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4 ANÁLISE DE DADOS

4.3.2 Dados da operação de crédito e composição do fluxo de caixa do financiamento

De acordo com o nível de relacionamento da empresa com a instituição financeira, o porte da empresa, a localização do empreendimento e o valor do financiamento, seguem as informações burocráticas do credor e os parâmetros utilizados para simulação do fluxo de caixa do financiamento:

a) o estudo da viabilidade do projeto tramitará na metodologia LRP;

b) o percentual utilizado na simulação do financiamento através de recursos do FNE foi fixado em 100%;

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c) a taxa de juros praticada na simulação foi de 11,18% ao ano, com bônus de 15% nos juros cobrados mensalmente, caso exista adimplência do mutuário na liquidação das prestações da operação;

d) foi considerada a tarifa de estruturação de negócio de 1,5% sobre o valor a ser financiado, totalizando R$ 232.658,88;

e) o prazo da operação de crédito foi fixado em 20 anos sem carência, de acordo com preferência da mutuaria;

f) a garantia fora baseada na alienação fiduciária dos próprios equipamentos financiados, para este caso, a empresa já possui seguro empresarial que cobre valor superior ao valor do financiamento. Desta forma, será exigida apenas a inclusão da cláusula beneficiária ao Banco do Nordeste.

Segue abaixo o esquema de amortização e fluxo de caixa do financiamento consolidado por ano, considerando a contratação da operação e desembolso até 01/11/2016. Os detalhamentos mês a mês estão demonstrados no apêndice.

Tabela 5- Esquema de amortização do financiamento por ano – Regime SAC

Ano Amortização Juro Total a Pagar Saldo devedor

15.510.592,00 2016 64.627,47 116.952,76 181.580,23 15.445.964,53 2017 775.529,60 1.384.437,01 2.159.966,61 14.670.434,93 2018 775.529,60 1.313.286,12 2.088.815,72 13.894.905,33 2019 775.529,60 1.242.135,23 2.017.664,83 13.119.375,73 2020 775.529,60 1.174.262,26 1.949.791,86 12.343.846,13 2021 775.529,60 1.099.833,44 1.875.363,04 11.568.316,53 2022 775.529,60 1.028.682,55 1.804.212,15 10.792.786,93 2023 775.529,60 957.531,66 1.733.061,26 10.017.257,33 2024 775.529,60 888.875,91 1.664.405,51 9.241.727,73 2025 775.529,60 815.229,88 1.590.759,48 8.466.198,13 2026 775.529,60 744.078,99 1.519.608,59 7.690.668,53 2027 775.529,60 672.928,10 1.448.457,70 6.915.138,93 2028 775.529,60 603.489,56 1.379.019,16 6.139.609,33 2029 775.529,60 530.626,32 1.306.155,92 5.364.079,73 2030 775.529,60 459.475,43 1.235.005,03 4.588.550,13 2031 775.529,60 388.324,54 1.163.854,14 3.813.020,53 2032 775.529,60 318.103,20 1.093.632,80 3.037.490,93 2033 775.529,60 246.022,75 1.021.552,35 2.261.961,33 2034 775.529,60 174.871,86 950.401,46 1.486.431,73 2035 775.529,60 103.720,97 879.250,57 710.902,13 2036 710.902,13 32.716,85 743.618,99 0,00

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O fluxo de caixa do financiamento considerou como entradas o recebimento dos recursos financiado pelo banco e os valores mensais referentes ao benefício fiscal que permite a redução no IR pago a partir da dedução dos juros pagos no financiamento. E, a composição das saídas foi realizada a partir da tarifa de estruturação de negócio paga antes do desembolso, das amortizações e dos juros pagos de forma mensal.

Tabela 6- Fluxo de caixa do financiamento consolidado por ano

2016 2017 2018

(+) Entrada de Financiamento 7.772.838,91 7.962.961,55 196.992,92

Recebimento de empréstimo 7.755.296,00 7.755.296,00 0,00

Beneficio tributário juros 17.542,91 207.665,55 196.992,92

(-) Saídas de financiamento 414.239,11 2.159.966,61 2.088.815,72

Pagamento de tarifa 232.658,88 0,00 0,00

Pagamento de amortização 64.627,47 775.529,60 775.529,60

Pagamento de juros 116.952,76 1.384.437,01 1.313.286,12

(=) Resultado das atividades de

financiamento 7.358.599,81 5.802.994,94 (1.891.822,80)

2019 2020 2021

(+) Entrada de Financiamento 186.320,28 176.139,34 164.975,02

Recebimento de empréstimo 0,00 0,00 0,00

Beneficio tributário juros 186.320,28 176.139,34 164.975,02

(-) Saídas de financiamento 2.017.664,83 1.949.791,86 1.875.363,04

Pagamento de tarifa 0,00 0,00 0,00

Pagamento de amortização 775.529,60 775.529,60 775.529,60

Pagamento de juros 1.242.135,23 1.174.262,26 1.099.833,44

(=) Resultado das atividades de

financiamento (1.831.344,54) (1.773.652,52) (1.710.388,03)

2022 2023 2024

(+) Entrada de Financiamento 154.302,38 143.629,75 133.331,39

Recebimento de empréstimo 0,00 0,00 0,00

Beneficio tributário juros 154.302,38 143.629,75 133.331,39

(-) Saídas de financiamento 1.804.212,15 1.733.061,26 1.664.405,51

Pagamento de tarifa 0,00 0,00 0,00

Pagamento de amortização 775.529,60 775.529,60 775.529,60

Pagamento de juros 1.028.682,55 957.531,66 888.875,91

(=) Resultado das atividades de

financiamento (1.649.909,77) (1.589.431,51) (1.531.074,12)

2025 2026 2027

(+) Entrada de Financiamento 122.284,48 111.611,85 100.939,21

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Beneficio tributário juros 122.284,48 111.611,85 100.939,21

(-) Saídas de financiamento 1.590.759,48 1.519.608,59 1.448.457,70

Pagamento de tarifa 0,00 0,00 0,00

Pagamento de amortização 775.529,60 775.529,60 775.529,60

Pagamento de juros 815.229,88 744.078,99 672.928,10

(=) Resultado das atividades de

financiamento (1.468.475,00) (1.407.996,74) (1.347.518,48)

2028 2029 2030

(+) Entrada de Financiamento 90.523,43 79.593,95 68.921,31

Recebimento de empréstimo 0,00 0,00 0,00

Beneficio tributário juros 90.523,43 79.593,95 68.921,31

(-) Saídas de financiamento 1.379.019,16 1.306.155,92 1.235.005,03

Pagamento de tarifa 0,00 0,00 0,00

Pagamento de amortização 775.529,60 775.529,60 775.529,60

Pagamento de juros 603.489,56 530.626,32 459.475,43

(=) Resultado das atividades de

financiamento (1.288.495,72) (1.226.561,97) (1.166.083,71)

2031 2032 2033

(+) Entrada de Financiamento 58.248,68 47.715,48 36.903,41

Recebimento de empréstimo 0,00 0,00 0,00

Beneficio tributário juros 58.248,68 47.715,48 36.903,41

(-) Saídas de financiamento 1.163.854,14 1.093.632,80 1.021.552,35

Pagamento de tarifa 0,00 0,00 0,00

Pagamento de amortização 775.529,60 775.529,60 775.529,60

Pagamento de juros 388.324,54 318.103,20 246.022,75

(=) Resultado das atividades de

financiamento (1.105.605,45) (1.045.917,32) (984.648,94)

2034 2035 2036

(+) Entrada de Financiamento 26.230,78 15.558,15 4.907,53

Recebimento de empréstimo 0,00 0,00 0,00

Beneficio tributário juros 26.230,78 15.558,15 4.907,53

(-) Saídas de financiamento 950.401,46 879.250,57 743.618,99

Pagamento de tarifa 0,00 0,00 0,00

Pagamento de amortização 775.529,60 775.529,60 710.902,13

Pagamento de juros 174.871,86 103.720,97 32.716,85

(=) Resultado das atividades de

financiamento (924.170,68) (863.692,43) (738.711,46)

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4.4 Adequação a normas, leis e tributação

A micro e minigeração distribuída de energia, criada por meio da Resolução ANEEL nº 482/2012 e alterada pela Resolução ANEEL nº 687/2015, consiste na possibilidade de uma unidade consumidora de energia elétrica, como uma residência ou um estabelecimento comercial ou industrial, adquirir pequeno sistema de geração de energia e passar a gerar sua própria energia elétrica. O sistema é interligado à rede de energia elétrica, e o que é produzido passa a compensar o que é consumido.

Segundo artigo 2º da Resolução Normativa Nº 482 no formato compilado, a classificação do sistema fotovoltaico proposto enquadra-se na minigeração distribuída, uma vez que a potência instalada é menor que 3 MW e maior que 75 kW.

Art. 2º Para efeitos desta Resolução, ficam adotadas as seguintes definições:

II - minigeração distribuída: central geradora de energia elétrica, com potência instalada superior a 75 kW e menor ou igual a 3 MW para fontes hídricas ou menor ou igual a 5 MW para cogeração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, ou para as demais fontes renováveis de energia elétrica, conectada na rede de distribuição por meio de instalações de unidades consumidoras;

III - sistema de compensação de energia elétrica: sistema no qual a energia ativa injetada por unidade consumidora com microgeração ou minigeração distribuída é cedida, por meio de empréstimo gratuito, à distribuidora local e posteriormente compensada com o consumo de energia elétrica ativa (REN ANEEL 687, de 24.11.2015).

Também segundo artigo 2º da Resolução Normativa Nº 482, o empreendimento com múltiplas unidades consumidoras, desde que tenham utilização da energia elétrica de forma independente, constituindo unidades consumidoras autônomas, podem usufruir da geração elétrica do SFCR a partir do autoconsumo remoto. Para tal, o empreendimento deverá comprovar mediante instrumento jurídico que comprove o compromisso de solidariedade entre os integrantes.

Porém, de acordo com o artigo 6º, a compensação da energia injetada no sistema de distribuição pela unidade consumidora será cedida a título de empréstimo gratuito à distribuidora, podendo o crédito ser utilizado por um prazo de até 60 meses.

Para o procedimento de compensação, ocorrerá o cálculo mediante o custo tarifário na hora da geração e o custo tarifário na hora do consumo, devendo, conforme Resolução Normativa nº 414, de 2010, a fatura dos consumidores que possuem microgeração ou minigeração distribuída deve conter, a cada ciclo de faturamento, incluída pela REN ANEEL 687, de 24.11.2015:

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a) a informação da participação da unidade consumidora no sistema de compensação de energia elétrica;

b) o saldo anterior de créditos em kWh;

c) a energia elétrica ativa consumida, por posto tarifário; d) a energia elétrica ativa injetada, por posto tarifário;

e) o histórico da energia elétrica ativa consumida e da injetada nos últimos 12 ciclos de faturamento;

f) o total de créditos utilizados no ciclo de faturamento, discriminados por unidade consumidora;

g) o total de créditos expirados no ciclo de faturamento; h) o saldo atualizado de créditos; e

i) a próxima parcela do saldo atualizado de créditos a expirar e o ciclo de faturamento em que ocorrerá.

Conforme artigo 3º da mesma Resolução, as distribuidoras devem se adequar para viabilizar o acesso de microgeração e minigeração distribuída, utilizando como referência os Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional – PRODIST, as normas técnicas brasileiras e, de forma complementar, as normas internacionais.

Para atendimento da legislação e normas, todo processo burocrático pelo qual a implantação do SFCR deve ser submetida, estará entre os deveres da empresa responsável pelo dimensionamento e instalação do sistema proposto, estando custos inclusos no contrato firmado entre o hotel e a contratada.

A tributação da energia foi analisada na perspectiva do consumo e da geração. Sob o consumo é tributado o ICMS com a alíquota de 27% no Estado do Ceará. Os tributos federais são o PIS, com alíquota de 1,65%; e a COFINS, com alíquota de 7,6%, apuradas de forma não cumulativa sobre o total líquido entre a receita bruta da distribuidora e determinados abatimentos permitidos em bases legais. Isso equivale a dizer que as distribuidoras passaram a deduzir o PIS e a COFINS pagos sobre os custos ou despesas da energia adquirida para revenda ao consumidor para o mês em questão, pois os percentuais desses tributos são divulgados mensalmente pelas respectivas companhias de energia elétrica. Sendo assim, a alíquota média do PIS e da COFINS variará de acordo com o volume de créditos apurados mensalmente pela concessionária do consumidor, o que proporcionará, a termos percentuais, alíquotas diferentes para cada mês desses tributos federais. O tributo municipal, a Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública (CIP), é calculado de acordo

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com a classe consumidora e o consumo, incidindo somente sobre o consumo. Para a empresa objeto de estudo, o valor fica fixado em R$ 332,59 para 2016.

Sob a geração, todos os tributos estão isentos: o ICMS foi isentado em 2015 pelo CONFAZ (Conselho Nacional da Política Fazendária - Ministério da Fazenda) através do Ajuste SINIEF 2; o PIS e a COFINS, o Governo Federal, através da Lei n° 13.169, isentou o PIS e COFINS a energia solar injetada na rede.

Todos os tributos já estão sendo considerados na tarifa do kWh utilizada para composição dos fluxos de caixa.

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