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Definição da Referência espacial e temporal

Capítulo III – Importância de Geografia Física, Ordenamento e Planeamento na

3. Metodologia para implementação de um SIDS

3.2. Definição da Referência espacial e temporal

De modo a facilitar na recolha, no tratamento de dados e consequentemente na monitorização foi sugerido pelo supervisor da entidade de acolhimento escolher alguns dos Municípios de modo a poder comparar e calcular o DSI para incluir neste projeto. Portanto, o objetivo inicial deste projeto é incluir, neste sistema de indicadores, 6 Municípios (mais de metade dos Municípios da totalidade da ilha da Madeira) para monitorizar o desenvolvimento territorial intermunicipal e correspondente evolução, com a respetiva disponibilização dos resultados numa plataforma website. No entanto, o objetivo é estabelecer um SIDS (muito na sequência do desenvolvido para o SIDS Algarve – Anexo III), com a inclusão de todos os Municípios da ilha da Madeira. Portanto, esses 6 Municípios irão representar a ilha da Madeira, tendo em conta as disparidades a nível de desenvolvimento territorial e respetiva caracterização física, com alguns municípios com relevo menos acidentado e maior ocupação urbana, como por exemplo, o Município do Funchal, e outros municípios com relevo acentuado, com menor ocupação urbana e uma elevada suscetibilidade de riscos naturais como é o caso do Município da Ribeira Brava.

De modo a selecionar os Municípios, para além do Município ―distrito‖ Funchal e Município de referência Câmara de Lobos, foram escolhidos outros 4 Municípios, tendo em conta a localização geográfica (dois da costa sul e dois da costa norte – este e oeste). Câmara de Lobos é o concelho de naturalidade da associação, tornando-se mais fácil a recolha de dados e o acesso aos atores-chave para o estudo em causa. O Município do Funchal foi incluído no projeto por ser a ―capital‖ da RAM, O Município do Porto Moniz (noroeste) é o Município da ilha da Madeira que obtém maior área incluída na Rede Natura 2000 e proteção espacial. O Município de Santana (nordeste) é o outro dos Municípios integrados neste relatório, uma vez que este localiza-se na Costa Norte da ilha da Madeira para além de possuir referência da UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera. Tendo em conta os Municípios localizados da costa Sul (Machico, Santa Cruz, Ribeira Brava, Ponta de Sol e Calheta), exceto Funchal e Câmara de Lobos (já incluídos na primeira fase), foram incluídos o concelho de Machico e Ribeira Brava. O Município de Machico (sudeste) é um dos Municípios que tem uma elevada área de património geológico, um enorme conjunto de geossitios, um elevado valor estético e uma importante atividade turística e acima de tudo geológica7. O Município da Ribeira Brava (sudoeste) foi selecionado também uma vez que é um dos concelhos com maior vulnerabilidade a inundações fluviais, devido às suas características físicas, particularmente o relevo existente e as infraestruturas, bens e serviços localizados no leito de inundação.

Portanto, nestes Municípios (foto 2), conforme a capacidade de carga, existe maior ou menor potencial de desenvolvimento nas dimensões incluídas. Assim, é pertinente avaliar numa escala adimensional, o índice de desenvolvimento sustentável, que corresponde ao Município que aproveita as potencialidades de um determinado território (uma das questões fulcrais para o ordenamento e planeamento do território) existindo um equilibro nas 4 dimensões estipuladas anteriormente.

Foto 2 - Municípios incluídos

Segundo a Foto 2, pode-se verificar um contraste relacionado com o nível de áreas edificadas entre os Municípios de Santana e Porto Moniz com os restantes Municípios, principalmente Funchal, existindo maior potencialidade no que consiste a dimensão ambiental. Nos restantes Municípios, principalmente, Funchal, Machico e C. Lobos, pela maior influência humana existe maior potencialidade no que diz respeito as dimensões económicas e sociais, com um número maior de empresas, comércio, infraestruturas sociais que fazem aumentar a qualidade de vida da população residente. Contudo, se num Município existe uma ineficiência de ordenamento e planeamento do território, uma falta de conhecimento físico na implementação de medidas públicas é porque existe uma ausência do aproveitamento das potencialidades territoriais, sendo um ―obstáculo‖ para o desenvolvimento sustentável. Nestes casos em particular é útil a criação de um SIDS.

Além de incluir os espaços geográficos referidos, ou seja, os Municípios que irão fazer parte deste projeto, tive também de realizar as referências temporais em análise, em termos de quantidade assim como, os respetivos intervalos.

De forma a averiguar a evolução das políticas sectoriais da ilha da Madeira, tinha que ter pelo menos 2 referências temporais, de forma a visualizar um avanço positivo ou negativo perante o desenvolvimento sustentável. No entanto, foram incluídas neste projeto 3 referências temporais que permitiram não só constatar a evolução das políticas sectoriais, como também averiguar as tendências significativas nos indicadores e índices incluídos no início da implementação do projeto. Com um número maior de referências temporais, previa-se posteriormente dificuldades na obtenção dos dados, mais propriamente na recolha dos dados base de forma a criar os indicadores de desenvolvimento sustentável e seria expectável uma maior complicação do sistema de indicadores em análise. Após diálogo com o supervisor da entidade de acolhimento foram acordadas 3 referências temporais. Deste modo, de forma a ter uma maior facilidade em conseguir tendências e evoluções significativas do desenvolvimento sustentável na ilha da Madeira, foi escolhido um ano mais antigo, mas com mais probabilidade em obter dados base mensuráveis pelas entidades e com a respetiva confiança nos mesmos. Tendo em consideração os censos, foi escolhido o ano 2001 como a referência temporal mais antiga, sendo que anteriormente, não deveria existir dados base para certos indicadores. Também foi escolhido o ano 2011 pela elevada certeza e confiança dos dados base, que não são mera previsão, como o ano 2017, que também foi integrado no sistema, sendo o ano mais atual de forma a avaliar, neste momento. as limitações e potencialidades de cada Município. No entanto, muitos dos dados base não são oficiais, mas sim uma mera previsão atendendo aos anos anteriores destes dados base.

Alguns dados base não são atualizados nos anos propriamente incluídos no projeto, mas aproximadamente. Portanto, nestas ocasiões, foi tido em conta o último ano que sofreu a atualização dos dados base. Por exemplo, os recenseamentos agrícolas são executados em 1999 e 2009. Neste caso, os dados base referentes a estes recenseamentos que sofreram atualizações oficiais, não provisórios, em 1999 e 2009, serão incluídos na referência temporal 2001 e 2011 respetivamente. Ou seja, não se trata do ano mais aproximado a sofrer atualizações, mas sim o último ano.

Em dados base específicos, de modo a executar a criação de indicadores, são atualizáveis após grandes períodos temporais, na maioria, somente nos censos que acontecem de 10 em 10 anos. Nestas situações, na falta de alguma referência temporal, será tido em conta o último ano com atualização dos dados base. Nas situações em que não houve nenhuma atualização dos dados base nas três referências temporais irá ser excluído na segunda seleção de indicadores, pois não são facilmente atualizáveis, um critério da segunda seleção deste sistema.

Na implementação inicial do projeto serão incluídas estas três referências temporais independentemente do prazo para a implementação do projeto, de forma a avaliar atualmente cada Município em termos de desenvolvimento sustentável. No entanto, nessa recolha estatística,

tive dificuldades na obtenção de dados, pois as entidades estão ainda a efetuar a contabilização de alguns dados base específicos. Após a implementação e execução deste projeto, com a informação disponível em Web Site e com alguns dados monitorizados provenientes de equipamentos adquiridos para o efeito serão atualizáveis, anualmente, os dados base importantes para o SIDS (maior ponderação e indicadores – chave). Por causa da duração da recolha dos dados, a contagem, e consequentemente a respetiva atualização, poderá existir no início da implementação do projeto, um atraso para a publicação dos resultados do sistema de indicadores, no entanto, procura-se conseguir algumas estratégias, como uma monitorização mais eficiente de modo a mitigar o atraso da publicação dos resultados.