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Marconi e Lakatos (1995, p. 155) definem pesquisa como “um procedimento formal, com método de pensamento reflexivo, que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais”.

Lakatos (2010) exprime que a metodologia científica objetiva a demonstração minuciosa dos passos que irão ocorrer conforme a realização do trabalho proposto, permitindo a compreensão das atividades necessárias à obtenção das respostas ao problema apontado.

Sinteticamente, esta seção explorara a metodologia utilizada para elaboração deste estudo, a qual pode ser resumida nos seguintes tópicos:

a) o tipo de pesquisa utilizado; b) os dados obtidos;

c) a forma de obtenção dos dados;

d) a forma de tratamento e análise dos dados.

Conforme Gil (2008), os tipos de pesquisa podem ser classificados quanto aos objetivos: pesquisa exploratória, pesquisa descritiva e pesquisa explicativa; e quanto aos procedimentos técnicos: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, levantamento, estudo de campo, estudo de caso e pesquisa-ação.

Desta forma, quanto aos objetivos, a pesquisa realizada neste estudo pode ser classificada como descritiva.

Segundo Barros e Lehfeld (2007), na pesquisa descritiva realiza-se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos sem a interferência do pesquisador.

Perovano (2014) exprime que o processo descritivo visa à identificação, registro e análise das características, fatores ou variáveis que se relacionam com o processo em questão. Após a coleta de dados, neste tipo de pesquisa, é realizada a análise das relações entre as variáveis para verificar os efeitos resultantes em um produto, sistema produtivo ou empresa.

Para Parra Filho e Santos (2011), na pesquisa descritiva, sempre está presente duas das três seguintes características:

a) espontaneidade – o pesquisador não interfere na realidade; b) naturalidade – os fatos são estudados no seu habitat natural; e

c) amplo grau de generalização – as conclusões levam em conta o conjunto de variáveis que podem possuir correlação com o objeto da investigação.

Quanto aos procedimentos técnicos, conforme mencionado anteriormente, foram utilizados a pesquisa bibliográfica – desenvolvida com base em livros, artigos, teses,

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monografias, revistas e notícias; e o estudo de caso – o qual consistiu em um estudo de objetos que permitiu o detalhamento do conhecimento necessário à análise.

A pesquisa bibliográfica, de acordo com Cervo e Bervan (1983), explana um problema à luz da teoria já documentada, podendo ser realizada de forma independente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Nos dois casos, existe a busca pela análise e conhecimento das contribuições culturais ou científicas sobre determinado assunto, tema ou problema.

A essência de um estudo de caso, segundo Schramm (1971 apud YIN, 2005, p. 31), “é que ela tenta esclarecer uma decisão ou conjunto de decisões: o motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais resultados”. Consoante Justa (2013), o estudo de caso é importante por trazer à tona o que ocorre na prática, criando a oportunidade para relativizar com a teoria.

Segundo Yin (2005 apud CRUZ, 2013, p. 33),

A entrevista é uma das formas mais importantes de fontes de informação para um estudo de caso, pois embora se esteja seguindo uma linha consistente de investigação, o fluxo real de questões nas entrevistas de estudo de caso é fluido ao invés de rígido.

Desta forma, as fontes, os dados a serem tradados e analisados, a forma de obtenção dos dados e as metodologias utilizadas foram as seguintes:

a) hotel: breve histórico da empresa, consumo de energia, despesa com energia, índice de atratividade de investimento e informações sobre apuração de tributos – dados obtidos de forma direta, em entrevista semiestruturada com o

controller e outros funcionários da controladoria do hotel. Também foram

realizadas consultas a documentos da empresa, tais como relatórios da controladoria e contas de energia;

b) Banco do Nordeste do Brasil S.A.: condições para financiamento a partir do programa FNE SOL, taxa de juros, regime de amortização, tarifas relacionadas ao crédito e condições para desembolso – dados obtidos de forma direta, em entrevista semiestruturada com gerente de negócio do banco;

c) Portal SOLAR, portal virtual que presta consultoria para implantação de matrizes fotovoltaicas: noção de orçamento e dimensionamento do sistema fotovoltaico - dados obtidos de forma direta, em simulador disponibilizado no portal;

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d) COELCE: classes tarifárias e informações sobre o custo de disponibilidade - dados obtidos de forma direta, no site da empresa, e indireta, mediante pesquisa baseada em trabalhos acadêmicos; e

e) ANEEL: legislação, normatização da geração de energia elétrica através da tecnologia fotovoltaica e relatórios com histórico de consumo e médias tarifárias por setor econômico e região do país - dados obtidos de forma direta, estudos e relatórios disponibilizados no site da ANEEL, e de forma indireta, mediante pesquisa baseada em leis, resoluções, circulares, cartas-circulares, trabalhos acadêmicos e documentos, todos na forma digital.

De acordo com Souza, Fialho e Antoni (2007 apud JUSTA, 2013, p. 33), “a documentação direta refere-se à coleta no local onde estudo é realizado e a documentação indireta utiliza de documentos suportes para a análise dos dados”.

Os dados quantitativos obtidos foram organizados e tratados em planilhas no Excel de forma a atender a adequação de análise exigida pelo referencial teórico.

Os dados históricos de consumo de eletricidade foram analisados em um horizonte de quatro anos (de julho de 2012 a junho de 2016) para embasar a média mensal em kWh utilizada no cálculo da despesa mensal.

Já, para efeito de análise financeira, foi considerado o tempo de 25 anos como a vida útil do projeto. O período foi estimado de acordo com o tempo necessário para a perda de eficiência de 20% dos painéis fotovoltaicos e o prazo médio de garantia dos fabricantes. Os fabricantes garantem 90% da potência até 12 anos e 80% em 25 anos.

Para considerar a redução da eficiência das placas de forma conservadora, a geração de energia em kWh fora ajustada com a dedução de 1 ponto percentual por ano, chegando ao final dos 25 anos com uma eficiência produtiva de 76%.

Foi calculado o fluxo de caixa sem a implantação do projeto (FCSP), o fluxo de caixa considerando a implantação do projeto (FCCP) e o fluxo de caixa incremental (FCI).

O FCSP considera apenas a projeção da despesa com energia, pois esta é a única variável impactada com variações após a possível implantação do projeto.

O FCCP foi composto a partir da soma dos seguintes itens: desembolso dos valores de aquisição e todos os custos englobados na implantação do sistema fotovoltaico; saldo resultante da diferença entre produção e consumo de energia elétrica, incluindo tributos e tarifas; diferenças tributárias a pagar proporcionadas pela redução nas despesas, logo, aumento na base de cálculo do IR e CSLL; tarifa mínima paga à COELCE (custo de disponibilidade) mais CIP; benefício tributário no IR a partir da depreciação, para este fim,

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fora considerada a taxa de depreciação de 4% ao ano; e valores referentes ao financiamento junto ao BNB (recebimento do recurso do FNE Sol, pagamento de tarifas e parcelas, e benefício no IR ocasionado pelo pagamento de juros).

O fluxo de caixa incremental foi composto a partir da diferença entre o fluxo com implantação do projeto e o fluxo de caixa sem implantação do projeto.

Sendo assim, com os dados organizados de forma a gerar informações necessárias ao estudo de caso, pôde-se chegar à conclusão do estudo, permitindo o aprofundamento do conhecimento e solucionando a problemática proposta no trabalho, o que consuma a aderência entre a pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

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4 ANÁLISE DE DADOS

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