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SUMÁRIO

2 CARACTERIZAÇÃO DA BASE SOCIOECONÔMICA DE SANTA CATARINA NOS DOCUMENTOS

2.1.1 Dados gerais e econômicos

O Estado de Santa Catarina fica localizado na região Sul do Brasil, da qual fazem parte também os Estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. Possui um território de 95.346 km2, com clima subtropical e uma superfície composta por algumas regiões com grandes ondulações e outras formadas por planícies. O Estado tem uma população estimada em 6.2 milhões de habitantes e uma densidade populacional de 62,5 hab/km2, porém a distribuição da população em SC apresenta regiões com maior concentração que outras. Conforme o último censo demográfico do IBGE (2012), 82% da população vive em zonas urbanas e 18% em áreas rurais. O Estado ocupa, no âmbito nacional, o quarto lugar em desenvolvimento econômico e renda per capita, apresentando um IDH de 0.84, o segundo melhor do país (abaixo somente do Distrito Federal).

Com relação ao ponto de vista geográfico, o IBGE realiza uma série de divisões territoriais internas do Estado de Santa Catarina; tais distinções estão conformadas por mesorregiões, microrregiões e municípios. Dessa forma, o território catarinense é composto por seis mesorregiões (Grande Florianópolis, Vale do Itajaí, Sul Catarinense, Norte Catarinense, Região Serrana e Oeste Catarinense), vinte microrregiões e duzentos e noventa e cinco municípios. A divisão do Estado em mesorregiões e microrregiões está ilustrada na figura 1.

Ao se abordar a configuração econômica do Estado, cruzando as variáveis “setores da economia” e “localização espacial”, é possível distinguir, por meio dos dados, a existência de uma polarização territorial elemento que dá base para que se pense na existência de uma “especialização localizada” de diferentes bases produtivas, conforme diferentes pontos do território do Estado catarinense. A relação entre a divisão geográfica do Estado de SC e o aporte que as diferentes mesorregiões fizeram no ano 2012 ao PIB de SC7 está expressa na tabela

1.

7 Os dados institucionais mais atuais publicados pelo IBGE, por processos de controle internos do próprio Instituto, datam do ano 2012.

Figura 1 – Mapa das Mesorregiões e Microrregiões de Santa Catarina

Tabela 1 – Aportes das mesorregiões para os setores da economia em Santa Catarina - 2012.

MESORREGIÃO INDÚSTRIA (VAB (1), R$) AGROPEGUÁRIA (VAB, R$) COMÉRCIO E SERVIÇOS (VAB, R$) Vale do Itajaí 13.499.320,09 873.208,42 28.821.722,20 Norte Catarinense 14.832.020,41 978.676,52 18.858.854,73 Grande Florianópolis 4.968.099,24 317.456,54 17.023.645,74 Oeste Catarinense 8.148.430,45 2.575.131,03 14.223.147,20 Sul Catarinense 6.897.662,92 809.082,69 10.040.257,48 Notas: (1) Valor Agregado Bruto.

Fonte:<http://www.deepask.com/goes?page=santa-catarina-Confira-a-participacao- dos-setores-da-economia-no-PIB---Produto-Interno-Bruto---do-seu-estado>. Acesso em: 10 abr. 2015.

Mesmo o setor de comércio e serviços se apresentando como o de maior aporte em todas as mesorregiões, é visível a presença de algumas características distintivas. As mesorregiões Norte, Vale do Itajaí e Sul Catarinense apresentam um forte aporte da indústria. A mesorregião Oeste comporta o maior aporte estadual do setor agropecuário, ao passo que a mesorregião Serrana é a que menor aporte faz ao PIB estadual em todos os setores da economia.

De acordo com informe da FIESC, apresentado no ano 2014, a economia industrial do Estado apresenta concentração em diversos polos (Sul, Oeste, Norte, Serrana, Grande Florianópolis, Vale do Itajaí). Entretanto, a mesma FIESC, com respeito aos setores ou ramos da indústria, destaca o aporte no ano 2013, principalmente o do setor alimentar, como o mais representativo da economia industrial do Estado. Santa Catarina é o maior produtor nacional de suínos e o terceiro de frangos. Em seguida, a indústria têxtil e do vestuário constituem o segundo polo de maior destaque no país. Ainda de acordo com o informe, os produtos de maior valor agregado, como os produzidos pelo setor metalmecânico, a indústria de telecomunicações, aeronáutica e automotiva se desenvolvem atualmente no Estado. Na figura 2, é possível observar a concentração desses polos industriais e sua localização espacial no território catarinense.

Figura 2 – Principais concentrações industriais nas regiões de Santa Catarina

Entretanto, ao nos questionarmos sobre a existência de padrões nos diferentes setores da economia, e a sua participação no PIB estadual, foi realizada uma periodização que permitisse visualizar a participação dos diferentes setores no PIB estadual. Estes se mostram na tabela 2.

Tabela 2 – Participação dos diferentes setores produtivos no PIB de Santa Catarina, 2004-2011

Nota: conforme dados de IBGE e SPG/DEGE/Gerência de Estatística. Fonte: FIESC (2014).

Considerando os dados fornecidos na tabela 2, é possível inferir a existência de polos territoriais caracterizados por especializações produtivas no Estado de Santa Catarina, no qual a produção estadual se encontra especializada e polarizada em diferentes territórios. Ao se analisar a dinâmica econômica do Estado, percebem-se algumas características que apontam qual o modelo de desenvolvimento vem sendo assumido para SC, e como isso compõe um movimento maior no que concerne à divisão internacional do trabalho:

a) Existem diferenciações e especializações nas bases produtivas das mesorregiões catarinenses, fato que leva à descompassos no dinamismo econômico estadual, sendo as mesorregiões Norte e Vale do Itajaí aquelas que apresentam maior dinâmica no Estado;

b) A balança comercial do Estado apresenta maior peso nas exportações de produtos com escasso ou nenhum valor agregado, ou seja, produtos de origem majoritariamente agrícola, ligados à agroindústria e/ou com pouco processo de industrialização. Por sua vez, as importações se caracterizam por produtos que requerem maior valor agregado, percebendo-se assim que o Estado, ainda que conte com polos industriais, não produz bens de capital, e sim produtos de base, intermediários e de consumo.

c) Com relação ao estudo referente à origem do capital das empresas que mais movimentação apresentaram na balança comercial, é possível observar a forte presença de capital multinacional, principalmente quanto às empresas que maior movimentação apresentaram nas exportações do Estado.