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Recolha e Seleção de Indicadores

Capítulo III – Importância de Geografia Física, Ordenamento e Planeamento na

3. Metodologia para implementação de um SIDS

3.4. Recolha e Seleção de Indicadores

Não sendo este trabalho uma exceção, após a leitura atenta dos diferentes autores, DGA (2000), Lopes (2013), Santos (2016), Magalhães (2017), Ferrão (2004), Morais (2012), Karma (2008), Privitaziri et al. (2018) e Widmer, Moine (2014) 9constituída por revisões bibliográficas, O ponto de partida para a recolha de indicadores, como não poderia deixar de ser, foi o DGA (2000), SIDS de índole NUT II, pela realidade geográfica mais próxima (comparativamente ao restantes SIDS já existentes), isto é, o desenvolvimento, os problemas e potencialidades existentes. Seguidamente, Lopes (2013), Santos (2016), Magalhães (2017), Ferrão (2014) e

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Morais (2012) também foram incluídos para a recolha de indicadores, pois para além de serem bibliografias nacionais revelam uma imensa lista de indicadores utilizados/recolhidos. De modo incluir indicadores sociais e económicos foi fundamental recolher indicadores de Ferrão (2014), para assim avaliar também a qualidade de vida existente num território específico.

Posteriormente, após a revisão bibliográfica dos indicadores incluídos nestes SIDS, foram integradas três bibliografias estrangeiras, sendo que Karma (2008) foi a bibliografia estrangeira (Brasil) escolhida devido à quantidade de indicadores incluídos, seguido de Privitaziri et al. (2018), sendo que este último, apesar da baixa quantidade de indicadores incluídos, o seu SIDS está mais relacionado para acompanhar e avaliar a interdependência entre os espaços geográficos. Existem Municípios que não são verdadeiramente autónomos, necessitando dos Municípios vizinhos para cumprir os serviços em falta. É o caso de Porto Moniz e Santana, tendo estes Municípios baixa densidade populacional, faz todo o sentido a integração destes indicadores de modo a poder avaliar os níveis de interdependência face aos Municípios vizinhos. Por fim, recorreu-se também a Widmer, Moine (2014) uma bibliografia estrangeira (França) que elaborou um SIDS de índole regional mais vocacionado para uma eficiente governação e observação e de inteligência territorial sendo útil para averiguar os indicadores para incluir na dimensão institucional.

Neste caso concreto, após a análise bibliográfica encontrada (ou escolhida), e delimitação dos objetivos estratégicos, domínios e subdomínios de observação de cada indicador, procedeu-se a uma avaliação concreta relativamente às prioridades temáticas estipuladas. Durante este procedimento, através do Decreto lei regional nº 18/2018 de 22 de agosto e atendendo à caracterização de cada prioridade temáticas das políticas públicas regionais, observou-se a necessidade de ―criação‖ de outros indicadores, embora não incluídos nas referências bibliográficas anteriormente enumeradas, mas que, no entanto, deverão vir a ser incluídos neste SIDS.

No início do estágio curricular, e no diálogo realizado com o supervisor da entidade de acolhimento, foi solicitado por este um número fixo de indicadores a ser integrado no SIDS. Por isso, foram consultados SIDS regionais e intermunicipais com o objetivo de verificar a quantidade de indicadores selecionados, principalmente os de DGA (2000) – 132 indicadores, Ferrão (2004) – 75 indicadores, Karma (2008) – 40 indicadores e Widmer e Moine (2014) – 33 indicadores10. A média aritmética dos indicadores selecionados nestes sistemas foi de 70 indicadores. Já Santos (2016) refere que um sistema de indicadores selecionados deverá integrar entre 50 e 100 indicadores com 20% a 30% dos indicadores selecionados, como indicadora chave. Tendo em conta, a média aritmética dos SIDS regionais e intermunicipais e a afirmação de Santos (2016), o objetivo neste projeto é integrar aproximadamente 75 indicadores.

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De modo, a finalizar a seleção de SIDS, é necessário concluir pelo menos 3 etapas de seleção de indicadores (quadro 10). Após a 4ª etapa de seleção, se porventura ainda não estiver encontrado face aos objetivos do projeto, um SIDS com aproximadamente 75 indicadores, dos quais 15 a 23 indicadores-chave, terão de ser realizados inquéritos aos autores chave do Município e a outros inqueridos enquadrados na temática de desenvolvimento sustentável. Neste momento, cada inquerido irá selecionar 75 indicadores (número mínimo ideal) tendo em conta a sua importância. Cada indicador selecionado por cada inquerido obtém uma priorização 1. Os 75 indicadores, após a verificação dos inquéritos com maior priorização, serão integrados no sistema. Neste ponto será revelado a importância do indicador face ao desenvolvimento territorial. Também na impossibilidade de redução de indicadores chave, atendendo aos objetivos do projeto, após a terceira seleção dos mesmos, ao identificar os 75 indicadores que farão parte do sistema, serão realizados inquéritos, com os indicadores chave que foram nomeados perante as outras seleções.

Quadro 10 - Critérios na seleção de Indicadores

Etapas e Seleção de Indicadores Critérios

Listagem Inicial de Indicadores Recolha Bibliográfica

Outros indicadores que poderão ser incluídos no sistema

1ª Seleção

Mesmo fenómeno com designação diferente (indicadores semelhantes)

Concordância com os objetivos estipulados Concordância com a região em estudo Indicadores quantitativos

Facilidade na obtenção dos dados 2ª Seleção

Agregação por subdomínios para a criação de indicadores compostos, conforme o objetivo principal de cada objetivo de indicadores simples

3ª Seleção

Monitorização dos Dados Base Fornecimento dos Dados Base

Facilidade na atualização dos Dados Base

Ausência de informação espacial dos Dados Base na maioria dos Municípios

4ª Seleção Inquérito aos Decisores Locais (Depende da 3ª Etapa)

Num SIDS, para além de selecionar os indicadores necessários para integrar o sistema é necessário identificar os indicadores chave, aqueles que são importantes e essenciais para medir a evolução do território para a suscetibilidade através de uma forma sucinta, para além de facilitar a partilha de informação aos decisores e à população local fornecendo a informação mais importante do sistema e com maior influência para analisar o progresso de desenvolvimento sustentável, com maior nível assimétrico em termos espaciais.

Após a 2º seleção de indicadores, que consistem na agregação de vários indicadores simples com objetivos idênticos, como por exemplo, taxa de sazonalidade turística e índice de sazonalidade (indicadores simples) em sazonalidade turística (indicadores compostos), foram

selecionados vários indicadores compostos em indicadores chave. Para este efeito, foram tidos em conta os 24 problemas a nível nacional de Ordenamento do Território, referenciados no Programa de Ação do Programa Nacional de Ordenamento do Território. (PNPOT). Os indicadores compostos com relação direta aos 24 problemas referenciados no Programa de Ação, foram selecionados como indicadores chave.

Os indicadores selecionados como indicadores-chave, mesmo aqueles ainda não mensuráveis, critério da 2º seleção, após o financiamento e parcerias de outras entidades com este projeto, terão outras alternativas, nomeadamente, na aquisição de equipamentos cujo principal alvo é a monitorização, a fim de obter os dados base. No entanto, todos estes indicadores, aqueles que são mensuráveis, têm de ter uma maior facilidade de atualização dos dados base, de forma a acompanhar mais facilmente e com uma maior periodicidade as políticas nos territórios em análise, de forma sistemática e de fácil partilha, com o objetivo de melhorar o desempenho ao nível da sustentabilidade. Estes são os indicadores mais importantes para avaliar o desenvolvimento sustentável ou para definir as verdadeiras ameaças e pontos fracos a nível nacional.

Todos os indicadores chave irão ser apresentados na plataforma posteriormente criada de monitorização de indicadores de desempenho sustentável sob forma de KPI, idêntico ao verificado com o SIDS Algarve, no entanto, com a priorização em cima apresentada. Ou seja, para além da apresentação dos resultados na plataforma da normalização e priorização de cada indicador composto (base e chave) irá ser apresentado os resultados dos indicadores simples, com a situação atual, evolução nos últimos anos e as projeções, tendo em conta a tendência da evolução nos últimos anos, com a presença dos resultados em bruto.