5 RESULTADOS
5.2 DADOS DOS USUÁRIOS DOS SERVIÇOS DE ÁGUA E ESGOTO
As informações, relativas aos tipos de usuários e proporções de atendimento
dos serviços de água e esgoto - foram obtidas diretamente das prestadoras de
serviços SAMAE, CAB e SANEPAR – e demonstram as situações dos municípios no
ano de 2015 e a proporção de esgoto coletado no período de 2010 a 2015.
Desta forma, a distribuição das diferentes classes de consumo, nos
municípios e as coberturas dos serviços são demonstradas na TABELA 4, pelo
número de economias atendidas com abastecimento de água; enquanto a TABELA
5 registra o número de economias atendidas por rede de esgotamento sanitário. A
diferença entre estas coberturas foi calculada e pode ser avaliada através da
TABELA 6.
TABELA 4 – NÚMERO DE ECONOMIAS ABASTECIDAS COM ÁGUA, NA ÁREA URBANA.
Município / Tipo Usuário Residencial (unidades) (unidades) Comercial (unidades) Industrial (unidades) Util. Públ. Pod. Públic. (unidades) (unidades) Total
Antonina 6.182 349 14 - 67 6.612 Paranaguá 35.820 2.392 16 - 322 38.550 Guaratuba 22.639 1.060 18 126 130 23.973 Matinhos 30.333 1270 19 115 114 31.851 Pontal do Paraná 26.011 1.077 15 91 110 27.304 Guaraqueçaba 857 54 1 25 35 972 Morretes 4.247 356 8 61 64 4.736
FONTE: a Autora, a partir dos dados do ano 2015, recebidos de SAMAE, CAB e SANEPAR.
TABELA 5 – NÚMERO DE ECONOMIAS COM ESGOTO COLETADO, NA ÁREA URBANA.
Município / Tipo Usuário Residencial (unidades) (unidades) Comercial (unidades) Industrial (unidades) Util. Públ. Pod. Públic. (unidades) (unidades) Total
Antonina 86 0 0 - 0 86 Paranaguá 19.477 2.372 3 - 293 22.145 Guaratuba 17.659 884 13 76 94 18.726 Matinhos 14.511 807 4 32 54 15.408 Pontal do Paraná 6.617 359 0 9 21 7.006 Guaraqueçaba 764 51 1 18 33 867 Morretes 2.464 296 2 35 44 2.841
FONTE: a Autora, a partir dos dados do ano 2015, recebidos de SAMAE, CAB e SANEPAR.
A avaliação dos números registrados nas tabelas 4 e 5 torna clara a
diferença entre os serviços de água e esgotamento sanitário. O déficit no
atendimento por rede de esgotamento é apresentado pela TABELA 6.
TABELA 6 – PORCENTAGEM DE ECONOMIAS COM ESGOTO COLETADO – ÁREA URBANA Município / Tipo Usuário Residencial (%) Comercial (%) Industrial (%) Util. Públ. (%) Pod. Públic. (%) Total (%)
Antonina 1,4 0,0 0,0 - 0,0 1,3 Paranaguá 54,4 99,2 18,8 - 91,0 57,4 Guaratuba 78,0 83,4 72,2 60,3 72,3 78,1 Matinhos 47,8 63,5 21,1 27,8 47,4 48,4 Pontal do Paraná 25,4 33,3 0,0 9,9 19,1 25,7 Guaraqueçaba 89,1 94,4 100,0 72,0 94,3 89,2 Morretes 58,0 83,1 25,0 57,4 68,8 60,0
FONTE: a Autora, a partir dos dados do ano 2015, recebidos de SAMAE, CAB e SANEPAR.
Verifica-se que a pior situação do serviço de esgotamento encontra-se em
Antonina – com 86 unidades residenciais atendidas pela rede de esgoto -, onde o
esgotamento ocorre em apenas 1,3% do total de 6.612 economias atendidas pelo
abastecimento de água, ou seja, 6.526 economias recebem água e não tem o
serviço de esgotamento..
Paranaguá apresenta o atendimento de 57,4% relativo ao total de
economias, mas a situação é mais crítica ao se observar que das unidades
industriais apenas 18,8% destinam o esgoto para a rede de captação e de 35.820
unidades residenciais – atendidas com abastecimento de água – apenas 19.477
unidades residenciais tem o serviço de esgotamento (54,4%).
Considerando as áreas urbanas - Guaratuba e Guaraqueçaba registram as
melhores condições de atendimento por rede de esgoto - Guaratuba com
porcentagens de 60,3 a 78,0% das economias com abastecimento de água são
ligadas à rede de esgotamento.
O caso de Guaraqueçaba indica taxas de 72,0 a 100,0% de atendimento,
mas esta situação é relativa a área apenas da região urbana.
Em número de economias não atendidas por rede de esgoto, Matinhos -
com 16.443 economias sem esgotamento - se equipara à Paranaguá 16.405 não
atendidas.
Pontal do Paraná, tem situação precária ao registrar taxas baixíssimas:
0,0% das 15 economias industriais; 9,9% das de utilidade pública – resultando 82
sem rede de esgoto - ; 19,1% do poder público – significando que outras 89
economias não tem esgotamento -; apenas 25,4% das residencias atendidas –
sendo as demais 19.394 sem rede coletora -; e finalmente 33,3% das economias do
tipo comercial ligadas à rede – representando 718 comércios sem ligação de esgoto.
Ainda, a TABELA 6 indica as taxas de Morretes variando entre 25,0% para
as economias industriais e 83,1% para as comerciais, resultando em atendimento
médio de 60,0% das economias do município.
Além da avaliação a partir do número de economias, a observação pode se
dar verificando-se, conforme registro apresentado pela TABELA 7, a relação entre a
extensão da Rede de Coleta de Esgoto (RCE) em relação à Rede de Distribuição de
Água (RDA).
TABELA 7 – COBERTURA DA REDE COLETORA DE ESGOTO (RCE) EM RELAÇÃO À REDE DE
DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA (RDA)
Município Extensão RDA (km73) Extensão RCE (km) Cobertura da RCE relativo RDA (%)
Antonina 150.000 555 0,4 Paranaguá 577.506,00 312.640,12 54,1 - Alexandra 35.557,97 0,00 0,0 - Ilha do Mel 13.963,68 0,00 0,0 Guaratuba 345.926 297.804 86,1 Matinhos 327.169 169.878 51,9 Pontal do Paraná 399.278 130.348 32,6 Guaraqueçaba 26.752 23.444 87,6 Morretes 114.208 114.208 100,0
FONTE: a Autora, a partir dos dados do ano 2015, recebidos de SAMAE, CAB e SANEPAR.
A TABELA 7 demonstra, segundo os dados relativos ao ano 2015, que
considerando a extensão das redes em quilômetros, que em Antonina a cobertura
de esgoto atende a apenas 0,4% da extensão da rede de distribuição de água.
A CAB Águas de Paranaguá forneceu os dados referentes à área urbana de
Paranaguá, à Alexandra (área rural) e à Ilha do Mel. Sendo assim, é possível
observar que, no município de Paranaguá: a área urbana tem cobertura de 54,1%;
já em Alexandra e Ilha do mel não há registro de rede de coleta de esgoto, apesar
das grandes extensões de rede distribuição de água em Alexandra 35.557,97 km e
na Ilha do Mel 13.963,68 km, todas sem coleta de esgoto.
Novamente, tanto quanto indicado pelas economias sem ligação de esgoto,
Pontal do Paraná apresenta condição de baixa cobertura – com extensão de
apenas 32,6% relativa à rede de distribuição de água. Enquanto Matinhos tem
cobertura de 51,9%.
73 Km – unidade de medida em quilômetros, indica a extensão, ou seja, o comprimento total de
A implantação dos sitemas de coleta de esgoto pode ser acompanhada
através da TABELA 8, que - com excessão de Antonina (dados não recebidos) –
apresenta as porcentagens de esgoto coletado, relativas ao volume de água
distribuído.
TABELA 8 – PORCENTAGEM DO VOLUME DE ESGOTO COLETADO EM RELAÇÃO AO VOLUME
DE ÁGUA DISTRIBUIDO NOS ANOS DE 2010 A 2015. Esgoto coletado e tratado (%) 2010 2011 2012 2013 2014 2015 Antonina - - - - Paranaguá - 30,6 24,7 29,8 48,8 83,6 Guaratuba 53,2 54,7 54,2 55,9 70,6 78,3 Matinhos 47,5 49,0 50,1 51,5 52,2 52,3 Pontal do Paraná 23,2 23,6 23,8 23,8 23,7 24,0 Guaraqueçaba 94,0 92,1 91,5 88,7 91,0 91,0 Morretes 54,5 55,1 53,6 54,4 63,6 62,7
FONTE: a Autora, a partir dos dados do ano 2015, recebidos de SAMAE, CAB e SANEPAR
Desta forma, verifica-se que o sistema de captação de esgoto de Paranaguá
apresentou, em 2015, um incremento de 48,8% para 83,6% de esgoto coletado;
Guaratuba aumentou de 55,9% para 70,6% em 2014 e para 78,3% em 2015;
Matinhos não registrtou muita variação na faixa de 50,0 a 52,3% de esgoto
coletado; Pontal do Paraná com a menor taxa de coleta mantida no máximo de
24,0% desde 2010 até 2015, e bem abaixo dos volumes coletados nos demais
municípios. A proporção de coleta em Guaraqueçaba - na área urbana – iniciou em
94,0% e com pequenas variações chega em 2015 a 91,0%; e Morretes - também
sem muitas alterações - registra um leve aumento de 54,4% para 63,6% em 2014.
Segundo informações recebidas em entrevista
74, os incrementos registrados em
Guaratuba e Morretes foram resultado da ampliação das redes – por investimentos
obtidos através da FUNASA – efetuada a partir de 2013.
As deficiências - no número de economias ligadas à rede coletora de esgoto;
na baixa extensão da rede coletora; e no volume de esgoto tratado - destacam as
piores taxas de Pontal do Paraná. Verifica-se – no período de 2010 a 2015 – que o
volume de esgoto coletado e tratado refere-se a apenas 23,2% a 24,0% do volume
total de água distribuido, ou seja, 76,0% do esgoto não é tratado. Desta forma, a
74 SANEPAR entrevista com Eng. Civil Pedro Paulo Pereira Junior, responsável pelo setor de operação