386, de 20/11/1959; esta resolução lançou

as bases para a proclamação da Convenção dos Direitos da Criança adotada pela Assembleia Geral da Nações Unidas em 20/11/1989 e entrou em vigor em 2/9/1990)

Preâmbulo

VISTO que os povos das Nações Unidas, na Carta, reafirmaram sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser hu-mano, e resolveram promover o progresso social e melhores condições de vida dentro de uma liber-dade mais ampla,

VISTO que as Nações Unidas, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamaram que todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades nela estabelecidos, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento ou qualquer outra condição,

VISTO que a criança, em decorrência de sua imaturidade física e mental, precisa de proteção e cuidados especiais, inclusive proteção legal apro-priada, antes e depois do nascimento,

VISTO que a necessidade de tal proteção foi enunciada na Declaração dos Direitos da Criança em Genebra, de 1924, e reconhecida na Decla-ração Universal dos Direitos Humanos e nos es-tatutos das agências especializadas e organiza-ções internacionais interessadas no bem-estar da criança,

VISTO que a humanidade deve à criança o me-lhor de seus esforços,

Assim, a Assembleia Geral

PROCLAMA esta Declaração dos Direitos da Criança, visando que a criança tenha uma infân-cia feliz e possa gozar, em seu próprio benefício e no da sociedade, os direitos e as liberdades aqui enunciados e apela a que os pais, os ho-mens e as mulheres em sua qualidade de indiví as organizações voluntárias, as autoridades lo-cais e os Governos nacionais reconheçam estes direitos e se empenhem pela sua observância me-diante medidas legislativas e de outra natureza, progressivamente instituídas, de conformidade com os seguintes princípios:

PRINCÍPIO 1º

A criança gozará todos os direitos enunciados nesta Declaração.

Todas as crianças, absolutamente sem qualquer exceção, serão credoras destes direitos, sem dis-tinção ou discriminação por motivo de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nas-cimento ou qualquer outra condição, quer sua ou de sua família.

PRINCÍPIO 2º

A criança gozará proteção especial e ser-lhe-ão proporcionadas oportunidades e facilidades, por lei e por outros meios, a fim de lhe facultar o de-senvolvimento físico, mental, moral, espiritual e so-cial, de forma sadia e normal e em condições de li-berdade e dignidade.

Na instituição de leis visando este objetivo levar--se-ão em conta sobretudo, os melhores interesses

da criança.

PRINCÍPIO 3º

Desde o nascimento, toda criança terá direito a um nome e a uma nacionalidade.

PRINCÍPIO 4º

A criança gozará os benefícios da previdência social.

Terá direito a crescer e criar-se com saúde; para isto, tanto à criança como à mãe, serão proporcio-nados cuidados e proteção especiais, inclusive ade-quados cuidados pré e pós-natais.

A criança terá direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica adequadas.

PRINCÍPIO 5º

À criança incapacitada física, mental ou social-mente serão proporcionados o tratamento, a edu-cação e os cuidados especiais exigidos pela sua condição peculiar.

PRINCÍPIO 6º

Para o desenvolvimento completo e harmo-nioso de sua personalidade, a criança precisa de amor e compreensão.

Criar-se-á, sempre que possível, aos cuidados e sob a responsabilidade dos pais e, em qualquer hipótese, num ambiente de afeto e de segurança moral e material; salvo circunstâncias excepcionais, a criança de tenra idade não será apartada da mãe.

À sociedade e às autoridades públicas caberá a obrigação de propiciar cuidados especiais às crian-ças sem família e aquelas que carecem de meios adequados de subsistência. É desejável a presta-ção de ajuda oficial e de outra natureza em prol da manutenção dos filhos de famílias numerosas.

PRINCÍPIO 7º

A criança terá direito a receber educação, que será gratuita e compulsória pelo menos no grau primário. Ser-lhe-á propiciada uma educação capaz de promover a sua cultura geral e capaci-tá-la a, em condições de iguais oportunidades, desenvolver as suas aptidões, sua capacidade de emitir juízo e seu senso de responsabilidade moral e social, e a tornar-se um membro útil da sociedade.

Os melhores interesses da criança serão a dire-triz a nortear os responsáveis pela sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe, em pri-meiro lugar, aos pais.

A criança terá ampla oportunidade para brincar e divertir-se, visando os propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e as autoridades públicas empenhar-se-ão em promover o gozo deste direito.

PRINCÍPIO 8º

A criança figurará, em quaisquer circunstâncias, entre os primeiros a receber proteção e socorro.

PRINCÍPIO 9º

A criança gozará proteção contra quaisquer for-mas de negligência, crueldade e exploração. Não será jamais objeto de tráfico, sob qualquer forma.

Não será permitido à criança empregar-se antes da idade mínima conveniente; de nenhuma forma será levada a ou ser-lhe-á permitido empenhar-se em qualquer ocupação ou emprego que lhe prejudi-que a saúde ou a educação ou prejudi-que interfira em seu desenvolvimento físico, mental ou moral.

PRINCÍPIO 10.

A criança gozará proteção contra atos que pos-sam suscitar discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza.

Criar-se-á num ambiente de compreensão, de tolerância, de amizade entre os povos, de paz e de fraternidade universal e em plena consciência que seu esforço e aptidão devem ser postos a ser-viço de seus semelhantes.

841ª reunião plenária de 20 de novembro de 1959

CONVENÇÃO SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA (NOVA YORK, 1989)

(Proclamada pela Resolução da Assembleia Geral das Nações nº 44/25, de 20/11/1989; aprovada pelo Decreto

Legislativo nº 28 de 14/9/1990 e promulgada pelo Decreto nº 99.710, de 21/11/1990)

Preâmbulo

Os Estados-Partes da presente Convenção, con-siderando que, de acordo com os princípios pro-clamados na Carta das Nações Unidas, a liberdade, a justiça e a paz no mundo se fundamentam no reconhecimento da dignidade inerente e dos di-reitos iguais e inalienáveis de todos os membros da família humana;

Tendo em conta que os povos das Nações Uni-das reafirmaram na carta sua fé nos direitos fun-damentais do homem e na dignidade e no valor da pessoa humana e que decidiram promover o progresso social e a elevação do nível de vida com mais liberdade;

Reconhecendo que as Nações Unidas proclama-ram e acordaproclama-ram na Declaração Universal dos Direi-tos Humanos e nos PacDirei-tos Internacionais de DireiDirei-tos Humanos que toda pessoa possui todos os direitos e liberdades neles enunciados, sem distinção de qualquer natureza, seja de raça, cor, sexo, idioma, crença, opinião política ou de outra índole, origem

nacional ou social, posição econômica, nascimento ou qualquer outra condição;

Recordando que na Declaração Universal dos Direitos Humanos as Nações Unidas proclamaram que a infância tem direito a cuidados e assistência especiais;

Convencidos de que a família, como grupo fun-damental da sociedade e ambiente natural para o crescimento e bem-estar de todos os seus mem-bros, e em particular das crianças, deve receber a proteção e assistência necessárias a fim de poder assumir plenamente suas responsabilidades den-tro da comunidade;

Reconhecendo que a criança, para o pleno e harmonioso desenvolvimento de sua personali-dade, deve crescer no seio da família, em um am-biente de felicidade, amor e compreensão;

Considerando que a criança deve estar plena-mente preparada para uma vida independente na sociedade e deve ser educada de acordo com os ideais proclamados na Cartas das Nações Unidas, especialmente com espírito de paz, dignidade, tolerância, liberdade, igualdade e solidariedade;

Tendo em conta que a necessidade de propor-cionar à criança uma proteção especial foi enun-ciada na Declaração de Genebra de 1924 sobre os Direitos da Criança e na Declaração dos Di-reitos da Criança adotada pela Assembleia Geral em 20 de novembro de 1959, e reconhecida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (em particular nos Artigos 23 e 24), no Pacto In-ternacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais (em particular no Artigo 10) e nos es-tatutos e instrumentos pertinentes das Agências Especializadas e das organizações internacionais que se interessam pelo bem-estar da criança;

Tendo em conta que, conforme assinalado na Declaração dos Direitos da Criança, “a criança, em virtude de sua falta de maturidade física e mental, necessita proteção e cuidados especiais, inclusive a devida proteção legal, tanto antes quanto após seu nascimento”;

Lembrando o estabelecido na Declaração so-bre os Princípios Sociais e Jurídicos Relativos à Proteção e ao Bem-Estar das Crianças, especial-mente com Referência à Adoção e à Colocação em Lares de Adoção, nos Planos Nacional e Inter-nacional; as Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça Juvenil (Regras de Pequim); e a Declaração sobre a Proteção da

Mulher e da Criança em Situações de Emergência ou de Conflito Armado;

Reconhecendo que em todos os países do mundo existem crianças vivendo sob condições excepcio-nalmente difíceis e que essas crianças necessitam consideração especial;

Tomando em devida conta a importância das tradições e dos valores culturais de cada povo para a proteção e o desenvolvimento harmonioso da criança;

Reconhecendo a importância da cooperação in-ternacional para a melhoria das condições de vida das crianças em todos os países, especialmente nos países em desenvolvimento;

Acordam o seguinte:

PARTE I

No documento ESTATUTO DACRIANÇA E DOADOLESCENTE (páginas 73-76)