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DECRETO-LEI Nº 1.413, DE 14 DE AGOSTO DE 1975 58

No documento Legislação brasileira sobre meio ambiente (páginas 66-102)

Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por atividades industriais.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o ar- tigo 55, item I, e tendo em vista o disposto no artigo 8º, item XVII, alínea c, da Constituição, decreta:

Art. 1º As indústrias instaladas ou a se instalarem em território nacional são obrigadas a promover as medidas necessá- rias a prevenir ou corrigir os inconvenientes e prejuízos da poluição e da contaminação do meio ambiente.

Parágrafo único. As medidas a que se refere este artigo serão definidas pelos órgãos federais competentes 59, no interesse do

bem-estar, da saúde e da segurança das populações.

Art. 2º Compete exclusivamente ao Poder Executivo Federal, nos casos de inobservância do disposto no artigo 1º deste decreto-lei, determinar ou cancelar a suspensão do funcionamento de estabelecimento industrial cuja atividade seja considerada de alto interesse do desen- volvimento e da segurança nacional.

Art. 3º Dentro de uma política preventiva, os órgãos gestores de incentivos governamentais considerarão sempre a necessidade de não agravar a situação de áreas já críti- cas, nas decisões sobre localização industrial.

Art. 4º Nas áreas críticas, será adotado esquema de zoneamen- to urbano, objetivando, inclusive, para as situações

58 Publicado no Diário Oficial da União de 14 de agosto de 1975. Texto aprovado pelo Decreto Legislativo

nº 80, de 23-9-1975.

59 As medidas de prevenção e controle da poluição industrial de que trata este decreto-lei estão definidas no

existentes, viabilizar alternativa adequada de nova localização, nos casos mais graves, assim como, em geral, estabelecer prazos razoáveis para a instalação dos equipamentos de controle da poluição.

Parágrafo único. Para efeito dos ajustamentos necessários, dar- se-á apoio de governo, nos diferentes níveis, inclusive por finan- ciamento especial para aquisição de dispositivos de controle.

Art. 5º Respeitado o disposto nos artigos anteriores, os Esta- dos e Municípios poderão estabelecer, no limite das respectivas competências, condições para o funciona- mento de empresas de acordo com as medidas previs- tas no parágrafo único do artigo 1º.

Art. 6º Este decreto-lei entrará em vigor na data de sua publi- cação, revogadas as disposições em contrário.

Brasília, 14 de agosto de 1975; 154º da Independência e 87º da República. ERNESTO GEISEL Armando Falcão Geraldo Azevedo Henning Sylvio Frota Antonio Francisco de Azeredo da Silveira Mário Henrique Simonsen Dyrceu Araújo Nogueira Alysson Paulinelli Ney Braga Arnaldo Prieto J. Araripe Macedo Paulo de Almeida Machado Severo Fagundes Gomes Shigeaki Ueki João Paulo dos Reis Velloso Maurício Rangel Reis Euclides Quandt de Oliveira Hugo de Andrade Abreu Golbery do Couto e Silva João Baptista de Oliveira Figueiredo Antonio Jorge Correa L. G. do Nascimento e Silva

- LEI Nº 6.803,

DE 2 DE JULHO DE 1980

60

-

Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento indus- trial nas áreas críticas de poluição, e dá outras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Nas áreas críticas de poluição a que se refere o art. 4º do Decreto-lei nº 1.413, de 14 de agosto de 1975, as zonas destinadas à instalação de indústrias serão defi- nidas em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, que compatibilize as atividades industriais com a proteção ambiental.

§ 1º As zonas de que trata este artigo serão classificadas nas seguinte categorias:

a) zonas de uso estritamente industrial;

b) zonas de uso predominantemente industrial; c) zonas de uso diversificado.

§ 2º As categorias de zonas referidas no parágrafo anterior poderão ser divididas em subcategorias, observadas as peculiaridades das áreas críticas a que pertençam e a natureza das indústrias nelas instaladas.

§ 3º As indústrias ou grupos de indústrias já existentes, que não resultarem confinadas nas zonas industriais defini- das de acordo com esta lei, serão submetidas à instala- ção de equipamentos especiais de controle e, nos casos mais graves, à relocalização.

Art. 2º As zonas de uso estritamente industrial destinam-se, preferencialmente, à localização de estabelecimentos industriais cujos resíduos sólidos, líquidos e gaso- sos, ruídos, vibrações, emanações e radiações possam causar perigo à saúde, ao bem-estar e à segurança das populações, mesmo depois da aplicação de métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, nos termos da legislação vigente.

§ 1º As zonas a que se refere este artigo deverão:

I – situar-se em áreas que apresentem elevadas capa- cidade de assimilação de efluentes e proteção am- biental, respeitadas quaisquer restrições legais ao uso do solo;

II – localizar-se em áreas que favoreçam a instalação de infraestrutura e serviços básicos necessários ao seu funcionamento e segurança;

III – manter, em seu contorno, anéis verdes de isola- mento capazes de proteger as zonas circunvizinhas contra possíveis efeitos residuais e acidentes; § 2º É vedado, nas zonas de uso estritamente industrial, o

estabelecimento de quaisquer atividades não essenciais às suas funções básicas, ou capazes de sofrer efeitos da- nosos em decorrência dessas funções.

Art. 3º As zonas de uso predominantemente industrial desti- nam-se, preferencialmente, à instalação de indústrias cujos processos, submetidos a métodos adequados de controle e tratamento de efluentes, não causem incô- modos sensíveis às demais atividades urbanas e nem perturbem o repouso noturno das populações.

I – localizar-se em áreas cujas condições favoreçam a instalação adequada de infraestrutura de serviços básicos necessária a seu funcionamento e segurança; II – dispor, em seu interior, de áreas de proteção am-

biental que minimizem os efeitos da poluição, em relação a outros usos.

Art. 4º As zonas de uso diversificado destinam-se à localização de estabelecimentos industriais, cujo processo produ- tivo seja complementar das atividades do meio urbano ou rural que se situem, e com elas se compatibilizem, independentemente do uso de métodos especiais de controle da poluição, não ocasionando, em qualquer caso, inconvenientes à saúde, ao bem-estar e à segu- rança das populações vizinhas.

Art. 5º As zonas de uso industrial, independentemente de sua categoria, serão classificadas em:

I – não saturadas; II – em vias de saturação; III – saturadas.

Art. 6º O grau de saturação será aferido e fixado em função da área disponível para uso industrial da infraestrutura, bem como dos padrões e normas ambientais fixadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) 61 e pelo Estado e Muni-

cípio, no limite das respectivas competências.

§ 1º Os programas de controle da poluição e o licencia- mento para a instalação, operação ou aplicação de in- dústrias, em áreas críticas de poluição, serão objeto de

61 A Lei nº 7.804, de 18-7-1989, determinou a substituição, onde couber nos dispositivos desta lei, da

expressão “Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema)” por “Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”.

normas diferenciadas, segundo o nível de saturação, para cada categoria de zona industrial.

§ 2º Os critérios baseados em padrões ambientais, nos ter- mos do disposto neste artigo, serão estabelecidos ten- do em vista as zonas não saturadas, tornando-se mais restritivos, gradativamente, para as zonas em via de saturação e saturadas.

§ 3º Os critérios baseados em área disponível e infraes- trutura existente, para aferição de grau de saturação, nos termos do disposto neste artigo, em zonas de uso predominantemente industrial e de uso diversificado, serão fixados pelo governo do Estado, sem prejuízo da legislação municipal aplicável.

Art. 7º Ressalvada a competência da União e observado o dis- posto nesta lei, o governo do Estado, ouvidos os Mu- nicípios interessados, aprovará padrões de uso e ocupa- ção do solo, bem como de zonas de reserva ambiental, nas quais, por suas características culturais, ecológicas, paisagísticas, ou pela necessidade de preservação de mananciais e proteção de áreas especiais, ficará vedada a localização de estabelecimentos industriais.

Art. 8º A implantação de indústrias que, por suas caracte- rísticas, devam ter instalações próximas às fontes de matérias-primas situadas fora dos limites fixados para as zonas de uso industrial obedecerá a critérios a se- rem estabelecidos pelos governos estaduais, observa- das as normas contidas nesta lei e demais dispositivos legais pertinentes.

Art. 9º O licenciamento para implantação, operação e amplia- ção de estabelecimentos industriais, nas áreas críticas de poluição, dependerá da observância do disposto nesta

lei, bem como do atendimento das normas e padrões ambientais definidos pelo Ibama, pelos organismos es- taduais e municipais competentes, notadamente quanto às seguintes características dos processos de produção: I – emissão de gases, vapores, ruídos, vibrações e radiações; II – riscos de explosão, incêndios, vazamentos danosos

e outras situações de emergência;

III – volume e qualidade de insumos básicos, de pessoal e de tráfego gerados;

IV – padrões de uso e ocupação do solo;

V – disponibilidade nas redes de energia elétrica, água, esgoto, comunicações e outros;

VI – horários de atividade.

Parágrafo único. O licenciamento previsto no caput deste artigo é da competência dos órgãos estaduais de controle da poluição e não exclui a exigência de licenças para outros fins.

Art. 10. Caberá aos governos estaduais, observado o disposto nesta lei e em outras normas legais em vigor:

I – aprovar a delimitação, a classificação e a implanta- ção de zonas de uso estritamente industrial e pre- dominantemente industrial;

II – definir, com base nesta lei e nas normas baixadas pelo Ibama, os tipos de estabelecimentos indus- triais que poderão ser implantados em cada uma das categorias de zonas industriais a que se refere o § 1º do art. 1º desta lei;

III – instalar e manter, nas zonas a que se refere o item anterior, serviços permanentes de segurança e pre- venção de acidentes danosos ao meio ambiente; IV – fiscalizar, nas zonas de uso estritamente industrial

e predominantemente industrial, o cumprimento dos padrões e normas de proteção ambiental; V – administrar as zonas industriais de sua responsabi-

lidade direta ou quando esta responsabilidade de- correr de convênios com a União.

§ 1º Nas Regiões Metropolitanas, as atribuições dos go- vernos estaduais previstas neste artigo serão exercidas através dos respectivos Conselhos Deliberativos. § 2º Caberá exclusivamente à União, ouvidos os governos

estadual e municipal interessados, aprovar a delimitação e autorizar a implantação de zonas de uso estritamente industrial que se destinem à localização de polos petro- químicos, cloroquímicos, carboquímicos, bem como a instalações nucleares e outras definidas em lei.

§ 3º Além dos estudos normalmente exigíveis para o esta- belecimento de zoneamento urbano, a aprovação das zonas a que se refere o parágrafo anterior, será precedi- da de estudos especiais de alternativas e de avaliações de impacto, que permitam estabelecer a confiabilidade da solução a ser adotada.

§ 4º Em casos excepcionais, em que se caracterize o interes- se público, o Poder Estadual, mediante a exigência de condições convenientes de controle, e ouvidos o Iba- ma, o Conselho Deliberativo da Região Metropolitana e, quando for o caso, o Município, poderá autorizar a instalação de unidades industriais fora das zonas de que trata o § 1º do artigo 1º desta lei.

Art. 11. Observado o disposto na Lei Complementar nº 14, de 8 de junho de 1973, sobre a competência dos Órgãos Metropolitanos, compete aos Municípios:

I – instituir esquema de zoneamento urbano, sem pre- juízo do disposto nesta lei;

II – baixar, observados os limites da sua competên- cia, normas locais de combate à poluição e con- trole ambiental.

Art. 12. Os órgãos e entidades gestores de incentivos governa- mentais e os bancos oficiais condicionarão a concessão de incentivos e financiamentos às indústrias, inclusive para participação societária, à apresentação da licença de que trata esta lei.

Parágrafo único. Os projetos destinados à relocalização de in- dústrias e à redução da poluição ambiental, em especial aque- les em zonas saturadas, terão condições especiais de financia- mento, a serem definidos pelos órgãos competentes.

Art. 13. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 14. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 2 de julho de 1980; 159º da Independência e 92º da República. JOÃO FIGUEIREDO Mário David Andreazza Antonio Delfim Netto

- LEI Nº 6.902,

DE 27 DE ABRIL DE 1981

62

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Dispõe sobre a criação de Estações Ecológicas, áreas de Proteção Ambiental e dá outras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º Estações Ecológicas são áreas representativas de ecossiste- mas brasileiros, destinadas à realização de pesquisas bási- cas e aplicadas de Ecologia, à proteção do ambiente natu- ral e ao desenvolvimento da educação conservacionista. § 1º 90% (noventa por cento) ou mais da área de cada Esta-

ção Ecológica será destinada, em caráter permanente, e definida em ato do Poder Executivo, à preservação integral da biota.

§ 2º Na área restante, desde que haja um plano de zoneamen- to aprovado, segundo se dispuser em regulamento, pode- rá ser autorizada a realização de pesquisas ecológicas que venham a acarretar modificações no ambiente natural. § 3º As pesquisas científicas e outras atividades realizadas

nas Estações Ecológicas levarão sempre em conta a necessidade de não colocar em perigo a sobrevivência das populações das espécies ali existentes.

Art. 2º As Estações Ecológicas serão criadas pela União, Es- tados e Municípios, em terras de seus domínios, de-

62 Publicada no Diário Oficial da União de 28 de abril de 1981 e regulamentada pelo Decreto nº 99.274,

finidos, no ato de criação, seus limites geográficos e o órgão responsável pela sua administração.

Art. 3º Nas áreas vizinhas às Estações Ecológicas serão obser- vados, para a proteção da biota local, os cuidados a serem estabelecidos em regulamento, e na forma pre- vista nas Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e

5.197, de 3 de janeiro de 1967.

Art. 4º As Estações Ecológicas serão implantadas e estrutura- das de modo a permitir estudos comparativos com as áreas da mesma região ocupadas e modificadas pelo homem, a fim de obter informações úteis ao planeja- mento regional e ao uso racional de recursos naturais.

Art. 5º Os órgãos federais financiadores de pesquisas e pro- jetos no campo da ecologia darão atenção especial aos trabalhos científicos a serem realizados nas Esta- ções Ecológicas.

Art. 6º Caberá ao Ministério do Interior, através do Institu- to Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)63, zelar pelo cumprimento da des-

tinação das Estações Ecológicas, manter organizado o cadastro das que forem criadas e promover a realização de reuniões científicas, visando à elaboração de planos e trabalhos a serem nelas desenvolvidos.

Art. 7º As Estações Ecológicas não poderão ser reduzidas nem utilizadas para fins diversos daqueles para os quais foram criadas.

§ 1º Na área reservada às Estações Ecológicas será proibido:

63 A Lei nº 7.804, de 18-7-1989, determinou a substituição, onde couber nos dispositivos desta lei, da

expressão “Secretaria Especial do Meio Ambiente (Sema)” por “Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)”.

a) presença de rebanho de animais domésticos de propriedade particular;

b) exploração de recursos naturais, exceto para fins experimentais, que não importem em prejuízo para a manutenção da biota nativa, ressalvado o disposto no § 2º do art. 1º;

c) porte e uso de armas de qualquer tipo;

d) porte e uso de instrumentos de corte de árvores; e) porte e uso de redes de apanha de animais e outros

artefatos de captura.

§ 2º Quando destinados aos trabalhos científicos e à manu- tenção da Estação, a autoridade responsável pela sua ad- ministração poderá autorizar o uso e o porte dos objetos mencionados nas alíneas c, d e e do parágrafo anterior. § 3º A infração às proibições estabelecidas nesta lei sujei- tará o infrator à apreensão do material proibido, pelo prazo de 1 (um) a 2 (dois) anos, e ao pagamento de indenização pelos danos causados.

§ 4º As penalidades previstas no parágrafo anterior serão aplicadas pela Administração da Estação Ecológica.

Art. 8º O Poder Executivo, quando houver relevante interesse público, poderá declarar determinadas áreas do Território Nacional como de interesse para a proteção ambiental, a fim de assegurar o bem-estar das populações humanas e conservar ou melhorar as condições ecológicas locais.

Art. 9º Em cada área de Proteção Ambiental, dentro dos princípios constitucionais que regem o exercício do direito de propriedade, o Poder Executivo estabelecerá normas, limitando ou proibindo:

a) a implantação e o funcionamento de indústrias potencialmente poluidoras, capazes de afetar ma- nanciais de água;

b) a realização de obras de terraplenagem e a abertura de canais, quando essas iniciativas importarem em sensível alteração das condições ecológicas locais; c) o exercício de atividades capazes de provocar uma

acelerada erosão das terras e/ou um acentuado as- soreamento das coleções hídricas;

d) o exercício de atividades que ameacem extinguir na área protegida as espécies raras da biota regional. § 1º O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos

Naturais Renováveis, ou órgão equivalente no âmbito estadual, em conjunto ou isoladamente, ou mediante convênio com outras entidades, fiscalizará e supervi- sionará as áreas de Proteção Ambiental.

§ 2º Nas áreas de Proteção Ambiental, o não cumprimen- to das normas disciplinadoras previstas neste artigo sujeitará os infratores ao embargo das iniciativas irre- gulares, à medida cautelar de apreensão do material e das máquinas usadas nessas atividades, à obrigação de reposição e reconstituição, tanto quanto possível, da situação anterior e a imposição de multas graduadas de Cr$ 200,00 (duzentos cruzeiros) a Cr$ 2.000,00 (dois mil cruzeiros), aplicáveis, diariamente, em caso de infração continuada, e reajustáveis de acordo com os índices das ORTNs (Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional).

§ 3º As penalidades previstas no parágrafo anterior serão aplicadas por iniciativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis ou

do órgão estadual correspondente e constituirão, res- pectivamente, receita da União ou do Estado, quan- do se tratar de multas.

§ 4º Aplicam-se às multas previstas nesta lei as normas da legislação tributária e do processo administrativo fiscal que disciplinam a imposição e a cobrança das penali- dades fiscais.

Art. 10. Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 27 de abril de 1981; 160º da Independência e 93º da República. JOÃO FIGUEIREDO Mário David Andreazza

- LEI Nº 6.938,

DE 31 DE AGOSTO DE 1981

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Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

65Art 1º Esta lei, com fundamento nos incisos VI e VII do art. 23

e no art. 23566 da Constituição, estabelece a Política

Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Na- cional do Meio Ambiente (Sisnama) e institui o Ca- dastro de Defesa Ambiental.

DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE

Art. 2º Política Nacional do Meio Ambiente tem por objeti- vo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos in- teresses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios: I – ação governamental na manutenção do equilíbrio

ecológico, considerando o meio ambiente como

64 Publicada no Diário Oficial da União de 2 de setembro de 1981 e regulamentada pelo Decreto nº 99.274,

de 6-6-1990.

65 Artigo com redação dada pela Lei nº 8.028, de 12-4-1990.

um patrimônio público a ser necessariamente asse- gurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo; II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água

e do ar;

III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais;

IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas;

V – controle e zoneamento das atividades potencial ou efetivamente poluidoras;

VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o uso racional e a proteção dos re- cursos ambientais;

VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

67VIII – recuperação de áreas degradadas;

IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X – educação ambiental a todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivan- do capacitá-la para participação ativa na defesa do meio ambiente.

Art. 3º Para os fins previstos nesta lei, entende-se por:

I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, in-

No documento Legislação brasileira sobre meio ambiente (páginas 66-102)

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