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PARTE III – PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

DEFINIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS

3.7 – Procedimento de Análise e Interpretação

A análise dos dados é o momento para agrupar todos os dados coletados com a teoria previamente referenciada. No entendimento de Goldenberg (2003, p. 94) "deve- se analisar comparativamente as diferentes respostas, as idéias novas que aparecem, o que confirma e o que rejeita as hipóteses iniciais, o que estes dados levam a pensar de maneira mais ampla". Por isso, a análise e interpretação dos dados é um momento reflexivo onde o pesquisador precisa esforçar-se, dedicar-se plenamente.

Para Cooper & Schindler (2003, p. 33), pesquisa "é uma investigação sistemática que visa a fornecer informações para resolver problemas gerenciais", por isso, é importante a utilização do pensamento científico na resolução dos problemas. Em razão da natureza qualitativa da pesquisa e da utilização da técnica de entrevista narrativa, com perguntas abertas, as informações obtidas foram sistematizadas a partir de palavras, expressões, frases.

A sistematização dos dados possibilitou a análise detalhada das informações, objetivando a obtenção dos recursos estratégicos essenciais e posteriormente, as competências essenciais do Serviço Social do Comércio/RS.

A partir da análise dos dados coletados, das entrevistas realizadas e da interpretação dessas informações, tornou-se possível elencar o rol de recursos estratégicos do SESC/RS, ou seja, o rol de informações identificadas como recursos, habilidades, tecnologias e capacidades. Dessa maneira, foram identificados vinte e seis recursos estratégicos.

O passo seguinte foi identificar o rol de recursos estratégicos e definir quais são os recursos estratégicos essenciais. Tais procedimentos foram realizados por este pesquisador em conformidade com a base de dados coletados e em observância aos preceitos da abordagem das competências essenciais (Prahalad e Hamel, 2005). Para isso, foi efetuada uma depuração dos recursos estratégicos através do agrupamento por semelhança de assunto e utilizando-se do nível de agregação mais útil. Dessa maneira, os vinte e seis recursos estratégicos resultaram em sete recursos estratégicos essenciais.

Apesar de constituírem recursos estratégicos essenciais, ainda não podem ser considerados como competências essenciais, visto que, nesta etapa metodológica ainda não foram submetidos aos testes que irão ratificá-los ou não como competências

essenciais.

Posteriormente, a fim de definir quais competências organizacionais são essenciais, utilizou-se do modelo teórico dos referidos autores, ou seja, dos três testes de ratificação das competências essenciais. Para definir se uma competência organizacional é essencial para a organização, a competência deverá possuir determinadas características, ou seja, de acordo com Prahalad e Hamel (2005), para que uma competência seja considerada "específica ou essencial" ela precisa passar em três testes:

1. Valor percebido pelo cliente – uma competência essencial precisa dar uma contribuição decisiva para o valor percebido pelo cliente. As competências essenciais são as habilidades que permitem à empresa oferecer um benefício fundamental ao cliente;

2. Diferenciação entre concorrentes – para ser qualificada como uma competência essencial, uma capacidade precisa ser competitivamente única. Não faz muito sentido definir uma competência como essencial se ela for onipresente ou puder ser facilmente copiada pelos concorrentes; 3. Capacidade de expansão – ao definir as competências essenciais, os

gerentes precisam empenhar-se arduamente em abstrair a configuração de um produto específico ao qual a competência está associada no momento, e imaginar como a competência poderia ser aplicada a uma nova arena de produtos. Uma competência essencial é realmente essencial quando constitui a base para a entrada em novos mercados de produtos.

Portanto, somente as competências organizacionais que preencherem os três requisitos acima serão consideradas como essenciais. Assim sendo, a partir da ótica das competências essenciais de Prahalad e Hamel (2005), os sete recursos estratégicos essenciais foram novamente submetidos aos sete executivos entrevistados para a realização dos testes de ratificação de uma competência essencial.

A partir da ótica das competências essenciais de Prahalad e Hamel (2005), os sete recursos estratégicos essenciais foram submetidos à dois entrevistados para a realização dos testes de ratificação de uma competência essencial. Dentre os dois entrevistados que

participaram desta etapa estavam presentes o Controller do SESC e a executiva da área de planejamento.

Os sete executivos residem em Porto Alegre, mas, em virtude de agendas profissionais de alguns, não foi possível realizar os referidos testes com todos envolvidos.

Sendo assim, somente o Controller e a executiva da área de planejamento participaram dessa etapa, representando os demais executivos. Ainda, foi selecionado apenas os dois acima citados dentre os sete executivos entrevistados, com o objetivo de facilitar a discussão e a aplicação dos testes.

Após a análise dos dois entrevistados, dentre os sete recursos estratégicos essenciais apenas 4(quatro) passaram nos três testes Prahalad e Hamel (2005) configurando-se como competências essenciais. Neste sentido, após a definição das quatro competências essenciais da organização pesquisada, com o objetivo de melhor compreender tais competências, foi realizada a descrição individual de cada uma das competências.

Posteriormente, foi realizada uma análise global das razões que levaram as competências a passar nos três testes de Prahalad e Hamel (2005). Também, foi identificados e analisados os principais entraves/dificuldades em termos de competência que prejudicam a performance superior da organização.

Por fim, como sugestão, foi proposta uma agenda institucional de incorporação das competências organizacionais para a organização pesquisada, utilizando-se como base a matriz de Prahalad e Hamel (2005) para a definição da agenda de competências essenciais. Orientam os autores (2005) que essa matriz "distingue as competências existentes das novas competências e os produtos-mercados existentes dos novos produtos-mercados" e é dividida em quatro quadrantes(HAMEL E PRAHALAD,2005). Ainda, os tópicos integrantes dos quatro quadrantes da matriz foram individualmente explicados no item 5 deste estudo.

3.8 - Design da pesquisa

Lakatos e Marconi (1991) são unânimes em revelar que toda pesquisa requer levantamento de uma variedade de dados de inúmeras fontes, independentemente dos métodos ou técnicas empregadas. O desenho da pesquisa consiste no planejamento

da coleta dos dados, sua mensuração e posterior tratamento e análise.

O design da pesquisa é considerado por Yin (2001), como a seqüência lógica que conecta os dados empíricos com as questões iniciais e suas conclusões. Isto é, procura demonstrar as diferentes etapas que foram seguidas nas pesquisas, como também o caminho percorrido para a resposta dos objetivos da mesma.

A figura 5, a seguir, mostra o desenho com o detalhamento das fases que a pesquisa percorreu.

Figura 5 – Design da pesquisa Fonte: elaborado pelo autor

-Identificar quais são as competências essenciais que contribuem para obtenção da efetividade organizacional do SESC; -Compreender como ocorre o processo de formação destas competências essenciais e como elas são incorporadas na dinâmica da gestão;

-Identificar a importância que essas competências essenciais tem na obtenção da efetividade organizacional nos serviços Prestados da entidade prestadora de serviço de qualidade de vida, a partir da percepção dos seus gestores.

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