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4. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO EMPÍRICO

4.1. A PRESENTAÇÃO DOS DADOS

4.2.4. I DADE

A tabela 26 contém a sinopse comparativa dos dois grupos definidos para a variável idade: um para os sujeitos entre os 23 e os 48 anos, e o outro para os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos.

Tabela 26 - Sinopse comparativa da variável idade

Temática Categorias/ tipologias (referências)

23 – 48 49 – 73

Parte da atracção favorita

Tipo 1.1: prefere a Igreja (14) Tipo 1.2: prefere o Cemitério

Catacumbal (3)

Tipo 1.1: prefere a Igreja (11) Tipo 1.2: prefere o Cemitério

Catacumbal (1)

Tipo 1.3: não sabe dizer o que prefere

(1)

Parte da atracção menos apreciada

Tipo 2.1: gosta menos da Igreja (1) Tipo 2.2: gosta menos do Cemitério

Catacumbal (2)

Tipo 2.3: gosta menos do Museu (6)

Tipo 2.1: gosta menos da Igreja (2) Tipo 2.2: gosta menos do Cemitério

Catacumbal (2)

Tipo 2.4: não identifica uma

Tipo 2.4: não identifica uma

componente de que tenha gostado menos (8)

menos (9)

Opinião sobre a Igreja

Qualidade de construção (do edifício) Rica (talha dourada)

Impressionante

Qualidade artística do interior Única/ distinta

Interesse nos estilos arquitectónicos Falta informação turística no interior

Opressiva Impressionante Rica (talha dourada)

Qualidade artística do interior Necessita de restauro Única/ distinta

Interesse nos estilos arquitectónicos Opinião sobre o

Cemitério Catacumbal

Interessante

Local tranquilo e agradável Desinteressante Interessante Desinteressante Tipo de Turismo em que a atracção se enquadra

Tipo 5.1: entende que a atracção se

enquadra no Turismo Cultural (8)

Tipo 5.2: entende que a atracção se

enquadra no Turismo Religioso (6)

Tipo 5.3: entende que a atracção se

enquadra no Turismo Histórico (6)

Tipo 5.4: entende que a atracção se

enquadra noutro tipo de turismo (1)

Tipo 5.1: entende que a atracção se

enquadra no Turismo Cultural (4)

Tipo 5.2: entende que a atracção se

enquadra no Turismo Religioso (7)

Tipo 5.3: entende que a atracção se

enquadra no Turismo Histórico (7)

Tipo5.4: entende que a atracção se

enquadra noutro tipo de turismo (1) Percepção da

ligação da atracção com a morte

Tipo 6.1: reconhece a ligação da

atracção com a morte (13)

Tipo 6.2: não reconhece a ligação da

atracção com a morte (4)

Tipo 6.1: reconhece a ligação da

atracção com a morte (6)

Tipo 6.2: não reconhece a ligação da

atracção com a morte (7) Local onde a

ligação da atracção com a morte foi sentida Cemitério Catacumbal Igreja Cemitério Catacumbal Igreja Motivos para a percepção da ligação da atracção com a morte

A visão dos ossos no ossário A presença da morte é inerente ao local.

A visão do retábulo com os Santos Mártires de Marrocos.

A visão dos ossos no ossário

A presença da morte é inerente ao local. A visão do retábulo com os Santos Mártires de Marrocos.

Motivos para a não percepção da ligação da atracção com a morte

Negação/ fuga

Distanciamento em relação ao local

Negação/ fuga.

Hábito de visita a atracções turísticas ligadas à morte

Tipo 10.1: costuma visitar atracções

turísticas ligadas à morte (9)

Tipo 10.1: costuma visitar atracções

Tipo 10.2: não evita estas atracções,

mas a ligação da atracção à morte não é o motivo de visita ou é percebida mais tarde (4)

Tipo 10.3: não visita atracções

turísticas ligadas à morte (4)

Tipo 10.2: não evita estas atracções,

mas a ligação da atracção à morte não é o motivo de visita ou é percebida mais tarde (5)

Tipo 10.3: não visita atracções turísticas

ligadas à morte (4) Atracções turísticas ligadas à morte já visitadas Igrejas Cemitérios Catacumbas Campos de Concentração Casas-museu Ghost-tours Igrejas Cemitérios Catacumbas Campos de Concentração Pertinência da actividade turística em locais de ou associados a morte e sofrimento (Turismo Negro)

Tipo 12.1: entende que os locais de

morte e sofrimento devem ser/já são atracções turísticas (14)

Tipo 12.2: entende que só alguns

locais de morte e sofrimento devem ser atracções turísticas (1)

Tipo 12.3: entende que estes locais

podem ser atracções turísticas, mas só atrairão algumas pessoas (2)

Tipo 12.1: entende que os locais de

morte e sofrimento devem ser/já são atracções turísticas (6)

Tipo 12.2: entende que só alguns locais

de morte e sofrimento devem ser atracções turísticas (2)

Tipo 12.3: entende que estes locais

podem ser atracções turísticas, mas só atrairão algumas pessoas (4)

Tipo 12.4: entende que os locais de

morte e sofrimento não devem ser atracções turísticas (1) Avaliação do papel dos locais de Turismo Negro Educação Assombração Memento Mori Informação Educação Assombração Memento Mori

A análise da tabela 26 permite-nos concluir que, tanto nos sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos, como nos sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos, há uma clara prevalência do tipo 1.1, que tem a Igreja como a parte favorita da atracção. Os sujeitos que preferiram o Cemitério Catacumbal (tipo 1.2) são muito poucos, e encontram-se principalmente entre os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos.

Mais sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos demonstraram não conseguir identificar uma componente da atracção que lhes tenha agradado menos. Os poucos que o fizeram apontaram com igual frequência a Igreja e o Cemitério Catacumbal. O mesmo não acontece entre os sujeitos

com idades entre os 23 e os 48 anos. Embora a maior parte destes sujeitos também não tenha conseguido identificar a parte da atracção que lhe agradou menos, há uma frequência significativa de sujeitos do tipo 2.3 (gosta menos do Museu). Nenhum sujeito com idade entre os 49 e os 73 anos se insere neste tipo.

Foram os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos que referiram a falta de informação turística no interior da Igreja, tendo esta sido a única categoria negativa das que compõem a sua opinião sobre a Igreja. Os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos vêem a Igreja como opressiva e a necessitar de restauro.

Não obstante, a maioria das categorias sobre a Igreja identificadas pelos sujeitos de todas as idades é positiva. Ambos os grupos se mostraram impressionados com a Igreja, referindo a sua riqueza e a qualidade artística do seu interior, e interessados nos estilos arquitectónicos do monumento. A Igreja foi considerada única e distinta por sujeitos de ambas as categorias de idade, mas só os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos admiraram a qualidade de construção do edifício.

A opinião dos sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos sobre o cemitério catacumbal assenta em duas dimensões opostas: interessante/ desinteressante. Os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos têm também essa visão, contudo consideram o Cemitério Catacumbal como um local tranquilo e agradável, pelo que a sua opinião sobre o local é um pouco mais favorável.

No que diz respeito ao tipo de Turismo em que a atracção se enquadra, verificamos que tanto os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos como os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos enquadraram a atracção no Turismo religioso e no Turismo Histórico com a mesma frequência. No entanto, se essa constitui a maioria dos sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos, os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos enquadram com maior frequência a atracção no Turismo Cultural.

A ligação da atracção com a morte é percepcionada de maneira diferente pelos sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos e pelos sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos. Enquanto que há uma clara maioria de sujeitos do tipo 6.1 (reconhece a ligação da atracção com a morte) entre os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos, os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos encontram-se divididos entre reconhecer e não reconhecer a ligação da atracção com a morte, com uma ligeira maioria de sujeitos que a não reconhece.

Não obstante, a ligação da atracção com a morte foi reconhecida tanto na Igreja como no Cemitério Catacumbal por ambos os escalões etários, que apontaram os mesmos motivos para que isso tenha acontecido: a visão dos ossos no ossário e do retábulo com os Santos Mártires de Marrocos, e o facto de considerarem que a presença da morte é inerente aos locais.

Os motivos para a não percepção da ligação da atracção à morte referidos pelos sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos foram a negação ou fuga a essa percepção e o distanciamento em relação ao local. Os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos referiram só o primeiro motivo. No que diz respeito ao hábito de visita a atracções ligadas à morte, encontramos com a mesma frequência em ambos os escalões etários sujeitos do tipo 10.3 (não visita atracções turísticas ligadas à morte). Todavia, o tipo 10.1 (costuma visitar atracções turísticas ligadas à morte) constitui uma maioria entre os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos, enquanto os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos se encontram mais divididos entre esse tipo e o 10.2 (não evita estas atracções, mas a ligação da atracção à morte não é o motivo de visita ou é percebida mais tarde). Em ambos os escalões etários, contudo, a maioria é de sujeitos que visitam atracções turísticas ligadas à morte ou não as evitam.

Os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos referiram já ter visitado mais categorias e atracções turísticas ligadas à morte do que os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos. Ambos os escalões etários identificaram igrejas, cemitérios, catacumbas, e campos de concentração, mas foram só os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos que mencionaram casas-museu e ghost-tours.

A análise da temática “pertinência da actividade turística em locais de ou associados a morte e sofrimento (Turismo Negro)” também revela diferenças de atitude entre os dois escalões etários. A maioria dos sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos é do tipo 12.1, que entende que os locais de morte e sofrimento devem ser/já são atracções turísticas. Já os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos impõem mais condicionantes à actividade turística em locais de Turismo Negro: o tipo 12.1 (entende que os locais de morte e sofrimento devem ser/já são atracções turísticas) continua a ser o mais frequente, mas os tipos 12.3 (entende que estes locais podem ser atracções turísticas, mas só atrairão algumas pessoas) – principalmente – e 12.2 (entende que só alguns locais de morte e sofrimento devem ser atracções turísticas) foram por nós encontrados com significativa frequência entre os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos. Pertence a

este escalão etário o único sujeito que entende que os locais de morte e sofrimento não devem ser atracções turísticas.

Em relação à avaliação do papel dos locais de Turismo Negro, tanto os sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos como os sujeitos com idades entre os 49 e os 73 anos identificam as funções de educação, assombração, e memento mori. No entanto, a função de informação é reconhecida apenas pelos sujeitos com idades entre os 23 e os 48 anos.